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Poder Judiciário Tribunal Regional Federal Da 2 Região
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Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
RELATÓRIO
É o relatório.
VOTO
Poder Judiciário
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Conheço da remessa oficial, diante da subsunção ao que preceitua o art. 14, §1º,
da Lei 12.016/2009.
1. Mérito
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Entende a jurisprudência que faturamento corresponde ao produto das atividades
que integram o objeto social da empresa, ou seja, as atividades que lhe são próprias e típicas,
como as receitas da venda de mercadorias, da prestação de serviços, da atividade seguradora, da
atividade bancária, da atividade de locação de bens móveis e imóveis, como aliás, já se
posicionou o STF ao apreciar o RE nº 371.258 AgR/SP, assim como o STJ, no REsp n.
929521.
Como bem leciona Leandro Paulsen (in Curso de Direito Tributário, 8ª edição, p.
438), “(...) embora o conceito de receita seja mais largo que o de faturamento, nem todo
ingresso ou lançamento contábil a crédito constitui receita tributável. A análise da amplitude
da base econômica ‘receita’ precisa ser analisada sob a perspectiva da capacidade
contributiva”.
Valores que apenas transitam pela contabilidade da empresa, mas que sejam de
titularidade de terceiros (no caso, do Estado), como ocorre com o ICMS, não podem ser
considerados como receita. Ao revés, tais valores gozam de status de mero ingresso contábil,
de caráter temporário, e que devem ser repassados integralmente a terceiros, por imposição
legal. Assim, não sendo receita, o ICMS não pode integrar a base econômica do PIS e da
COFINS, sob pena de afrontar a regra de competência tributária traçada pela Lei Maior e o
próprio princípio da capacidade contributiva.
“Acerca da distinção entre ‘receita’ e ‘ingresso’, a primeira é definida como ‘a quantia recebida,
apurada ou arrecadada, que acresce ao conjunto de rendimentos da pessoa física, em
decorrência direta ou indireta da atividade por ela exercida’, enquanto que ‘ingressos envolvem
tanto as receitas como as somas pertencentes a terceiros (valores que integram o patrimônio de
outrem). São aqueles valores que não importam em modificação no patrimônio de quem os
recebe, para posterior entrega a quem pertencem.” (PALSEN, Leandro. Direito Tributário.
Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria
do Advogado: ESMAFE, 2006, pp. 547/548)
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Veja-se:
Insta destacar, ainda, que, como noticiado em 15/03/2017, por maioria de votos, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), quando da apreciação do Recurso Extraordinário
(RE) 574706, decidiu que o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não
integra a base de cálculo das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
A tese de repercussão geral fixada pelo STF, conforme o tema 069, foi a de que
“O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da Cofins”, já tendo
sido publicada, inclusive, a súmula da decisão que constou da ata, no DJE n° 52, divulgado em
16/03/2017, a qual vale como acórdão, nos termos do art. 1.035, §11, do CPC/2015, o que
revela a ausência de óbice para aplicação do entendimento firmado pela Corte Suprema desde
logo.
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Editada a Lei n. 11.457, em 16.3.2007, concentrando na nova Secretaria da
Receita Federal (“Super Receita”) as atribuições antes exercidas separadamente pelo INSS e
SRF, a compensação passou a sofrer restrições, nos termos do art. 26, parágrafo único, restando
vedada a possibilidade de compensação entre as contribuições previstas no art. 11, parágrafo
único, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei 8.212/1991 (contribuições patronais, dos empregadores
domésticos e dos trabalhadores) e outros tributos, cabendo apenas com contribuições
previdenciárias da mesma espécie a teor do art. 66 da Lei 8.383/91.
O art. 26, p.u., da Lei 11.457/2007, contudo, restou revogado pela Lei
13.670/2018, modificando a redação do caput do art. 26, bem como acrescentou o art. 26-A ao
diploma legal em epígrafe, de modo que passou a viger novo regramento no procedimento
administrativo, no que se refere a limitações na compensação prevista no art. 74 da Lei
9.430/96, o que deve ser observado atualmente pelo contribuinte.
Nenhum reparo nesse ponto, pois a sentença foi nesse exato sentido.
4. Conclusão
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de contas, operando-se nessa via (administrativa) a verificação dos documentos pertinentes aos
débitos e créditos, momento em que haverá a análise pela autoridade fiscal. Fica desprovido o
apelo da UNIÃO. No mais, fica mantida a sentença.
Documento eletrônico assinado por THEOPHILO ANTONIO MIGUEL FILHO, Desembargador Federal Relator, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 2ª Região nº 17, de 26 de março
de 2018. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://eproc.trf2.jus.br,
mediante o preenchimento do código verificador 20000059026v2 e do código CRC dd5dd4a1.
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