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(FM2S) Apostila - Fundamentos Da Gestão Logística
(FM2S) Apostila - Fundamentos Da Gestão Logística
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
ISBN 978-65-80624-68-3
23-166878 CDD-658.5
Índices para catálogo sistemático:
Quem somos
13
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Sumário
1. Boas-vindas 1
3. Case 5
5. Contexto Histórico 10
17. Revisão 53
Lista de Figuras
Figura 1 - Supply Chain (Parte 1) 2
Figura 2 - Nível de Serviço 7
Figura 3 - Vantagens 8
Figura 4 - Linha do Tempo da Logística 13
Figura 5 - Supply Chain (Parte 2) 23
Figura 6 - Áreas da Cadeia de Suprimentos 23
Figura 7 - Estruturação Básica 24
Figura 8 - Planejamento do Supply Chain 25
Figura 9 - Logística e Comercial 25
Figura 10 - Logística no Supply Chain 26
Figura 11 - Fluxograma Transportes 27
Figura 12 - Administrar com Excelência 28
Figura 13 - Desperdícios do Transporte 30
Figura 14 - Direcionador de Produtividade 31
Figura 15 - Direcionador de Especificação 31
Figura 16 - Direcionador de Tarifa 32
Figura 17 - Composição dos custos 32
Figura 18 - Estratégias para redução de custos 33
Figura 19 - Processo de Armazenagem (Parte 1) 34
Figura 20 - Processo de Armazenagem (Parte 2) 35
Figura 21 - Métricas de estoque 36
Figura 22 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 1) 37
Figura 23 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 2) 37
Figura 24 - Processo de Planejamento 40
Figura 25 - DRP 41
Figura 26 - Indicadores do Planejamento da Produção 42
Figura 27 - Logística Reversa 43
Figura 28 - TMS (Parte 1) 45
Figura 29 - TMS (Parte 2) 45
Figura 30 - Processos executados pelo TMS 47
Figura 31 - Lean (Parte 1) 50
Figura 32 - Lean (Parte 2) 50
Figura 33 - Evolução do Lean 51
Fundamentos da Gestão Logística
1. Boas-vindas
Bem-vindos ao curso de Fundamentos da Gestão Logística da FM2S! Ao longo do
curso vamos apresentar os processos e conceitos essenciais da Logística para os
profissionais que querem se destacar nessa área. Nas próximas aulas veremos os
seguintes tópicos:
● O que é Logística?
● Vantagens
● Contexto Histórico da Logística
● O bom profissional da Gestão Logística
● Conceitos Fundamentais do Trabalho com Logística
● A Logística e a Cadeia de Suprimentos (Supply Chain)
● Os processos de Distribuição e Transportes
● Os processos de Armazenagem
● Os processos de Planejamento Logístico (coordenação de processos)
● Logística Reversa (principalmente no e-commerce)
● Tecnologias da Gestão Logística
● Excelência Operacional em Logística
● Lean Logistics
● KPIs (indicadores) da Gestão Logística
● Dicas e Boas Práticas
● Revisão
1
2. O que é Gestão Logística?
A Logística é uma parte da gestão da cadeia de suprimentos que lida com o fluxo
eficiente, direto e reverso, de bens, serviços e informações relacionadas, desde o ponto
de origem até o de consumo, de acordo com as necessidades dos clientes.
Dessa maneira, o gerenciamento da Logística é um componente que mantém a
cadeia de suprimentos unida. Ou seja, os recursos administrados por ela podem incluir
bens tangíveis, como materiais, equipamentos e suprimentos, assim como alimentos e
outros itens de consumo.
Para entendermos melhor a Logística, precisamos primeiro definir o Supply Chain
ou a Cadeia de Suprimentos, que é a rede que inclui todos os indivíduos, organizações,
atividades e tecnologias envolvidos desde o processo de materialização até a entrega de
um produto e/ou serviço ao seu usuário final.
O produto, portanto, é resultado de uma série de processos e pessoas
trabalhando em conjunto, como podemos ver a seguir:
2
Embora a maioria das pessoas associe a gestão logística com transportes é
importante frisar que não se trata apenas disso. Na verdade, a sua gestão consiste na
administração dos processos de planejamento, compra, produção, transporte,
armazenamento, distribuição e entrega do produto ao consumidor final. Lembrando que
esse valor produzido deve ser entregue no tempo, na quantidade e qualidade correta, e,
portanto, precisa haver uma boa comunicação entre as partes para que esses objetivos
estejam claros. Caso contrário, pode haver insatisfação dos clientes e perda de
competitividade da empresa no mercado.
A Logística é uma área extremamente importante dentro de qualquer empresa,
seja ela uma fornecedora de produtos ou serviços. Isso porque, ela está diretamente
relacionada a um dos elementos mais importantes de um negócio: a saúde financeira.
Também é necessário escolher bem o que comprar, quando produzir ou parar de
produzir, como armazenar, transportar, entre outros. Vale ressaltarmos que tudo isso faz
parte da Gestão Logística e é essencial para garantir a efetividade das operações de um
negócio e manter o equilíbrio das contas.
O principal objetivo da Gestão Logística é usar os recursos da empresa de forma
estratégica para evitar gastos desnecessários. Essas operações requerem cuidados
especiais do gestor e sua equipe, podendo trazer redução de custos e aumento da
produtividade.
A gestão logística, portanto, é a chave para otimizar processos e melhorar a
eficiência operacional da sua empresa. Para otimizar essa estratégia, é necessário
mapear as atividades do zero e encontrar as soluções mais rápidas para entregar valor
aos clientes.
3
2.1. Onde atua a Gestão Logística?
Como dissemos, a Gestão Logística não atua apenas no transporte, mas em
todas as áreas a seguir:
Armazenamento: A Gestão Logística é fundamental para o armazenamento, pois
ajuda a aproveitar o espaço necessário para conservar e manter o estoque. Esse
processo engloba a escolha da localização, o tamanho do local que será utilizado, as
rotas de saída e a tributação.
O SKU (Stock keeping unit), por exemplo, é a unidade de armazenamento que
pode variar em centenas de tipos, mas sempre de acordo com os produtos a serem
estocados. Quanto maior o número de SKU´s, mais difícil se torna a gestão deles, assim
o profissional dessa área deve estar atento a possíveis desvios no processo.
Controle de Pedidos: Desde a realização do pedido até a sua entrega, é a
Gestão Logística que planeja todo o necessário para cumprir a data estabelecida,
alinhando os processos internos com a disponibilização dos produtos, ou seja, fazendo
toda a comunicação interna e externa, desde o fornecedor até o consumidor final.
Embalagem: A Gestão Logística é a responsável por garantir a qualidade e o
baixo custo das embalagens, assim como escolher as melhores práticas de proteção dos
produtos. Essa etapa é fundamental para que os pedidos sejam entregues sem nenhum
tipo de dano ou avaria.
Controle de Estoque: A Gestão Logística ajuda no controle de estoque para que
a empresa sempre tenha a quantidade certa de produtos disponíveis para atender os
consumidores, sem falta ou excesso. Ela também impacta o setor de compras, pois com
o planejamento adquire-se apenas o necessário.
Cadeia de Suprimentos: Nessa área, a gestão logística é utilizada para que as
operações sejam mais sólidas, atuando de forma conjunta para maximizar a
competitividade dos negócios.
Gestão de Transporte e Frotas: A gestão logística é aplicada na gestão de
frotas para fazer um planejamento de renovação e manutenção dos veículos,
acompanhando em tempo real o seu desempenho. Essa administração pode ser
dificultada se existem rotas multimodais, ou seja, que utilizam mais de um meio de
transporte.
4
3. Case
Para entendermos um pouco mais sobre a Gestão Logística, veremos um
exemplo real de sua aplicação:
Juliana, uma analista da área de suporte à logística em uma empresa de
transporte de medicamentos e alimentos, do interior de São Paulo, enfrentava alguns
problemas devido à má gestão de sua área.
Por ser um setor importante para o funcionamento de pedidos, entregas,
movimentação e transporte dos produtos, Juliana estava preocupada, pois o bom
funcionamento da sua área era essencial para a saúde financeira de toda a empresa.
As demandas que chegavam para o setor de Juliana e que não eram atendidas
estão elencadas a seguir:
● Altos índices de reclamações dos clientes, pois 50% dos pedidos eram entregues
com atraso (indicador do nível de serviço);
● Perda de 15% dos melhores clientes, pelas entregas fora do prazo;
● 12% da receita era perdida com multas e transporte de emergência.
Observando o dia a dia da área e vendo tudo desmoronar, Juliana resolveu tomar
uma atitude frente aos problemas. Para isso, ela começou mapeando os fluxos logísticos
(no armazém com o picking e packing), transacionais (informações) e de valor do
processo produtivo (ligados à produção). Com esses dados, Juliana conseguiu localizar
alguns gargalos:
5
2. Gargalos no fluxo logístico:
● Planejamento inadequado da flutuação de demanda;
● Ineficiências no transporte e distribuição, com roteirização inadequada;
● Falha na gestão de estoque e desorganização;
● Falta de integração e comunicação entre os sistemas.
6
Figura 2 - Nível de Serviço
Juliana, então, apresentou seus projetos para a gerência da sua área e conseguiu
com que eles fossem implementados. Com isso, ela conseguiu reduzir em 40% o número
de pedidos atrasados, criando novos padrões para otimizar o funcionamento dos
processos. Com esse resultado impressionante, Juliana foi promovida a supervisora da
área!
7
Figura 3 - Vantagens
8
4.1. Vantagens para a empresa
Algumas das vantagens da Gestão Logística para as empresas que a aplicam
são:
Aumento da produtividade: A empresa é capaz de desempenhar suas
atividades de maneira mais organizada e concisa, como vimos no Case, estruturando
melhor suas equipes e gerenciando toda a infraestrutura envolvida na logística de uma
ponta até a outra com mais eficiência. Como consequência dessa operação mais eficaz e
estratégica, o negócio consegue imprimir uma produtividade maior sem que haja
aumento de equipe ou de custos.
Maior agilidade: Uma boa gestão logística permite com que as equipes que
fazem parte das etapas da cadeia de produção se comuniquem melhor, aumentando
eficiência dos processos e evitando o desperdício de tempo.
Aumento da confiabilidade (aumento da satisfação do cliente): Uma gestão
logística bem implementada facilita a construção de uma relação de confiança com os
clientes, promovendo um atendimento de qualidade por meio de entregas ágeis e
pontuais.
Diminuição de falhas e redução de gastos: Uma boa gestão logística possibilita
uma visão mais abrangente dos processos, facilitando a identificação de falhas em
qualquer etapa e minimizando seus efeitos, o que, consequentemente, reduz os gastos
da empresa, pois há menos retrabalho com tarefas que possam ser prejudiciais a
continuidade do processo.
9
Otimização de resultados: O controle ativo das atividades, equipamentos e
processos envolvidos na cadeia logística reforçam a produtividade e o alcance dos
objetivos pessoais, da área e, consequentemente, da organização.
Melhora na tomada de decisões: Uma boa gestão logística oferece uma visão
mais ampla aos líderes e gestores, auxiliando no processo decisório.
5. Contexto Histórico
Para entender melhor sobre o desenvolvimento da Logística e a história da
Gestão de Transportes, precisamos conhecer de onde elas surgiram e quais foram as
evoluções ocorridas para chegarmos até aqui.
Ainda hoje a logística não possui uma data definida referente ao seu surgimento,
já que a administração e o transporte de itens sempre foram necessários. Porém,
sabe-se que técnicas diversas foram utilizadas em campanhas de guerras, como
exemplo as tropas de Alexandre, o Grande (310 a.C.), que utilizavam alguns processos
para que durante as guerras e expansões territoriais não houvessem necessidades
extras ou até mesmo a falta de mantimentos, munições, água, entre outros.
Naquela época, a estratégia era sempre focada no planejamento, distribuição e
manutenção desses itens e de suas tropas. Hoje em dia, houve a mudança do tipo de
item administrado, que passou a ser um produto, cujo valor foi agregado em uma
indústria.
Na Grécia antiga deu-se origem a logística com o termo Logistikas, que
significava cálculo e raciocínio, no sentido matemático. Com isso, os militares,
responsáveis pela parte financeira e pela distribuição de suprimentos em meio as
batalhas, eram conhecidos como logistikos.
Assim, essa nomenclatura passa a ser adotada, também, nos impérios Romano e
Bizantino, ato que transformou a logística como uma arte de movimentar exércitos e seus
suprimentos.
10
No início da Idade Média, a logística entrou em um estado de dormência, sem ser
conduzida ou referenciada, já que tanto o comércio quanto as grandes guerras entre
Impérios também ficaram adormecidos.
Até meados do século XX, momento em que as grandes fábricas já existiam, a
Logística ainda não era conduzida por uma filosofia administrativa, e suas principais
atividades eram responsabilidades de outras áreas da organização:
● A área de Transporte era de responsabilidade da Produção;
● Os Estoques ficavam a mercê das áreas de Marketing, Finanças ou Produção;
● E por fim, os Processamentos de pedidos eram efetuados pela área de Finanças
ou Vendas.
11
A principal mudança nesse cenário ocorreu em 1957, em que foi criada a
Association for Supply Chain, uma entidade com o propósito de definir e difundir os
conceitos relacionados à gestão da produção e dos materiais, principalmente ligados à
padronização.
Outra associação importante que foi criada na mesma época é chamada de
APICS (Sociedade Americana de Produção e Controle de Estoques). Essa é uma
organização educacional internacional sem fins lucrativos que oferece programas de
certificação, ferramentas de treinamento e oportunidades de networking para aumentar o
desempenho ligado à Gestão Logística no local de trabalho. Ela possui diversos cursos e
certificações profissionais como:
● CPIM: foco na gestão de operações, produção e estoque;
● CLTD: foco em logística, armazenagem, distribuição e transportes;
● CSCP: foco na gestão e estratégia da cadeia de abastecimento, Supply Chain
design, CRM (sistema de gestão de relacionamento com clientes), governança,
riscos e compliance.
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Figura 4 - Linha do Tempo da Logística
13
Houve, então, uma grande evolução nos setores de comunicação, por conta da
necessidade do diálogo entre diferentes áreas das empresas. Além disso, para resolver
os problemas de estocagem, a Toyota criou o sistema Just-in-Time, no qual o produto só
começava a ser feito mediante a confirmação do pedido do cliente.
Ações tomadas para com as mudanças:
● Busca por soluções que tornassem o processo mais rápido;
● Tentativa de reduzir os custos;
● Percepção de como a integração entre as áreas é essencial para a redução de
gastos e estoques.
Devemos lembrar que nessa época o mundo sentia o impacto da crise do petróleo
e o transporte foi muito afetado, fazendo uma espécie de reação em cadeia de grandes
gastos até explodir no estoque.
A passos lentos, a partir dessa década, também começa a introdução da
computação na área industrial.
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4ª Fase Evolutiva da Logística - Momento Atual!
O momento atual, com a Logística 4.0, é caracterizado pela compreensão e
adequação do conceito de Supply Chain (vantagem competitiva) e uma maior integração
entre todas as áreas da logística (não se limita a informação individual de cada área),
além de andar lado a lado com a tecnologia e a Inteligência Artificial.
A digitalização de todos os processos que fazem parte da logística trouxe
facilitadores em várias etapas, desde a produção, estocagem, gestão de pátio, até
chegar no transporte e nos serviços de pós-venda, que visa fidelizar o cliente. Alguns
exemplos são:
● Sistema de Gestão de Pátio (YMS);
● Sistema de Gestão de Armazém (WMS);
● Gestão e Organização dos Transportes (TMS);
● Sistema de Gestão Integrado (ERP).
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Gestão e Organização dos Transportes (TMS)
Software que gerencia a frota de veículos, dando o controle das informações
sobre frete, gestão de despacho, entregas, rastreamento de cargas e custos. Além disso,
realiza a emissão de documentos necessários para o transporte de cargas.
16
● Ter uma ótima visão de processos e indicadores, sabendo como medir cada um
deles;
● Conseguir padronizar e comunicar aos colaboradores como realizar as atividades
da área, principalmente relacionadas à armazenagem;
● Saber relacionar-se e gerir fornecedores;
● Saber ajudar o cliente na resolução de seus problemas;
● Promover a melhoria contínua dos processos de logística;
● Elaborar relatórios gerenciais auxiliando na tomada de decisões por parte de
clientes, superiores e fornecedores;
● Conhecer os processos relacionados à logística reversa e gestão de problemas
de transporte (avarias, etc.).
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Por fim, o módulo de liderança possui as seguintes habilidades:
● Coordenar equipes, a fim de garantir a execução de todas as atividades de uma
área de logística;
● Gerenciar pessoas, garantindo que todos estejam alinhados com a estratégia da
empresa;
● Implantar e gerenciar um sistema de gestão da qualidade para garantir a boa
execução dos processos logísticos;
● Gerenciar os custos e o budget da área da logística, promovendo iniciativas e
projetos para a sua redução e otimização;
● Selecionar e promover iniciativas estratégicas dentro da empresa;
● Gerenciar conflitos com clientes, fornecedores e colaboradores;
● Gerir estrategicamente o plano de desenvolvimento dos membros da área.
18
7.1. O que é Logística?
Como já sabemos, a Logística faz parte da Cadeia de Suprimentos, e está
envolvida com o armazenamento e transporte de produtos, sendo fundamental para a
competitividade da organização. Um dos maiores desafios dentro das empresas é
coordenar a competência funcional em uma cadeia logística integrada e voltada para o
serviço aos clientes.
No contexto mais amplo da cadeia logística, é essencial a sincronização
operacional com os clientes e fornecedores da matéria prima, além dos serviços para unir
as operações internas e externas, tornando-as um processo integrado.
Uma definição que podemos ressaltar nesse contexto, foi aquela oferecida pelo
estudioso Donald J. Bowersox:
19
Logística de Entrada (Inbound - Entrada)
Logística Inbound, ou Logística de Entrada, consiste em um conjunto de
operações e movimentações de matéria-prima obtidas de diferentes fontes até a chegada
do produto no depósito, bem como o manejo desses bens dentro da própria empresa até
a chegada no estoque. Ou seja, suas funções se relacionam à entrada dos produtos na
empresa, envolvendo as pessoas ligadas à administração desses bens.
Atividades e processos da Logística Inbound:
1. Receber, armazenar e descarregar;
2. Avaliar a eficiência da produção;
3. Retornar embalagens;
4. Processar dados sobre o fluxo de materiais.
20
Logística Verde
Termo que tem origem no inglês “green logistics“, também traduzido como
eco-logística. A logística verde é a gestão da cadeia de abastecimento que visa reduzir o
impacto ambiental das operações logísticas.
Isto é, trata-se de um conjunto de medidas e ações sustentáveis nos processos
logísticos de uma determinada empresa que tem como principal objetivo da logística
verde é ajustar os processos para que eles causem menos impactos ao meio ambiente.
Etapas da cadeia produtiva da Logística Verde:
● Empacotamento: prioridade de uso de embalagens biodegradáveis ou redução
de uso de matéria-prima;
● Carga e descarga: redução de desperdício, investimento em soluções
inteligentes e tecnológicas nos meios de produção;
● Armazenamento: organização e gestão para facilitar o transporte;
● Transporte: preferência por veículos que emitem menos gases do efeito estufa e
que demandam menos energia, assim como investimento em soluções como
sistemas de roteirização;
Etapas da cadeia produtiva da Logística Verde:
● Distribuição: redução de custos em deslocamento ou na produção de resíduos
gerados em entregas;
● Gestão de dados: retenção de informações sobre todo o processo produtivo para
analisar melhorias, reduzir desperdícios e entender o que pode se tornar mais
eficiente e ecológico;
● Reciclagem e reutilização: buscar soluções para coleta e reciclagem de material
de fabricação ou de produtos.
21
Logística verde diz respeito a um conjunto de atividades e posturas em todos os
processos de logísticas que antecedem a produção e entrega de um produto. O foco aqui
é gerar o menor impacto possível ao meio ambiente, tornando a produção mais limpa.
Para atingir esses objetivos, a empresa precisa criar um planejamento estratégico que
esteja preocupado com a sustentabilidade.
22
Figura 5 - Supply Chain (Parte 2)
23
Gerir essa cadeia de suprimentos significa garantir a disponibilidade de um
produto ou serviço no momento correto ao cliente, com uma qualidade adequada e o
menor custo possível.
Dada a complexidade deste objetivo nas organizações, isto só pode ser
alcançado com a padronização dos processos de trabalhos e utilização de ferramentas
robustas.
Por fim, são os corretos indicadores que darão visibilidade às empresas quanto à
performance de sua cadeia de suprimentos. A estrutura básica de um Supply Chain pode
ser analisada na figura abaixo:
24
Figura 8 - Planejamento do Supply Chain
A logística também tem relações com a área comercial das empresas, pois é
necessário um ótimo fluxo de informações de qualidade entre elas para tomar as
decisões mais assertivas possíveis.
25
Entre o planejamento logístico e as áreas de suprimentos, armazenagem e
transporte, há o intermédio da chamada torre de controle, que vai analisar dados e
decidir as prioridades do processo.
26
Figura 11 - Fluxograma Transportes
Planejar Transportes
No planejamento, o gestor determina a rota a ser seguida, decide a quantidade de
produtos a serem transportados de acordo com a capacidade de cada modal, e
administra o nível de serviço interno (quantas vezes a empresa cumpre com o que foi
contratado).
Programar Transportes
Já na programação, é feito o agendamento dos veículos e preparação das cargas
(processo de Tendering) para o transporte. Além disso, é feita a roteirização da
distribuição e o provisionamento dos fretes.
27
Executar e Acompanhar Transportes
Nesse processo, precisamos rastrear as cargas, para saber se o transporte está
ocorrendo de maneira correta e sem imprevistos, administrando esses possíveis eventos.
Administrar Desempenho
Para administrar os desempenhos, utilizamos os indicadores, como OTIN (On
Time In Full), que analisa se o pedido chegou completo e no tempo programado.
Para executar esses processos com excelência, precisamos nos atentar aos
pontos ilustrados abaixo:
28
Na seleção de serviços de transporte, é necessário ter uma metodologia
adequada para escolher o modal mais adequado de acordo com os critérios
estabelecidos, avaliando a qualificação da empresa a ser contratada e os custos
gerados.
No planejamento, é imprescindível que a empresa tenha um banco de dados com
sua capabilidade e restrições, para que consiga administrar e programar adequadamente
o transporte, que por sua vez vai compreender a disponibilidade de cargas e o volume de
pedidos.
Para que a programação de todos esses processos seja feita de maneira
adequada, é preciso que o gestor se atente aos principais indicadores dos transportes:
● Pedidos completos e no prazo (On time and in full - OTIF);
● Tempo de atraso das entregas e Tempo médio de entrega;
● Tempo de ciclo do pedido (desde o pedido do cliente até o recebimento);
● Pedidos sem incidentes no caminho, Avarias, danos e sinistros de transporte;
● Custos do transporte;
● Desperdícios típicos em Transportes.
Alguns desperdícios típicos do transporte podem ser vistos na figura abaixo, como
os veículos subutilizados, quando temos uma capacidade maior do que a utilizada, o
tempo de espera para carga e descarga, roteirizações que aumentam o tempo de
transporte, tipos ineficientes de modais e manutenções corretivas, quando há falta de
confiabilidade na frota.
29
Figura 13 - Desperdícios do Transporte
30
Além disso, gerenciar transportes também requer conhecer os direcionadores de
custos da atividade, principalmente do modal rodoviário:
31
Figura 16 - Direcionador de Tarifa
32
Figura 18 - Estratégias para redução de custos
33
Figura 19 - Processo de Armazenagem (Parte 1)
34
Figura 20 - Processo de Armazenagem (Parte 2)
35
Figura 21 - Métricas de estoque
36
Figura 22 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 1)
37
Recebimento
● Espera de veículos em doca para descarga
● Carga mal acondicionada no veículo, que pode gerar avarias
● Produtos não identificados, por exemplo, sem código de barras
● Local para depositar material não identificado
Inspeção
● Espera para início da inspeção
● Produtos mal identificados
● Inspeção 100% (mais demorada)
● Produtos com defeitos
● Espera por avaliação em laboratório
● Espera por movimentação
Armazenagem
● Excesso de movimentações, que podem ocasionar avarias
● Posições de guarda ocupada (informações do sistema diferentes do real)
● Excesso de ocupação
● Falta de priorização dos materiais
● Sinistros (quebra de paletes)
● Contingente de pessoas ou máquinas desalinhado com a demanda
● Disponibilidade de equipamentos
Packing/Picking
● Defeito na montagem do pedido
● Defeito no fechamento / selagem (montagem de embalagem)
● Espera para execução do pedido
● Falta de insumos
● Falta de material para o picking
38
Expedição
● Acúmulo de material para despacho
● Atraso na manobra de veículos
● Falta de padronização / sequenciamento para carregamento
● Documentação para liberação não disponível
● Manuseio incorreto
39
Figura 24 - Processo de Planejamento
40
Figura 25 - DRP
41
Figura 26 - Indicadores do Planejamento da Produção
42
Para o planejamento da Logística Reversa, devemos levar em conta cada um de
seus processos:
43
● Assimetria do volume de produtos transportados;
● A visibilidade do processo é mais complicada;
● Pouca priorização, a depender da estrutura organizacional da empresa.
Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse o curso de Logística Reversa da
FM2S!
44
Figura 28 - TMS (Parte 1)
45
Outros TMS’s funcionam em situações mais específicas, como por exemplo:
● Dock-scheduling: agendamento das docas de transporte (para carregamento e
descarregamento)
● Visibilidade de ordens e embarques
● Gestão de Performance, Scorecards, Dashboards
46
Figura 30 - Processos executados pelo TMS
47
3. Gerenciamento de estoque: O WMS rastreia as informações detalhadas
sobre os produtos armazenados, incluindo localização, quantidade, lote, data de
validade e outras características relevantes. Isso permite um controle preciso do
estoque (sabendo quais mercadorias estão faltando ou sobrando) e facilita o
acesso rápido às mercadorias.
4. Separação de pedidos: O sistema WMS otimiza o processo de separação de
pedidos (picking), fornecendo informações sobre a localização exata dos produtos
no armazém.
Isso ajuda a reduzir erros e tempo de preparação de pedidos.
5. Embalagem e expedição: O WMS auxilia na preparação dos produtos para
envio, fornecendo instruções de embalagem adequadas e gerando documentação
de transporte, como etiquetas e faturas. Ele também pode ajudar a coordenar as
atividades de envio e a selecionar o melhor método de transporte.
6. Rastreamento e monitoramento: O sistema WMS permite rastrear o
movimento das mercadorias dentro do armazém, fornecendo informações em
tempo real sobre a localização e o status dos produtos. Isso permite o
monitoramento eficaz das operações e a tomada de decisões baseadas em dados
atualizados.
7. Reabastecimento de estoque: O WMS automatiza o processo de
reabastecimento de estoque, gerando alertas quando os níveis de estoque estão
baixos e direcionando a reposição adequada dos produtos.
8. Relatórios e análises: O sistema gera relatórios detalhados sobre as
atividades do armazém, como níveis de estoque, tempo de processamento de
pedidos, produtividade da equipe e custos operacionais. Esses relatórios ajudam
na tomada de decisões estratégicas e no aprimoramento contínuo das operações
do armazém.
48
Além desses dois softwares mais específicos, vários fabricantes disponibilizam no
mercado soluções mais “genéricas”, onde também são incluídas funcionalidades de
planejamento da produção e de suprimentos.
A tecnologia ideal, porém, vai depender do nível de maturidade, necessidade e
complexidade dos processos de cada empresa.
49
Figura 31 - Lean (Parte 1)
50
O foco do Lean Logistics é justamente buscar atender os objetivos das áreas de
logísticas, através da eliminação de todos os desperdícios que ocorrem na cadeia de
suprimentos, inclusive na armazenagem.
Devemos ter em mente que a Cadeia de Suprimentos tem extensões externas às
nossas empresas, então o Lean Logistics irá atuar na Cadeia Estendida, inclusive,
podendo trabalhar com fornecedores e distribuidores, dependendo de quem seja o cliente
do processo em estudo.
51
16. Dicas e Boas Práticas
Agora que já sabemos sobre os fundamentos da Logística, é interessante ter
algumas dicas e boas práticas em mente:
Utilização de indicadores de desempenho: Uma boa gestão deve ser baseada
em dados. Para verificar se a estratégia é eficiente, é preciso avaliar os indicadores de
desempenho da empresa.
Investimento em tecnologia: As soluções tecnológicas são grandes aliadas para
administrar os processos de produção e distribuição de uma empresa. A automatização
aumenta a produtividade, reduz erros e falhas humanas, além de facilitar a coleta de
dados. Com a utilização de software, os colaboradores têm mais tempo para investir em
novas estratégias, pois as atividades repetitivas são automatizadas.
Previsão de demanda: Estimar a demanda de serviços é essencial, isso porque
o objetivo da gestão logística é reduzir custos sem perder a qualidade. Assim, fica mais
fácil estabelecer a quantidade de compras e metas de faturamento.
Satisfação do consumidor: Clientes satisfeitos são o combustível para o
negócio de sucesso. Desse modo, ao gerenciar a logística da sua empresa, é preciso
sempre entregar o melhor produto e serviço.
Cuidado com o meio ambiente: Os assuntos de sustentabilidade tem estado
muito em alta dentro da gestão logística, reutilizar, reciclar e recuperar os resíduos
gerados durante a produção, armazenamento ou transporte são boas práticas para com
o meio ambiente, uma vez que os consumidores estão cada vez mais conscientes e
optam por comprar produtos de empresa sustentáveis.
Treinamento para os colaboradores: Capacitar os profissionais é essencial para
a gestão logística, se os colaboradores não estiverem preparados, de nada adiantará ter
tecnologia e processos bem definidos.
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17. Revisão
Vamos relembrar os tópicos vistos durante o curso de Fundamentos da Gestão
Logística:
● A Logística e a Cadeia de Suprimentos (Supply Chain);
● Os Processos envolvidos na Logística (Transporte, Armazenagem e
Planejamento)
● Tecnologias envolvidas na gestão logística;
● Excelência Operacional na Gestão Logística;
● Indicadores e resultados;
Parabéns!
Obrigado pela caminhada até aqui!
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