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Aula 20 - Urbanismo Iv - o Pensamento Funcional e A Crítica Antropológica de Brasília (1956)
Aula 20 - Urbanismo Iv - o Pensamento Funcional e A Crítica Antropológica de Brasília (1956)
Trata-se de uma sorte de relógio aonde toda peça esta calculada e engrenada dentro do
conjunto funcional. Uma “maquina para viver”, agora na escala urbana.
Croqui da malha urbana de Brasília , Lúcio Costa para o concurso de 1956.
Croqui de Brasília feito por Lúcio Costa para o concurso em 1956. Observa-se uma sequência de
raciocínios lógicos, próprios do “pensamento-máquina”, os usos têm uma clara delimitação espacial,
fluxos do transporte rodado têm prioridade, e evitam ser interrompidos por cruzamentos.
Elas estão planejadas para dar continuidade e funcionar de forma eficiente, recorrendo a
estratégias como:
o Balão de Retorno
B- Zoneamento:
Os usos se encontram ligados a uma delimitação espacial como premissa de projeto.
Evitam-se usos mistos ou similares. A estrutura geométrica começa com uma
diferenciação relacionada com os usos: o “eixo monumental” e o “eixo residencial”.
No eixo Monumental:
Nos extremos do eixo aparecem os pontos com mais poder simbólico com:
o O Memorial JK
o Hotéis
o Comércio
o Saúde
o Transporte : a rodoviária, situada justo no centro, uma rotula articuladora que
traz e leva aos trabalhadores para a as zonas periféricas, fora do “plano piloto”, gerando
2.1 Quatro superquadras, que alojam os serviços mais elementares como bancas de
jornal, etc.
2.2 Uma entrequadra, onde se encontram situados os equipamentos, tais como igreja,
clube social, cinema, atividades esportivas, etc.
A “Igrejinha”, desenhada por Niemeyer, na entrequadra, destinadas a alojar equipamento.
2.3 Uma faixa comercial, onde se encontram comercio de médio porte, tais como
supermercado, posto de gasolina, livraria, etc.
Interior da superquadra 308 (a única desenhada por Niemeyer por inteiro). Os blocos se encontram
suspensos sobre pilares, liberando toda a área do térreo, que é considerada propriedade pública.
Configuração geométrica da área residencial. Quatro superquadras (A) formam uma “unidade de
vizinhança”, completado por uma faixa de comércio (b) e uma entrequadra (c)
Dentro do esquema Lucio Costa denota certa preocupaão por questões sociais. Para
evitar criar uma cidade com uma excessiva pulverização funcional, formada por
unidades quase independentes, estipulou que, no “eixo residencial”, cada entrequadra e
faixa comercial deveriam pertencer a duas unidades de vizinhança, incitando o encontro
social; uma sorte de condensador social, um “tecido de entendimento” entre os
cidadãos.
A crítica antropológica de Brasília após Brasília
Numa revisão desde a visão pós-moderna, Brasília e vista como uma cidade aonde a
prioridade esta dada para as questões funcionais e matérias, deixando em segundo (ou
completamente esquecido, no olhar de alguns sociólogos) o tema antropológico -social.
Sobre a crítica de Brasília desde o olhar antropológico, consultar o estudo clássico de:
Holston, James, The modernist city. Chicago: University of Chicago Press, 1989.