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Investimentos em Coligadas

e Controladas (CPC 18 e CPC


36)
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Objetivo deste paper: Estudar as definições e tratativas dos


INVESTIMENTOS de uma empresa numa outra empresa, resultando
numa COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS em consonância com o CPC 18 em
aderência as Normas Internacionais de Contabilidade do
IASB (International Accounting Standards Board). Refletir as principais
evoluções deste tema atual, e de importância a formação profissional e
acadêmica dos nossos alunos.

O objetivo do CPC 18 e estabelecer a contabilização de investimentos


em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do
método da equivalência patrimonial .

Vamos lá aos nossos estudos? Desejamos a todos um excelente


entendimento.

Primeiro vamos retomar um pouco sobre a definição de


investimentos:

Uma empresa com sobra de caixa, poderá optar pela diversificação o


risco (1) e destinar recursos do caixa para adquirir ações de outras
empresas com objetivo de obter ganhos financeiros.

(1) diversificação do risco é um termo técnico em finanças em não


colocar “todos os ovos numa única cesta”, amenizando assim o risco do
investidor, por exemplo: ser dono de ações de uma empresa de aviação
e possuir também ações de empresas hospitalares; possuir ações de
empresas de exploração de Petróleo e possuir ações das empresas de
redes de supermercados.

INVESTIMENTO:

Uma vez, que as (1) aplicações financeiras for concretizada temos um


(2) instrumento financeiro que visa a exploração de um (3) negócio em
conjunto e o (4) controle em conjunto ou o (5) empreendimento
controlado em conjunto e nasce a figura da empresa (6) Controladora e
das empresas (7) Coligadas ou (8) Controladas; e também a
padronização das tratativas legais, acompanhadas de diversos termos
técnicos que esclarecem e delimitam as responsabilidades entre si, e o
modelo de atuação.

Termos técnicos do parágrafo anterior:

• (1) As aplicações financeiras realizadas com este objetivo são


consideradas como Instrumentos Financeiros;
• (2) Um instrumento financeiro, é um contrato que dá origem a um
ativo financeiro de uma entidade e a um passivo financeiro ou
instrumento patrimonial de outra entidade;
• (3) Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais
partes têm controle conjunto;
• (4) Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente
convencionado, do controle de negócio, que existe somente
quando decisões sobre as atividades relevantes exigem
o consentimento unânime das partes que compartilham o controle;
• (5) Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um
acordo conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle
em conjunto do acordo contratual, têm direitos sobre os ativos
líquidos desse acordo;
• (6) Controladora é uma entidade que controla uma ou mais
controladas; sendo que o controle é o poder de governar as
políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter
benefícios de suas atividades;
• (7) Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência
significativa; mas não foi constituída sob a forma de sociedade.
• (8) Controlada é a entidade na qual a controladora, diretamente
ou por meio de outra controlada, tem poder para assegurar, de
forma permanente, preponderância em suas deliberações sociais e
de eleger a maioria de seus administradores.

Podemos verificar que; quando um investimento efetuado pela empresa


investidora na empresa investida for tratada como “coligada” é algo
mais simples, tipo: um noivado; porém, quando o investimento da
empresa investidora na empresa investida for tratado como “controlada”
é algo mais complexo, tipo: um casamento, pois neste último passa a
exercer o controle efetivo de forma permanente, enquanto durar a
sociedade.

O CPC 36, define a contextualização sobre os investimentos

A forma da avaliação dos investimentos depende do grau do


relacionamento e responsabilidade dos investidores; refletindo assim no
envolvimento da empresa investidora na empresa investida, que pode
ocorrer através de:

1. pouca ou nenhum influência;


2. influência significativa ou controle compartilhado e,
3. controle efetivo.

Pouca ou nenhuma influência: temos os investimentos classificados


como um ativo financeiro e este deve ser classificado ao seu valor justo;

Influência significativa: temos a figura das COLIGADAS e controles


em conjunto, que devem ser tratadas pelo método da equivalência
patrimonial;
Controle efetivo: temos os investimentos em CONTROLADAS que além
da equivalência patrimonial nos balanços individuais, também deve ser
necessário elaborar as demonstrações financeiras consolidadas.

Dependendo do grau do investimento da empresa detentora do capital


(recurso financeiro) que efetuou na empresa investida, teremos algumas
“nomenclaturas” e que representam também neste termos, os direitos e
obrigações, entre si, sendo de muita importância o pleno entendimento
conceitual, pois a partir destas definições estabelece as tratativas legais
e contábeis e que facilitam a interpretações dos fatos pelos investidores.

O CPC 18 define com propriedade os direitos e deveres através da


segregação conceitual de acordo o grau destes investimentos.

O investimento pode ser abrangente, quando nasce a figura do GRUPO


ECONÔMICO, onde a controladora (empresa investidora) possui
investimentos em diversas empresas que são as controladas ou as
empresa coligadas.

A partir de então vamos apresentar os conceitos de investimentos em


COLIGADAS e CONTROLADOS de uma forma ampla.

Vamos iniciar em avaliar os conceitos e tratativas dos investimentos em


COLIGADAS e numa segunda etapa os investimentos e tratativas dos
investimentos em CONTROLADAS.

1. INVESTIMENTOS EM COLIGADAS:

Abrange os investimentos efetuados em empresas do qual o


INVESTIDOR tem INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA, mas não foi constituída
sob forma de sociedade, a legislação define, tal relacionamento
conforme abaixo:
1. A investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões
financeiras ou operacional da investida, sem controlá-lá (artigo
243, parágrafo 4 – da lei da S/A). A Lei dispõe ainda que a
influência significativa é presumida “quando a investidora for
titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da
investida, sem controlá-la.

Verifique a importância deste parágrafo, que o investimento de 20% no


capital da investida, garante a investidora de participar nas decisões
financeiras ou operacional da investida, e inclusive do direito de
representação no Conselho da administração ou na diretoria da
investida.

Nota: Talvez, seja por este motivo, que quando um GRUPO


ECONÔMICO, for efetuar um investimento numa empresa a título de
noivado, no mínimo eles requerem 20% de participação do CAPITAL da
investida, pois assim lhes garante uma condição importante nas
definições da GESTÃO EMPRESARIAL da empresa INVESTIDA.

Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por meio


de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder de
voto da investida, presume-se que ele não tenha
influência significativa, a menos que essa influência possa ser
claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da
investida por outro investidor não necessariamente impede que um
investidor tenha influência significativa sobre ela.

Surge então um termo que denomina-se de:

• Influência significativa é o poder de participar das decisões


sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas
sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.

Evidências da Influência significativa:


1. representação no conselho de administração ou na diretoria da
investida;
2. participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em
decisões sobre
dividendos e outras distribuições;
3. operações materiais entre o investidor e a investida;
4. intercâmbio de diretores ou gerentes;
5. fornecimento de informação técnica essencial.

Perda da influência significativa: A entidade perde a influência


significativa sobre a investida quando ela perde o poder de participar nas
decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela investida.
A perda da influência significativa pode ocorrer com ou sem mudança no
nível de participação acionária absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer,
por exemplo, quando uma coligada torna-se sujeita ao controle de
governo, tribunal, órgão administrador ou entidade reguladora.
Isso pode ocorrer também como resultado de acordo contratual.

Tratativa contábil: No caso dos investimentos em Coligadas que existe


apenas uma influencia significativa e não o controle efetivo: deve-se
adotar o critério da equivalência patrimonial

• Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização


por meio do qual o
investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí,
é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação
do investidor sobre os ativos líquidos da investida. As receitas ou
as despesas do investidor incluem sua participação nos lucros ou
prejuízos da investida, e os outros resultados abrangentes do
investidor incluem a sua participação em outros resultados
abrangentes da investida;

Verifique que; pelo motivo da Investidora ter apenas influência


significativa e não controle a lei exige apenas a equivalência patrimonial
e não exige a consolidação das demonstrações financeiras.
Na sequência vamos avaliar as tratativas e investimentos em
CONTROLADAS.

2. INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS:

Controlada é a entidade na qual a Controladora, tem o (1) controle


diretamente ou por meio de outra controlada, tem (2) poder para
assegurar, de forma permanente, preponderância em suas deliberações
sociais e de eleger a maioria de seus administradores em suas (3)
atividades relevantes, definida em (4) aspetos legais.

• (1) controle sobre a investida:direitos sobre, retornos variáveis


decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a
capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder sobre a
investida.
• (2) Poder: são direitos existentes que dão a capacidade atual de
dirigir as atividades relevantes
• (3) atividades relevantes: são atividades da investida que afetam
significativamente os retornos da investida;
• (4) Aspetos Legais: A Lei 6.404/76 define controlada como a
“sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de
outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores” (artigo 243, parágrafo 2). Por sua vez, o artigo
116 da Lei define como controlador a pessoa (física ou jurídica), ou
grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle
comum, que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo


permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e
o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e

b) usa seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o


funcionamento dos órgãos da companhia.
A ” preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a
maioria dos administradores” de modo permanente ocorre,
presumidamente, quando a empresa investidora possui o controle
acionário representado por mais de 50% do capital votante da outra
sociedade.

Assim, o investidor controla a investida se, e somente se, o investidor


possuir todos os
atributos seguintes em relação ao controle:

1. Poder sobre a investida;


2. Retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com
a investida;
3. Relação entre poder e retorno

Poder sobre a investida

Destaca do CPC 36 no item b 18, que em algumas circunstâncias, pode


ser difícil determinar se os direitos do investidor são suficientes para lhe
dar poder sobre a investida. Nesses casos, para permitir que seja feita
a avaliação do poder, o investidor deve considerar evidências no tocante
à sua capacidade prática de dirigir as atividades relevantes de forma
unilateral. Devem ser considerados, entre outros, os itens seguintes, os
quais, quando considerados em conjunto com os direitos do investidor,
conforme abaixo:

(a) o investidor pode, sem ter o direito contratual de fazê-lo, nomear ou


aprovar o pessoal chave da administração da investida que tem a
capacidade de dirigir as atividades
relevantes;
(b) o investidor pode, sem ter o direito contratual de fazê-lo, instruir a
investida a realizar
transações significativas em benefício do investidor ou pode vetar
quaisquer mudanças a
essas transações;
(c) o investidor pode dominar o processo de nomeações para a eleição
de membros do órgão de administração da investida ou a obtenção de
procurações de outros titulares de direitos de voto;
(d) o pessoal-chave da administração da investida é formado por partes
relacionadas do
investidor (por exemplo, o presidente executivo da investida e o
presidente executivo do
investidor são a mesma pessoa); e
(e) a maioria dos membros do órgão de administração da investida
consiste em partes
relacionadas do investidor.

Retornos variáveis

1. O investidor está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos


variáveis como resultado de seu envolvimento com a investida
quando os retornos do investidor decorrentes de seu
envolvimento têm o potencial de variar conforme o resultado do
desempenho da investida. Os retornos do investidor podem ser
somente positivos, somente negativos ou ambos, positivos
e negativos.
2. Embora somente o investidor possa controlar a investida, mais de
uma parte pode participar dos retornos da investida. Por exemplo,
os titulares de participações de não controladores podem participar
dos lucros ou distribuições da investida.

Relação entre poder e retornos

1. O investidor controla a investida se possui não apenas poder sobre


a investida e exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis
decorrentes de seu envolvimento com a investida, mas também a
capacidade de usar seu poder para afetar seus retornos
decorrentes de seu envolvimento com a investida.
2. Assim, o investidor com direitos de tomada de decisões deve
determinar se é um principal ou um agente. O investidor que é
agente não controla a investida quando exerce direitos de tomada
de decisões a ele delegados.
Tratativa contábil: Por ser mais complexo os investimentos em
Controladas deve-se adotar além do critério da equivalência patrimonial
também o critério da Consolidação das demonstrações contábeis.

• Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de


um grupo econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido,
receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas
controladas são apresentados como se fossem uma única entidade
econômica;

Fluxograma, sintetização as definições de: COLIGADAS e


CONTROLADAS
Olá meu amigo (a), podemos garantir que já caminhamos um bom
percurso, nesta nossa escalada rumo no conhecimento do nosso
propósito em aprendermos um pouco sobre COMBINAÇÃO DE
NEGÓCIOS – INVESTIMENTOS EM COLIGADAS e CONTROLADAS; Não
vamos desistir, combinado? tome´um café, água, retome a leitura num
outro dia, isto faz bem. NÃO faça do estudo algo entediante,
obrigatório.

Tendo dúvidas, recomendo que você retome a leitura deste paper, desde
o início, procure familiarizar-se com os termos técnicos; as famosas
NOMENCLATURAS, pense na importância e quão gratificante é o
CONHECIMENTO.

Uma vez que você já dominou o assunto, vamos ao nosso próximo


assunto:

1. Equivalência Patrimonial (Tratativas em Coligadas e Controladas.


CPC 18)
2. Na segunda etapa vamos estudar o processo amplo de
CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

Desejamos a você um bom estudo e ajude a divulgar nosso site aos teus
amigos. Tem conteúdo é gratuito.

Acompanhe a evolução do nosso trabalho, estaremos sempre


aprimorando com casos práticos.

Veja também nossos paper sobre:

Combinação de negócios

http://www.gecompany.com.br/educacional/combinacao-de-negocios-
fusao-incorporacao-e-cisao-de-acordo-com-o-cpc-15/

Equivalência Patrimonial

http://www.gecompany.com.br/educacional/equivalencia-patrimonial-
investimentos-em-coligadas-e-controladas-cpc-18/

Consolidação das demonstrações contábeis


http://www.gecompany.com.br/educacional/consolidacao-das-
demonstracoes-contabeis/

Prof. Alexandre Wander

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