Você está na página 1de 6

AULA 3 – PÓS-MODERNISMO I: EUA

Representantes: R. Venturi & Denise Scott, R. Stern, CH. Moore, M. Graves.

O Pós-modernismo procura recuperar o potencial comunicativo da arquitetura utilizando


imagens da cultura popular e/ou histórica (popular não oculta), considerando toda a
complexidade da arquitetura e incorporando as possibilidades simbólicas. Assim, ao
criar tais imagens e ao se comunicar diretamente com a sociedade, é criado uma
identidade.
O P.M. não vai contra o M.M., a diferença entre os dois é que o Modernismo, reduz o
projeto arquitetônico a um valor, a uma função univalente. Já o Pós-modernismo recolhe
todas as complexidades, e as mostra (pluralismo). Assim ele possui diferentes formas
de leitura, duas ao mesmo tempo: o POST que remete a uma cultura popular local, e
o MODERN que usa a linguagem abstrata, racional, universal.
Para os pós modernistas, o movimento moderno não tem controle da imagem, pois o
seu significado é uma consequência apenas da função. Os edifícios não se comunicam
com a sociedade, são difíceis de se identificar, fazendo com que a procura de uma
linguagem universal fosse um fiasco (Livro de Peter Blake: Form Follows Fiasco). Assim, o
Pós-modernismo, propõe estudar a imagem, uma forma de comunicação e a identidade
com a sociedade, mas com ironia e humor -> Kitsch.
Robert Venturi e Robert Stern também são conhecido como “The Grays”. Eles não usam a
forma da arquitetura modernista, e sim formas da cultura histórica, tentando puxar o
figurativo sem se preocupar com a imagem.
Nos anos 60 e 70 Venturi e sua mulher, Denise Scott, publicam dois artigos de impacto :

A) “Complexidade e contradição na arquitetura”(1966). Essa publicação mostra o absurdo da


procura de uma “universalidade”, de se ter apenas uma leitura das formas simbólicas na
arquitetura, pois ela é complexa, e quanto mais ambíguas as suas formas, mais o
edifício é rico. É ilustrado então, as múltiplas leituras que um mesmo projeto pode ter, e
isso é o interessante: “less is a bore” (em português algo como ‘menos é uma chatice’) –
para contradizer a famosa frase de Mies van der Rohe “less is more” (menos é mais).
“É melhor uma arquitetura híbrida a uma pura“, diz Venturi.
B) “Aprendendo de Las Vegas”(1972). Estuda as formas comunicativas de Las Vegas, e
descobre duas possibilidades de simbologia: a icônica, onde a função pode ser
percebida desde o exterior da construção (O Pato, no exemplo do desenho abaixo). O
Modernismo usa essa forma de simbologia, pois ele pensa primeiro no interior e o
exterior é consequência do que se foi resolvido dentro.

Capa do livro “Aprendendo de Las Vegas”.

“O Pato”: O exterior mostra o que acontece no interior.


E a outra forma discutida no livro “Aprendendo de Las Vegas”, é a cobertura decorada,
que trás uma sinalização comunicativa na própria fachada:

O símbolo na fachada comunica a função da construção.

Cobertura decorada
As fachadas tem um poder simbólico comunicativo. Seja por meio da simbologia icônica
ou por meio da cobertura decorada.
EXEMPLOS DE OBRAS:
1) PIAZZA D’ITÁLIA (New Orleans, 1978 do arquiteto CH. Moore.)
O arquiteto faz referencia à cultura italiana ao usar elementos que trazem identidade
(Fonte de Trevi, Roma).
Para isso ele coloca colunas com suas ordens clássicas. Mas ao mesmo tempo que ele
remete a essa cultura clássica, ele o faz com humor, pois utiliza artifícios que não fazem
parte dela, como a luz de neon, superfícies refletantes, estrias criada com a água da
fonte, etc.

Piazza D’Itália (New Orleans, 1978).

Piazza D’Itália (New Orleans, 1978).

Piazza D’Itália (New Orleans, 1978).


2) GUILD HOUSE ( Philadelphia, 1963 do arquiteto R. Venturi)
O projeto possui uma composição axial, onde existe uma coluna de granito que marca o
acesso. Acima desta entrada existe uma grande sinalização que comunica para as
pessoas que passam na rua, a função do edifício, nesse caso: uma casa de idosos. Na
fachada existe dois rasgos, um de cada lado, que mostra que atrás dela não existe nada
construído, comunicando que ela é apenas uma fachada.

Nesse projeto, Venturi evita qualquer pretensão de monumentalidade.


Guild House (Philadelphia, 1963). Fachada frontal.

Guild House (Philadelphia, 1963). Detalhe da sala de


televisão ao alto.

Guild House (Philadelphia, 1963). Placa que indica o que


funciona no edifício.

Guild House ( Philadelphia, 1963). Coluna de granito marcando o


acesso.
3) CASA VANA VENTURI ( Pensilvania,1964, do arquiteto R. Venturi)
O projeto mostra na planta, a luta pela centralidade da lareira, da escada, e do acesso.
Sua fachada faz referência à imagem familiar da casa, porém mostra as complexidades
do projeto: a abertura central não é o acesso, o qual é feito por uma porta lateral.

As janelas externas não respondem à simetria geral da composição.


Inspiração na “casa familiar”, desenhada por uma criança.

Casa Vana Venturi (Pensilvania,1964). Fachada.

Casa Vana Venturi (Pensilvania,1964). Pode-se perceber o


acesso à casa pela lateral direita.

Casa Vana Venturi ( Pensilvania,1964). Interior. Pode-se


ver a escada onde a lareira se situa embaixo da mesma.

Casa Vana Venturi ( Pensilvania,1964). Interior. Lareira


centralizada.

Você também pode gostar