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ÍNDICE DE SHARPE CPA-20

ÍNDICE DE SHARPE

Fala, Cabeção!
Vamos falar sobre o índice de Sharpe, que nada tem a ver com a marca de televisão. Índice criado
pelo William, ok? E não, não é o Shakespeare. Estou falando do William Forsyth Sharpe, vencedor
do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 1990.
Na minha visão, é a melhor criação do mercado financeiro, pois nos mostrou um caminho eficiente
na definição da melhor escolha de investimento em um cenário com muitas opções parecidas.
Nós evoluímos ao entender que a seleção não irá se basear apenas em rentabilidade, mas sim na
relação entre retorno e risco.
Quando tomamos uma decisão de investimento, um leigo no assunto costuma normalmente olhar
somente a rentabilidade. Isso é um fato.
Nós, como futuro especialista em investimentos, devemos prestar muita atenção no risco. Afinal
de contas, rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, certo? Ainda mais se tiver
muito risco envolvido.
Importante lembrar que qualquer comparação somente é válida se analisarmos os fundos dentro
de uma mesma classe de ativos. Fundos de Ações com Fundo de Ações, Multimercado com
Multimercado, etc. Não faz nenhum sentido comparar ativos de diferentes níveis de risco. Essa é
justamente a ideia das classificações Anbima e CVM.
Vamos dar uma olhada na tabela abaixo com a rentabilidade média e desvio-padrão de quatro
fundos de investimentos diferentes:

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Olhando a tabela, comparando o fundo A com o fundo B, qual você investiria? Possuem o mesmo
retorno, porém um tem risco maior que o outro. Vamos com o menor risco, claro. Fundo A. E entre o
fundo A e C? Ambos têm o mesmo risco, 2%. Vou no que me dá mais rentabilidade, né? Escolhemos
Fundo C, então. Fácil. Chegamos agora na comparação entre fundo A e D, onde retorno e risco não
são iguais.
Temos o Fundo D com risco e retorno maiores. Se focarmos em rentabilidade, obviamente esse
seria a escolha. Porém, o fundo A tem risco menor e uma rentabilidade nem tão longe assim. Vixe,
agora complicou. Qual escolher?
Aí, é que o senhor William Sharpe aparece para nos ajudar.

Ficou confuso com a fórmula? Presta atenção, cabeção!


O retorno esperado na fórmula é a média dos retornos de um ativo, ok? Esse é tranquilo, né? Agora,
vamos entender a ideia da parte superior da fórmula. Imagine que você tenha somente o retorno
de um ativo livre de risco. Estamos falando do retorno de um título como, por exemplo, Tesouro
Selic – LFT. Você ganharia a rentabilidade dele, apenas, sem risco.
No entanto, a partir do momento que eu adiciono um ativo com retorno esperado, com uma
expectativa, ou seja, um ativo com risco, eu quero ganhar mais do que o ativo livre de risco, certo?
Por isso, que retorno esperado menos ativo livre de risco é o Prêmio de Risco. E dividindo esse
prêmio pelo desvio-padrão, eu vou ter a relação retorno sobre o risco. Essa é a lógica por trás do
índice de sharpe.
Vamos voltar a resolução lá do começo entre os quatro fundos?
Faltou decidir o melhor fundo: Fundo A ou Fundo D, lembra? Você já sabe que na fórmula
precisamos colocar o nosso ativo livre de risco. Não há uma definição unânime sobre qual seria
esse investimento no mercado. O Tesouro Selic (LFT), referenciado pela taxa Selic e emitido pelo
governo, é uma opção interessante. Vamos utilizá-lo, ok? (Taxa selic: 1%)

Temos os resultados. Mas e aí, qual o melhor? Índice com valor alto ou baixo? Já grava aí, então:
quanto maior o índice, melhor será a relação risco x retorno de nosso investimento. Perfeito para
qualquer investidor.

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O fundo D, portanto, é a melhor opção, pois vou ganhar 1,66 a mais do que a taxa livre de risco para
cada um 1% de risco.

Fique ligado! Para sua prova, ao identificar a taxa livre de risco maior
que o retorno do fundo, o índice Sharpe tende a ser negativo. E nada
pode se concluir.

Com relação ao Índice de Sharpe Modificado, apenas substituímos na fórmula o ativo livre de
risco pelo benchmark do fundo. Fundo de ações, por exemplo, costumam utilizar o Ibovespa
como comparativo histórico

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