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3 criação de storyboard e storytelling
3 criação de storyboard e storytelling
CRIAÇÃO DE STORYBOARD
E STORYTELLING
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2019
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Sumário
Tema 01
Storytelling, conceito, história e aplicações ....................................................... 4
Tema 02
Elementos da narrativa. A jornada do herói .................................................... 24
Tema 03
Funções da linguagem. A comunicação no processo de ensino-aprendizagem.
Práticas de storytelling na educação. ............................................................... 45
Tema 04
Brainstorming. O uso de storytelling na sua sala de aula em diferentes modelos
de ensino .......................................................................................................... 62
Tema 05
Storyboard e suas aplicações na educação .................................................... 79
Tema 06
O uso da tecnologia para storyboard e storytelling. Digital storytelling ........... 99
Tema 07
Estudo de caso e práticas sobre os temas: storyboard e storytelling ............ 115
Storytelling, conceito, história e aplicações
Autora: Max Roger Franco Pompílio
Objetivos
4
1. Contextualização
Olá! Seja bem-vindo a esta leitura fundamental!
2. O que é storytelling?
No mundo atual, não basta existir, é preciso marcar presença. É fácil ser
esquecido ou até rejeitado. Para chamar a atenção, nada como um apelo
emocional, porque a emoção é o ingrediente que empresta sentido à vida
humana. É o barroco da decoração e o realce por excelência. Nessa realidade
dispersiva, na qual estamos inseridos, é tão difícil atrair a atenção das pessoas,
que o recurso do storytelling aparece como uma tecnologia poderosa para
atrair essa disputada audiência.
5
menestréis seguiam de cidade em cidade, cantando os atos heroicos dos
cavaleiros cruzados. Apreciar narrativas é dos traços mais antigos e profundos
do ser humano. É que não há ser humano que não aprecie uma boa história. A
pergunta que vem, depois desse preâmbulo, é: por quê? Por que histórias
fazem tanto sucesso, há tanto tempo e por tantos lugares?
ASSIMILE
7
3. A história da narrative
Figura 1 – Inscrições rupestres
O homo sapiens tem origem de cerca de 300 a 200 mil anos a.C. A arte, por
sua vez, deve ter começado por volta de trinta mil anos atrás. Como demonstra
a Vênus de Willendorf (28 a 25.000 a.C) e os registros de arte rupestre em
Lascaux, na França e Altamira, na Espanha (17 a 15.000 a.C). Foi somente na
antiga Mesopotâmia que a escrita foi elaborada e criada. Por volta de 4.000
a.C., os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Usavam placas de
barro, onde cunhavam essa escrita.
1
A Epopeia de Gilgamesh é uma coletânea de poemas místicos redigidos em sumério. É provável que seja
o mais antigo texto literário escrito pelo homem, por volta do fim do terceiro milênio antes de Cristo,
preservada em placas de argila. Foi encontrada numas ruínas na Mesopotâmia, em 1890.
Fonte: <https://www.infopedia.pt/$a-epopeia-de-gilgamesh>. Acesso em: 19 jul. 2019.
8
Mahabharata 2 hindu, os sumérios contaram a jornada do rei de Uruk, que
realiza diversas façanhas em busca da imortalidade. Essa história mística e
épica chegou até os tempos contemporâneos quando os arqueólogos
decifraram tabuletas de argila resgatadas no sul do atual Iraque.
2
O Mahabharata narra a guerra entre Pandavas e Karauvas, duas famílias com laços de parentesco
muito próximos, pela posse de um reino no norte da Índia. É também o maior poema de todos os
tempos, com cerca de duzentos mil versos. Fonte: <https://www.britannica.com/topic/Mahabharata>.
Acesso em: 19 jul. 2019.
9
Figura 2 – O homo sapiens
Portanto, deve ter sido a luta pela sobrevivência o estopim para o surgimento
do pensamento histórico dedutivo e, também, da fantasia. A capacidade de
pensar em coisas que não estão visíveis, logo se transforma na capacidade de
imaginar coisas que não existem.
Ginzburg (1989) deseja utilizar essa parábola do caçador neolítico para ilustrar
uma mudança radical na percepção dos homens. É um alargamento de visão
de mundo que ocorre nos sapiens. Antes era uma espécie de eterno presente,
depois dessa experiência têm uma noção de potencial passado. Um recurso de
investigação do passado ainda é utilizado por diversos ramos profissionais.
Ginzburg (1989) consegue relacionar o mito da origem do primeiro contador de
histórias com o historiador, que ainda recorre aos indícios deixados pelo tempo
para deduzir relações e produzir uma narrativa crível, praticando, assim, uma
profecia do passado, e ainda diz que “se a realidade é opaca, existem zonas
privilegiadas – sinais, indícios – que permitem decifrá-la”. (GINZBURG, 1989,
p. 177).
3
Para um aprofundamento no conceito de paradigma indiciário, recomenda-se a leitura da
obra:GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras,
1990.
11
O historiador israelense Yuval Harari (2012) 4 batiza essa transformação com o
nome de revolução cognitiva, que teve início quando o ser humano começou a
imaginar deuses, mitos, lendas e religiões e quando, a partir dessas
concepções, homens se reúnem em grupos cada vez maiores que acreditam
nas mesmas coisas e, por isso, cooperam entre si. Para Hahari (2015), esse
fenômeno é fator determinante, o divisor de águas, da ascensão do sapiens
sobre todos os demais seres vivos. A cooperação em função da caça, logo se
torna cooperação para a guerra, para o comércio, para o culto, para as
navegações, depois para o conhecimento e daí por diante. Os pequenos
bandos de sapiens se transformam em aldeias que viram cidades, que
compõem impérios e que, por fim, formam uma grande aldeia global.
4
O israelense Yuval Noah Harari é doutor em História pela Universidade de Oxford, especializado em
história mundial e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. É autor de Sapiens, uma breve
história da humanidade, e de Homo Deus, uma breve história do amanhã.
12
Figura 3 – A comunicação
13
Como observamos na citação acima, o marketing associado a uma boa história
gera uma parceria de sucesso. As grandes sagas do cinema, como Harry
Potter ou Vingadores, por exemplo, são capazes de alavancar vendas em
escala astronômica! “São jogos eletrônicos, brinquedos, artigos escolares,
roupas. E, me diga, quem os vende? Ela, a história.” (FRANCO, 2015, p. 12)
O gosto por narrativas faz parte do ser humano, por isso, temos a tendência de
prestar muito mais atenção a uma publicidade quando está relacionada a uma
história.
São preceitos, valores, doutrinas, ditos, adágios, que, por sua vez,
podem ser transmitidos por gerações e gerações, ao redor do
mundo. É essa a promessa do storytelling: causar penetração,
engajamento, envolvimento e, também, compra de produtos,
ideias ou serviços. É lógico que o mercado sabe disso e faz uso
deste poder. Qual? A possibilidade de promover marcas,
produtos, serviços, empresas, ideias, projetos, causas e
mensagens corporativas através das histórias. Roosevelt dizia
‘Aonde chegam nossos filmes, chegam nossos produtos’. O
grande presidente dizia isso em 1940. Era, realmente, um
visionário. Imagina o quanto esse fenômeno se potencializou hoje
em dia, na era da informação? (FRANCO, 2015, p. 12)
14
Nessa perspectiva, o storytelling é muito eficiente para tocar no emocional dos
consumidores, envolvendo-os e provocando, por vezes, a fixação da marca em
seu imaginário.
15
Figura 4 – O mundo digital gera concentração e distração
Mas não para por aí, outras diversas histórias nos estimulam e influenciam ao
apreço pelo turismo, como as que ouvimos na infância, os filmes que
assistimos, os livros, os relatos de experiências de outros viajantes que nos
pomos a ouvir.
17
Figura 5 – Roma antiga
18
parábolas. Como poderíamos prescindir de uma ferramenta tão envolvente
logo em sala de aula? Há tarefa mais difícil, atualmente, do que atrair a
disputada atenção de crianças e jovens?
TEORIA EM PRÁTICA
19
PARA SABER MAIS
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
20
d) É a camada mais superficial da psiquê humana, onde estão localizados os
medos e desejos mais comuns da humanidade.
a) O Livro de Jó.
b) O Alcorão.
c) A Ilíada, de Homero.
d) A epopeia de Gilgamesh.
e) O Gênesis.
Referências Bibliográficas
21
comunidade. 2015. Disponível em: <http://maxfranco.com.br/wp-
content/uploads/2016/04/Ensaio-USP-2015.pdf>. Acesso em: 12 jul.2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta B.
Questão 2 - Resposta A.
22
Questão 3 - Resposta D.
23
Elementos da narrativa. A jornada do herói.
Autora: Max Roger Franco Pompílio
Objetivos
24
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo a esta leitura fundamental!
2. Os elementos da narrativa
A narração é uma modalidade de texto que relata uma história real, ficcional ou
mistura dados reais e fictícios. O texto narrativo traz personagens que atuam
em um tempo e em um espaço, apresentados em relato realizado por um
narrador. Como afirma o professor Pereira (2012):
25
meio e fim. Na maioria das vezes, o texto narrativo é escrito em prosa, apesar
de existirem algumas narrativas em verso, como a já citada Ilíada, de Homero,
e como podemos encontrar em diversas canções de Chico Buarque (Cantigas
de roda e João e Maria) e Legião urbana (Eduardo e Mônica e Faroeste
caboclo). A literatura de cordel é também um bom exemplo de narração feita
em verso, como também o poema de um dos nossos maiores poetas, Andrade
(2007):
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que
amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi
para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo
morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e
Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na
história. (ANDRADE, 2007, p. 54)
26
Figura 1 - Grécia
O termo grego Poética significa fazer, pois foi exatamente essa sua função:
servir como um manual para seus alunos do Liceu, do fazer da arte, a
composição artística e dos gêneros praticados pelos gregos, como o drama, a
comédia, a tragédia e a sátira, além da poesia lírica e épica. É bom ficar atento
ao fato de que muitos desses termos que hoje são aplicados a campos
diferentes, como a poesia, narrativa ou o teatro, tinham funcionalidade diferente
na época de Aristóteles. Tudo se misturava, como, por exemplo, na obra de
Homero, A Ilíada, que foi escrita em verso. A poesia, além de estar ligada ao
teatro, era cantada, muitas vezes, com acompanhamento instrumental. É na
Poética que Aristóteles divide a estrutura da narrativa em três atos:
27
ter extensão. Inteiro é o que tem começo, meio e fim.
(ARISTÓTELES, 1996, p. 37).
Introdução:
Desenvolvimento:
28
Veja só o que fazemos para viver: há quem seja advogado,
jornalista, agente funerário, médico, professor, dentista… Esses
só existem porque existem problemas.
Por sinal, qual profissão existe que não seja para resolver
problemas? Bombeiro? Policial? Professor? Esteticista? No way!
Resolvam os problemas do mundo e todos estaremos
sumariamente desempregados.
Conclusão:
Propp (1983, p. 59, apud VIEIRA, p. 599), conceitua função como “a ação de
uma personagem definida do ponto de vista de seu significado no desenrolar
da intriga”. E como afirma Vieira (2001, p. 611):
Fonte:piolka/ IStock.com
30
C. Carl Jung 1(1875 – 1961)
1
Em 1913, Jung (2008) funda a Psicologia Analítica ao publicar a obra Metamorfoses e símbolos da
libido, em que expõe abertamente suas próprias ideias em grande parte contrárias à Psicanálise (entre
alguns exemplos, acredita na importância da sexualidade na vida humana, porém, não a considera como
o único e principal motivo propulsor da vida e das causas das doenças psíquicas; discorda do método de
interpretação dos sonhos, estruturado por Freud, e formula seu próprio método; critica a visão
positivista de Freud sobre a Psicologia. Ao contrário deste, crê na importância da busca da
espiritualidade e do papel das religiões para uma vida saudável). Ramos, L. M. A. (2002). Apontamentos
sobre a psicologia analítica de Carl Gustav Jung. ETD - Educação Temática Digital, 4(1), 110-114.
31
linguagem simbólica, pois, como afirmava Jung (2008, p. 25,34,43), a maioria
dos símbolos e imagens simbólicas originam-se em nosso inconsciente,
especialmente nos sonhos. Portanto, compreender o mundo inconsciente e a
linguagem simbólica presente, em especial nos sonhos, é uma boa estratégia
para entender melhor o ser humano e a construção da nossa cultura. Afinal,
nós percebemos o mundo por meio de narrativas e nos expressamos por meio
de narrativas.
O fato é que todo ser humano ama histórias e, geralmente, tem preferência por
certa estrutura de história. De acordo com Franco (2017), é o que Campbell
chamava de Jornada do Herói.
32
Observe as histórias de IT, a Coisa, Planeta dos macacos: a
guerra, Transformers, John Wick, A bela e a fera e Cars 3, cruze
com a estrutura do monomito e me responda: é ou não a mesma
estrutura de enredo?
Entretanto, qual é essa sequência que virou fórmula para tantos filmes de
sucesso de alcance mundial, como os da Marvel e da Disney, além de
romances como os filmes da saga Harry Potter e Código da Vinci?
34
9. A recompensa - Nos grandes mitos, é comum que o herói, que
enfrenta a morte, supere seu medo, depois ganhe uma recompensa.
Campbell (2005) afirma que a recompensa é uma espécie de bênção
que o herói consegue em virtude do esforço empreendido por sua
vitória. Sem a recompensa, a jornada não chega ao seu final. Como
exemplo da obtenção de recompensa, podemos citar alguns
personagens da literatura, tais como: Ulisses, que depois de todas as
façanhas da Ilíada, retorna ao seu reino e à sua família; Buda que
atinge a iluminação e Perseu que liberta os jovens de Atenas das
garras do Minotauro.
10. O caminho do retorno - É muito comum que o herói descreva um
caminho de retorno ao mundo comum. Na literatura, tanto Frodo
quanto Bilbo Bolseiro (da saga O Senhor dos Anéis) retornam ao
Condado. As crianças também retornam de Nárnia (da obra As
crônicas de Nárnia). Há muitos outros exemplos na mitologia, no
cinema e na literatura, desse comportamento comum do herói em sua
jornada.
11. A ressurreição ou depuração do herói - É natural que se apresente
ainda, nesse momento, alguma provação, a derradeira para o herói. É
seu último teste. Mais uma vez, enfrenta a morte e deve usar tudo que
aprendeu. Não obstante, o que importa é que o herói não é mais o
mesmo, superou suas fraquezas e inseguranças. Agora é outro
sujeito, mais forte e confiante. Vogler (2015), afirma que o herói
geralmente enfrenta dois dilemas, um externo, que é o problema com
o qual ele se depara; e outro, interno. Comumente é uma questão
profunda, uma insegurança ou debilidade com a qual ele convive há
tempos.
35
12. O regresso com o Elixir - Para Campbell (2005), o herói não é só um
sujeito que supera desafios e realiza façanhas, mas alguém que está
disposto a se sacrificar pela coletividade. Depois de toda a jornada
cumprida, falta um estágio muito importante. O herói volta para casa
com um elixir, um presente qualquer, e o usa para ajudar a todos no
mundo comum. É o legado do herói. A herança que ele deixa para a
posteridade. É o caçador que sofre e se arrisca para trazer comida
para a tribo e que, no fim, não traz apenas o alimento, mas também as
histórias do que viu, viveu ou imaginou. A tribo também se alimenta
dessas narrativas, afinal, elas oferecem entretenimento, emoções e
exemplos de coragem e argúcia. É assim que nascem os mitos e de
acordo com Vogler (2015, p. 289), “a chave verdadeira para o estágio
final da jornada do herói é o elixir. O que o herói traz consigo do mundo
especial para compartilhar no retorno.”
MUNDO
COMUM
RETORNO
CHAMADO
COM ELIXIR
RESSUREIÇÃ A RECUSA DO
O CHAMADO
RETORNO O MENTOR
RECOMPENS O PRIMEIRO
A PORTAL
PROVAÇÃO ALIADOS E
SUPREMA INIMIGOS
APROXIMAÇÃO
DA CAVERNA
36
3. Os elementos da narrativa
• Espaço
• Tempo
• Cronológico
• Psicológico
37
• Tipo de Narrador
Uma história sempre é contada por alguém. O narrador é essa voz que relata a
sequência de fatos e que pode narrar os acontecimentos a partir de diversas
perspectivas:
- Narrador personagem
- Narrador observador
- Narrador onisciente
• Personagens
38
• Tipos de discursos (as vozes do texto)
39
manual e transformando em um livro que é referência para escritores e
roteiristas, chamado A jornada do escritor.
3. Considerações finais
Como foi possível observar nesse estudo, a jornada do herói está presente na
maioria das narrativas com as quais nos deparamos durante nossa vida. Os
grandes blockbusters de Hollywood, os romances best sellers, as séries de
televisão mais assistidas, os jogos virtuais, em sua maioria, têm seus enredos
montados a partir da jornada do herói descrita por Campbell (2005) e resumida
por Vogler (2015), tendo como base a psicologia analítica de Jung.
40
ASSIMILE:
TEORIA EM PRÁTICA
Caros Então, o que você achou das estruturas das narrativas? Já saberia
aplicar na prática? Como visto nesta leitura fundamental, existem modelos,
técnicas e estruturas para construir boas narrativas. Suponha que você
pretenda fazer uso desses elementos para contar uma história, a fim de atrair
seu público ou alunos. Defina tempo, espaço, protagonista, antagonista,
personagens secundários, tipo de narrador, tipo de discurso, e conte a
sua história.
41
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
42
b) Cunhou o conceito de arquétipos.
c) Cunhou a poética.
Referências Bibliográficas
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. 10. ed. São Paulo: Pensamento,
2005.
______. Histórias amadas. Max Franco, vinte e sete de setembro de dois mil e
dezessete. Disponível em: < https://www.maxfranco.com.br/cronicas/historias-
amadas/ > Acesso em: 18 jul. 2019.
43
PEREIRA, D. Curso de Redação. Fortaleza. TPL, 2016.
Gabarito
Questão 1 - Resposta A.
Questão 2 - Resposta B.
Questão 3 - Resposta D.
44
Funções da linguagem. A comunicação no
processo de ensino-aprendizagem. Práticas
de storytelling na educação.
Autora: Max Roger Franco Pompílio
Objetivos
45
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo a esta leitura fundamental!
Atualmente, está cada vez mais difícil chamar a atenção do seu público e
aplicar uma argumentação eficiente que seja capaz de gerar engajamento e
envolvimento com sua proposta. O storytelling é uma metodologia que
possibilita aumentar a capacidade de convencimento, explicação e interação
emocional com qualquer interlocutor.
46
Conheça um pouco mais sobre estes tipos de comunicação resumidos no
esquema abaixo.
Figura 1 - Esquema
No Brasil, o código – que poderá ser definido como sendo a nossa língua
materna – é a Língua Portuguesa. Quanto mais você compreende nossa
linguagem (ou o nosso código), melhor você se comunica. Segundo Cereja e
Magalhães (2005, p. 25), “língua é um código formado por signos (palavras) e
leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem
entre si”.
47
Outro fator importante quando tratamos de linguagem é a questão das
variedades linguísticas. Cada pessoa tem sua forma de falar. Uma forma que
se origina não só da região na qual alguém nasceu e se criou, mas também
das condições sociais, culturais, educacionais e históricas.
Há, então, uma variedade padrão ou culta, que, geralmente, merece mais
prestígio e uma língua não padrão, que é marcada pela informalidade.
48
E no caso da História, aquela com “H maiúscula”? Essa é uma discussão
fascinante. Orwell (1903 - 1950) diz que “a história é escrita pelos vencedores”.
Afinal, geralmente, é versão desses vencedores que tendem a permanecer nos
livros de História. Portanto, é também possível perceber o relato histórico como
uma interpretação dos fatos concebida e divulgada por alguém que tinha
também suas razões para redigir a própria ideia daquela história. A história
também é escrita para denotar algo e de forma parcial. História oficial também
pode ser uma expressão de storytelling.
Há uma técnica tão antiga quanto eficiente. Para ter ideia do que realmente se
deu na História, requer sempre cruzar informações e buscar outras fontes para
formar uma opinião sobre algum relato. O ideal seria que agíssemos assim
sobre tudo, ainda mais nesse tempo de fake news.
Fake news, portanto, são modalidades de storytelling? Claro que são. São
narrativas tendenciosas, por vezes destrutivas e intencionais. Podemos dizer
que as fake news são uma aplicação negativa de storytelling, uma corrupção
da técnica. Como afirma Franco (2019, s/p.):
Como citamos antes, comunicar-se pode até parecer fácil, mas de fato não é.
Você já deve ter passado pela situação de achar que foi claro ao dizer algo,
mas seu interlocutor entendeu outra coisa. O contrário também já deve ter
ocorrido inúmeras vezes. Pode também já ter passado pela situação de ler
inúmeros parágrafos de um texto qualquer, sem compreender muita coisa. Por
que esses fenômenos ocorrem?
Várias podem ser as causas, dentre elas: ou quem elaborou a mensagem não
foi competente ao fazê-lo, ou seu interlocutor não teve repertório para decifrá-
la.
50
Como conseguir a atenção de crianças e jovens, que, por vezes, são
naturalmente tão dispersos?
Há diversas formas, atualmente, para se lograr esse foco tão desejado. Para
isso, as metodologias ativas são essenciais. Não existe mais, ou não deveria
mais existir, aquele velho conceito de aula palestrada, expositiva, conceitual,
conservadora e interminável. As novas gerações desejam se sentir mais
participativas. Desejam ser incluídas como protagonistas do processo ensino-
aprendizagem, e não ser meros expectadores.
51
– O homem estava nu, completamente nu! – Em um segundo, o
silêncio desceu absoluto sobre a plateia curiosa. (Dava para
escutar cri, cri, cri…). E continuei com a narrativa até o final.
Depois puxei uma do Rubem Braga, depois Drummond, Paulo
Mendes Campos. Uma hora de histórias para os adolescentes, os
quais, ao final, me aplaudiram demoradamente. - Todos amam
histórias, não é? (FRANCO, 2016, [s.p.])
4. A jornada do aprendiz
52
• Pode aparecer de várias formas, mas, em suma, é o momento em que o
nosso protagonista for mais testado e exigido. A hora na qual se debate
Grande para compreender algo que não sabia. O aprendizado se torna uma
crise vitória sobre a ignorância.
53
ASSIMILE:
“Campbell (2005), em sua erudita obra O herói de mil faces, demonstra como
as grandes histórias, mitos e lendas da humanidade, trazem uma mesma
sequência, aquilo que ele batizou de monomito ou a célebre jornada do herói.
Esse famoso e eficiente modelo acabou sendo adotado por romancistas do
mundo inteiro e roteiristas de cinema, que o utilizam na confecção de
histórias com mais frequência do que a maioria das pessoas (desavisadas)
desconfiam.
1
Malba Tahan - Júlio César de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895 – Recife, 18 de
junho de 1974), mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan (Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim
Hank Malba Tahan), foi um escritor e matemático brasileiro. Por meio de seus romances foi um
dos maiores divulgadores da matemática no Brasil.
54
Confira um fragmento do seu famoso best-seller O homem que calculava:
55
A história de Malba (2001) é apenas um exemplo de possibilidade de trabalho
com storytelling em sala de aula. É necessário planejamento, reflexão e
pesquisas para a criação de repertório a serem utilizados em sala. Levando em
consideração não apenas a disciplina que o professor ministra, mas também a
intencionalidade que o docente quer atribuir à história.
56
5. Considerações finais
Segundo Palácios (2015, p.180), estudos realizados por Kotler (guru da área
de Marketing), apontam que em 1998, recebíamos 1600 mensagens por dia.
Dessas, cerca de 80 eram percebidas e apenas 12 provocavam reações.
Atualmente, estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Nielsen, apontam
que recebemos mais de 5000 mensagens por dia e a nossa capacidade de
absorção não melhorou. Compreende agora o valor do storytelling?
TEORIA EM PRÁTICA
57
estudante? Quem foram seus grandes mentores? Quais foram as grandes
dificuldades? Qual elixir você entrega hoje? Conte sua história.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
58
3. A respeito da aplicação do storytelling em sala de aula, assinale a
alternativa correta:
Referências Bibliográficas
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. 10. ed. São Paulo: Pensamento,
2005.
______. Fake news e storytelling. Max Franco, [s.l.], vinte e oito de fevereiro
de dois mil e dezenove. Disponível em:
<http://www.maxfranco.com.br/storytelling/fake-news-e-storytelling/>. Acesso
em: 18 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta C.
Resolução:
Questão 2 - Resposta B.
60
c) Na jornada do aprendiz, a recompensa é especificamente a nota atribuída
pelo professor. Alternativa incorreta, pois não só a nota é recompensadora,
mas também a satisfação pessoal pelo aprendizado obtido.
Questão 3 - Resposta A.
61
Brainstorming. O uso de storytelling na sua
sala de aula em diferentes modelos de
ensino
Autora: Max Roger Franco Pompílio
Objetivos
62
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo a esta leitura fundamental!
1
Brainstorming é uma técnica criada pelo americano Osborn, em 1963, utilizada para auxiliar
um grupo de pessoas a criar o máximo de ideias no menor tempo possível. Geralmente, se
64
Figura 1 - Brainstorming
a. Com storytelling: o professor pode trazer uma história que tenha alguma
relação com seu conteúdo. Pode ser uma história criada pelo professor
ou outra qualquer que tenha garimpado das bibliografias. Deverá então
narrar essa história para seus alunos, mas não deve finalizá-la. O
professor vai pausar o relato em um momento crucial, solicitando dos
alunos que concluam a narrativa como desejarem. As sugestões,
certamente, serão diversas e bastante criativas. O brainstorming é
utilizado quando cada aluno propõe a própria conclusão de maneira livre
e espontânea. Segundo Leal, Miranda e Nova (2017):
66
d. Com estudos do meio: as atividades de estudo do meio permitem que
os alunos possam manter contato real com seus objetos de estudo. A
ideia é proporcionar a observação in loco, uma oportunidade perfeita para
os educadores estimularem os estudantes a socializarem as próprias
opiniões e impressões sobre os elementos que encontraram no campo.”.
67
Não criticar nem ironizar as ideias, por mais absurdas que possam
parecer.
68
É importante destacar que a técnica do brainstorming deve estimular o trabalho
em equipe.
ASSIMILE:
2
Ensino híbrido é a metodologia que combina aprendizado online com o offline, em modelos
que mesclam (por isso o termo blended, do inglês “misturar”) momentos em que o aluno estuda
sozinho, de maneira virtual, com outros em que a aprendizagem ocorre de forma presencial,
valorizando a interação entre pares e entre aluno e professor” .PORVIR. Ensino híbrido. São
Paulo, 18 de jul. de 2013. Disponível em < http://porvir.org/ensino-hibrido-ou-blended-learning>
Acesso em 12.04.2019
69
mais modernas de Educação, compreender com maior profundidade como
aplicar em sua prática pedagógica.
a. Aula invertida
O professor pode fazer uso desse blend (storytelling - aula invertida) de várias
maneiras. Confira as sugestões:
71
b. PBL (Problem Based Learning)
c. Gamificação
72
Figura 4 - A filosofia do jogo pode se tornar uma aliada em sala de aula
73
PARA SABER MAIS:
5. Considerações finais
74
TEORIA EM PRÁTICA:
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
75
a) O storytelling não funciona de modo eficaz, aliado à técnica da
gamificação.
Referências Bibliográficas
76
______. A trilha sonora da viagem. Max Franco, dez de abril de dois mil e
dezoito. Disponível em: <http://www.maxfranco.com.br/inovacaoemeducacao/a-
trilha-sonora-da-jornada/> Acesso em: 24 jul. 2019.
PUGLIESE, Gustavo. Por que (e para quê) tantas metodologias. Porvir, São
Paulo, 05 de novembro de dois mil e dezoito. Disponível em:
<http://porvir.org/por-que-e-para-que-tantas-metodologias>. Acesso em: 24 jul.
2019.
77
TAHAN, M. O homem que calculava. São Paulo. Saraiva, 2001.
Gabarito
Questão 1 - Resposta A.
Questão 2 - Resposta B.
Questão 3 - Resposta C.
78
Storyboard e suas aplicações na educação
Autora: Silvia Torreglossa
Objetivos
79
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo a esta leitura fundamental!
80
2. Storyboard e seu significado
Storyboard é um roteiro desenhado, um esboço sequencial, um filme contado
em quadros, uma sequência delas que discorre sistematicamente sobre algum
assunto. Remete a uma história em quadrinhos, mas sem os balões com texto.
O storyboard em si, sozinho, não é um produto final, é uma das etapas para
visualizar a construção de algo, é uma ferramenta. Isso significa que se trata de
um rascunho, muito importante, de como deve se organizar determinada
situação. Do ponto de vista da utilidade, serve para:
O storyboard é uma forma não verbal de contar uma história, vai muito além de
uma sequência de quadros que mostram o decorrer de uma ação, atua num
processo de retextualização, pois é a partir dessa dinâmica da construção do
storyboard que se exercita os diferentes pontos de vista na narração de um
fato.
81
dessa forma, há a promoção da interação entre os interlocutores presentes no
processo.
ASSIMILE:
Fonte: Quarta_/iStock.com
82
A palavra storyboard é inglesa e significa: story = história; board = quadro,
placa, tábua. Essa tradução tem sentido porque quando surgiu esse conceito
de storyboard, os diretores de cinema colocavam as imagens (sequência de
desenhos) do storyboard em uma placa, ou lousa, ou quadro, afixadas com
tachinhas ou coladas com fita adesiva.
83
conhecimento trouxeram possibilidades de registros mais detalhados como, por
exemplo, o advento da escrita.
ASSIMILE:
Para ter a concepção ideal da dimensão desse fato, basta ir a uma livraria, no
espaço de literatura infantil. Se uma mãe ou um pai começa a ler uma das
histórias contidas nos livros ali disponibilizados, é comum que outras crianças,
além de seus filhos, aninhem-se ali para desfrutar do desenrolar daquela
narrativa.
A narração envolve a pessoa que escuta, mas, principalmente, aquela que fala,
que emite a mensagem por si só ou atua como comunicadora daquela história.
É mais que uma experiência personalizada, é uma atividade coletiva que
envolve quem constrói a narrativa, no caso desse tema específico, quem
compõe a sequência de imagens no storyboard, e quem tem o contato com o
resultado da informação construída a partir da leitura e interpretação das
imagens sequenciais.
84
Portanto, a dinâmica construtiva do storyboard está intrinsicamente relacionada
à produção de narrativas. Medina (2008) diz que todos são dotados da
“capacidade de produzir sentidos, ao narrar o mundo, a inteligência humana
organiza o caos em um cosmos”.
4. Técnicas de ensino
ASSIMILE:
87
Figura 2 – Apresentação de um storyboard
5. Storyboard na educação
88
6. Criando um storyboard
89
Plano Geral (PG) Mostra a pessoa inteira e o cenário ao
fundo. A cabeça fica bem perto do teto
e os pés também ficam bem perto do
fim da tela.
10- Definir qual será o estilo dos desenhos, ou colagens, e definir quem
faz o que na equipe.
11- Checagem para ver se a sequência está correta e se todas as
informações estão presentes no storyboard.
12- Apresentação do resultado.
90
Também há a possibilidade de apresentar com telas, em slides, ou até em
páginas da Internet. Entretanto, não são só esses recursos para a
apresentação. Nesse momento, pode-se usar a criatividade para a
demonstração do projeto.
Ideia
Concepção
Definição do tema.
Apresentação
Sequência e estilo.
Contação de história.
91
7. Contar histórias digitais
Na aba Educação, diz Modelos de material escolar e outros recursos que vão
ajudar você a obter um alto desempenho escolar e acadêmico.
92
Figura 6 – Homepage Canva
8. Considerações finais
93
comunicacionais e educacionais, que podemos prever a partir do momento em
que sistematizamos todo o processo documentando o passo a passo.
TEORIA EM PRÁTICA:
Suponha que você ministre aulas em uma sala de ensino médio, muito
numerosa (mais ou menos uns 40 alunos) e ruidosa. Eles têm dificuldade de
trabalhar em equipe e estão sempre inquietos, mas conversam entre si
sempre sobre os lançamentos musicais daquele momento. Como você, como
educador e conhecedor da ferramenta storyboard, pode envolver a classe
num exercício agregador que tenha mais a ver com realidades deles?
Desenvolva o passo a passo da atividade de criação de um storyboard,
baseando-se no conhecimento apreendido nesse tema.
94
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a) Close-up.
b) Plano Americano.
c) Plano de Detalhe.
d) Zoom-in.
e) Zoom-out.
95
3. Leia a frase:
a) Criador.
b) Desenvolvedor.
c) Transmissor.
d) Reprodutor.
e) Preparador.
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, José Carlos Souza. Para uma análise das representações sobre as
técnicas de ensino. In: Técnicas de ensino: por que não? Ilma Passos
Alencastro Veiga (org.). Campinas, SP: Papirus, 1991. Coleção Magistério:
Formação e Trabalho Pedagógico.
96
BENJAMIN, Walter. O narrador. In: BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, arte
e política: ensaios sobre a literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo
Rouanet, 2. ed., Brasiliense, 1986. Obras Escolhidas. v. 1.
NICOLA, José de. Língua, Literatura & Redação. São Paulo: Editora
Scipione, 1997.
97
Gabarito
Questão 1 - Resposta B.
Questão 2 - Resposta C.
Questão 3 - Resposta D.
98
O uso da tecnologia para storyboard e
storytelling. Digital storytelling
Autora: Silvia Torreglossa
Objetivos
99
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo!
ASSIMILE:
102
principais em torno de um fato, que são: o quê? Quem? Quando? Como?
Onde? Por quê?
103
PARA SABER MAIS:
104
Um exemplo prático é a lembrança dos contos de fadas que trazem bem claro
todos os elementos da narrativa. Nesse caso, pode-se citar Frozen – Uma
aventura congelante, animação da Disney, de 2013. Veja abaixo:
4. Digital storytelling
ASSIMILE:
106
Figura 2 – Texto e Hipertexto
107
o pai). No decorrer da trama, o telespectador é convidado a fazer escolhas,
sendo que cada uma delas leva a um enredo diverso.
5. Storyboard + storytelling
108
Como o storyboard prevê uma sequência com ilustrações estáticas e tem como
essência a apresentação da mensagem por meio da imagem e do movimento
sugerido, torna-se desafiador criar a narrativa com símbolos que servem para
transmitir o significado presente na mensagem.
Entretanto, como o intuito aqui é fazer uso da tecnologia, o storyboard pode ser
concebido diretamente nos meios digitais em sites próprios que tem tutoriais
para esse fim, exemplos: StoryboardThat, Canva, Boords. Não são só essas
ferramentas específicas que podem ser utilizadas para a criação do storyboard,
o programa Power Point, da Microsoft, é uma ferramenta para apresentações
em geral, como primordialmente o arquivo preparado no PPT é formado por
uma sequência de telas, o storyboard também pode ser criado e apresentado
fazendo uso do PPT.
109
por conta de toda potencialidade adquirida.
TEORIA NA PRÁTICA:
111
então, contar uma história para a equipe, a fim de que se sintam seguros e
motivados. Em uma sequência hipertextual, você prepara seu storyboard,
mostrando as várias possibilidades de problemas e as possíveis soluções.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
b) O tema utilizado.
c) A narrativa linear.
d) O desfecho da trama.
2. Quais são as perguntas que devem ser feitas para escolher um tema de
uma storytelling? Escolha a alternativa correta.
b) Por que é importante essa história ser contada? Essa personagem gera
alguma empatia?
112
a) Hipertexto é um texto muito grande, que contém uma estrutura rígida de
começo, meio e fim.
e) Hipertexto é uma invenção dos meios digitais, que veio contribuir para
definição das cores usadas no layout do storytelling.
Referências Bibliográficas
LÉVY, Pierre; tradução de Paulo Neves. O que é o virtual? São Paulo: Ed. 34,
1996.
NICOLA, José de. Língua, Literatura & Redação. São Paulo: Editora
Scipione, 1997.
113
PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação,
cibercultura, cognição. Porto Alegre: Edição Sulina, 2008.
Gabarito
Questão 1 - Resposta A.
Questão 2 - Resposta C.
Questão 3 - Resposta D.
114
Estudo de caso e práticas sobre os temas:
storyboard e storytelling
Autora: Silvia Torreglossa
Objetivos
115
1. Introdução
Olá! Seja bem-vindo!
O storytelling é um dos modos de contar histórias mais atual que existe e pode
ser utilizado em diversas áreas do conhecimento. Storytelling é um termo que
vem da língua inglesa e que significa a capacidade de contar histórias.
Traduzindo ao pé da letra, tell vem do verbo to tell, contar; e story, história. O
storyteller é aquele que conta histórias, ou melhor, um contador de histórias.
116
E para que essa história seja bem contada, do começo ao fim, ou de forma
hipertextual, é preciso que haja uma estratégia que dê suporte. E é aí que entra
o storyboard, ferramenta indispensável para organizar as ideias e desenvolver
o enredo.
Para ter esse contato mais próximo com esses dois conceitos e entender seus
usos, é necessário conhecer as formas de uso já consagradas e os passos
para sua concepção.
117
Figura 1 – Storytelling
118
emissor (publicitário/ jornalista/ professor/ vendedor) e o receptor (ouvinte/
cliente/ aluno/ espectador).
119
em que estão disponíveis os conteúdos (livros, filmes, fotos,
músicas e textos). (KENSKI, 2012, p. 33)
120
quebraria a relação empática que a história deveria construir, além de ser
crime.
Por exemplo, a história contada sobre a origem dos sorvetes da marca Diletto é
fictícia, mas isso não ficava claro para o consumidor, que realmente acreditava
que a imagem impressa nas embalagens era uma homenagem ao italiano
Vittorio Scabin, avô de Leandro Scabin, fundador da empresa. Segundo a
história, que começava com a frase La felicità è um gelato (tradução: a
felicidade é um sorvete), Vittorio era um sorveteiro da região de Vêneto e usava
frutas frescas e neve na composição das receitas, chegou em São Paulo
buscando abrigo em meio a Segunda Guerra Mundial. O nonno Vittorio havia
deixado, como legado aos seus netos, a tradição, o perfeccionismo e a paixão
que, segundo a propaganda veiculada, são fundamentais para transformar
simples picolés em raras e deliciosas porções de felicidade.
A história fictícia era contada como verdadeira e isso não agradou o Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o CoNAR, que designou que a
empresa explicasse em toda a sua comunicação, inclusive em sites e redes
sociais, que o personagem não existe. Esse case mostra como storytelling é
importante e deve ser escrito com muita responsabilidade.
121
queda e a seleção. A intenção dessa história é contar que mesmo sendo
industrializado, ou seja, de fácil acesso, existe toda uma complexidade na
produção do suco que o menino está tomando.
Mãe: - Quer saber como Del Valle consegue fazer o suco mais
gostoso de todos? Eles descobriram um grande segredo da
natureza, as árvores mágicas!
Filho: - Mágicas?
Mãe: - Ainda bem que Del Valle já faz tudo, a gente só tem que
abrir a caixinha.
4. Storytelling – na Educação
123
dos usuários que tenham como objetivo formar interlocutores
capacitados para uma recepção e produção comunicativa ao
mesmo tempo múltipla, seletiva e crítica. (OROZCO-GÓMEZ,
2011, p.159)
ASSIMILE:
5. Storytelling – na prática
A lógica do storytelling
Para que isso ocorra de forma satisfatória, é necessário que haja uma
definição precisa sobre o público-alvo que a história visa atingir.
125
itens relatados. A campanha dos produtores de queijo das Região da Serra da
Canastra 1 demonstra claramente essa sequência.
126
Para auxiliar e enriquecer o storytelling, dispõe das potencialidades
multimidiáticas, como os efeitos especiais, a sonorização, e tantos outros
movimentos e enquadramentos que enriquecem o percurso da narrativa.
TEORIA EM PRÁTICA:
127
a elaboração de um projeto para incentivar o estudo e simulados para o
Enem. O seu papel é passar essa ideia para a equipe de professores, que
encabeçarão esse projeto, de forma a motivá-los, cada um em sua disciplina,
a atuarem em parceria para o sucesso desses projetos. Você usará o
storytelling como estratégia, baseando-se na plataforma storyboard. Haverá
uma reunião onde você precisará desse material para dar segmento ao
projeto.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
128
e) Embora o personagem resolva a situação, no retorno volta ao ponto de
partida da mesma forma como começou a história.
e) Não haja dúvida em relação a qual mídia escolher para expressar a ideia.
b) Sim, desde que o público saiba que se trata de uma história inventada, do
contrário, se sentiria enganado.
Referências Bibliográficas
129
CAMPBELL, Joseph. Trad. MOISÉS, Carlos Felipe. O poder do mito. São
Paulo: Palas Athena, 1990.
LEAL, Ana Luiza. Toda empresa quer ter uma boa história. Algumas são
mentira. Revista Exame, 2014. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/revista-exame/marketing-ou-mentira/>. Acesso em:
24 jul. 2019.
PORTAL BRASAL. Brasal – Del Valle. Portal Brasal, vinte e seis de abril de
dois mil e dez. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?time_continue=31&v=r61C150Q-3c>. Acesso
em: 24 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta E.
Questão 2 - Resposta C.
Questão 3 - Resposta B.
131