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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Apostila fundamentos da gestão logística [livro


eletrônico]. -- Campinas, SP : FM2S
Educação e Consultoria, 2023.
PDF

ISBN 978-65-80624-68-3

1. Armazenagem 2. Cadeia de suprimentos -


Administração 3. Estoques - Administração
4. Logística (Organização) 5. Planejamento
estratégico.

23-166878 CDD-658.5
Índices para catálogo sistemático:

1. Gestão da logística : Redes de suprimentos :


Administração de empresas 658.5

Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253


Apostila - Design Thinking 3

Quem somos

13
Uma empresa de Educação e Consultoria criada para
compartilhar conhecimento de excelência na prática. A FM2S
foi escolhida para ocupar o Parque Tecnológico da UNICAMP, anos de
mercado
uma das universidades mais conceituadas do país. Já são mais
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contamos com diversos cursos nas áreas de: Gestão de
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na carreira. E isso é muito mais do que oferecer cursos,
entregamos nossa experiência para que os profissionais sejam
respeitados na sua empresa, na comunidade e na sociedade
como um todo.

Nosso propósito
Acelerar o crescimento profissional de nossos alunos por meio de uma experiência
educacional única, fundamentada em conceitos sólidos, linguagem simples,
ferramentas e exemplos práticos.

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Sumário
1. Boas-vindas 1

2. O que é Gestão Logística? 2

2.1. Onde atua a Gestão Logística? 4

3. Case 5

4. Vantagens da Gestão Logística 7

4.1. Vantagens para a empresa 9

4.2. Vantagens para o profissional 9

5. Contexto Histórico 10

5.1. As fases da Logística 13

5.2. Sistemas de Gestão 15

6. O bom profissional da área da Logística 16

7. Conceitos fundamentais da Logística 18

7.1. O que é Logística? 19

9. A Logística e a Cadeia de Suprimentos 22

10. Os processos de Movimentação e Transportes 26

11. Os processos de armazenagem 33

12. Os processos de Planejamento Logístico 39

12.1. Distribution Resource Planning – DRP 40

13. Logística Reversa 42

14. Tecnologias na Gestão Logística 44

14.1. Sistema de Gestão de Transportes (TMS) 44

14.2. Sistema de Gestão de Armazéns 47

15. Excelência Operacional aplicada à Logística 49

16. Dicas e Boas Práticas 52

17. Revisão 53
Lista de Figuras
Figura 1 - Supply Chain (Parte 1) 2
Figura 2 - Nível de Serviço 7
Figura 3 - Vantagens 8
Figura 4 - Linha do Tempo da Logística 13
Figura 5 - Supply Chain (Parte 2) 23
Figura 6 - Áreas da Cadeia de Suprimentos 23
Figura 7 - Estruturação Básica 24
Figura 8 - Planejamento do Supply Chain 25
Figura 9 - Logística e Comercial 25
Figura 10 - Logística no Supply Chain 26
Figura 11 - Fluxograma Transportes 27
Figura 12 - Administrar com Excelência 28
Figura 13 - Desperdícios do Transporte 30
Figura 14 - Direcionador de Produtividade 31
Figura 15 - Direcionador de Especificação 31
Figura 16 - Direcionador de Tarifa 32
Figura 17 - Composição dos custos 32
Figura 18 - Estratégias para redução de custos 33
Figura 19 - Processo de Armazenagem (Parte 1) 34
Figura 20 - Processo de Armazenagem (Parte 2) 35
Figura 21 - Métricas de estoque 36
Figura 22 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 1) 37
Figura 23 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 2) 37
Figura 24 - Processo de Planejamento 40
Figura 25 - DRP 41
Figura 26 - Indicadores do Planejamento da Produção 42
Figura 27 - Logística Reversa 43
Figura 28 - TMS (Parte 1) 45
Figura 29 - TMS (Parte 2) 45
Figura 30 - Processos executados pelo TMS 47
Figura 31 - Lean (Parte 1) 50
Figura 32 - Lean (Parte 2) 50
Figura 33 - Evolução do Lean 51
Fundamentos da Gestão Logística

1. Boas-vindas
Bem-vindos ao curso de Fundamentos da Gestão Logística da FM2S! Ao longo do
curso vamos apresentar os processos e conceitos essenciais da Logística para os
profissionais que querem se destacar nessa área. Nas próximas aulas veremos os
seguintes tópicos:
● O que é Logística?
● Vantagens
● Contexto Histórico da Logística
● O bom profissional da Gestão Logística
● Conceitos Fundamentais do Trabalho com Logística
● A Logística e a Cadeia de Suprimentos (Supply Chain)
● Os processos de Distribuição e Transportes
● Os processos de Armazenagem
● Os processos de Planejamento Logístico (coordenação de processos)
● Logística Reversa (principalmente no e-commerce)
● Tecnologias da Gestão Logística
● Excelência Operacional em Logística
● Lean Logistics
● KPIs (indicadores) da Gestão Logística
● Dicas e Boas Práticas
● Revisão

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2. O que é Gestão Logística?
A Logística é uma parte da gestão da cadeia de suprimentos que lida com o fluxo
eficiente, direto e reverso, de bens, serviços e informações relacionadas, desde o ponto
de origem até o de consumo, de acordo com as necessidades dos clientes.
Dessa maneira, o gerenciamento da Logística é um componente que mantém a
cadeia de suprimentos unida. Ou seja, os recursos administrados por ela podem incluir
bens tangíveis, como materiais, equipamentos e suprimentos, assim como alimentos e
outros itens de consumo.
Para entendermos melhor a Logística, precisamos primeiro definir o Supply Chain
ou a Cadeia de Suprimentos, que é a rede que inclui todos os indivíduos, organizações,
atividades e tecnologias envolvidos desde o processo de materialização até a entrega de
um produto e/ou serviço ao seu usuário final.
O produto, portanto, é resultado de uma série de processos e pessoas
trabalhando em conjunto, como podemos ver a seguir:

Figura 1 - Supply Chain (Parte 1)

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Embora a maioria das pessoas associe a gestão logística com transportes é
importante frisar que não se trata apenas disso. Na verdade, a sua gestão consiste na
administração dos processos de planejamento, compra, produção, transporte,
armazenamento, distribuição e entrega do produto ao consumidor final. Lembrando que
esse valor produzido deve ser entregue no tempo, na quantidade e qualidade correta, e,
portanto, precisa haver uma boa comunicação entre as partes para que esses objetivos
estejam claros. Caso contrário, pode haver insatisfação dos clientes e perda de
competitividade da empresa no mercado.
A Logística é uma área extremamente importante dentro de qualquer empresa,
seja ela uma fornecedora de produtos ou serviços. Isso porque, ela está diretamente
relacionada a um dos elementos mais importantes de um negócio: a saúde financeira.
Também é necessário escolher bem o que comprar, quando produzir ou parar de
produzir, como armazenar, transportar, entre outros. Vale ressaltarmos que tudo isso faz
parte da Gestão Logística e é essencial para garantir a efetividade das operações de um
negócio e manter o equilíbrio das contas.
O principal objetivo da Gestão Logística é usar os recursos da empresa de forma
estratégica para evitar gastos desnecessários. Essas operações requerem cuidados
especiais do gestor e sua equipe, podendo trazer redução de custos e aumento da
produtividade.
A gestão logística, portanto, é a chave para otimizar processos e melhorar a
eficiência operacional da sua empresa. Para otimizar essa estratégia, é necessário
mapear as atividades do zero e encontrar as soluções mais rápidas para entregar valor
aos clientes.

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2.1. Onde atua a Gestão Logística?
Como dissemos, a Gestão Logística não atua apenas no transporte, mas em
todas as áreas a seguir:
Armazenamento: A Gestão Logística é fundamental para o armazenamento, pois
ajuda a aproveitar o espaço necessário para conservar e manter o estoque. Esse
processo engloba a escolha da localização, o tamanho do local que será utilizado, as
rotas de saída e a tributação.
O SKU (Stock keeping unit), por exemplo, é a unidade de armazenamento que
pode variar em centenas de tipos, mas sempre de acordo com os produtos a serem
estocados. Quanto maior o número de SKU´s, mais difícil se torna a gestão deles, assim
o profissional dessa área deve estar atento a possíveis desvios no processo.
Controle de Pedidos: Desde a realização do pedido até a sua entrega, é a
Gestão Logística que planeja todo o necessário para cumprir a data estabelecida,
alinhando os processos internos com a disponibilização dos produtos, ou seja, fazendo
toda a comunicação interna e externa, desde o fornecedor até o consumidor final.
Embalagem: A Gestão Logística é a responsável por garantir a qualidade e o
baixo custo das embalagens, assim como escolher as melhores práticas de proteção dos
produtos. Essa etapa é fundamental para que os pedidos sejam entregues sem nenhum
tipo de dano ou avaria.
Controle de Estoque: A Gestão Logística ajuda no controle de estoque para que
a empresa sempre tenha a quantidade certa de produtos disponíveis para atender os
consumidores, sem falta ou excesso. Ela também impacta o setor de compras, pois com
o planejamento adquire-se apenas o necessário.
Cadeia de Suprimentos: Nessa área, a gestão logística é utilizada para que as
operações sejam mais sólidas, atuando de forma conjunta para maximizar a
competitividade dos negócios.
Gestão de Transporte e Frotas: A gestão logística é aplicada na gestão de
frotas para fazer um planejamento de renovação e manutenção dos veículos,
acompanhando em tempo real o seu desempenho. Essa administração pode ser
dificultada se existem rotas multimodais, ou seja, que utilizam mais de um meio de
transporte.

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3. Case
Para entendermos um pouco mais sobre a Gestão Logística, veremos um
exemplo real de sua aplicação:
Juliana, uma analista da área de suporte à logística em uma empresa de
transporte de medicamentos e alimentos, do interior de São Paulo, enfrentava alguns
problemas devido à má gestão de sua área.
Por ser um setor importante para o funcionamento de pedidos, entregas,
movimentação e transporte dos produtos, Juliana estava preocupada, pois o bom
funcionamento da sua área era essencial para a saúde financeira de toda a empresa.
As demandas que chegavam para o setor de Juliana e que não eram atendidas
estão elencadas a seguir:
● Altos índices de reclamações dos clientes, pois 50% dos pedidos eram entregues
com atraso (indicador do nível de serviço);
● Perda de 15% dos melhores clientes, pelas entregas fora do prazo;
● 12% da receita era perdida com multas e transporte de emergência.

Observando o dia a dia da área e vendo tudo desmoronar, Juliana resolveu tomar
uma atitude frente aos problemas. Para isso, ela começou mapeando os fluxos logísticos
(no armazém com o picking e packing), transacionais (informações) e de valor do
processo produtivo (ligados à produção). Com esses dados, Juliana conseguiu localizar
alguns gargalos:

1. Gargalos no fluxo de valor do processo produtivo:


● Excesso de estoque;
● Tempo de espera muito longo;
● Falta de sincronização entre os fornecedores e o armazém;
● Falta de visibilidade e controle, com uma armazenagem desorganizada.

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2. Gargalos no fluxo logístico:
● Planejamento inadequado da flutuação de demanda;
● Ineficiências no transporte e distribuição, com roteirização inadequada;
● Falha na gestão de estoque e desorganização;
● Falta de integração e comunicação entre os sistemas.

3. Gargalos no fluxo de valor do processo produtivo:


● Erros na entrada de dados dos clientes;
● Falhas na comunicação;
● Atrasos no processamento;
● Falhas no registro e reconciliação;
● Problemas no pagamento.

Feitos os mapeamentos, a analista começou a traçar ações para conseguir agir


em cima dos gargalos localizados. Como projetos de ação, ela propôs:
● Reengenharia nos fluxos transacionais, revendo o que era emergência ou não;
● Reavaliação do estoque disponível;
● Organização do tempo e Saneamento de cadastros;
● Redução do tempo de preparação de máquina.

Com as melhorias de Juliana, o nível de serviço da empresa teve um grande


aumento, diminuindo também a reclamação dos clientes e os gastos com os transportes
de emergência, como podemos ver na figura abaixo:

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Figura 2 - Nível de Serviço

Juliana, então, apresentou seus projetos para a gerência da sua área e conseguiu
com que eles fossem implementados. Com isso, ela conseguiu reduzir em 40% o número
de pedidos atrasados, criando novos padrões para otimizar o funcionamento dos
processos. Com esse resultado impressionante, Juliana foi promovida a supervisora da
área!

4. Vantagens da Gestão Logística


Com o intermédio da Gestão Logística, as empresas podem conseguir vantagens
competitivas através da diferenciação da qualidade do serviço (valor) prestado aos
clientes ou operando com custos mais baixos (a partir de melhorias na produtividade).
Esses fatores geram destaque no mercado em relação às outras organizações, como
pode ser visto na matriz de Porter abaixo:

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Figura 3 - Vantagens

Os produtos que possuem grande desempenho tanto no valor, quanto na


produtividade são aqueles que atingem a excelência. Para que isso aconteça, a Logística
é considerada um dos elementos chaves do sucesso de uma organização, seja através
da redução de custo (ganhando competitividade por ter um produto mais barato), da
diminuição do tempo de resposta aos pedidos dos clientes ou na melhora nos serviços de
atendimento.
A sobrevivência das empresas, no atual contexto de hipercompetição, requer a
adoção de estratégias que assegurem vantagens sustentáveis frente aos competidores.
Para isso, os seus responsáveis precisam fazer escolhas e tomar decisões adequadas
quanto ao nível de serviço, modais de transporte, circuitos de distribuição, entre outros.

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4.1. Vantagens para a empresa
Algumas das vantagens da Gestão Logística para as empresas que a aplicam
são:
Aumento da produtividade: A empresa é capaz de desempenhar suas
atividades de maneira mais organizada e concisa, como vimos no Case, estruturando
melhor suas equipes e gerenciando toda a infraestrutura envolvida na logística de uma
ponta até a outra com mais eficiência. Como consequência dessa operação mais eficaz e
estratégica, o negócio consegue imprimir uma produtividade maior sem que haja
aumento de equipe ou de custos.
Maior agilidade: Uma boa gestão logística permite com que as equipes que
fazem parte das etapas da cadeia de produção se comuniquem melhor, aumentando
eficiência dos processos e evitando o desperdício de tempo.
Aumento da confiabilidade (aumento da satisfação do cliente): Uma gestão
logística bem implementada facilita a construção de uma relação de confiança com os
clientes, promovendo um atendimento de qualidade por meio de entregas ágeis e
pontuais.
Diminuição de falhas e redução de gastos: Uma boa gestão logística possibilita
uma visão mais abrangente dos processos, facilitando a identificação de falhas em
qualquer etapa e minimizando seus efeitos, o que, consequentemente, reduz os gastos
da empresa, pois há menos retrabalho com tarefas que possam ser prejudiciais a
continuidade do processo.

4.2. Vantagens para o profissional


Para o profissional que investe em conhecimento sobre Logística, também
existem diversas vantagens envolvidas:
Maior controle das atividades: uma boa gestão logística permite o controle
aprofundado dos processos, ajudando o profissional a identificar pontos de atenção e
realizar melhorias, investimentos ou intervenções de forma pontual.

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Otimização de resultados: O controle ativo das atividades, equipamentos e
processos envolvidos na cadeia logística reforçam a produtividade e o alcance dos
objetivos pessoais, da área e, consequentemente, da organização.
Melhora na tomada de decisões: Uma boa gestão logística oferece uma visão
mais ampla aos líderes e gestores, auxiliando no processo decisório.

5. Contexto Histórico
Para entender melhor sobre o desenvolvimento da Logística e a história da
Gestão de Transportes, precisamos conhecer de onde elas surgiram e quais foram as
evoluções ocorridas para chegarmos até aqui.
Ainda hoje a logística não possui uma data definida referente ao seu surgimento,
já que a administração e o transporte de itens sempre foram necessários. Porém,
sabe-se que técnicas diversas foram utilizadas em campanhas de guerras, como
exemplo as tropas de Alexandre, o Grande (310 a.C.), que utilizavam alguns processos
para que durante as guerras e expansões territoriais não houvessem necessidades
extras ou até mesmo a falta de mantimentos, munições, água, entre outros.
Naquela época, a estratégia era sempre focada no planejamento, distribuição e
manutenção desses itens e de suas tropas. Hoje em dia, houve a mudança do tipo de
item administrado, que passou a ser um produto, cujo valor foi agregado em uma
indústria.
Na Grécia antiga deu-se origem a logística com o termo Logistikas, que
significava cálculo e raciocínio, no sentido matemático. Com isso, os militares,
responsáveis pela parte financeira e pela distribuição de suprimentos em meio as
batalhas, eram conhecidos como logistikos.
Assim, essa nomenclatura passa a ser adotada, também, nos impérios Romano e
Bizantino, ato que transformou a logística como uma arte de movimentar exércitos e seus
suprimentos.

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No início da Idade Média, a logística entrou em um estado de dormência, sem ser
conduzida ou referenciada, já que tanto o comércio quanto as grandes guerras entre
Impérios também ficaram adormecidos.
Até meados do século XX, momento em que as grandes fábricas já existiam, a
Logística ainda não era conduzida por uma filosofia administrativa, e suas principais
atividades eram responsabilidades de outras áreas da organização:
● A área de Transporte era de responsabilidade da Produção;
● Os Estoques ficavam a mercê das áreas de Marketing, Finanças ou Produção;
● E por fim, os Processamentos de pedidos eram efetuados pela área de Finanças
ou Vendas.

Por outro lado, se adentrarmos no contexto histórico da Gestão de Transportes,


veremos que este sempre andou paralelamente com a evolução da Logística. Em
meados do século XIX, após as Revoluções Industriais, originou-se o conceito de
sistemas de transporte, que revolucionou o mundo do comércio e teve como marcos
históricos mundiais:
1807: Invenção da máquina a vapor.
1830: Início do transporte ferroviário.
1865: Início do transporte dutoviário.
1917: Início da utilização comercial do automóvel.
1926: Início da aviação comercial.

Caso queira se aprofundar no conhecimento da história desses sistemas, assista


ao curso Gestão de Transportes da FM2S!
Voltando para a Logística no século XX, vale ressaltarmos que até meados no
século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, ela ainda encontrava-se precária,
principalmente em países menos desenvolvidos. A Alemanha, por exemplo, transportava
80% de seus suprimentos de guerra em simples carroças.

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A principal mudança nesse cenário ocorreu em 1957, em que foi criada a
Association for Supply Chain, uma entidade com o propósito de definir e difundir os
conceitos relacionados à gestão da produção e dos materiais, principalmente ligados à
padronização.
Outra associação importante que foi criada na mesma época é chamada de
APICS (Sociedade Americana de Produção e Controle de Estoques). Essa é uma
organização educacional internacional sem fins lucrativos que oferece programas de
certificação, ferramentas de treinamento e oportunidades de networking para aumentar o
desempenho ligado à Gestão Logística no local de trabalho. Ela possui diversos cursos e
certificações profissionais como:
● CPIM: foco na gestão de operações, produção e estoque;
● CLTD: foco em logística, armazenagem, distribuição e transportes;
● CSCP: foco na gestão e estratégia da cadeia de abastecimento, Supply Chain
design, CRM (sistema de gestão de relacionamento com clientes), governança,
riscos e compliance.

Para consolidarmos melhor o trajeto histórico que a logística teve, a seguir


falaremos, de maneira resumida e descritiva, sobre as suas 4 fases evolutivas.

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Figura 4 - Linha do Tempo da Logística

5.1. As fases da Logística


1ª Fase Evolutiva da Logística - Até meados dos anos 60
O objetivo da Logística nessa primeira fase era criar canais de distribuição para
que as mercadorias pudessem chegar aos clientes sem grandes riscos. As indústrias,
competindo em um mercado mundial em meio à Guerra Fria, queriam maximizar sua
eficiência produtiva, controlando os investimentos e deixando de lado, muitas vezes, a
qualidade das entregas.

2ª Fase Evolutiva da Logística - A partir dos anos 70


Já na segunda fase evolutiva, o mercado se modifica, a variedade de produtos
aumenta e a concorrência se torna mais acirrada. Por conta disso, o aumento da procura
gera impactos nos estoques e nos custos, que deixaram cada vez mais claro a
necessidade de uma nova Logística: a 3.0.

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Houve, então, uma grande evolução nos setores de comunicação, por conta da
necessidade do diálogo entre diferentes áreas das empresas. Além disso, para resolver
os problemas de estocagem, a Toyota criou o sistema Just-in-Time, no qual o produto só
começava a ser feito mediante a confirmação do pedido do cliente.
Ações tomadas para com as mudanças:
● Busca por soluções que tornassem o processo mais rápido;
● Tentativa de reduzir os custos;
● Percepção de como a integração entre as áreas é essencial para a redução de
gastos e estoques.

Devemos lembrar que nessa época o mundo sentia o impacto da crise do petróleo
e o transporte foi muito afetado, fazendo uma espécie de reação em cadeia de grandes
gastos até explodir no estoque.
A passos lentos, a partir dessa década, também começa a introdução da
computação na área industrial.

3ª Fase Evolutiva da Logística - Anos 80


Na terceira fase, a integração entre as áreas de logística passa a ser funcional
(ainda que incompleta e com falhas). Além disso, é introduzido o EDI (Intercâmbio
Eletrônico de Dados), uma tecnologia com o objetivo de padronizar e melhorar a troca de
informação (envio e recebimento) entre sistemas, como foi o caso do código de barras.
Outra característica dessa fase é o foco no cliente, quando as empresas passam
a compreender que não adianta ter eficiência se o cliente não sai satisfeito, mas é
preciso prezar pela qualidade em seus processos e produtos.

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4ª Fase Evolutiva da Logística - Momento Atual!
O momento atual, com a Logística 4.0, é caracterizado pela compreensão e
adequação do conceito de Supply Chain (vantagem competitiva) e uma maior integração
entre todas as áreas da logística (não se limita a informação individual de cada área),
além de andar lado a lado com a tecnologia e a Inteligência Artificial.
A digitalização de todos os processos que fazem parte da logística trouxe
facilitadores em várias etapas, desde a produção, estocagem, gestão de pátio, até
chegar no transporte e nos serviços de pós-venda, que visa fidelizar o cliente. Alguns
exemplos são:
● Sistema de Gestão de Pátio (YMS);
● Sistema de Gestão de Armazém (WMS);
● Gestão e Organização dos Transportes (TMS);
● Sistema de Gestão Integrado (ERP).

5.2. Sistemas de Gestão


Existem diferentes tipos de sistemas de gestão, como exemplo:
Sistema de Gestão de Pátio (YMS)
Ferramenta usada por gestores para monitorar e controlar as operações e
atividades que ocorrem dentro do pátio, entre elas podemos citar: o gerenciamento das
docas, portaria, direcionamento dos veículos. Ou seja, tudo passa a ser monitorado e
registrado pelo sistema. O que garante ao gestor um controle e uma visibilidade sobre
todas as suas operações, dando um poder de decisão mais claro e baseado em dados.

Sistema de Gestão de Armazém (WMS)


Com um impacto direto na cadeia de suprimentos, esse sistema otimiza e integra
todos os processos internos relacionados à armazenagem dos centros de distribuição.
Ele ajuda na conferência de pedidos, no processo de picking e no banco de dados com
os endereços dos clientes.

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Gestão e Organização dos Transportes (TMS)
Software que gerencia a frota de veículos, dando o controle das informações
sobre frete, gestão de despacho, entregas, rastreamento de cargas e custos. Além disso,
realiza a emissão de documentos necessários para o transporte de cargas.

Sistema de Gestão Integrado (ERP)


Permite uma visão e um controle mais claro de tudo que ocorre dentro da
empresa e, consequentemente, dentro da logística das operações. Sistema que coleta
informações e as reúne no mesmo local, de forma centralizada, facilitando a troca de
informações e gerando análises de forma automatizada e eficiente.
Além disso, ele organiza toda a rotina de trabalho de uma empresa e registra
dados referentes a funcionários, clientes, fornecedores, produtos, impostos, compras,
vendas, entre vários outros.

6. O bom profissional da área da Logística


Para compreender as habilidades que o mercado de trabalho quer de um
profissional da área da logística, precisamos dividi-los em três módulos: essencial,
habilidades para quem tem o conhecimento básico sobre o assunto, avançado, para
quem tem um conhecimento mais aprofundado e líder, voltado para profissionais em
cargos de liderança. Vamos analisar cada um deles com base em pesquisas de mercado
feitas pela FM2S.
As habilidades do módulo essencial são:
● Ter uma visão sistêmica da área de Supply Chain (entender as atividades
rotineiras e processos interligados da empresa);
● Conhecer a fundo os processos envolvidos em armazenagem e gestão de
estoques;

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● Ter uma ótima visão de processos e indicadores, sabendo como medir cada um
deles;
● Conseguir padronizar e comunicar aos colaboradores como realizar as atividades
da área, principalmente relacionadas à armazenagem;
● Saber relacionar-se e gerir fornecedores;
● Saber ajudar o cliente na resolução de seus problemas;
● Promover a melhoria contínua dos processos de logística;
● Elaborar relatórios gerenciais auxiliando na tomada de decisões por parte de
clientes, superiores e fornecedores;
● Conhecer os processos relacionados à logística reversa e gestão de problemas
de transporte (avarias, etc.).

Já no módulo avançado, as habilidades são:


● Ter uma excelente capacidade analítica, de resolução de problemas, e melhoria
contínua do trabalho sendo realizado;
● Saber organizar os processos administrativos e financeiros da área logística,
organizando documentos fiscais, analisando e reduzindo custos;
● Saber comunicar-se de maneira efetiva e assertiva com os membros da equipe e
das outras áreas da empresa;
● Ter uma excelente capacidade de apresentação de projetos e indicadores da
área, sabendo vender suas ideias e prezando pelo alcance da estratégia da
empresa;
● Saber gerenciar fornecedores e contratos, garantindo a sustentabilidade
estratégica da empresa da maneira mais econômica possível;
● Ter conhecimento sobre os processos de logística internacional (importação e
exportação), sendo capaz de trabalhar nestas atividades.

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Por fim, o módulo de liderança possui as seguintes habilidades:
● Coordenar equipes, a fim de garantir a execução de todas as atividades de uma
área de logística;
● Gerenciar pessoas, garantindo que todos estejam alinhados com a estratégia da
empresa;
● Implantar e gerenciar um sistema de gestão da qualidade para garantir a boa
execução dos processos logísticos;
● Gerenciar os custos e o budget da área da logística, promovendo iniciativas e
projetos para a sua redução e otimização;
● Selecionar e promover iniciativas estratégicas dentro da empresa;
● Gerenciar conflitos com clientes, fornecedores e colaboradores;
● Gerir estrategicamente o plano de desenvolvimento dos membros da área.

7. Conceitos fundamentais da Logística


Os conceitos fundamentais da Logística que vamos aprofundar ao longo do curso
são:
● A Logística, seus tipos e a Cadeia de Suprimentos (Supply Chain);
● Processos de Movimentação e Transporte;
● Processos de Armazenagem;
● Processos de Planejamento Logística;
● Tecnologias envolvidas na gestão logística (WMS e TMS);
● Excelência Operacional na Gestão Logística;
● Indicadores e resultados.

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7.1. O que é Logística?
Como já sabemos, a Logística faz parte da Cadeia de Suprimentos, e está
envolvida com o armazenamento e transporte de produtos, sendo fundamental para a
competitividade da organização. Um dos maiores desafios dentro das empresas é
coordenar a competência funcional em uma cadeia logística integrada e voltada para o
serviço aos clientes.
No contexto mais amplo da cadeia logística, é essencial a sincronização
operacional com os clientes e fornecedores da matéria prima, além dos serviços para unir
as operações internas e externas, tornando-as um processo integrado.
Uma definição que podemos ressaltar nesse contexto, foi aquela oferecida pelo
estudioso Donald J. Bowersox:

“A logística envolve a gestão do processamento de pedidos,


estoques, transportes e a combinação de armazenamento,
manuseio de materiais e embalagens, todos integrados por uma
rede de instalações. Seu objetivo é apoiar as necessidades
operacionais de suprimentos, manufatura e atendimento ao
cliente na cadeia de suprimentos.”
- Donald J. Bowersox

Ou seja, a logística tem a responsabilidade de projetar e administrar sistemas, a


fim de controlar o transporte e a localização geográfica dos estoque de matérias primas,
produtos, em processo e/ou acabados, pelo menor custo total. Além disso, seu maior
objetivo é a satisfação das necessidades dos clientes, sempre tentando alcançar o menor
custo total, que pode ser feito pelo S&OP (Sales & Operation Planning).
Como engloba diversas atividades, podemos, então, dividir a Logística em alguns
setores que serão apresentados a seguir:

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Logística de Entrada (Inbound - Entrada)
Logística Inbound, ou Logística de Entrada, consiste em um conjunto de
operações e movimentações de matéria-prima obtidas de diferentes fontes até a chegada
do produto no depósito, bem como o manejo desses bens dentro da própria empresa até
a chegada no estoque. Ou seja, suas funções se relacionam à entrada dos produtos na
empresa, envolvendo as pessoas ligadas à administração desses bens.
Atividades e processos da Logística Inbound:
1. Receber, armazenar e descarregar;
2. Avaliar a eficiência da produção;
3. Retornar embalagens;
4. Processar dados sobre o fluxo de materiais.

Logística de Saída (Outbound - Saída)


Logística Outbound, ou Logística de Saída, é a atividade por meio da qual uma
empresa entra em contato direto com o mercado e o consumidor. Vale ressaltar que essa
gestão deve cuidar de todo o processo de distribuição dos itens até os clientes finais.
Outbound quer dizer saída, o que, no caso da logística, representa a saída dos materiais
da fábrica para outros pontos.
Atividades e processos da Logística Outbound:
1. Contratação de operadores logísticos e transportadoras;
2. Transferências de produtos entre unidades;
3. Planejamento de rotas;
4. Monitoramento e rastreamento das entregas;
5. Controle de ocorrências no transporte;
6. Entrega para o cliente final;
7. Planejamento de trocas e devoluções;
8. Acompanhamento dos resultados.

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Logística Verde
Termo que tem origem no inglês “green logistics“, também traduzido como
eco-logística. A logística verde é a gestão da cadeia de abastecimento que visa reduzir o
impacto ambiental das operações logísticas.
Isto é, trata-se de um conjunto de medidas e ações sustentáveis nos processos
logísticos de uma determinada empresa que tem como principal objetivo da logística
verde é ajustar os processos para que eles causem menos impactos ao meio ambiente.
Etapas da cadeia produtiva da Logística Verde:
● Empacotamento: prioridade de uso de embalagens biodegradáveis ou redução
de uso de matéria-prima;
● Carga e descarga: redução de desperdício, investimento em soluções
inteligentes e tecnológicas nos meios de produção;
● Armazenamento: organização e gestão para facilitar o transporte;
● Transporte: preferência por veículos que emitem menos gases do efeito estufa e
que demandam menos energia, assim como investimento em soluções como
sistemas de roteirização;
Etapas da cadeia produtiva da Logística Verde:
● Distribuição: redução de custos em deslocamento ou na produção de resíduos
gerados em entregas;
● Gestão de dados: retenção de informações sobre todo o processo produtivo para
analisar melhorias, reduzir desperdícios e entender o que pode se tornar mais
eficiente e ecológico;
● Reciclagem e reutilização: buscar soluções para coleta e reciclagem de material
de fabricação ou de produtos.

Logística Verde x Logística Reversa


Tanto a logística verde quanto a logística reversa são atividades que têm uma
preocupação com o meio ambiente. Contudo, elas não são a mesma coisa.

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Logística verde diz respeito a um conjunto de atividades e posturas em todos os
processos de logísticas que antecedem a produção e entrega de um produto. O foco aqui
é gerar o menor impacto possível ao meio ambiente, tornando a produção mais limpa.
Para atingir esses objetivos, a empresa precisa criar um planejamento estratégico que
esteja preocupado com a sustentabilidade.

Logística reversa diz respeito ao pensamento responsável sobre os produtos


gerados na indústria. Ou seja, quando falamos em logística reversa, nos referimos ao
recolhimento de materiais para reciclagem, descarte correto de itens poluentes. Trata-se,
no fim das contas, de uma parte da logística verde, mas que tem como objetivo dar
atenção aos produtos, mesmo quando já foram entregues.

Logística Digital se refere à automação e digitalização dos processos


relacionados à movimentação de mercadorias, normalmente com o uso de softwares. Ou
seja, ela pega a coleta de dados tradicional, que muitas vezes é manual e sujeita a erros
humanos ou atrasos e os digitaliza para melhorar e agilizar seus processos, estratégias e
sistemas logísticos.

9. A Logística e a Cadeia de Suprimentos


Supply Chain, por definição, é a rede que inclui todos os indivíduos, organizações,
atividades e tecnologias envolvidos desde o processo de materialização até a entrega de
um produto / serviço ao seu usuário final.
Em cada organização particular, há planejamento e execução de diferentes
processos. A logística, portanto, é o elo que permite a organização e comunicação
interdependente de todas essas áreas. Vejamos a figura abaixo que mostra essa cadeia
produtiva:

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Figura 5 - Supply Chain (Parte 2)

É fundamental ter em mente que o objetivo de qualquer negócio é servir seu


cliente, seja com um produto ou com um serviço. Se isto não é feito, o negócio
simplesmente deixa de existir. A partir daí, fica claro que a cadeia de suprimentos é vital
para a manutenção de qualquer empresa.
Empresas que possuem uma boa gestão de sua cadeia de suprimentos, abrem
espaço para avançar em outros temas que suportam o negócio, como marketing,
inovação, experiência do cliente, entre outros tantos.

Figura 6 - Áreas da Cadeia de Suprimentos

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Gerir essa cadeia de suprimentos significa garantir a disponibilidade de um
produto ou serviço no momento correto ao cliente, com uma qualidade adequada e o
menor custo possível.
Dada a complexidade deste objetivo nas organizações, isto só pode ser
alcançado com a padronização dos processos de trabalhos e utilização de ferramentas
robustas.
Por fim, são os corretos indicadores que darão visibilidade às empresas quanto à
performance de sua cadeia de suprimentos. A estrutura básica de um Supply Chain pode
ser analisada na figura abaixo:

Figura 7 - Estruturação Básica

De forma geral, logística é a organização de uma operação ou atividade


complexa. No mundo das empresas, ela é o gerenciamento do fluxo de materiais e
produtos entre pontos de origem e pontos de consumo, de forma a atender as
necessidades dos clientes da organização.

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Figura 8 - Planejamento do Supply Chain

A logística também tem relações com a área comercial das empresas, pois é
necessário um ótimo fluxo de informações de qualidade entre elas para tomar as
decisões mais assertivas possíveis.

Figura 9 - Logística e Comercial

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Entre o planejamento logístico e as áreas de suprimentos, armazenagem e
transporte, há o intermédio da chamada torre de controle, que vai analisar dados e
decidir as prioridades do processo.

Figura 10 - Logística no Supply Chain

10. Os processos de Movimentação e Transportes


Para compreendermos a Logística e sua relação com a movimentação de
mercadorias, precisamos saber mais sobre os processos, indicadores e problemas
relacionados a gestão dos transportes, a qual engloba a seleção do modal e do serviço,
consolidação de fretes, roteirização do transporte, programação de veículos, seleção de
equipamentos, processamento de reclamações e auditorias de tarifas. Vejamos esses
processos no fluxograma a seguir:

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Figura 11 - Fluxograma Transportes

Contratação de Serviços de Transporte


A contratação do modal costuma englobar também o planejamento, já que é
preciso analisar o tipo de mercadoria e a distância a ser percorrida para escolher o
modal. Além disso, essa etapa:
● Dimensiona capacidades do sistema de transportes
● Prospecta - Seleciona – Negocia transportes
● Desenvolve o modelo de relacionamento e de custos/orçamento

Planejar Transportes
No planejamento, o gestor determina a rota a ser seguida, decide a quantidade de
produtos a serem transportados de acordo com a capacidade de cada modal, e
administra o nível de serviço interno (quantas vezes a empresa cumpre com o que foi
contratado).

Programar Transportes
Já na programação, é feito o agendamento dos veículos e preparação das cargas
(processo de Tendering) para o transporte. Além disso, é feita a roteirização da
distribuição e o provisionamento dos fretes.

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Executar e Acompanhar Transportes
Nesse processo, precisamos rastrear as cargas, para saber se o transporte está
ocorrendo de maneira correta e sem imprevistos, administrando esses possíveis eventos.

Administrar Desempenho
Para administrar os desempenhos, utilizamos os indicadores, como OTIN (On
Time In Full), que analisa se o pedido chegou completo e no tempo programado.

Administrar Contas e Contratos


Por fim, há a administração das contas de frete e dos contratos, pois muitas vezes
há necessidade de trocar de transportadoras para diminuir o tempo de entrega.

Para executar esses processos com excelência, precisamos nos atentar aos
pontos ilustrados abaixo:

Figura 12 - Administrar com Excelência

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Na seleção de serviços de transporte, é necessário ter uma metodologia
adequada para escolher o modal mais adequado de acordo com os critérios
estabelecidos, avaliando a qualificação da empresa a ser contratada e os custos
gerados.
No planejamento, é imprescindível que a empresa tenha um banco de dados com
sua capabilidade e restrições, para que consiga administrar e programar adequadamente
o transporte, que por sua vez vai compreender a disponibilidade de cargas e o volume de
pedidos.
Para que a programação de todos esses processos seja feita de maneira
adequada, é preciso que o gestor se atente aos principais indicadores dos transportes:
● Pedidos completos e no prazo (On time and in full - OTIF);
● Tempo de atraso das entregas e Tempo médio de entrega;
● Tempo de ciclo do pedido (desde o pedido do cliente até o recebimento);
● Pedidos sem incidentes no caminho, Avarias, danos e sinistros de transporte;
● Custos do transporte;
● Desperdícios típicos em Transportes.

Alguns desperdícios típicos do transporte podem ser vistos na figura abaixo, como
os veículos subutilizados, quando temos uma capacidade maior do que a utilizada, o
tempo de espera para carga e descarga, roteirizações que aumentam o tempo de
transporte, tipos ineficientes de modais e manutenções corretivas, quando há falta de
confiabilidade na frota.

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Figura 13 - Desperdícios do Transporte

As decisões do transporte, muitas vezes, estão diretamente ligadas com as áreas


financeiras, de produção e marketing (satisfação do cliente). Estudos demonstram que os
custos com transporte atingem 2% a 4% do faturamento e de 30% a 60% dos custos
logísticos totais das empresas.
Mas, onde o Custo de Transporte está inserido no Custo Logístico? Vejamos a
seguir os custos em cada etapa da logística:

Logística de Entrada/Inbound (Suprimento):


● Custo de Armazenagem (almoxarifado);
● Custo de Aquisição;
● Custo de transporte de suprimentos.
Logística de Movimentação Interna (Operações):
● Custo de Movimentação Interna.
Logística de Saída/Outbound (Distribuição)
● Custo de Transporte Reverso;
● Custo de Estocagem;
● Custo de Transporte de Distribuição.

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Além disso, gerenciar transportes também requer conhecer os direcionadores de
custos da atividade, principalmente do modal rodoviário:

Figura 14 - Direcionador de Produtividade

Figura 15 - Direcionador de Especificação

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Figura 16 - Direcionador de Tarifa

Empresas com gastos relevantes em transportes investem no conhecimento dos


custos do setor. Vejamos algumas composições de custos:

Figura 17 - Composição dos custos

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Figura 18 - Estratégias para redução de custos

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em Logística e no Plano de Desenvolvimento para a Área da Logística, na Assinatura.

11. Os processos de armazenagem


Os processos de armazenagem da Gestão Logística incluem a determinação do
espaço, disposição do estoque, desenho das docas, configuração do armazém e
localização do estoque. Apesar desses custos não serem tão relevantes para a
competitividade da empresa quanto os de transporte, uma má gestão pode levar a
empresa a ter prejuízos desnecessários.
O tipo de layout definido para o armazém, por exemplo, está diretamente
relacionado a sua produtividade. Os grandes grupos de processos dentro do sistema de
estoques podem ser vistos abaixo:

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Figura 19 - Processo de Armazenagem (Parte 1)

Este fluxo apresenta um processo típico de um armazém com o objetivo de


guardar e despachar produtos de forma fracionada, dependendo das necessidades dos
clientes.
Existem inúmeros diferentes modelos de sequência de processos para armazém,
dependendo da necessidade do negócio em que ele está inserido, mas a maioria
consiste no recebimento e inspeção de itens, armazenados e depois pegos para serem
manobrados ao modal que vai transportá-los. Se a operação é mais complexa e possui
mais detalhes, mais difícil se torna sua administração.
Uma prática que facilita muito a questão da armazenagem são os inventários, que
fazem a contagem manual de produtos, para avaliar se tudo que está no sistema também
está no armazém. Os processos principais são mostrados na figura:

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Figura 20 - Processo de Armazenagem (Parte 2)

A boa gestão de Armazenagem


A definição da gestão de armazenagem sempre deve prezar pela maior
flexibilidade e eficiência, e deve:
● Garantir o atendimento do cliente;
● Minimizar sempre os estoques;
● Minimizar os outros custos envolvidos(mão de obra, espaço físico, etc.);
● Impactar positivamente os indicadores estratégicos, possibilitando uma redução
de custos.

Métricas para medir a efetividade da política de estoques:


Algumas métricas para a gestão de estoques e indicadores de Desempenho
Gerenciais são:

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Figura 21 - Métricas de estoque

A cobertura do estoque pode variar ao longo dos meses, dependendo da


quantidade de itens adicionados ou transportados. O nível de serviço, por sua vez, avalia
a porcentagem de entregas que podem ser feitas de acordo com a quantidade de
produtos disponíveis, outro fator variável. O OTIF ajuda a alinhar os processos com essa
disponibilidade, passando as informações para o setor de transportes. No entanto, esses
procedimentos podem se tornar mais complexos. Vejamos alguns casos nos fluxogramas
abaixo:

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Figura 22 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 1)

Figura 23 - Fluxograma do Processo detalhado (Parte 2)

Mesmo nos armazéns mais organizados, alguns desperdícios podem acontecer.


Veremos quais são os mais usuais, divididos nas categorias de Recebimento, Inspeção,
Armazenagem, Packing/Picking e Expedição:

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Recebimento
● Espera de veículos em doca para descarga
● Carga mal acondicionada no veículo, que pode gerar avarias
● Produtos não identificados, por exemplo, sem código de barras
● Local para depositar material não identificado
Inspeção
● Espera para início da inspeção
● Produtos mal identificados
● Inspeção 100% (mais demorada)
● Produtos com defeitos
● Espera por avaliação em laboratório
● Espera por movimentação
Armazenagem
● Excesso de movimentações, que podem ocasionar avarias
● Posições de guarda ocupada (informações do sistema diferentes do real)
● Excesso de ocupação
● Falta de priorização dos materiais
● Sinistros (quebra de paletes)
● Contingente de pessoas ou máquinas desalinhado com a demanda
● Disponibilidade de equipamentos
Packing/Picking
● Defeito na montagem do pedido
● Defeito no fechamento / selagem (montagem de embalagem)
● Espera para execução do pedido
● Falta de insumos
● Falta de material para o picking

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Expedição
● Acúmulo de material para despacho
● Atraso na manobra de veículos
● Falta de padronização / sequenciamento para carregamento
● Documentação para liberação não disponível
● Manuseio incorreto

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12. Os processos de Planejamento Logístico


O Planejamento Logístico refere-se ao preparo de tudo que envolve os
processos de transporte e armazenamento dos produtos de uma empresa, incluindo
meios de execução e suas possíveis variáveis, sendo imprescindível para o processo de
gerenciamento. Eles envolvem desde planejamentos estratégicos até aqueles de curto
prazo, como nos procedimentos operacionais.
O planejamento estratégico envolve a alta gestão da empresa, que escolhe os
melhores locais para fazer investimentos de capital e melhorias. Além disso, temos o
planejamento tático, que roteiriza e define a quantidade de produtos a serem distribuídos.
Por fim, o planejamento operacional diz respeito a decisões que envolvem menos
dinheiro e a curto prazo.
Os tipos de planejamentos dentro do Supply Chain são:

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Figura 24 - Processo de Planejamento

12.1. Distribution Resource Planning – DRP


O Planejamento de Distribuição está mais ligado à Logística, e será nosso
enfoque ao longo deste tópico. Suas decisões são aquelas que tomamos a médio prazo,
ou seja, de 2 a 8 meses.
Atividades principais do DRP:
● Dimensionamento das quantidades a serem transportadas
○ Trade-off entre custos de transporte vs. custos de stockout vs. custos de
manutenção de estoque
● Regras de distribuição com base em:
○ Volume: ex. até 1000 kg -> passa por transit point até 3000 kg -> entrega
direta do CD; até 6000 kg -> entrega direta no cliente
○ Regiões: ex. mercado BH e RJ atendidos por centro SP, mercado NE
atendido por centro regional
● Determinação dos lotes
● Determinação das quantidades a serem expedidas por produto
Os processos de distribuição planejados pelo DPR:

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Figura 25 - DRP

Fair Share Allocation


Se o DRP evidencia a impossibilidade de atendimento de uma demanda
(stockout):
● A gestão de um stockout inevitável pode ser gerida automaticamente através das
regras de Fair Share Allocation, comuns nas principais aplicações de DRP
● As regras Fair Share Allocation definem critérios de distribuição do estoque
existente (e insuficiente) no CD entre os destinos. Exemplos:
● Alocação do estoque proporcionalmente às necessidades das pontas (clientes,
locations que geram demanda)
● Alocação do estoque de modo a alinhar os dias de cobertura das pontas (clientes,
locations que geram demanda)
● Priorização de clientes mais relevantes

Além disso, o planejamento impacta diretamente nos indicadores que


comentamos no início deste tópico, como por exemplo:

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Figura 26 - Indicadores do Planejamento da Produção

Para saber mais sobre o planejamento, recomendamos o curso de Supply


Chain da FM2S!

13. Logística Reversa


Logística Reversa é a área da logística que trata, genericamente, do fluxo físico
de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até o local de
origem. Ela é importante em situações relacionadas ao recolhimento de embalagens,
trocas e devoluções de produtos defeituosos.
Atualmente, esse tipo de processo é obrigatório para empresas que geram muitas
embalagens ou e-commerces, cujos clientes recorrentemente necessitam do processo de
troca ou devolução.

Os 5 R’s da Logística Reversa


A Logística Reversa possui diferentes categorias, conhecidas como 5 R’s:
● Returns and Exchanges (Devoluções e Trocas)
● Reselling Returned Products (Revenda de produtos devolvidos em bom estado)
● Repairs (Reparos e remanufatura)
● Replacements (Substituições ou Reutilização)
● Recycling and Disposal (Reciclagem e Descarte)

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Para o planejamento da Logística Reversa, devemos levar em conta cada um de
seus processos:

Figura 27 - Logística Reversa

É importante lembrar que a Logística Reversa não envolve somente o transporte


dos produtos, mas também o recebimento do material no armazém, sua inspeção, e a
decisão do destino dele nos 5 R’s.
Por fim, alguns aspectos que dificultam o planejamento da Logística Reversa são:
● Os processos de previsão e planejamento são mais complicados, pois não se
sabe onde e quando uma mercadoria vai dar problema.
● As premissas de viabilidade econômica nem sempre são satisfeitas (as
embalagens podem ser danificadas);
● A velocidade nem sempre é considerada uma prioridade, o que pode deteriorar as
condições do produto;

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● Assimetria do volume de produtos transportados;
● A visibilidade do processo é mais complicada;
● Pouca priorização, a depender da estrutura organizacional da empresa.

Se quiser saber mais sobre esse tema, acesse o curso de Logística Reversa da
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14. Tecnologias na Gestão Logística


Como já vimos, a Gestão Logística pode se tornar bastante complexa. Para isso,
várias tecnologias podem ser usadas com o objetivo de auxiliar em cada ponto do
trabalho. Esses facilitadores são divididas em várias frentes, mas podemos citar:
● As ferramentas de transporte (TMS - Transportation Management Systems)
● As ferramentas de Armazenagem (WMS - Warehouse Management Systems);
● Ferramentas integradas de Supply Chain;

14.1. Sistema de Gestão de Transportes (TMS)


Os sistemas de gestão operacional de transportes (Transportation Management
System – TMS) são responsáveis por realizar os processos e garantir a movimentação
de material na cadeia de suprimentos.
Eles auxiliam na contratação de transportadoras, gerenciando as tarifas de fretes
de maneira mais eficiente. Além disso, ajuda no planejamento tático ao simular cenários
para encontrar possíveis otimizações a serem feitas, alocando quais os melhores meios
de transporte a serem utilizados. Vejamos essas vantagens na figura a seguir:

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Figura 28 - TMS (Parte 1)

Figura 29 - TMS (Parte 2)

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Outros TMS’s funcionam em situações mais específicas, como por exemplo:
● Dock-scheduling: agendamento das docas de transporte (para carregamento e
descarregamento)
● Visibilidade de ordens e embarques
● Gestão de Performance, Scorecards, Dashboards

O uso do TMS é muito vantajoso, já que:


● A função principal de um TM é minimizar os custos de operação, pois permite
visualizar e controlar todos custos inerentes à gestão de transporte;
● TMS também suporta o controle de qualidade dos serviços realizados interna e
externamente ou por terceiros, assim como o estabelecimento de metas de
qualidade conforme as necessidades.
● É uma solução que, se for bem implementada, proporciona economias e maior
controle dos recursos materiais, humanos e monetários na gestão do transporte,
reduzindo, assim, os custos logísticos relacionados com o transporte.

O custo de investimento em um TMS varia de acordo com as necessidades da


empresa e a sua área de atuação, sendo que há uma variedade de soluções no
mercado, sendo necessário avaliar a real necessidade de determinados recursos
disponíveis nos programas.
Para uma melhor compreensão, temos uma figura dos principais processos
executados pelo TMS, que podem ajudar a saber se vale a pena investir nessa
tecnologia:

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Figura 30 - Processos executados pelo TMS

14.2. Sistema de Gestão de Armazéns


Os sistemas de gestão operacional de armazéns (Warehouse Management
System – WMS) são responsáveis por realizar os processos do armazém, aumentando a
eficiência da armazenagem.
As principais funcionalidades de um WMS são:
1. Recebimento de mercadorias: O WMS ajuda a receber, conferir e registrar as
mercadorias que chegam ao armazém, verificando a quantidade, a qualidade e a
precisão dos produtos recebidos de maneira digitalizada.
2. Armazenamento: O sistema auxilia na alocação eficiente dos produtos no
espaço de armazenamento disponível, levando em consideração fatores como
tamanho, peso, temperatura e requisitos especiais de armazenamento.

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3. Gerenciamento de estoque: O WMS rastreia as informações detalhadas
sobre os produtos armazenados, incluindo localização, quantidade, lote, data de
validade e outras características relevantes. Isso permite um controle preciso do
estoque (sabendo quais mercadorias estão faltando ou sobrando) e facilita o
acesso rápido às mercadorias.
4. Separação de pedidos: O sistema WMS otimiza o processo de separação de
pedidos (picking), fornecendo informações sobre a localização exata dos produtos
no armazém.
Isso ajuda a reduzir erros e tempo de preparação de pedidos.
5. Embalagem e expedição: O WMS auxilia na preparação dos produtos para
envio, fornecendo instruções de embalagem adequadas e gerando documentação
de transporte, como etiquetas e faturas. Ele também pode ajudar a coordenar as
atividades de envio e a selecionar o melhor método de transporte.
6. Rastreamento e monitoramento: O sistema WMS permite rastrear o
movimento das mercadorias dentro do armazém, fornecendo informações em
tempo real sobre a localização e o status dos produtos. Isso permite o
monitoramento eficaz das operações e a tomada de decisões baseadas em dados
atualizados.
7. Reabastecimento de estoque: O WMS automatiza o processo de
reabastecimento de estoque, gerando alertas quando os níveis de estoque estão
baixos e direcionando a reposição adequada dos produtos.
8. Relatórios e análises: O sistema gera relatórios detalhados sobre as
atividades do armazém, como níveis de estoque, tempo de processamento de
pedidos, produtividade da equipe e custos operacionais. Esses relatórios ajudam
na tomada de decisões estratégicas e no aprimoramento contínuo das operações
do armazém.

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Além desses dois softwares mais específicos, vários fabricantes disponibilizam no
mercado soluções mais “genéricas”, onde também são incluídas funcionalidades de
planejamento da produção e de suprimentos.
A tecnologia ideal, porém, vai depender do nível de maturidade, necessidade e
complexidade dos processos de cada empresa.

15. Excelência Operacional aplicada à Logística


Assim como na produção ou qualquer outro processo, a logística é muito
importante na competitividade de uma empresa e em sua Excelência Operacional, ou
seja, no momento de planejar cada um dos procedimentos para serem feitos com a maior
qualidade possível e com o menor custo.
Essa excelência aparece através das melhorias, realizadas ao analisar os
indicadores dos processos com o objetivo de aplicar mudanças, de maneira a aumentar a
produtividade e a qualidade.
Na logística, duas grandes metodologias para excelência operacional podem ser
implementadas: O Lean (Lean Logistics) e o Seis Sigma. Enquanto o Seis Sigma acredita
que as mudanças na cadeia produtiva devem ser implementadas por especialistas, o
Lean (da Toyota) diz que os próprios funcionários devem refletir sobre como melhorar
seus processos rotineiros.
O que, afinal, pensamos quando falamos em Lean?

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Figura 31 - Lean (Parte 1)

Figura 32 - Lean (Parte 2)

Ambas as figuras representam o Lean, mas pouco é falado dessa metodologia


aplicada à armazenagem. Quando escolhemos qual sistema logístico deve ser utilizado,
sempre devemos prezar por aquele que provê ao cliente o produto correto, no lugar
correto e no tempo correto.

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O foco do Lean Logistics é justamente buscar atender os objetivos das áreas de
logísticas, através da eliminação de todos os desperdícios que ocorrem na cadeia de
suprimentos, inclusive na armazenagem.
Devemos ter em mente que a Cadeia de Suprimentos tem extensões externas às
nossas empresas, então o Lean Logistics irá atuar na Cadeia Estendida, inclusive,
podendo trabalhar com fornecedores e distribuidores, dependendo de quem seja o cliente
do processo em estudo.

Figura 33 - Evolução do Lean

Além do trabalho contínuo de mudança de mentalidade do Lean, podemos ter


vários projetos de Seis Sigma aplicados na logística. A cadeia de suprimentos moderna
deve buscar dar uma experiência melhor que aquela que o cliente espera
SURPREENDER!

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16. Dicas e Boas Práticas
Agora que já sabemos sobre os fundamentos da Logística, é interessante ter
algumas dicas e boas práticas em mente:
Utilização de indicadores de desempenho: Uma boa gestão deve ser baseada
em dados. Para verificar se a estratégia é eficiente, é preciso avaliar os indicadores de
desempenho da empresa.
Investimento em tecnologia: As soluções tecnológicas são grandes aliadas para
administrar os processos de produção e distribuição de uma empresa. A automatização
aumenta a produtividade, reduz erros e falhas humanas, além de facilitar a coleta de
dados. Com a utilização de software, os colaboradores têm mais tempo para investir em
novas estratégias, pois as atividades repetitivas são automatizadas.
Previsão de demanda: Estimar a demanda de serviços é essencial, isso porque
o objetivo da gestão logística é reduzir custos sem perder a qualidade. Assim, fica mais
fácil estabelecer a quantidade de compras e metas de faturamento.
Satisfação do consumidor: Clientes satisfeitos são o combustível para o
negócio de sucesso. Desse modo, ao gerenciar a logística da sua empresa, é preciso
sempre entregar o melhor produto e serviço.
Cuidado com o meio ambiente: Os assuntos de sustentabilidade tem estado
muito em alta dentro da gestão logística, reutilizar, reciclar e recuperar os resíduos
gerados durante a produção, armazenamento ou transporte são boas práticas para com
o meio ambiente, uma vez que os consumidores estão cada vez mais conscientes e
optam por comprar produtos de empresa sustentáveis.
Treinamento para os colaboradores: Capacitar os profissionais é essencial para
a gestão logística, se os colaboradores não estiverem preparados, de nada adiantará ter
tecnologia e processos bem definidos.

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17. Revisão
Vamos relembrar os tópicos vistos durante o curso de Fundamentos da Gestão
Logística:
● A Logística e a Cadeia de Suprimentos (Supply Chain);
● Os Processos envolvidos na Logística (Transporte, Armazenagem e
Planejamento)
● Tecnologias envolvidas na gestão logística;
● Excelência Operacional na Gestão Logística;
● Indicadores e resultados;

Parabéns!
Obrigado pela caminhada até aqui!

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