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FUTURE SKILLS:

Storymakers
Storytelling: a arte de contar histórias
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Coordenação
Cyllara Guadalupe Tavares Serrano

Gestão Educacional Núcleo de Educação a Distância


Charles Bonani de Oliveira
Fabiana Vicente de Carvalho
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 3

PARA COMEÇO DE CONVERSA 4

POR QUE CONTAMOS HISTÓRIAS? 4

FIQUE POR DENTRO! 7

O QUE É STORYTELLING? 7

CUIDADO COM AS HISTÓRIAS! 8

STORYTELLING EM DIFERENTES CONTEXTOS 9

PARA CONCLUIR 11

REFERÊNCIAS 12
APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo(a) à disciplina Future Skills: Storymakers!


Contar histórias é uma forma antiga e poderosa de transmitir conhecimentos, emoções
e valores humanos. A partir delas, podemos explorar nossas experiências, refletir sobre
nossa humanidade e estabelecer conexões com os outros. Mas será que há uma forma de
aprimoramos essa prática tão comum no dia a dia, a fim de alcançarmos diferentes objetivos?
A resposta é sim! Para isso podemos utilizar os princípios do Storytelling. Sendo assim,
nesta unidade veremos o que é essa técnica e como aplicá-la para atingir diferentes objetivos
na comunicação.
Ao final dos estudos você será capaz de descrever o que é o Storytelling e sua relevância
para conquistar o seu público.
Lembre-se de consultar os materiais indicados nas referências, para aprofundar seus
conhecimentos.

Bons estudos!

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PARA COMEÇO DE CONVERSA

POR QUE CONTAMOS HISTÓRIAS?

"As histórias são a alma da cultura, ajudando-nos a compreender nós mesmos e


nossa relação com o mundo que nos cerca." Chimamanda Ngozi Adichie.

A troca de experiências entre os indivíduos acontece desde o início da História. Sendo


assim, a contação de histórias (orais ou imaginárias) é a mais antiga forma de compartilhar
acontecimentos, ideias, sentimentos etc. Ela antecede a criação da escrita. Ao contar uma
história:

Despertamos a
Provemos a
atenção do público. Criamos laços
identidade de grupo
de afetividade

Quando transformamos qualquer assunto em história, o ouvinte pode criar vínculos


afetivos e, assim, compreender mais facilmente o tema. Uma história bem contada, seja ela
real ou criada, chama a atenção de um grupo e traz os indivíduos para dentro do contexto da
narrativa. Esses casos incluem histórias que já aconteceram e aquelas que são criadas para
alcançar diferentes objetivos.

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Você Sabia?
A primeira storyteller que se tem conhecimento é Sherazade. O livro As mil e uma noites
reúne as histórias mais deslumbrantes do mundo árabe narradas por ela. Leia o resumo a
seguir e saiba mais sobre esse exemplo fascinate de contação de histórias.

Tudo começa com a história do rei Shariar. Ele descobre que está sendo traído
pela esposa, que tem um servo como amante, e, enfurecido, mata os dois.
Depois, toma uma decisão terrível: a cada noite, vai se casar com uma nova
mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para nunca mais ser
traído. Assim procede por três anos, causando medo e lamentações em todo
o reino. Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro do rei, a bela e sábia
Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbaridade do rei.
Para aplicá-lo, porém, ela precisa casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta
convencer a filha a desistir da idéia, mas Sherazade estava decidida a acabar
de vez com a maldição que aterrorizava a cidade. Quando chega a noite de
núpcias, sua irmã mais nova, Duniazade, vai de madrugada até o quarto dos
recém-casados e, chorando, pede para ouvir uma das fabulosas histórias que
a irmã conhece. Sherazade começa então a narrar uma intrigante história que
cativa a atenção do rei, mas não tem tempo de acabar antes do amanhecer.
Curioso para saber o fim do conto, Shariar concede-lhe mais um dia de vida.
Mal sabe ele que essa seria a primeira de mil e uma noites!
As histórias de Sherazade, uma mais envolvente que a outra, são sempre
interrompidas na parte mais interessante. Assim, dia após dia, sua morte vai
sendo adiada. Você deve estar pensando que Sherazade tinha um grande
repertório de histórias para contar, não é? Bem, por mais fértil que fosse
sua imaginação, seria impossível inventar tanta coisa ou ler tantos livros!
Na verdade, a forma como Sherazade aprendeu todos esses contos explica
também outro mistério da obra: ela não tem autor! Parece estranho, mas
a explicação é simples: as histórias de As mil e uma noites eram contadas
de uma pessoa para outra, estavam na boca do povo! Ninguém sabe quem
as inventou. Elas fazem parte da tradição oral do povo árabe, com seus
contadores de histórias que reuniam multidões nas ruas e mercados. Não
se sabe ao certo quando os contos foram passados para o papel. A primeira
versão do livro, Mil contos, surgiu na Pérsia (atual Irã, onde se passa a história
de Sherazade) por volta do século 10.

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A partir do exemplo dos contos do livro As mil e uma noites, podemos perceber que:

• Uma boa história desperta o interesse e a identificação do leitor.

• Uma história melhor faz com que o leitor se imagine no papel do


personagem principal.

• Uma história espetacular faz com que o leitor percorra cada passo
na pele do protagonista, sofrendo com ele e enfrentando todos
os obstáculos do caminho, movido pela esperança de superar o
conflito e vibrando quando isso ocorre.

Desta forma, percebemos que é mais fácil transmitir uma mensagem quando ela está
ancorada em uma história. Podemos contar histórias com diferentes propósitos, mas todos
eles têm um objetivo comum: criar identidade e gerar conexão. Ao contar histórias é possível:

• Dar um significado para acontecimentos, relações e emoções.


• Explicar relações de causa e efeito.
• Registrar marcos importantes de uma época.
• Assim como em todos os segmentos do mercado, no caso das histórias
também há concorrência, no caso a concorrência da atenção.

O grande número de pessoas tentando se comunicar nos mais diversos segmentos gera
uma audiência fragmentada. São tantas empresas e bens (produtos e serviços) nos convidando
ao consumo que muitas vezes não conseguimos nos lembrar de marcas, endereços, preços e
diferenciais competitivos apresentados. A teoria da Economia da Atenção de Herbert Simon
sustenta que a riqueza da comunicação e das informações acaba gerando uma pobreza da
atenção. Sendo assim, conquistar a simples atenção da audiência já é um bem precioso, ou
seja, ser lembrado já é um ganho.
Mas o que podemos fazer para sermos lembrados? Podemos melhorar nossas habilidades
na arte de contar histórias, chamada de Storytelling. Quer saber mais sobre ela? Então
continue seus estudos.

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FIQUE POR DENTRO!

O QUE É STORYTELLING?

"Histórias lidas no momento certo jamais te abandonam. Você pode esquecer o


autor ou o título. Pode até não lembrar precisamente o que aconteceu. Mas se você
se identifica com uma história, ela continua com você para sempre." Neil Gaiman.

Quando nos referimos ao Storytelling como uma arte, falamos sobre contar, desenvolver
e adaptar histórias utilizando elementos específicos, a fim de criar uma narrativa inesquecível
que se conecta com o espectador de forma emocional. Segundo Fernando Palacios, o termo
Storytelling significa muito mais que contar histórias.

Se refere à construção mental a partir de memórias e da imaginação


que cada pessoa constrói sobre determinada história.

Se refere à uma versão da história expressa por um narrador, seja


em forma de texto, roteiro ou relato, que pode ganhar vida por
meio de atuações, filmagens e publicações.

O Storytelling tem como objetivo potencializar a comunicação. Assim, essa técnica auxilia a:

• Criar conexões entre pessoas, empresas/pessoas e empresas/empresas.


• Estabelecer as conexões através da ativação de recursos emocionais
(subliminares e fortes).
• Traçar a jornada de aprendizagem do aluno.

Quando contamos uma história com a técnica correta de comunicação e utilizamos elementos
emocionais, estamos nos conectando através da ativação da memória afetiva de quem nos
ouve. Valores, propósito, superação de desafios, desejo de vitória, entre outros aspectos que
despertam as emoções, quando relacionados com elementos sinestésicos (lembranças de
cenários, cheiros, texturas), promovem a identificação do ouvinte com a história. Assim, o
relato deve incluir elementos associados à experiência do público-alvo da comunicação.

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Vale destacar que quando falamos sobre conexão emocional, não necessariamente
estamos falando sobre memórias boas. A conexão do receptor com a história pode ser
gerada por lembranças positivas ou negativas. Portanto, para que haja conexão emocional é
necessário apenas que o receptor relacione suas lembranças com a história narrada, ou seja,
que ocorra a identificação.
Para identificarmos os elementos afetivos que atingirão uma conexão emocional
é importante nos colocarmos no lugar do outro, ou seja, praticar a empatia. O exercício
da empatia permite que você selecione os seus valores que têm maior afinidade com os
interesses e as prioridades dos seus ouvintes.

A empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, a fim de compreender


o que ela pensa e sente. Trata-se da compreensão emocional. Ela é uma competência
comportamental importantíssima. Ao desenvolvê-la, indiretamente, aumentamos a
nossa visão de mundo, pois passamos a enxergar situações sob outras perspectivas.

A empatia envolve três componentes:

• Afetivo: o componente afetivo baseia-se na partilha e na compreensão de


estados emocionais de outros.
• Cognitivo: o componente cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre
os estados mentais de outras pessoas.
• Regulação das emoções: a regulação das emoções lida com o grau das
respostas empáticas.

CUIDADO COM AS HISTÓRIAS !

“As histórias são a forma mais poderosa de transmitir verdades.” J.K. Rowling

Existe uma característica muito importante para definirmos o que é Storytelling e para
caracterizar um bom storyteller (contador de histórias):

Ser um bom contador de histórias não significar ser um mentiroso. Se a história


que a você irá contar é uma mera ilustração, tenha o cuidado de avisar aos ouvintes
que a história é ficcional.

No segmento de negócios por exemplo, o Storytelling como ferramenta está atrelado


à reputação de uma marca/empresa. Caso a história contada não esteja clara para o seu
público, isso poderá acarretar sérios problemas para a empresa. Veja abaixo o exemplo do
sorvete brasileiro “Diletto”.

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No Storytelling da marca Diletto, a receita é direcionada para
o avô do empreendedor (“o nonno Vittorio”) e mantém da receita
habitual um ingrediente nobre: neve dos alpes suíços. A história
resgata o passado por meio de fotografias e mostra o avô e o carro
de gelato, que era utilizado no ciclo comercial de seu antepassado.
Porém, a história é inverídica. Nesse caso, alguns clientes acionaram
o PROCON e a empresa teve que se retratar publicamente, admitindo
a parte ficcional do Storytelling criado. Isso fez com que a Diletto se
retirasse do mercado por um tempo, reposicionasse toda a marca
e a identidade visual. Esse período que a empresa permaneceu afastada trouxe um grande
prejuízo para os negócios.
O exemplo da Diletto demonstra a importância de contar uma boa história, mas que ela
também seja coerente com a marca, a fim de não trazer riscos para a reputação da empresa.

STORYTELLING EM DIFERENTES CONTEXTOS

O Storytelling é utilizado em diversos contextos para alcançar certos objetivos e chamar a


atenção do públicos. Conheça alguns exemplos!

O jornalismo tem usado o Storytelling para atrair o espectador


para o seu veículo. Hoje o público tem acesso a notícia com
muita facilidade e o tempo todo. Assim, ao utilizar a técnica do
Storytelling, o jornalista gera identificação com determinado
grupo garantindo, assim, a audiência cativa.

Na política, o Storytelling é utilizado para gerar a empatia do


povo por um partido ou determinado candidato, seja contando a
história do candidato, apresentado o plano de governo ou as bem
feitorias realizadas por eles.

O Storytelling é praticamente obrigatório no entretenimento.


A técnica é utilizada (mesmo não sendo reconhecida como tal)
desde os primórdios do cinema, rádio e televisão. Contar histórias
bem contadas é sinônimo de sucesso!

O Storytelling é muito importante na educação para tornar as


aulas mais criativas, dinâmicas e interessantes. Essa técnica
permite ilustrar contextos e, assim, atrair e reter a atenção dos
alunos. O Storytelling inclusive pode ser aplicada pelos alunos na
apresentação de trabalhos por exemplo.

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No turismo, histórias são contadas para apresentar aos turistas
o local e torná-lo mais acolhedor. Faz com que o público se sinta
parte daquele contexto.

Você, no dia a dia, quando encontra uma pessoa e relata um fato, já está
contando uma história. Você traz o interlocutor para a sua realidade,
desejando que essa pessoas se coloque no seu lugar e sinta o mesmo
que você ao participar ou saber da determinada história.

Como você pode perceber, contamos histórias o tempo todo. Então, pratique cada vez
mais a técnica do Storytelling para se tornar um contador de histórias de sucesso!

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PARA CONCLUIR

Storytelling é a arte de contar histórias de forma atrativa e envolvente. Na publicidade,


por exemplo, é uma estratégia muito utilizada para transmitir de forma clara e efetiva a
mensagem que se deseja passar. Além disso, o Storytelling é importante para os negócios
porque ajuda a criar uma conexão emocional com o público, tornando a marca mais
memorável e valorizada. Ele também pode ser usado para transmitir valores e propósito de
uma empresa de uma forma mais impactante do que apenas apresentar fatos e números.
Em resumo, o Storytelling é uma ferramenta valiosa para construir relacionamentos mais
profundos e significativos com seu público. Então, sempre que possível, conte uma história!

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REFERÊNCIAS
GALLO, Carmine. Storytelling: aprenda a contar histórias com Steve Jobs, Papa Francisco,
Churchill e outras lendas da liderança. São Paulo: Alta Books.
LUPTON, Ellen. O design como storytelling. São Paulo: Editora Olhares.
SEBRAE. Como criar o storytelling da sua marca? Disponível em: https://www.sebrae.com.
br/sites/PortalSebrae/artigos/como-criar-o-storytelling-da-sua-marca,e15d7ca23e9c4810Vg
nVCM100000d701210aRCRD Acesso em: 14 jan. 2023.
TORRANO, Mateus. Storytelling: o que é, quais os elementos, como usar e exemplos.
Disponível em: https://provi.com.br/blog/outros/storytelling-o-que/ Acesso em: 14 jan. 2023.

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