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E QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO
HIGIENE, SEGURANÇA
E QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO
Copyright © UVA 2019
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer
meio sem a prévia autorização desta instituição.
REVISÃO DIAGRAMAÇÃO
Theo Cavalcanti UVA
Clarissa Penna
Janaina Senna
Lydianna Lima
M528
Melo, Clarice
2,2 MB : PDF.
ISBN 978-85-5459-086-4
1. Higiene do trabalho. 2. Segurança do trabalho. 3. Acidentes de
trabalho. 4. Segurança do trabalho. 5. Sistemas de segurança. 6.
Administração de risco. 7. Qualidade de vida no trabalho. I.
Universidade Veiga de Almeida. II. Título.
CDD – 363.11
Apresentação 6
Autor 7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
• Riscos químicos
UNIDADE 3
UNIDADE 4
• O papel do RH
A qualidade de vida no trabalho é hoje também considerada uma área relacionada dire-
tamente com a segurança no trabalho, pois um bom ambiente organizacional influencia
diretamente a produtividade do trabalhador, e isso é conseguido, entre outras coisas,
garantindo um ambiente livre de riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
A higiene ocupacional é a área da segurança no trabalho que tem como objetivo identi-
ficar os riscos presentes em todo e qualquer tipo de ambiente laboral e criar estratégias
prevencionistas, contribuindo para a manutenção da saúde, segurança e qualidade de
vida do trabalhador.
6
AUTOR
CLARICE MELO
C. Lattes
7
UNIDADE 1
OBJETIVO
9
Conceitos básicos da higiene ocupacional e
segurança do trabalho
A higiene ocupacional é estruturada como uma ciência prevencionista, que tem como
objetivo principal atuar detectando agentes que possam prejudicar a saúde e segurança de
trabalhadores, quantificando sua intensidade e/ou concentração, além de definir as medi-
das de controle necessárias para garantir a saúde e o conforto dos trabalhadores durante
sua atividade ocupacional, passando constantemente por atualizações (BERTOZZI, 2006).
Podemos definir a higiene do trabalho como a ciência que visa garantir a integridade física
e mental dos trabalhadores. É considerada um dos ramos mais importantes da segurança
no trabalho. O profissional de higiene ocupacional utiliza as normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e também as normas de higiene ocupacional da Fundacentro.
As empresas, em geral, visam muito mais ao lado produtivo e, muitas vezes, negligenciam
o investimento em segurança no trabalho, não sabendo que esse investimento previne uma
série de complicações futuras, como multas e custos altíssimos de reparação e danos cau-
sados aos trabalhadores.
Curiosidade
“A origem da palavra higiene vem do grego hygeinos, que significa aquilo que é
saudável e é derivada do nome da deusa grega Higia que era a deusa da saúde,
limpeza e sanidade, exercia uma importante parte do culto de seu pai Esculápio
‘Deus da cura’, sendo ela considerada como a deusa da prevenção e da con-
tinuidade da boa saúde. A sua origem na mitologia grega é conhecida desde o
século VII a.C.”(ROCHA; BASTOS, 2016)
Na literatura, você pode encontrar diversas formas de definir a higiene ocupacional. Veja, a
seguir, alguns exemplos.
10
A National Safety Council – NSC/USA (Conselho Nacional de Segurança, 2012) traz o
conceito de higiene ocupacional como sendo a ciência e arte devotadas à antecipação,
ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores ou sobrecargas ambientais
que surgem nos ambientes ocupacionais e que podem causar doenças, eventualmente
prejudicando a saúde e o bem-estar do trabalhador, originando desconforto e ineficiência
entre trabalhadores ou cidadãos da comunidade (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
11
Importante
Saiba mais
Alguns fatores levam a acreditar que os altos índices de acidentes eram oca-
sionados em função de ritmos excessivos de produtividade, falta de treinamen-
to para a realização das tarefas, ferramentas de produção desapropriadas ou
utilizadas de forma incorreta, extensa jornada de trabalho, postos de trabalho
inadequados ou ineficientes. Desses fatores, surgiu a necessidade de criar leis
para proteger a saúde e o bem-estar do trabalhador, pois, apesar de não dispor-
mos de documentos que comprovem tais aspectos, acredita-se que o número
de acidentes e de casos de doenças era bastante significativo durante o perío-
do em que se deram as mudanças na forma de atender ao limite de 12 horas de
trabalho por dia, à proibição do trabalho noturno, à obrigação das unidades in-
dustriais de manter ambientes ventilados e à lavagem das paredes pelo menos
duas vezes ao ano, além de atribuir a higiene como fator primordial para a man-
ifestação de ambientes saudáveis. Porém, essas medidas não foram tão efica-
zes para a redução dos acidentes de trabalho, além da inexistência da idade
mínima exigida para o trabalho (ROSSETE, 2014).
12
MIDIATECA
13
História da higiene e segurança do trabalho
Há muitos anos, os trabalhadores, na sua maioria homens, mas também mulheres e crian-
ças, sofriam mutilações constantes em virtude da precariedade das condições de traba-
lho e das máquinas, que eram extremamente rústicas. Além disso, existia a presença de
violência do empregador para com o empregado, ou seja, uma total desorganização, em
virtude da inexistência de uma legislação que amparasse essa nova classe dos operários.
Foi a partir daí que surgiram os sindicatos e, após muitas décadas, as leis trabalhistas
que garantiam a integridade dos trabalhadores.
Curiosidade
Segundo Piza (1997 apud PANDOJA et al., 2012), a informação mais antiga
sobre a preocupação com a segurança do trabalho foi encontrada em registros
egípcios que datam de 2000 a.C. Consta em arquivos que nessa época houve
uma revolta em minas de cobre, por meio da qual o faraó concluiu a necessi-
dade de melhorar as condições de trabalho dos escravos.
14
Curiosidade
Após a Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes garantiu a criação da Organização In-
ternacional do Trabalho – OIT em 1919, o que trouxe frutos para o estudo e o desenvolvimen-
to de acordos internacionais na área de higiene do trabalho. Como consequência, a partir da
década de 1930, na Inglaterra e nos Estados Unidos, houve rápido progresso na identificação
de diversas doenças relacionadas às atividades industriais (FUNDACENTRO, 2004).
Veja que:
Assim como aconteceu em outros países, o Brasil utilizou-se da mão de obra escrava na
mineração e na agricultura, entre outras atividades, até final do século 19. Por mais de 350
anos praticamente, não existiam outras formas de trabalho que não fossem executadas
por mão de obra escrava, o que explica, em parte, a quantidade escassa de publicações
disponíveis acerca das doenças relacionadas ao trabalho, até bem próximo ao fim da es-
cravidão do Brasil (FUNDACENTRO, 2004).
15
No Brasil, o trabalho livre e assalariado ganhou espaço após a
abolição da escravidão no Brasil em 1888 e com a vinda dos imi-
grantes europeus para o País. As primeiras normas trabalhistas
surgiram no País com o Decreto nº 1.313, de 1891, que regula-
mentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. A política traba-
lhista brasileira só toma forma após a Revolução de 30, quando
Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
A Constituição de 1934 foi a primeira a tratar de Direito do Tra-
balho no Brasil, assegurando a liberdade sindical, salário mínimo,
jornada de oito horas, repouso semanal, férias anuais remunera-
das, proteção do trabalho feminino e infantil e isonomia salarial.
(CABRAL, 2013)
No Brasil, no dia 1º de maio de 1943, por intermédio do Decreto-Lei nº 5.542, Getúlio Var-
gas criou a CLT, composta por oito capítulos que abrangem e especificam direitos dos
trabalhadores brasileiros. Nos seus mais de 900 artigos, podem ser encontradas, entre
outras, informações referentes:
• À identificação profissional.
• À duração da jornada de trabalho,
• Ao salário mínimo.
• Ao direito a férias anuais.
• Aos direitos e deveres dos trabalhadores referentes à saúde e à segurança.
• À proteção ao trabalho da mulher.
• À previdência social.
16
A necessidade de reunir as normas trabalhistas em um único có-
digo abriu espaço para Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
criada em 1943, e que após várias alterações, no seu título II –
das Normas Gerais de Tutela do Trabalho, já dedica diretamente
o seu Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo
com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de
1977. (MACHADO et al., 2009 apud CABRAL, 2013)
Após algumas alterações de nome por inúmeros decretos, o Ministério do Trabalho e Em-
prego é quem regulamenta, fiscaliza e implementa, por meio da Secretaria de Segurança e
Saúde do Trabalho e das Delegacias Regionais do Trabalho, os instrumentos importantes
para a regulamentação do trabalho e suas condições de segurança, como exemplo temos
as normas regulamentadoras (CABRAL, 2013).
17
MIDIATECA
18
Conceitos de insalubridade e periculosidade
Considerando o tema higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho, você irá estudar
dois conceitos importantes:
• Insalubridade.
• Periculosidade.
Insalubridade
Saiba mais
19
Segundo Marinelli (2016), a utilização de medidas alternativas para conservação do am-
biente de trabalho em limites aceitáveis pode contribuir para o enquadramento em dife-
rentes graduações, sendo que, além da eventualidade do uso do equipamento de proteção
coletiva – EPC, pode-se somar a utilização de EPI para maximizar as chances de redução
da nocividade dos agentes, visando propiciar melhor condição no ambiente de trabalho.
Seguindo com esse pensamento, a possibilidade de enquadramento em diferentes gradua-
ções se dá conforme estabelece o artigo 192 constante na CLT:
Importante
Assim sendo, ainda segundo Marinelli (2016), a caracterização em atividade insalubre acar-
retará somente em casos em que os pré-requisitos acima apontados sejam extrapolados;
de maneira oposta, o trabalhador deixa de adquirir o direito ao adicional. Conforme orienta
o artigo 191 da CLT:
20
Ainda sobre o adicional de insalubridade, o artigo 194 da CLT prevê que, em caso de neu-
tralização absoluta da condição causadora de insalubridade, o direito ao adicional de insa-
lubridade é descontinuado.
São atividades que podem causar riscos à saúde do trabalhador, caso o limite de tolerân-
cia estabelecido na NR 15 não seja cumprido: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de
impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas,
radiações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja insalubridade é
caracterizada por limite de tolerância, inspeção no local de trabalho, poeiras minerais, agen-
tes químicos, benzeno e agentes biológicos em geral.
Periculosidade
Importante
21
Segundo a NR 16 do Ministério do Trabalho, são
periculosas as atividades ou operações em que a
natureza ou os seus métodos de trabalhos confi-
gurem um contato com substâncias inflamáveis
ou explosivos, substâncias radioativas ou radia-
ção ionizante, ou energia elétrica, em condição de
risco acentuado.
NA PRÁTICA
22
Cortes, lacerações, feridas contusas e puncturas (furos ou picadas) responde-
ram por cerca de 92 mil casos. Ainda contabilizam nos dados 78.499 fraturas e
67.371 contusões/esmagamentos. Segundo estimativas do Observatório, cer-
ca de 28,7 bilhões de reais foram gastos de 2012 até agora com benefícios
acidentários, que incluem auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão
por morte e auxílio-acidente. Foram quase 334 milhões de dias de trabalho per-
didos por causa dos acidentes de trabalho.
Os dados acima demonstram que infelizmente ainda há muito que fazer nas
empresas e indústrias brasileiras, em se tratando de higiene ocupacional. So-
mente a partir do momento que a gestão empresarial for atrelada em todos
os sentidos à prevenção da segurança e saúde do trabalhador esse cenário
poderá ser modificado.
23
Resumo da Unidade 1
CONCEITO
24
Referências
BASTOS, M.; ROCHA, R. Higiene ocupacional ao alcance de todos. São Paulo: RTX Am-
biental, 2016.
25
LAROCCA, L. M.; MARQUE, V. R. B. Quando a higiene se torna pública: saúde e Estado.
Cogitare Enfermagem. Curitiba, v. 10, n. 1, p. 75-80, jan./abr. 2005. Disponível em: https://
revistas.ufpr.br/cogitare/article/viewFile/4682/3629. Acesso em: 28 dez. 2018.
ROCHA, R.; BASTOS, M. Higiene ocupacional ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Au-
tografia, 2016.
26
UNIDADE 2
OBJETIVO
28
Riscos físicos
Os riscos físicos são definidos como formas diversas de energia que fazem parte do dia
a dia laboral, em quantidade considerada superior àquela que o organismo é capaz de
suportar, podendo ser consideradas agentes causadores de doença profissional. Podem
ser representados por algum tipo de energia a que possam estar expostos os trabalhado-
res, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas e radiações
ionizantes e não ionizantes.
Ruído
O conforto auditivo é uma das necessidades do ser humano. O ruído é definido como
um som indesejável, produto das atividades diárias da comunidade. O som representa
as vibrações mecânicas da matéria. Por meio dele ocorre o fluxo de energia na forma de
ondas sonoras (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).
Uma exposição a um ruído intenso e repetitivo pode provocar perda auditiva tempo-
rária, levando a um dano permanente conhecido como perda auditiva induzida por
ruído – PAIR.
Saiba mais
29
Temperaturas extremas - calor
30
Material radioativo
A maioria dos acidentes com materiais radioativos foi causada por falha humana. Isso
aumenta a responsabilidade de todos os envolvidos de forma direta ou indireta nesse
processo, com o intuito de garantir a segurança de todos. Há sempre atenção especial
voltada ao possível desvio de materiais radioativos para fins obscuros, como, por exem-
plo, atentados terroristas. Para prevenir tais situações, é necessário um maior controle
por parte dos usuários e órgãos reguladores (SANTOS, 2006).
Radiação ionizante
São emissões de energia em diversos níveis, como raios X, raios gama e partículas alfa
e beta, capazes de provocar a ionização dos átomos (retirada de elétrons), quando em
contato com eles, e de causar alterações dos tecidos. As precauções em relação ao tem-
po de exposição do operador devem ser rigorosas, levando-se em conta o menor tempo
possível. O efeito das radiações sobre um organismo depende do tipo de célula irradiada,
assim como do estágio do desenvolvimento celular. Esses efeitos nocivos podem ser so-
máticos (câncer induzido por radiações, leucemias, câncer dos ossos, dos pulmões e da
pele, lesões cutâneas e gastrointestinais, perda de cabelo, deficiências sanguíneas e ca-
taratas) ou hereditários (sintomas observados em descendentes de indivíduos expostos).
Refere-se às radiações a que somos expostos diariamente nos vários ambientes de tra-
balho, como a luz natural, radiação infravermelha e ultravioleta (HIRATA, 2002). Ao con-
trário da radiação ionizante, a radiação não ionizante possui relativamente baixa energia,
não tem poder de ionização, mas é absorvida por várias partes celulares, causando da-
nos à saúde. Os olhos e a pele são os mais vulneráveis, podendo ocorrer queimaduras
agudas da pele, lesões de córnea, íris, retina e cristalino do olho.
31
Importante
Segundo Garcia Junior (2014), os agentes físicos são caracterizados pela sua
capacidade de causar doenças àqueles que entram em contato direto com a
fonte, podendo originar lesões crônicas. O controle da fonte e a manutenção
da saúde do trabalhador são obtidos a partir de medidas de proteção coletivas
e individuais, treinamento, elaboração de ordens de serviço sobre saúde e
segurança, com o intuito de orientar os trabalhadores sobre os riscos existentes
no ambiente laboral.
MIDIATECA
32
Riscos químicos
A indústria química é considerada, segundo Brasil (2006), o terceiro maior setor industrial
no mundo, empregando milhões de pessoas, sendo também um dos segmentos mais
diversificados, que produz uma grande variedade de substâncias químicas, subprodutos
e produtos, desde as mais básicas, para produção de pesticidas, solventes, aditivos e
produtos farmacêuticos, até matérias-primas ou produtos fundamentais nas etapas dos
processos produtivos de praticamente todas as cadeias produtivas existentes.
33
Vamos ver alguns exemplos mais específicos:
Importante
Freitas e Arcuri (2000) afirmam que as substâncias químicas também podem penetrar
no organismo por meio da pele. Esses produtos podem agir de duas formas:
As substâncias que penetram na pele agem da seguinte forma: entram na corrente sanguí-
nea e o sangue as leva para outras partes do corpo, da mesma forma que na respiração.
Qual é a consequência disso? Essa contaminação pode provocar problemas nos rins, no
fígado, no coração ou outra parte do corpo. Por exemplo, o benzeno provoca dano na pro-
dução do sangue. Resumindo, o dano vai depender do tipo de produto químico.
34
É importante que você saiba que, como nossa pele é razoavelmente resistente, a quanti-
dade de substância que penetra pela pele, em geral, é menor do que a que penetra pela
respiração.
Ainda segundo Freitas e Arcuri (2000), a substância química pode penetrar no nosso cor-
po pela via digestiva, normalmente de forma acidental. Essa contaminação pode ocorrer
quando o trabalhador come, bebe ou fuma no ambiente de trabalho. Como consequên-
cia, a substância química pode provocar queimadura ou irritação já na boca, ou no cami-
nho entre a boca e o estômago.
Algumas não provocam esses tipos de problema nesses locais, mas vão ser levadas,
pelo sangue, para outras partes do corpo. Por isso que, quando tomamos alguma bebida
alcoólica, depois de algum tempo, ela é absorvida, o sangue carrega o álcool até o nosso
sistema nervoso e ficamos com os sintomas de bebedeira: tontura, euforia, mudança de
personalidade e, muitas vezes, uma grande dor de cabeça (FREITAS; ARCURI, 2000).
MIDIATECA
35
Riscos biológicos e ergonômicos
Direta Indireta
36
Exposição por via cutânea: a pele é uma importante porta de
entrada de uma substância biológica. Algumas substâncias
químicas liberadas por seres vivos podem afetar localmente a
pele, provocando irritações. As principais formas de contaminação
ocorrem por meio da pele danificada ou membranas mucosas
(boca, olhos), lesões por materiais perfurocortantes contaminados
e arranhões ou mordidas.
a) Classe de risco 1.
b) Classe de risco 2.
c) Classe de risco 3.
d) Classe de risco 4.
Saiba mais
37
Classe de risco 2: Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao
ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Riscos ergonômicos
Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características
psicológicas e fisiológicas do trabalhador, a partir da realização de atividades laborais
em condição de desconforto que possa afetar sua saúde. São exemplos de risco ergo-
nômico o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a
monotonia, a repetição, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho
e o trabalho em turnos (HIRATA, 2002).
Movimentos repetitivos
38
Vamos conhecer algumas dessas lesões?
Bursites:
Inflamação acompanhada de dores de uma bolsa
que contém líquido sinovial. Esse líquido envolve as
articulações, o que facilita o movimento e evita o atrito
entre duas estruturas, por exemplo, tendão e osso. Um
dos locais mais afetados são os ombros.
Tendinite:
Inflamação acompanhada de dores de um tendão. Ela
pode surgir pelo excesso de repetições de um mesmo
movimento e de sobrecarga.
Saiba mais
39
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições
de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.”
MIDIATECA
40
NA PRÁTICA
Fonte: http://www.protecao.com.br.
41
Resumo da Unidade 2
Nesta unidade você estudou que o Ministério do Trabalho, de acordo com as normas
regulamentadoras, classifica os riscos nos ambientes de trabalho segundo a sua na-
tureza, que pode ser química, física, biológica, ergonômica ou de acidente. É papel do
gestor em segurança no trabalho conhecer a higiene ocupacional, para que, dessa ma-
neira, consiga tanto reconhecer, mensurar e caracterizar esses riscos como contribuir
para a manutenção da saúde, segurança e qualidade de vida no ambiente de trabalho,
garantindo também a produtividade organizacional.
CONCEITO
42
Referências
ALONSO, I. R. Apostila de higiene ocupacional. Scridb. [S. l.], 2009. Disponível em:
https://pt.scribd.com/document/338362006/apostiladehigieneocupacional-profiolanda-
121030093827-phpapp02-pdf. Acesso em: 27 dez. 2018.
43
FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.
Introdução à higiene ocupacional. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.
fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/publicacao/detalhe/2011/8/introducao-
a-higiene-ocupacional. Acesso em: 28 dez. 2018.
ROCHA, R.; BASTOS, M. Higiene ocupacional ao alcance de todos. São Paulo: RTX Ambiental,
2017. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=bbz6DQAAQBAJ&printsec=f
rontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false. Acesso
em: 27 dez. 2018.
44
SILVA, L. S. Riscos químicos hospitalares e gerenciamento dos agravos à saúde do tra-
balhador de enfermagem. Revista de Pesquisa: cuidado é fundamental online. Rio de Ja-
neiro, p. 21-24, jan/mar. 2012. Edição Suplementar. Disponível em: http://www.seer.unirio.
br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1662/pdf_503. Acesso em: 28 dez. 2018.
45
UNIDADE 3
Os Programas de Higiene
e Segurança no Trabalho
INTRODUÇÃO
A Higiene Ocupacional, para atingir seus objetivos prevencionistas, lança mão de uma série
de programas que devem ser implementados nas organizações como forma de facilitar
a gestão do profissional de Saúde e Segurança no Trabalho na manutenção da saúde
do trabalhador e da qualidade de vida organizacional. Nesta unidade, você estudará os
programas de:
OBJETIVO
47
Programa de Prevenção de RiscosAmbientais
(PPRA)
Esse programa tem por objetivo definir um planejamento de um conjunto de ações que
garantam a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores frente aos riscos
existentes nos ambientes organizacionais. O Ministério do Trabalho considera como
riscos ambientais todos os agentes físicos, químicos e biológicos. Ainda existem os
riscos ergonômicos e de acidentes. Para serem considerados agentes de risco ambiental,
eles devem ser identificados a partir de perícias técnicas realizadas por profissionais da
área de saúde e segurança, em concentrações ou intensidades definidas em normas
regulamentadoras (SAPUCAIA, 2011).
48
Segundo Miranda e Dias (2003), um aspecto importante desse programa é que ele pode
ser elaborado dentro dos conceitos mais modernos de gerenciamento e gestão, em que
o empregador tem autonomia suficiente para, com responsabilidade, adotar um conjunto
de medidas e ações que considere necessárias para garantir a saúde e a integridade
física de seus trabalhadores.
A elaboração, a implementação e a avaliação do PPRA podem ser feitas por qualquer pessoa
ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto
na norma. Além disso, cabe à própria empresa estabelecer as estratégias e as metodologias
que serão utilizadas para o desenvolvimento das ações, bem como as formas de registro,
manutenção e divulgação dos dados gerados no desenvolvimento do programa.
Saiba mais
EPI/EPC
É importante que você saiba que a entrega desses equipamentos deve ser fornecida
pelo empregador, que também tem a obrigação de fiscalizar o uso por parte de seus
empregados e de promover ações que conscientizem seus trabalhadores da importância
da utilização dos EPIs quando eles se recusarem a usar.
49
Observe a figura a seguir que mostra alguns equipamentos de segurança.
• Segundo a Portaria nº 3.214/1978, com última alteração pela Portaria nº 292/2011, EPI
é “todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
O CA dos EPIs deve ser regulamentado pelo Ministério do Trabalho e deverá ser expedido
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Ministério, uma vez que este atestará a conformidade dos EPIs com as especificações
no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Sinmetro) para um determinado uso, e assim, com essa certificação, o material é
considerado apto para ser comercializado como EPI.
50
Como previsto na NR 6, para fins de comercialização, o CA concedido aos EPIs terá vali-
dade de cinco anos para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham
sua conformidade avaliada no âmbito do Sinmetro e um prazo vinculado à avaliação da
conformidade no âmbito do Sinmetro, quando for o caso, e ainda, quando necessário e
mediante justificativa, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho poderá estabelecer novos prazos (CISZ, 2015).
Você sabe por que esse certificado é tão importante? Veja a seguir!
51
Medidas que eliminem ou
reduzam a utilização ou
a formação de agentes
prejudiciais à saúde.
Medidas de caráter
administrativo ou de
organização do trabalho.
Utilização de
equipamentos de
proteção individual
(EPIs).
52
Importante
MIDIATECA
53
Programa de Proteção Respiratória (PPR)
54
Antes de se utilizar um respirador, é essencial que seja estabelecido um PPR, por escrito,
com os procedimentos específicos para o local de trabalho. O programa deve ser
implantado, avaliado e atualizado sempre que necessário, de modo a refletir as mudanças
de condições do ambiente de trabalho que possam afetar o uso de respirador. O PPR
deve ser compreendido por todos os níveis hierárquicos da empresa (TORLONI, 2016).
Segundo Torloni (2002), para que a saúde do usuário seja preservada, o empregador
deverá:
55
Saiba mais
MIDIATECA
56
Programa de Conservação Auditiva (PCA)
57
Benefícios para o trabalhador Benefícios para o empregador
É importante frisar que o Programa de Conservação Auditiva deve estar em sintonia com
outros programas de saúde implementados na empresa. Você verá isso melhor quando
estudar o Sistema de Gestão Integrada (SGI).
Observe a figura a seguir que mostra diferentes protetores auriculares fundamentais para
a prevenção de doenças ocupacionais.
58
A NR 7, do Ministério do Trabalho, em seu Quadro II, sobre parâmetros para monitorização
da exposição ocupacional a alguns riscos à saúde, trata do controle da perda auditiva.
A NR 9, que trata do PPRA, estabelece que as ações preventivas devem ser iniciadas
quando a dose de exposição ao ruído ultrapassar o valor de 0,5 (ou 50%), sendo, nesses
casos, necessárias ações de monitoramento periódico da exposição, informação aos
trabalhadores e controle médico (FUNDACENTRO, 2018, p. 8).
Saiba mais
59
i. a exposição não ocupacional a outro(s) agentes de ris-
co ao sistema auditivo;
j. a capacitação profissional do trabalhador examinado;
k. os programas de conservação auditiva aos quais tem
ou terá acesso o trabalhador.
60
MIDIATECA
NA PRÁTICA
61
Resumo da Unidade 3
CONCEITO
62
Referências
63
FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.
Guia de diretrizes e parâmetros mínimos para a elaboração e a gestão do Programa
de Conservação Auditiva (PCA). São Paulo, 2018. Disponível em: http://www.Funda-
centro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/download/Publicacao/273/GUIA_DE_DIRETRI-
ZES_PCAF-PDF. Acesso em: 20 jan. 2019.
SASAKI, L. H. Educação para segurança do trabalho. 3. ed. São Paulo: Corpus, 2007.
64
UNIDADE 4
É verdade que nem todas as dificuldades de produtividade das organizações nem todo
tipo de descontentamento dos funcionários, em qualquer condição, podem ser revertidos
por meio de programas que desenvolvam a QVT. No entanto, sua aplicação orienta,
sem dúvida, para melhores desempenhos e, consequentemente, para resultados mais
próximos das expectativas da empresa.
OBJETIVO
66
Conceitos, benefícios e ações que garantem
a QVT
Para que você compreenda os conceitos, os benefícios e as ações que garantem a QVT,
é importante que você entenda o seu contexto histórico.
A QVT teve sua origem na esfera privada, no ambiente empresarial, que vem se tornando
cada dia mais competitivo, progressivamente. Verifica-se que, em um cenário de competição
global, as pessoas, sobremaneira aquelas que dispõem de conhecimentos e habilidades,
ganham importância estratégica no projeto de desenvolvimento de vantagem competitiva
das corporações, de modo que a QVT tem sido, muitas vezes, utilizada para elevar o nível
de satisfação dos colaboradores a fim de que estes se comprometam, ainda mais, com os
processos e com os objetivos organizacionais (GARCIA, 2010 apud FORNO, 2015).
Segundo Forno (2015), o interesse do universo empresarial pela QVT data de mais de meio
século. Todavia, foi a partir da década de 1970 que a QVT passou a ser considerada com
maior atenção e a receber investimentos, principalmente nas grandes corporações, já que
se vivia a crise estrutural nos padrões de acumulação taylorista-fordista e novas alternativas
precisavam ser encontradas para a competição que se apresentava (FORNO, 2015).
67
Importante
De acordo com Walton (1975 apud FERNANDES, 1996 apud FIDELIS, 2010), há oito
critérios de avaliação da QVT. Vamos conhecer quais são esses critérios e indicadores?
1. Compensação justa e adequada – Esse grupo avalia a QVT pela remuneração recebida
pelo funcionário. A QVT é mensurada pelos seguintes indicadores:
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• Equidade interna: sua remuneração deve ser compatível com a dos outros
profissionais que exercem a mesma função na empresa.
• Equidade externa: sua remuneração deve ser compatível com a de outros
profissionais que exercem, em outras empresas, funções semelhantes à sua.
2. Condições de trabalho – Para esse grupo, a QVT está diretamente relacionada com o
ambiente de trabalho, bem como com as condições oferecidas para o desenvolvimento
das atividades profissionais. Ainda segundo Fidelis (2010), são considerados os seguintes
indicadores:
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• Possibilidade de carreira: possibilidade de avanços, pelo funcionário, em sua
carreira, de forma a obter reconhecimento profissional.
• Crescimento pessoal: espaço para o desenvolvimento constante e, também, para
a aplicação dos conhecimentos adquiridos.
• Segurança de emprego: garantia de permanência em seu emprego.
7. Trabalho e espaço total de vida – Esse grupo visa mensurar a igualdade entre a
importância dispensada à vida pessoal e à profissional. Para isso, são medidos:
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• Imagem da empresa: conceito social alcançado pela empresa e a decorrente
satisfação do funcionário de fazer parte de seu quadro funcional.
• Responsabilidade social da empresa: consciência do funcionário da relevância do
papel social desempenhado pela empresa, evidenciado pelo auxílio que esta presta
à comunidade.
• Responsabilidade social pelos serviços e/ou produtos: relativa à consciência
do funcionário em relação à qualidade dos serviços oferecidos pela empresa à
comunidade.
• Responsabilidade social pelo funcionário: consciência, por parte do funcionário,
de que a empresa está disposta a valorizá-lo, bem como a reconhecer a importância
de seu trabalho.
NA PRÁTICA
Não são apenas as condições físicas de trabalho que importam. É preciso levar
em consideração que as condições sociais e psicológicas também influenciam
a qualidade e a produtividade, segundo Chiavenato (2006 apud FIDELIS, 2010).
MIDIATECA
71
O papel do RH
Funcionários bem geridos tendem a ter mais produtividade, o que aumenta o valor de
mercado da organização.
De acordo com Gil (2001), é preciso que os recursos humanos proporcionem capacitação
e motivação dos colaboradores. Equipes bem geridas apresentam maior produtividade, e
seu valor de mercado e crescimento são mais altos. Por sua vez, Silva (2012) menciona
que o principal interesse gerencial é motivar os funcionários a alcançar os objetivos
organizacionais de um modo eficaz.
A QVT assimila duas posições antagônicas (CHIAVENATO, 2006 apud FIDELIS, 2010), as
quais você pode ver a seguir:
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De um lado, a De outro, o interesse
reivindicação dos das organizações
empregados quanto quanto a seus efeitos
ao bem-estar e à potencializadores sobre
satisfação no trabalho. produtividade e qualidade.
Daí provém a gestão improvisada, com ações e medidas sem embasamento concreto
mensurável e implicações diretas sobre as metas de desempenho da empresa, que não
são atingidas, além do aumento do nível de insatisfação dos funcionários (CARDOSO;
BERVIQUE, 2015).
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Em casos assim, são realizadas pesquisas, cujo resultado
frequentemente fica arquivado nas gavetas da direção, ocasionando
um processo inverso, ou seja, falta de motivação, descrença na política
da organização e insatisfação plena dos funcionários pela falta de ação
referente às respostas apresentadas. Isso causa ansiedade àqueles que
foram verdadeiros no momento das respostas. (FIDELIS, 2010, p. 139)
A QVT tem como base para a mensuração a motivação e a satisfação em todos os níveis
organizacionais. Para tanto, é extremamente necessária a participação dos funcionários
e da alta gestão. A área de recursos humanos deve estar comprometida para atuar com
projetos direcionados ao crescimento e à valorização do fator humano nas organizações
(CARDOSO; BERVIQUE, 2015).
Dica
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MIDIATECA
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Consequências da falta de QVT
Em uma visão mais sistêmica do processo, a evolução da QVT traz consigo não
somente mais uma preocupação predominantemente voltada para a saúde e segurança
do trabalhador no ambiente de trabalho, mas também uma estratégia empresarial. Ou
seja, as ações empreendidas para a QVT ascendem de ações puramente operacionais
para comporem um rol de ações corporativas estratégicas, envolvendo a cultura
organizacional, o voluntariado, a cidadania e a responsabilidade social e com o meio
ambiente mais amplo.
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Dimensão da condição
Dimensão socioeconômica Dimensão organizacional
humana no trabalho
O papel do gestor
Para lidar com a evolução das perspectivas sobre QVT, é necessário promover altera-
ções no perfil do gestor devido à necessidade do desenvolvimento de habilidades mais
complexas, que vão além da gestão voltada para a qualidade, a produção, a comunica-
ção e as estratégias de negócios. O gestor da QVT precisa conhecer o lado humano da
organização, entender de pessoas, entender a importância do significado do trabalho,
dos treinamentos e projetos de educação para o trabalho, além das novas tecnologias e
todo o conhecimento sobre o mercado de trabalho no qual a organização está inserida.
Esse gestor de QVT deve dominar as novas competências gerenciais do gestor, apontan-
do para o que chama de “novas competências gerenciais”, necessárias para lidar com a
perspectiva atual nas organizações de trabalho, relacionada à melhoria das condições
de trabalho, à saúde física e psicológica dos trabalhadores e à responsabilidade social.
A representação dessa nova competência gerencial é caracterizada por conceitos — co-
nhecimento, técnicas/habilidades e estratégias ou atitudes — vistos em uma perspectiva
de interfaces, de diálogos com ambientes globalizados, de “integração comunitária, orga-
nizacional e da pessoa no trabalho” (TRIERWEILER; SILVA, 2007).
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NA PRÁTICA
O trabalhador e a QVT
O ser humano passa a ser parte integrante das organizações; em vez de simples
executores de ordens, os funcionários passam a ser pensadores e planejadores de
projetos que envolvem a organização. Walton (1973 apud FERNANDES; GUTIERREZ,
1988 apud CARDOSO; BERVIQUE, 2015) propõe oito categorias conceituais de QVT:
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(7) Trabalho e espaço total na vida do indivíduo.
(8) Relevância social do trabalho.
Para extrair o melhor das pessoas, é necessário estabelecer padrões elevados, porém
razoáveis, no desenvolvimento de suas atividades. O trabalhador deve pagar o preço pelo
mau resultado, ou receber a recompensa pelo bom resultado. Um programa de QVT deve
atingir todos os níveis de comprometimento humano, pois a necessidade de tornar as
empresas competitivas requer a busca pela qualidade, que é condição de sobrevivência
no meio empresarial, sem esquecer que as pessoas são as “peças” mais importantes
das organizações. Essas ações elevarão o nível de qualidade da empresa e de qualidade
de vida do trabalhador (CARDOSO; BERVIQUE, 2015).
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MIDIATECA
NA PRÁTICA
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Resumo da Unidade 4
A QVT engloba diversas propostas de ação, tais como: a presença de cuidados médicos,
ações voluntárias, lazer, programas de motivação, tempo disponível, entre outros. A
discussão do significado e importância da QVT gira em torno das condições de vida e
bem-estar das pessoas e seus grupos. Em uma realidade em que as empresas buscam
diferenciação e o mercado está cada vez mais competitivo, as organizações bem-
sucedidas são aquelas em que os objetivos organizacionais andam paralelos aos objetivos
individuais. Uma das grandes preocupações da gestão de pessoas nas organizações é
identificar os melhores funcionários; para isso, tendem a ofertar condições de trabalho
diferenciadas que resultam na qualidade de vida dos funcionários.
As empresas que tratam seus colaboradores como parceiros conseguem uma posição
de destaque no mercado atual.
CONCEITO
Nesta unidade, o conceito mais importante que foca todo o conteúdo é a quali-
dade de vida no ambiente de trabalho. Esse conceito visa estabelecer parâme-
tros que permitam ao trabalhador manter sua produtividade sem colocar em
risco sua saúde em virtude de excessos de carga de trabalho, estresse, más
relações interpessoais etc.
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Referências
GIL, A. C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
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