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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Cristóvão António: 708216871

MICROCRÉDITO COMO INSTRUMENTO DE COMBATE A POBREZA NA


CIDADE DE NAMPULA

Nampula, Setembro de 2021


i
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

Cristóvão António: 708216871

MICROCRÉDITO COMO INSTRUMENTO DE COMBATE A POBREZA NA


CIDADE DE NAMPULA

Nampula, Setembro de 2021


ii
ÍNDICE
Resumo ............................................................................................................................ iv
Lista de abreviaturas… ..................................................................................................... v
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................1
1.1. Contextualização… .................................................................................................... 1
1.2. Problematização…......................................................................................................2
1.3. Objectivos… .............................................................................................................. 3
1.3.1. Objectivos geral… ............................................................................................... 3
1.3.2. Objectivos especificos… ...................................................................................... 3
1.4. Justificativa ................................................................................................................. 4
1.5. Delimitação da pesquisa ............................................................................................. 4
1.6. Estrutura do projecto… .............................................................................................. 5
2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA… ....................................................5
2.1. Microcrédito… ........................................................................................................... 5
2.2. Pobreza ...................................................................................................................... 6
2.2.1. Tipos de pobreza.................................................................................................. 6
2.3. Estudos empricos… ................................................................................................... 7
2.3. Estudos empricos… ................................................................................................... 8
2.4. Estudos empricos… ................................................................................................... 9
3. CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................... 10
3.1. Tipo de pesquisa ....................................................................................................... 10

3.1.2. Quanto a natureza ...................................................................................................10

3.1.3. Quantos aos objectivos… .......................................................................................10

3.1.4. Quanto aos procedimentos….................................................................................10

3.1.5. Técnicas e instrumentos de recolha de dados ..........................................................10

3.1.6. Participantes… ......................................................................................................11

3.1.7. Técnicas e instrumentos de análise de dados.........................................................11

3.1.8. Considerações éticas… ......................................................................................... 11

4. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ..................................................................... 12

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS… ................................................................... 13

iii
Resumo
A presente pesquisa visa entender o funcionamento do microcrédito, compreendendo como ele
age no combate à pobreza e analisando a sua relação com as diferentes vertentes teóricas sobre
essa condição vulnerável. Onde a pesquisa será realizada por meio de pesquisa bibliográfica, em
que serão explicitados a definição, o objetivo e a metodologia utilizada nos programas de
microcrédito, sendo esse um instrumento de inclusão produtiva dos menos favorecidos no
mercado. São apresentadas ainda as principais abordagens da pobreza, que a consideram como
absoluta, quando se respalda apenas em seu aspecto monetário, ou relativa quando ela é
examinada pela conjuntura social que irá promover essa condição miserável. Outro ponto
abordado são as políticas públicas que são elaboradas com o objetivo de se reduzir a pobreza, as
microfinanças estão inseridas em algumas dessas políticas. O papel do microcrédito como uma
estratégia de redução da pobreza se torna evidente após as experiências do banco Grameen, essa
é uma medida apontada como o caminho para se elaborar uma política social efetiva e de baixo
custo para o Estado, de acordo com o relatório do Banco Mundial. Por outro lado, com o seu
advento, o microcrédito estimula o fortalecimento do setor informal, que por um aspecto negativo
é um mercado que apresenta poucas informações sobre seu funcionamento e ainda não garante os
direitos sociais a boa parte de seus trabalhadores.
Palavras-chave: Microcrédito. Pobreza. Politicas públicas. Desigualdade social.

iv
Lista de abreviaturas

v
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Identificação do tema: O microcrédito como instrumento de combate a pobreza na
cidade de Nampula.

1.1. Contextualização
A presente pesquisa tem como tema: O microcrédito como instrumento de
combate a pobreza na cidade de Nampula. Esta pesquisa pretende mostrar como é que
o microcrédito como instrumento pode combater a pobreza, ou minimizar a pobreza de
um certo pais. Portanto, O microcrédito surge como uma ferramenta de democratização
do acesso ao crédito, pois sua metodologia consiste na concessão de empréstimos,
contínuos e progressivos, de pequenos montantes à população de baixa renda, através de
um processo simples e menos burocrático, geralmente pelo uso do aval solidário como
forma de garantia acessível a essas pessoas. Essa modalidade de crédito é compreendida
como ferramenta de redução da pobreza, pois considera-se que ela possibilita aos
tomadores isto é, pessoas de baixa renda realizar investimentos em seus pequenos
negócios em geral informais, trazendo-lhes maiores rendimentos e, desse modo, sair da
condição de pobreza.

Ao abordarmos sobre a pobreza, podemos dizer que ela se baseia na ausência de


capacidade de adquirir produtos e serviços, ou seja, em não possuir renda para se ter uma
cesta mínima de consumo, dessa premissa deriva a linha de pobreza. O Banco mundial
definiu a linha pobreza para quem ganha menos de U$1,00/dia. Em Moçambique, o
critério mais utilizado para se delimitar a pobreza monetária é de ½ salário mínimos por
mês de renda per capita.

De acordo com Barros, Henrique & Mendonça (2000), a pobreza, evidentemente,


não pode ser definida de forma única e universal. Contudo, podemos afirmar que se refere
a situações de carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo
de vida condizente com as referências socialmente estabelecidas em cada contexto
histórico. Deste modo, a abordagem conceitual da pobreza absoluta requer que possamos,
inicialmente, construir uma medida invariante no tempo das condições de vida dos
indivíduos em uma sociedade. A noção de linha de pobreza equivale a esta medida. Em
última instância, uma linha de pobreza pretende ser o parâmetro que permite a uma
sociedade específica considerar como pobres todos aqueles indivíduos que se encontrem
abaixo do seu valor.

1
No entanto, considerando a pobreza como uma realidade social simples e unilateral, o
microcrédito poderia ser um mecanismo para sua redução. O microcrédito é, neste
sentido, um importante componente de planos governamentais que visam geração de
renda e emprego. Por outro lado, considerando a pobreza relativa, multifacetada, é
questionável a eficiência desse instrumento de enfrentamento a pobreza, uma vez que
seria necessária uma política que se combatesse diversos problemas na estrutura social
do país, entre eles a desigualdade na distribuição de renda, melhora na assistência do
Estado à população, como os serviços de educação, saúde, entre outros.

1.2. Problematização

No ano 2000, as políticas de combate à pobreza se consolidaram como uma das


diretrizes do governo mocambiçano, que permanece até os dias atuais. O microcrédito é
uma ferramenta utilizada por esses programas como uma forma de auxiliar a população
carente a melhorar a sua condição de vida através do seu próprio trabalho. Os planos que
utilizam essa modalidade financeira, têm alguns pontos relevantes, de acordo com
(Colodeti, 2011).

Essas novas políticas de combate à pobreza trazem algumas características


importantes: a) a pobreza, no fundamental, é encarada como fruto de incapacidades
individuais; b) estas, por sua vez, estão relacionadas à não atuação ou atuação ineficiente
dos pobres no mercado; c) a pobreza deve ser combatida, então, por meio de políticas de
geração de oportunidades e de expansão das capacidades individuais dos pobres para que,
assim, possam acessar o mercado. Essas proposições têm como fundamento teórico a
doutrina neoliberal.

Com esta pesquisa pretendemos entender: como é que os indivíduos pobres que
não têm acesso ao crédito. Não têm nenhum histórico de crédito, nenhum salário, nem
nenhuma garantia para que um banco lhes conceda crédito, podem ter acesso ao
microcrédito, uma vez que a ausência de garantias dificulta esse acesso?

Pergunta de partida:

 Como é que o microcrédito pode ajudar a população de baixa renda no combate a


pobreza?
 Qual é o valor do microcrédito?

2
 Qual é o impacto do acesso ao microcrédito nos investimentos de pequenos
empreendedores?

1.3.Objectivos
1.3.1. Objectivos Geral

A presente pesquisa tem como objetivo geral, demonstrar através de pesquisa


bibliográfica e documental a atuação do microcrédito como política pública de redução à
pobreza. A partir da discussão de diferentes abordagens teóricas, busca-se apresentar a
definição de microcrédito, bem como sua metodologia de atuação. Além disso, busca-se
realizar uma explanação sobre os diferentes conceitos de pobreza utilizados atualmente e
explicitar a relação entre microcrédito e a pobreza.

1.3.2. Objectivos especificos:


 Dar a conhecer a origem do microcrédito;
 Defenir o microcredito;
 Definir os tipos de pobreza;
 Discutir o microcrédito como alternativa de combate a pobreza;
 Explicar a relação entre microcrédito e a pobreza.

1.4. Justificativa:

A pobreza é frequentemente relacionada à escassez de recursos para se ter o


consumo mínimo. Moçambique direcionou o foco das políticas sociais para o combate
desse fenômeno a partir do ano de 2000 e conseguiu reduzir esse índice, a percentagem
da população moçambicana que vive abaixo do limiar de pobreza é de 54% (segundo um
inquérito ao rendimento das famílias realizado entre 2002 e 2003), embora tenha
decrescido nos últimos anos, era de 69% entre 1996 e 1997.

Com isso, é necessário promover políticas sociais que alcancem a parcela da


população em condição de pobreza extrema as políticas sociais moçambicanas têm três
desafios que merecem destaque. Em primeiro lugar, ressaltam a necessidade de uma
política social flexível, uma vez que, apesar de a pobreza ser um problema global, sua
solução é tipicamente local. Em segundo lugar, os autores chamam a atenção para a
efetividade e, portanto, para o fato de que o sucesso de uma política social depende

3
enormemente do grau de cooperação e engajamento da população pobre beneficiada.
Dessa forma, um importante desafio consiste em identificar formas de estimular essa
participação. Por fim, ratificam que qualquer mudança na política social mocambiçana
será incapaz de elevar a sua efetividade no combate à pobreza enquanto não se adotar
uma clara opção pelos mais pobres. Somente com a garantia de prioridade para esse grupo
é que a política social mocambiçana será capaz de ter o impacto sobre a extrema pobreza.

O microcrédito com sua metodologia de crédito produtivo e orientado é um


instrumento utilizado para o combate à pobreza, uma vez que busca a inserção da
população menos favorecida no mercado (na maioria dos casos, por meio do setor
informal) de forma competitiva. Ele é caracterizado como uma política de enfrentamento
à pobreza por meio da oferta de ativos.

Por outro lado, a literatura moderna tem diversas linhas de pensamento sobre esse
tema. Considerar a pobreza como a falta de recursos económicos para se consumir uma
cesta mínima para sobrevivência é apenas uma das vertentes existentes. Por isso, um
mecanismo direcionado por esse conceito, por mais que contribua para melhorar a
situação, não é a solução universal. A pobreza atualmente é encarada de forma ampla
indo além da situação monetária do indivíduo, a renda é sim um aspecto importante,
porém ela não é única, pois ela sozinha não pode determinar a vulnerabilidade social ou
não da população. O caráter social desse problema também deve ser levado em conta
nessa determinação, fatores como desigualdade na distribuição de renda, privação da
educação, saúde, de saneamento básico e de oportunidades são considerados a base dessa
situação nas teorias modernas. Sendo assim, uma política pública eficiente deve levar em
conta todas essas situações, não apenas um aspecto específico.

Com isso, há uma necessidade de se estudar o microcrédito como esse mecanismo


de diminuição de pobreza, demonstrando suas eficiências e seus gargalos. Ressaltando
que a solução desse problema social, a pobreza, é mais ampla que seu próprio conceito.
Considerar essas perspectivas supracitadas é de grande importância para formulação de
políticas públicas mais efetivas.

1.5. Delimitação da pesquisa

Relativamente a delimitação do tema, a pesquisa pretende analisar, como é que o


microcrédito como instrumento pode ajudar a população de baixa renda da cidade de
Nampula no combater a pobreza. No respeitante a delimitacao temporal, o periodo limite

4
inferior da pesquisa é de 2012 e superior de 2015. Quanto a delimitacao do tema, a
pesquisa traz abordagens relacionadas a área de contabilidade de seguros, em que
pretende-se dar uma explanacao relativamente ao microcrédito e a pobreza.

1.6. Estrutura do projecto

CAPITULO I: Neste capitulo se fará uma explanação relativo a contextualização do


tema da pesquisa, identificar o tema da pesquisa em questão, serão arroladas as questões
de partida da pesquisa, foram apresentados os objectivos geral e especificos e por fim,
fez-se uma breve apresentação da justificativa.

CAPITULO II: Neste capitulo far-se-á um resumo sobre a origem do microcrédito, a


definição do microcrédito, a definição dos vários tipos da pobreza, o valor do
microcrédito e a relação do microcrédito e a pobreza.

CAPITULO III: Este capitulo dará a conhecer a metodologia usada para a elaboração
da pesquisa, começando por fazer a classificação da pesquisa, definir o tipo de
abordagem, definir as técnicas e instrumentos de recolha de dados, definir as técnicas e
instrumentos de análise de dados, e finalmente deixar ficar as considerações éticas.

2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA


2.1.Microcrédito

O microcrédito vêm se expandindo rapidamente nas economias dos países do


terceiro mundo, sendo este considerado como uma alternativa para aliviar os graves
problemas impostos pela situação de miséria existente nestes. Este sistema é defendido
por especialistas do ramo como estimulo ao desenvolvimento econômico, além de
combater a diminuição da pobreza. Estes projetos têm como base a experiência bem
sucedida em Bangladesh (Índia), executada pelo professor Muhammad Yunus (2001),
denominada Banco da Aldeia ou Grammen.

De acordo com Yunus (2001), o fato de se optar pelo empréstimo de recursos à


população carente e não aos produtores tradicionais, implica a necessidade de inversão
do processo habitual. pois o método tradicional de empréstimos a quem jápossuíacapital,
não estava alterando os níveisde pobreza naquele pais. A experiência do Grammen fez
Yunus acreditar que as pessoas não vieram ao mundo para sofrer com a fome e a pobreza.
pois o que lhes faltou foram oportunidades na vida. O autor prova, através de sua

5
experiência, que o microcrédito pode ser urna eficaz alternativa no combate à pobreza,
sem acarretar ônus para o financiador.

De acordo com Soares & Sobrinho (2007), inicialmente acreditava-se que apenas
a expansão do crédito à população desassistida fosse o suficiente. Entretanto, percebeuse
que essa expansão deve ser acompanhada por outros serviços que permitam a essas
pessoas administrarem melhor seus ganhos e ativos, implementando o manejo de suas e
economias e mitigando os riscos O microcrédito com sua metodologia de crédito
produtivo e orientado é um instrumento utilizado para o combate à pobreza, uma vez que
busca a inserção da população menos favorecida no mercado (na maioria dos casos, por
meio do setor informal) de forma competitiva. Ele é caracterizado como uma política de
enfrentamento à pobreza por meio da oferta de ativos.

2.2. Pobreza

A pobreza é uma questão social que se caracteriza pela distribuição desigual dos
recursos escassos entre os indivíduos. Essa distribuição de recursos e a definição da
pobreza irão variar de acordo com a organização social e econômica do período em que
se está inserido (Santos, 2013).

Segundo a definição de Matos (2010), um indivíduo é pobre quando tem um baixo


nível de vida, significando a privação do modo de vida por causa da insuficiência de
recursos para evitar essa tal privação. Simplificando, alguém é "pobre"quando tem um
baixo padrão de vida e um baixo rendimento.

2.2.1. Tipos de pobreza

Conforme Abbott (2007), há duas principais correntes de pensamento que definem


a pobreza como sendo absoluta ou relativa. A primeira concepção é baseada em um valor
de referência para que o indivíduo supra suas necessidades básicas, não levando em conta
a situação social conflitante que levou ao indivíduo a não ter essa renda mínima de
sobrevivência. Já a segunda vertente tem um cunho mais macroeconômico e estrutural,
ela está diretamente relacionada às causas que levam as pessoas a estarem nessa condição
vulnerável, sendo a desigualdade na distribuição de renda um fator de grande impacto
nessa situação. Esta concepção faz ainda uma comparação entre as realidades dos
indivíduos, pontuando os déficits de alguns atributos desejados de um indivíduo em
relação ao outro, como a renda, oportunidades, educação, entre outros. (Crespo &

6
Gurovitz, 2002) trazem ainda um terceiro conceito que é o da pobreza relativa/absoluta.
Eles afirmam: O enfoque da pobreza relativa/absoluta leva em conta que a abordagem
relativa não estabelece uma linha acima da qual a pobreza deixaria de existir. Buscasse
sanar este problema agregando a esta abordagem uma outra, de cunho absoluto.

2.3. Estudos empiricos

Tema: Microcrédito como instrumento de combate à pobreza: Abordagens teóricas


sobre microcrédito e sua relação com a pobreza. Publicada no ano de 2017 no Estado
de Minas Gerais em Mariana MG/Brasil.

Nome do autor da monografia: Karinne Siqueira Nunes.

Segundo Nunes (2017), relativamente a este tema, chegou as seguintes


conclusões: “O microcrédito possui um grande alcance de público, pois além de poder
ser oferecido por várias instituições, de segmentos diferentes, ele conseguiu pontuar todos
os gargalos que excluíam as pessoas menos favorecidas do sistema financeiro tradicional
e propôs uma solução para cada falha, logo sua metodologia possui uma maior
abrangência de pessoas.

Como política pública, há autores, como Neri e Barone, que consideram o


microcrédito uma política estrutural, por que vai proporcionar oportunidades individuais
de se alcançar um melhor padrão de vida por meio do trabalho. O microcrédito fornece a
vara de pescar e não o peixe, tendo assim uma ação duradoura na vida dos seus
beneficiários. Por outra perspectiva, trabalhos como o do Colodeti apontam que o
microcrédito é uma política assistencialista que irá fornecer ativos para as pessoas, porém
se baseando apenas na redução da pobreza monetária. Em um aspecto a visão de ambos
os autores são semelhantes, na medida em que o público alvo dessas políticas são as
pessoas que já desenvolvam algum trabalho informal e que tenham uma pequena
autonomia, não estando abaixo da linha da indigência. As pessoas abaixo da linha de
indigência devem ser assistidas pelo Estado com programas de transferência de renda e
só após elas terem alcançado um patamar maior, deveriam ser inseridas no mercado. Com
os programas de transferência de renda, as pessoas adquirem renda para manter a sua
sobrevivência, já com a transferência de ativos, o dinheiro auferido deve ser destinado a
melhorar ou desenvolver a sua capacidade produtiva, para assim elas poderem terem uma
renda melhor. Por outro lado, observa-se que um programa que busca redução da pobreza
e não consegue abranger a população das camadas mais baixas da sociedade, deixa de

7
cumprir em parte a sua expectativa. O microcrédito e o setor informal têm uma relação
direta, pois esta modalidade financeira utiliza esse segmento para como uma via para
alcançar seu objetivo final, que é o combate à pobreza, por meio da oferta de recursos aos
empreendimentos inseridos nesse setor. Os valores dos empréstimos oferecidos por essa
modalidade de crédito são baixos, logo a pessoa que receber o auxílio irá se inserir no
mercado informal, para poder desenvolver suas capacidades, as fundamentações
utilizadas por esses programas são baseadas na ideia de que a informalidade tem uma
forte ligação com o empreendorismo. Contudo, esse segmento possui inúmeros pontos
negativos, pois ele não tem uma regulamentação, não há informações concretas sobre seu
funcionamento, sobre as relações de trabalho e há uma maior competitividade nele, com
isso a rotatividade das micro e pequenas empresas é muito grande. Além disso, por mais
que o microcrédito promova a inclusão do pobre no mercado, ele ainda se situará no
mercado informal, o que ainda o exclui de postos de trabalhos melhores, ele não terá a
seguridade e proteção social, direitos que trazem benefícios para o trabalhador. O
microcrédito tem seu impacto nas políticas da redução da pobreza, todavia ele sozinho
não consegue ser efetivo, devido seu cunho individualista e sua ênfase nas questões
monetárias. Assim, são necessárias outras políticas para complementar a sua ação e torná-
la mais eficiente, seja programas que combatam as causas sociais da pobreza, realizada
por um melhoramento da oferta dos serviços públicos, como saúde, educação, moradia,
seja ações que aperfeiçoem a atuação do microcrédito, por exemplo, uma política que
incentive a formalização das micro e pequenas empresas. A pobreza é influencia por
diversos fatores e causas, que estão enraizadas na estrutura da sociedade, para se ter uma
política eficaz é necessária que ela seja plural como o problema que está sendo
combatido”.

Tema: O Microcrédito como Ferramenta de Geração de Rendimento para os


Microempreendedores: uma análise aplicada ao caso português. Publicada no ano de
2016, em Lisboa/Portugal.

Nome do autor da dissertação: Teresa Nachau Fernandes Firmino

Segundo Firmino (2016), conclui que, “na fase de arranque de uma atividade
empresarial, o fornecimento de capital para investimento inicial é de extrema importância
para qualquer empreendedor. Isto é ainda mais significativo quando se tratam de pessoas
com dificuldade ou sem acesso ao crédito tradicional. O microcrédito consiste no
empréstimo de pequenas quantias a pessoas de baixo rendimento, sendo uma modalidade
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de empréstimos que crescem à medida que aumentam as atividades empreendedoras de
pequeno porte. Estando, assim associado ao empreendedorismo por necessidade, situação
em que as pessoas de baixos rendimentos criam pequenos negócios movidos pelas
dificuldades de emprego por conta de outrem. Os resultados sugerem que em Portugal
neste caso o empreendedorismo por necessidade é muito frequente. A dificuldade na
concessão de crédito a pessoas de baixo rendimento está normalmente associada ao fato
de que muitas não possuírem histórico de crédito que possa ser avaliado pelas instituições
financeiras. A maneira encontrada para resolver este problema dá-se pela introdução de
um técnico de crédito com o poder de acompanhar todo o processo de crédito por meio
de visitas aos beneficiários. Este padrão é consensual com o verificado na revisão de
literatura, pois para diminuir os riscos de concessão do microcrédito, as instituições de
microcrédito a nível internacional, baseadas na experiência do GB utilizam a figura do
técnico de microcrédito, que tem a missão de visitar os clientes, analisar a atividade,
recolher informações e avaliar sobre as condições de concessão do empréstimo. O
objetivo principal deste estudo foi perceber como a disponibilização do microcrédito
alavanca as atividades dos microempreendedores. Para alcançar tal objetivo, foram
formuladas proposições que permitiram determinar um conjunto de conclusões. O papel
desempenhado pela ANDC em promover o autoemprego e a criação de pequenos
negócios é reconhecido, contribuindo assim para o crescimento económico, apoiando a
inclusão social. Para este fim, as políticas públicas dirigidas à promoção e melhoria do
setor devem ser consideradas como indispensáveis. Há muitos desafios enfrentados pela
ANDC no cumprimento dos seus objetivos, um importante desafio esta em tornar-se
financeiramente independente para as suas operações de empréstimos. Em termos
práticos, a implementação do projeto depende da aprovação das instituições financeiras
suas parceiras, o que justifica a demora no tempo de conceção dos empréstimos.

Os resultados mostram que o microcrédito é atribuído a homens e mulheres com


idades, maioritariamente compreendidas entre os 30 e 50 anos. Sendo as áreas de
atividade principais os serviços e o comércio e sendo os desempregados o principal grupo-
alvo. A criação do negócio através do microcrédito continua a ser associada ao
empreendedorismo por necessidade e não se revela como uma opção integrada no projeto
de vida dos beneficiários, o que pode ter como consequência o abandono do mesmo logo
que surja uma oportunidade de trabalho por conta de outrem. Os objetivos do empréstimo
são essencialmente para abertura do micronegócios e/ ou a expansão dos já existentes.

9
Por se tratar na sua maioria de start up´s, faz com que o técnico de crédito acompanhe
todas as fases dos projetos. A importância do microcrédito enquanto instrumento para a
inserção de pessoas no mercado de trabalho, não contempla apenas a criação do próprio
negócio e ou a expansão de negócios existentes, mas também, se reflete na aquisição de
competências úteis para situações futuras, nomeadamente para inserção no mercado de
trabalho por conta de outrem. Este aspeto pareceu-nos relevante e apenas observável em
estudos longitudinais onde se medem mais do que os impactos diretos em termos de
número de empresas criadas”.

3. CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Tipo de pesquisa

3.1.2. Quanto a natureza:


O aspecto qualitativo de uma pesquisa pode estar presente até mesmo nas
informações colhidas por estudos essencialmente qualitativos. A pesquisa qualitativa
constitui uma tentativa de compreensão detalhada dos significados e caraterísticas
situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar de produção de medidas
quantitativos de caraterísticas ou comportamentos (Richardson, 2015).

3.1.3. Quanto aos objetivos:


A pesquisa qualitativa desenvolve-se numa situação natural, oferecendo riqueza
de dados descritivos, bem como focalizando a realidade de forma complexa e
contextualizada. Este tipo de pesquisa, não permite formular regras precisas sobre
técnicas de pesquisa qualitativa porque cada entrevista éúnica: depende do tema, do
pesquisador e de seus pesquisados (Marconi & Lakatos, 2010).

3.1.4. Quanto aos procedimentos:


No respeitante aos procedimentos a serem aplicados, o autor da investigação deseja
usar apenas um e único caso de estudo. A escolha deste procedimento justifica-se pelo
simples facto do estudo de caso referir-se ao levantamento com mais profundidade de
determinado caso ou grupo humano sob todos os aspetos. Entretanto é limitado, pois se
restringe ao caso estudado, que não pode ser generalizado (Marconi & Lakatos, 2019).

3.1.5. Técnicas e instrumentos de recolha de dados


Relativamente aos instrumentos para a recolha de dados, o autor da pesquisa
pretende aplicar a entrevista, porque o principal interesse do pesquisador é compreender
as perspectivas e experiências dos entrevistados, conhecer o significado que o

10
entrevistado da aos fenômenos e eventos de sua vida cotidiana, utilizando seus próprios
temos. Portanto, a entrevista qualitativa é a técnica mais usada na pesquisa qualitativa
(Marconi & Lakatos, 2010).

3.1.6. Participantes
A entrevista irá contar com 6 participantes, mais concretamente o gerente da
instituição de microcrédito XXL, e cinco (5) beneficiários do crédito daquela empresa.

3.1.7. Técnicas e instrumentos de análise de dados


Para o processo de análise e avaliação de dados, o pesquisador irá optar por fazer
uma análise de conteúdo, devido à natureza deste tipo de estudo. Importa salientar que,
este tipo de análise é particularmente usada para estudar material de pesquisa do tipo
qualitativo, não sendo preciso aplicação de técnicas de estatística, em que se faz uma
leitura atempadamente para organizar as ideias incluídas, para posteriormente analisar os
elementos e as regras que a determinam (Richardson et al., 2015).

3.1.8. Considerações éticas


Apesar do gestor vir a optar em divulgar o seu nome, é importante deixar claro a
possiblidade de aplicação de códigos de identificação dos mesmos, como forma de
preservar a imagem e integridade das pessoas e empresas envolvidas caso eles venham a
exigir, bem como as demais informações.

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CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Nº Atividades Meses
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
1 Entrega do
projeto X
2 Constituição
de objetivos,
questões de X
investigação
e quadro
teórico
3 Metodologia X
4 Recolha de X
dados
5 Tratamento
e análise de X
dados
6 Finalização
da X
monografia
7 Entrega do X
trabalho
final

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Richardson, R. J. et al. (2015). Pesquisa Social: Métodos e Técnicas (3ª. ed.). São
Paulo, Brasil: Editora Atlas.
 Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2012). Metodologia do trabalho cientifico:
Procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica e publicações e trabalhos
científicos. (7ª. ed.). São Paulo: Editora Atlas.
 Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2019). Metodologia cientifica. (7ª. ed.). São
Paulo: Editora Atlas.
 Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2010). Metodologia cientifica. (6ª. ed.). São
Paulo: Editora Atlas.
 Barros, R. P. ; Henrique, R. & Mendonça, R. (2000). Desigualdade e Pobreza no
Brasil: retrato de uma estabilidade inaceitável. V. 15, N. 42. Revista Brasileira
de Ciências Sociais.
 Santos, D.M. Rui. (2013). A Pobreza. Leiria: Escola Superior de Educação e
Ciências Sociais, Instituto Politécnico de Leiria.
 Matos, P., Silva, B. & Correia, R. (2010), O microcrédito como instrumento de
inclusão social. Homenagem ao Professor Doutor Adelino Torres. Almedina N.º
14.
 Yunus, Muhammed & Jolis, Alan. (2001). O Banqueiro dos Pobres. SãoPaulo:
Editora Atica.
 Colodeti, P. V. (2011). Microcrédito: uma política Social de Redução da
Pobreza?. Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Universidade Federal do
Espírito Santo, Espírito Santo.
 Soares, M. M.; Sobrinho, M. D. A. (2007). Microfinanças: O papel do Banco
Central do Brasil e a importância do cooperativismo de crédito. Brasília: Banco
Central do Brasil. Disponível em <
http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/livro_microfinan%C3%A7as_i
nternet.pdf> Acesso em 11 set. 2021.
 Crespo, A. P. A. & Gurovitz, E. (2002). A Pobreza como um Fenômeno
Multidimensional. RAE– eletrônica. Disponível em . Acesso em 11 set. 2021.

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