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ALTA TECNOLOGIA
APLICADA À
BIOMEDICINA ESTETICA

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SUMÁRIO

ALTA TECNOLOGIA APLICADA À ESTETICA ........................................ 1

RADIOFREQUÊNCIA ................................................................................. 3

CRIOFREQUÊNCIA .................................................................................... 5

ONDAS DE CHOQUE ................................................................................. 5

CRIOLIPÓLISE ........................................................................................... 7

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 11

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RADIOFREQUÊNCIA

Caracteriza-se como radiofreqüência freqüências que variam entre 30Khz


e 3Ghz, sendo que nos equipamentos utilizados na prática estética, a freqüência
mais utilizada está entre 0,5Mhz e 1,5 Mhz. Através da emissão de energia
desencadeada pela radiofreqüência é possível transformar energia
eletromagnética em energia térmica devido a vibração de moléculas teciduais
provocada pelo equipamento. (Borges, 2014).
Dentre os recursos mais utilizados na estética para promoção do
rejuvenescimento, a radiofrequência é o mais utilizado, já que demonstra
resultados rápidos e seguros no tratamento dessa disfunção (Silva, et al. 2014).
A radiofrequência foi inventada em 1891 pelo francês Jaques Arséne D’
Arsonval, em 1911 a radiofreqüência começou a ser utilizada para cauterização
e cortes em tecidos vivos, em 1976 o equipamento entrou para o ramo da
medicina, no combate ao câncer. Quando a pele é submetida a energia
eletromagnética emitida pelo equipamento, responde com retração das fibras
colágenas, sabe-se que temperaturas que variam entre 39 e 45 graus Celsius
geram contração nas fibras de colágeno sem causar danos significativos ao
tecido, já temperaturas acima de 50 graus Celsius desnaturam colágeno e
podem causar a redução das atividades enzimáticas e queimaduras (Agne,
2013).
Utiliza corrente elétrica de média intensidade e sua potência tem a
finalidade de elevar a temperatura tecidual a níveis que favorecem respostas
fisiológicas controladas.

Calor: Uma compressa quente sobre o tecido torna o mesmo flácido


(relaxamento).

Temperatura: O tecido submetido a Radiofreqüência responderá com moderada


retração (Agne, 2013).

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Os principais efeitos fisiológicos atribuídos a radiofreqüência são:


energéticos e térmicos, dentre eles: Facilitação de reações bioquímicas,
Alteração da permeabilidade da membrana, aumento na síntese de ATP,
vasodilatação, aumento do aporte sanguíneo, melhora do sistema venoso e
linfático, oxigenação e eliminação de toxinas. Porém, a neocolagênese é o
fenômeno mais relatado em literatura (Cavaleri et al. 2016)
O efeito térmico muda as formas das fibras de colágeno, sendo possível a
remodelagem e reestruturação, aquece os fibroblastos dérmicos iniciando a
formação de novo colágeno.
Segundo a literatura, existem duas formas de emissão no equipamento de
radiofreqüência.

Monopolar: Aquece o tecido profundamente (20mm) permitindo a liberação de


ácidos graxos e glicerol do adipócito, célula responsável pelo estoque de
gordura, esse fenômeno leva o nome de lipólise, suas indicações são tratamento
para gordura localizada e Hidrolipodistrofia Ginóide (HLDG) (Goldberg et al.
2008).

Bipolar: Promove aquecimento superficial e controlado na derme, estimulando a


formação de novas fibras de colágeno, elastina, reticulina e outros componentes
dérmicos como as glicosaminoglicanas, suas indicações são tratamentos de
rejuvenescimento, flacidez tissular, estrias, HLDG e cicatrizes atróficas
(Waniphakdeedecha; Manuskiatti, 2006).
As temperaturas controladas aplicadas no tecido através do equipamento
de radiofreqüência estimulam a síntese de proteína do choque térmico (HSP –
Heat Shock Protein) que parece proteger colágeno do tipo I durante sua síntese,
é sintetizada a temperaturas a partir de 42 graus Celsius (Silva, 2016).

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CRIOFREQUÊNCIA
O tratamento é a evolução da radiofrequência, apresenta mais potência
que uma radiofrequência convencional e atua simultaneamente no tratamento de
flacidez e gordura localizada (INACIO, 2016).
A criofrequência trata-se de um equipamento que age através da sinergia
do frio com uma ponteira de aplicação que atinge até -10 graus e possui 1.050
watts de onda eletromagnética, atuando nos tecidos como uma radiofrequência
atingindo internamente uma temperatura de 60°C (Fismatek, 2016).
Os equipamentos disponíveis no mercado contam com a emissão monopolar e
bipolar, sendo indicados para os tratamentos faciais, corporais e capilares (o
Autor, 2019).
As contra indicações dos equipamentos de radiofreqüência e
criofrequência são: pacientes portadores de marca passo, gestantes, lactantes,
aplicação em regiões com próteses metálicas, pacientes diagnosticados com CA
no últimos 5 anos, pacientes com patologias auto imunes, aplicação em locais
que tenham prótese de silicone.

ONDAS DE CHOQUE

A história do equipamento teve inicio na década de 40, durante a


Segunda Guerra Mundial. Os submarinos que sofriam ataques de bombas de
profundidade mantinham-se íntegros, mas os marinheiros tinham traumatismos
graves, nas autópsias eram encontradas lesões viscerais, especialmente nos
pulmões. Os traumatismos eram causados pelas ondas sonoras decorrente das
explosões, as mesmas atravessavam as paredes dos submarinos e causavam as
lesões nos marinheiros. No final da década de 70, essa tecnologia foi
incorporada a área médica e terapêutica surgindo assim a Terapia por Ondas de
Choque (TOC). Em 80, a TOC começou a ser utilizada para litotripsia (tratamento
de cálculos renais) e evoluiu para o tratamento de feridas e outras patologias
(Oliveira, 2011).

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O equipamento de Ondas de choque promove uma forte onda de pressão


que se propaga em qualquer meio sólido, liquido ou gasoso, causando violenta
variação de pressão no ambiente, energia mecânica (não e choque elétrico),
penetra no tecido e provoca o fenômeno chamado cavitação, microbolhas se
rompem, formando rupturas no tecido e aumento da microcirculação local (Costa,
2012).
A onda de choque pode ser gerada através de diferentes formas de energia:
• Eletrohidráulico: Obtida através do aproveitamento da energia potencia
e cinética das correntes de água (não utilizada na estética)
• Eletromagnético: É composta de ondas, como as ondas de rádio e
também luz visível, que são capazes de se mover na velocidade da luz.
• Piezoelétrico: Gerada através dos cristais piezoelétricos, semelhante ao
equipamento de ultrassom.
• Eletropneumático: Utiliza energia elétrica para gerar compressão de gás
(o Autor, 2019).
Os principais efeitos gerados pelo equipamento de ondas de choque são:
• Mecânico: Formação de micro bolhas e conseqüente lesão do tecido;
• Analgésico: Atua por estimulo local, desencadeando a liberação de
enzimas que atuam na fisiologia da dor;
• Vascular: Destruição de congestão dos vasos, desencadeando a
neoangiogênese (inflamação) (Hulsstede et al, 2011).

A fisioterapia dermato funcional utiliza para fibrose (HLDG), aumento da


circulação e liberação de fatores de crescimento a muitos anos. Estudos
apontam que o equipamento promove cavitação instável e aumento da
microcirculação com vasodilatação imediata, estimulação de VEGF e
angiogênese (Hulsstede et al, 2011).
Outros estudos apontam que o equipamento induz a liberação de fatores de
crescimento fibroblástico (FGF), melhora as condições na pele após criolipólise e
melhora do trofismo cutâneo, podendo ser associada a radiofreqüência (Ferraro
et al, 2011; Coleman, 2014).

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As contra indicações do equipamento de Ondas de Choque são:


• Qualquer doença sem etiologia definida;
• Gestantes;
• Distúrbios de hemorragia;
• Pacientes que estejam fazendo uso de anticoagulantes;
• Diabetes ou qualquer alteração de sensibilidade;
• Sobre órgãos reprodutores, caixa torácica ou área cardiopulmonar;
• Dispositivo eletrônico;
• Infecções sistêmicas;
• Insuficiência circulatória ou doença vascular (HSMED, 2019).

CRIOLIPÓLISE

Trata-se do congelamento localizado do tecido adiposo a temperaturas


que variam entre 5°C a -15ºC, causando uma inflamação intensa no tecido que
por sua fez desencadeia a apoptose adipocitária. Apoptose: Morte celular
programada (Borges et al. 2014).
A técnica foi criada em Harvard por dois estudiosos (Rox Anderson e
Dieter Mastein). Através de suas pesquisas, Anderson e Mastein chegaram a
conclusão que tecidos ricos em lipídeos são mais suscetíveis a lesões pelo frio
do que tecidos ricos em água. O equipamento desenvolvido por eles consegue
controlar a aplicação do frio sobre a pele, através de um dispositivo específico é
possível lesionar seletivamente os adipócitos evitando danos a derme e
epiderme (Borges et al. 2014).
A técnica usada em 1.200 pessoas nos EUA e Europa com desfecho
positivo, foi liberada sua utilização em humanos em 2010 pelo FDA (agência
governamental americana que controla alimentos e medicamentos (Borges et al.
2014).
Os adipócitos congelados perdem sua função e são reconhecidos como
corpos estranhos no organismo, que desencadeia uma resposta inflamatória

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primária que chega durar 90 dias. Os adipócitos são totalmente destruídos pelas
células de defesa (fagocitose) (Mendes et al. 2014).
A eliminação do triacilglicerol acontece através de uma resposta inflamatória,
não existe metabolização de gordura:
• Não gera aumento de triglicerídeos;
• Não gera aumento de colesterol;
• Não prejudica o fígado;
• Não influencia função renal;
• Menor contra indicação (Padovan, 2015)
Alguns estudos pelo mundo evidenciaram algumas particularidades da técnica:
• A temperatura ajustada no equipamento não será a mesma que
acometerá o tecido adiposo (níveis profundos);
• O gelo lipídico se forma a 10°C (em comparação com a água – 0ºC);
Comprovou-se morte adipocitária imediata e retardada por apoptose mesmo em
temperaturas acima de 0ºC no tecido adiposo (Mendes et al. 2014).
• A perda de gordura é tão gradual que não foi mensurado aumento de
níveis de lipídeos circulantes, a gordura permanece dentro do adipócito até
ser digerida e varrida pela inflamação;
• Aparecimento de numerosos Macrófagos ativos carregados de lipídeos,
indicando a fagocitose;
Destruição segue as vias habituais para renovação do tecido adiposo (todo
ano, 10% do tecido adiposo é reciclado através de apoptose) (Mendes et al.
2014).
Após a aplicação do equipamento e consequente arrefecimento tecidual faz-
se necessário o reestabelecimento imediato da vascularização local, através da
massagem ou aquecimento, a reperfusão da vascularização logo após
arrefecimento é responsável por levar a inflamação a células não lesionadas pelo
frio, produção de radicais livres na região, ativação das caspases (enzimas
importantes no processo de apoptose) e morte celular adipocitária (Borges, 2014
apud Bulkley, 1987; Evora,1996).

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Um outro efeito estético esta sendo estudado e atribuído a técnica e leva o


nome de Criodesmatringo e refere-se a melhora do tônus cutâneo promovido
pela técnica de Criolipólise.
"Criolipólise é um procedimento estabelecido, seguro e eficaz para redução de
gordura não cirúrgico. Além disso, pode conseguir resultados clinicamente
significativos de contração da pele. Um estudo clínico está em curso para
explorar hipóteses endurecimento da pele induzido por Criolipólise, para obter
medidas objetivas quantitativas de endurecimento da pele e para estabelecer o
mecanismo de ação".
Stevens, 2014.
Para aplicação da técnica seguramente, se faz necessário o uso da manta
ou membrana protetora devidamente regulamentada pela ANVISA. A membrana
é responsável pela proteção da pele durante a aplicação (o Autor, 2016)

As indicações da técnica são: tratamento para gordura localizada e


Hidrolipodistrofia Ginóide (HLDG). Estudos em humanos comprovaram redução
de 20 a 26% da adiposidade da região exposta (Mendes, 2014).
As contra indicações relatadas são:
• Crioglobulinemia;
• Hipersensibilidade ao frio;
• Hemoglobinúria paroxística ao frio;
• Gestantes;
• Alterações neurológicas;

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• Dispositivos intra-uterinos (DIU);


• Tumores;
• Câncer;
• Doenças auto imunes;
• Lesão na região;
• Hérnia na região;
• Imunodeficiência adquirida (AIDS);
• Doenças de Raynaud;
• Obesidade;
• Excesso de gordura visceral.
• Cirurgias recentes;
• Marca passo ou outro dispositivo eletrônico implantado;
• Uso de ECG portátil;
• Urticária severa;
• Esteatose hepática;
• Lesões abertas;
• Panículo adiposo inferior a 2 cm (adipometro) (Borges et al. 2014).

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REFERÊNCIAS

AGNES, J. Eletrofototermoterapia. 1.ed. Andreoli, 2013.


BORGES F., SCORZA F. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. 1. Ed.
São Paulo: Phorte, 2016
BORGES, F.S.; SCORZA, F.A. Fundamentos de criolipólise. Fisioterapia Ser.
Vol 9 – nº4, 2014.
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em Foco. p. 211 – 219, 2016.
COSTA, A. et al. Lipodistrofia ginoide e terapêutica clínica: análise crítica das
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Criolipólise e o congelamento da gordura. Palestra Dr. Rogério Padovan,
Estética in Rio, 2015.
GOLDBERG DJ, FAZELI A, BERLIM AL. Clinical, Laboratory, and MRI Analysis
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https://www.hsmed.com.br/terapia-por-ondas-de-choque-tratamento-para-
celulite-gordura-localizada-flacidez-e-reabilitaco. Acesso em 16/11/2019.
INACIO, R. Análise comportamental do tecido adiposo frente ao tratamento de
radiofrequência e criofrequência: Revisão bibliográfica. 2016.
Manual Axcel – Fismatek, 2016.
MENDES, J.; BENDER, M.R.P; LACERDA, F. A técnica da criolipólise: achados
científicos e pressupostos teóricos, 2014.
OLIVEIRA, L. Terapia por ondas de choque: revisão de literatura. RBM Especial
Ortopedia 3; V 68, 2011.
SILVA L., MEJIA M. A utilização da radiofrequência no tratamento da flacidez
facial, p. 1-10, 2012.
SILVA, G. et al. Evaluation of the radiofrequency effects on connective tissue.
Moreira Junior, 2016.

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bipolar radiofrequency, infrared heat, and pulsatile suction device: a pilot study.
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