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Claude Lévi-Strauss

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Claude Lévi-Strauss

Nascim 28 de novembro de 1908


ento Bruxelas

Morte 30 de outubro de 2009 (100 anos)


Paris

Sepult Lignerolles
amento

Nacion Francês
alidade

Cidada França, Bélgica


nia

 Raymond Levi-strauss
Progen
 Emma Lévi-Strauss
itores

Cônjug Dina Dreyfus, Rose Marie Ullmo, Monique


e Lévi-Strauss
Alma  Faculdade de Direito de Paris
mater
Ocupa Acadêmico, etnógrafo
ção
Prêmio Medalha de Ouro CNRS (1967), Prêmio Aby
s Warburg (1996), Prêmio Internacional
Catalunha (2005)
Empre Universidade de São Paulo, Collège de
gador( France, École des hautes études en sciences
a) sociales, escola Prática de Altos Estudos
Escola/ Antropologia
tradiçã estrutural (fundador), estruturalismo, sociolog
o ia francesa
Princip Antropologia, sociologia, etnografia, linguísti
ais ca, metodologia, estética, epistemologia, mitol
interes ogia
ses
Religiã Judaísmo
o
Causa enfarte agudo do miocárdio
da
morte
Assinatura

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Claude Lévi-Strauss OMC (Bruxelas, 28 de novembro de 1908 — Paris, 30 de


outubro de 2009) foi um antropólogo, professor, filósofo e sociólogo francês,
embora tenha nascido na Bélgica. É considerado o fundador da antropologia
estruturalista, em meados da década de 1950 e um dos
grandes intelectuais do século XX.[1]
Suas ideias são muito diferentes do pensamento da época em que viveu,
rompem com a ideia de que índios são somente índios, pois não concordava
com a divisão em civilizados e selvagens ou a divisão em superiores e
inferiores, além de possuir uma visão ambientalista radical. Embora as obras
de Lévi-Strauss em certo ponto descrevam os índios do Cerrado brasileiro de
forma "eurocêntrica" ou "colonialista", e por mais que suas teorias sejam muitas
vezes interpretadas sob a ótica do pensamento marxista pós-Guerra Fria do
século XXI, ideias assim só apareceram a partir do final da década de 1960
com o surgimento da contracultura marxista e ambientalista radical.[2][3]
Professor honorário do Collège de France, ali ocupou a cátedra de antropologia
social de 1959 a 1982. Foi também membro da Academia Francesa - o
primeiro a atingir os 100 anos de idade.
Desde seus primeiros trabalhos sobre os índios do Brasil Central, que estudou
em campo, no período de 1935 a 1939, e a publicação de sua tese As
estruturas elementares do parentesco, em 1949, publicou uma extensa obra,
reconhecida internacionalmente.
Dedicou uma tetralogia, as Mitológicas, ao estudo dos mitos, mas publicou
também obras que escapam do enquadramento estrito dos estudos
acadêmicos - dentre as quais o famoso Tristes Trópicos, publicado em 1955,
que o tornou conhecido e apreciado por um vasto círculo de leitores.
Biografia

Retrato de Lévi-Strauss por Pablo Secca


Primeiros Anos
Claude Lévi-Strauss nasceu em Bruxelas, de uma família judia de
origem alsaciana, das cercanias de Estrasburgo. Mas, à época do seu
nascimento, seu pai, Raymond Lévi-Strauss - um pintor retratista, que acabou
arruinado pelo advento da fotografia - tinha um contrato a cumprir na cidade e
sua mulher, Emma, estava prestes a dar à luz. Assim, o pequeno Claude ali
passou as primeiras semanas de vida.
O avô materno, com quem ele viveu durante a Primeira Guerra Mundial, era
o rabino da sinagoga de Versailles. Seu bisavô, Isaac Strauss, era regente de
orquestra na corte - à época de Luís Filipe e depois, sob Napoleão III.[4]
Vida escolar e política
Depois de concluir a escola primária em Versalhes, instala-se em Paris para
prosseguir seus estudos secundários - primeiro no tradicional Lycée Janson-
de-Sailly e depois no Lycée Condorcet, um dos melhores colégios de Paris.[5]
No final dos seus estudos secundários, encontra um jovem socialista filiado a
um partido belga e se liga à esquerda, familiarizando-se rapidamente com a
literatura política que até então lhe era desconhecida, incluindo Marx. Torna-se
militante da S.F.I.O., encarregado de coordenar o grupo de estudos socialistas,
tornando-se depois Secretário Geral dos Estudantes Socialistas.
Início da trajetória acadêmica
Estudou direito na Faculdade de Direito de Paris, obtendo sua licença antes de
ser admitido na Sorbonne, onde se graduou em filosofia em 1931,
com doutorado em 1948, com a tese As estruturas elementares do parentesco.
Depois de passar dois anos ensinando filosofia no Liceu Victor-Duruy de Mont-
de-Marsan e no liceu de Laon, o diretor da Escola Normal Superior de Paris,
Célestin Bouglé, por telefone, convida-o a integrar a missão universitária
francesa no Brasil, como professor de sociologia da Universidade de São
Paulo. Esse telefonema seria decisivo para o despertar da vocação etnográfica
de Lévi-Strauss, conforme ele próprio iria declarar mais tarde: "Minha carreira
foi decidida num domingo de outono de 1934, às 9 horas da manhã, a partir de
um telefonema".[6]
Estada no Brasil

Lévi-Strauss, por Edward Drantler


Entre 1935 a 1939, Lévi-Strauss lecionou sociologia na recém-
criada Universidade de São Paulo, juntamente com os professores integrantes
da missão francesa, entre eles: sua mulher Dinah Lévi-Strauss, Fernand
Braudel, Jean Maugüé e Pierre Monbeig.
Junto com Dinah, Strauss também fez excursões pelas regiões centrais
do Brasil, como Goiás, Mato Grosso e Paraná. Publicou o registro dessas
expedições no livro Tristes Trópicos (1955), neste livro ele conta inclusive como
sua vocação de antropólogo nasceu nessas viagens.
Em uma de suas primeiras viagens, no norte do Paraná, teve seu esperado
primeiro contato com os índios, no Rio Tibagi, porém ficou decepcionado ao
supor, sem muito conhecimento etnográfico, que "os índios do Tibagi
(caingangues) não eram nem verdadeiros índios, nem selvagens" (Lévi-Strauss
1957:160-161).
Porém, ao final do primeiro ano escolar (1935/1936), ao visitar os cadiuéus na
fronteira com o Paraguai e os bororos no centro de Mato Grosso, rendendo-lhe
sua primeira exposição em Paris nas férias de (1936/1937), o que foi
fundamental para a entrada de Lévi-Strauss no meio etnológico francês,
conforme admite ele próprio:[7] "Eu precisava fazer minhas provas de etnologia,
porque não tinha formação alguma. Graças à expedição de 1936, consegui
créditos do Museu do Homem e da Pesquisa Científica, ou do que acabaria se
chamando assim. Com esse dinheiro, organizei a expedição nambiquara."
Em 1938, foi realizada uma expedição até os nambiquaras no Mato Grosso,
com financiamento francês e brasileiro, que deveria durar um ano. No entanto,
durou apenas seis meses - de maio a novembro do mesmo ano. Além do casal
Lévi-Strauss, participaram o médico e etnólogo francês Jean Vellard e o
antropólogo brasileiro Luiz de Castro Faria, que aponta os problemas que a
missão enfrentou com os órgãos públicos brasileiros, por contar com o
patrocínio de Paul Rivet, ligado ao Partido Socialista francês, e que se
tornara persona non grata no Brasil porque supostamente teria difamado o país
na França.[8] Já Luis Grupioni aponta as resistências existentes no SPI quanto à
segurança da missão e a relutância de Lévi-Strauss em aceitar um fiscal do
Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas: "Mais que a
possível simpatia socialista identificada aos membros da expedição, era a
perspectiva de fiscalização e controle de uma expedição estrangeira, o que
teria impedido a concessão da licença".[9]
O período que passou no Brasil foi fundamental em sua carreira e no seu
crescimento profissional, além de ter despertado em Strauss sua vocação
etnológica. Disse: "Um ano depois da visita aos Bororo, todas as condições
para fazer de mim um etnógrafo estavam satisfeitas" (1957).

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