Você está na página 1de 52

AULA 4 - Antropologia e o estudo

da diversidade

• A antropologia abrange o estudo do ser humano como ser


cultural, ou seja, fazedor de cultura. Investiga as culturas
humanas no tempo e no espaço, suas origens e
desenvolvimento, suas semelhanças e diferenças. Tem seu
foco de interesse voltado para o conhecimento do
comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado
social.
• A partir da compreensão da variedade de
procedimentos culturais dentro dos contextos em
que são produzidos, a antropologia, como o estudo
das culturas, contribui para erradicar preconceitos
que derivam do Etnocentrismo, serve para
fomentar o Relativismo cultural e o respeito à
diversidade.
RAÇA E HISTÓRIA

CLAUDE LEVI-STRAUSS

Antropologia Estrutural II
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.
• 1908 – Claude Lévi-Strauss
nasceu em Bruxelas, na Bélgica,
no dia 28 de novembro.
• Filho de um artista e membro de
uma família judia francesa
intelectual, estudou na
Universidade de Paris.
• O antropólogo francês foi o
personagem mais notório do
movimento intelectual conhecido
como Estruturalismo –
perspectiva sobre a ciência que
afetou o conjunto das disciplinas
do campo das ciências humanas,
sobretudo nas décadas de 1960-
70.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.
• O Estruturalismo teve como
fator de convergência a
importância que atribuiu ao
fenômeno da significação
e, em vários casos, da
comunicação.
• Segunda Grande Guerra –
como tantos outros
intelectuais de origem
judaica, Levi-Strauss
abrigou-se da ameaça
nazista nos Estados
Unidos.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.

• Em Nova York teve contato


com o linguista russo
Roman Jakobson (1896-
1982) que lhe apresentou
os princípios e métodos da
Linguística Estrutural,
propostos por Ferdinand de
Saussure (1857-1913).
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.
• Apesar de início, ter
cursado leis e filosofia,
descobriu na etnologia sua
verdadeira paixão.

• No Brasil, ele lecionou


sociologia na recém-
fundada Universidade de
São Paulo, de 1935 a 1939,
e que o levou a expedições
por sociedades indígenas
que viviam na região
central do país.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.
• O registro dessas
viagens no Brasil foi
publicado no livro
"Tristes Trópicos"
(1955).
• Nessa obra ele conta
como sua vocação de
antropólogo nasceu
durante as viagens ao
interior do Brasil.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.

• Foi membro da Academia de


Ciências Francesa (1973),
integrou também muitas
academias científicas, em
especial europeias e norte-
americanas.

• Doutor honoris causa das


universidades de Bruxelas,
Oxford, Chicago, Stirling, Upsala,
Montréal, México, Québec, Zaïre,
Visva Bharati, Yale, Harvard,
Johns Hopkins e Columbia, entre
outras.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.

• 2005 - 17o Prêmio


Internacional Catalunha, na
Espanha e declarou:

"Fico emocionado, porque estou


na idade em que não se recebem
nem se dão prêmios, pois sou
muito velho para fazer parte de
um corpo de jurados. Meu único
desejo é um pouco mais de
respeito para o mundo, que
começou sem o ser humano e vai
terminar sem ele - isso é algo que
sempre deveríamos ter presente“.
LÉVI-STRAUSS (1908-2009)
Claude Lévi-Strauss foi um dos pensadores mais influentes
do século XX.

• Claude Lévi-Strauss
morreu em 30 de outubro
de 2009, poucas semanas
antes da data em que faria
101 anos.
• O antropólogo passou mais da metade de sua vida
estudando o comportamento dos índios americanos. O
método usado por ele para estudar a organização social
dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz
Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".

• Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas linguísticas,


deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente
humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao
cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar,
produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a
leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do
cérebro.
• Lévi-Strauss jamais aceitou a visão
histórica da civilização ocidental como
privilegiada e única. Sempre enfatizou que
a mente selvagem é igual à civilizada.
• Sua crença de que as características
humanas são as mesmas em toda parte
surgiu nas incontáveis viagens que fez ao
Brasil e nas visitas a tribos de indígenas
das Américas do Sul e do Norte.
• Lévi-Strauss é conhecido sobretudo sobre seu
trabalho sobre linguagem, semiótica, mito e
parentesco em sociedades tribais.
• Lévi-Strauss trabalha no seu método
estruturalista com escolhas, relação e significado.
• As estruturas, ou seja, em toda a sociedade
existem oposições binárias, oposição entre sim e
não, o crú e o cozido etc. e as oposições estão
no nível do inconsciente.
• Cada cultura tem uma forma de articular o seu
conhecimento, o seu pertencimento sobre ela
mesma.
Obras principais
• As estruturas elementares • O cru e o cozido (1964);
do parentesco (1949); • Do mel às cinzas (1966);
• Antropologia estrutural • Raça e História (1952);
(1949); • Tristes Trópicos (1955);
• O pensamento Selvagem • A origem das maneiras à
(1962); mesa (1968);
• Totemismo hoje (1962); • O Homem Nu (1971)
• Mitologias, 4 vols. (1964) dentre outras.
O ESTRUTURALISMO
• A antropologia estrutural foi uma corrente
surgida da primeira para a segunda metade do
século XX. Ela inspira-se originalmente na
linguística (Ciência da linguagem).

• Para os estruturalistas, a cultura é um conjunto de


sistemas simbólicos (arte, religião, educação) que
atua de modo integrado e constitui a totalidade
social.
• Desse modo, não é possível compreender uma cultura
com base em elementos isoladamente considerados: ela
só faz sentido no conjunto de sua estrutura gramatical,
de seu vocabulário e de sua prática oral.

• Lévi-Strauss foi o principal representante do


estruturalismo. De acordo com ele, existem elementos
universais nas diferentes culturas – as estruturas – que
devem ser estudados pela Antropologia por meio da
explicação dos modelos inconscientes que servem de
referência para que indivíduos e coletividades
organizem o mundo e deem sentido a ele.
• A cultura tem uma função “simbólica”.

• Por detrás da elaboração de signos e símbolos há


estruturas universais que fundamentam toda a atividade
humana.

• Tais estruturas dão forma a culturas e a criações


aparentemente díspares (ex: sistemas de parentesco;
mitos, etc...)

• Portanto, a apreensão da estrutura não é empírica: “as


relações sociais são a matéria-prima empregada para a
construção de modelos que tornam manifesta a própria
estrutura social./ Em nenhum caso esta poderia, pois, ser
reduzida ao conjunto das relações sociais, observáveis
numa dada sociedade”
RAÇA E HISTÓRIA
• Raça e História foi um ensaio de antropologia
publicado em 1952 pelo antropólogo Claude Levi
Strauss.

• É um texto com objetivo de lutar contra o racismo,


o etnocentrismo.

• Como diz o professor Everardo Rocha é um texto


que se debatem as questões do etnocentrismo, das
raças, da história e da cultura e trata-se também do
respeito as diferenças.
• Neste texto, Lévi-Strauss aborda a questão da
diversidade das culturas. Considerou as
relações internas das mesmas assim como as
relações que as culturas entretinham umas com
as outras.

• Ele não negou que a diversidade de culturas


tivesse a ver com afastamentos geográficos e
históricos, com a fisionomia específica do
ambiente ecológico de cada sociedade e com o
desconhecimento que cada cultura pudesse ter
das demais.
• Mas, para ele esses fatos só seriam rigorosamente
suficientes como explicações da diversidade cultural se
cada sociedade tivesse se desenvolvido isoladamente de
outras (algo que raramente ocorreu).

• As sociedades humanas nunca estão sós: por


consequência, ao lado das diferenças derivadas da
distância, sempre é preciso levar em conta as diferenças
atribuíveis à proximidade, ou seja, resultantes do esforço
de cada sociedade em diferir, em se opor as demais, em
ser ela mesma.

• Os sistemas simbólicos que são as culturas encontram


desse modo um lugar no âmbito da dialética de
aproximação e de afastamento.
1. Raça e Cultura
• Lévi-Strauss inicia se referindo a importância
da luta contra o preconceito racista, tendo
em conta a contribuição das múltiplas raças
para um patrimônio comum.
• O autor refere que ao analisar uma raça, há
a tendência para o afastamento da verdade
científica, quer seja positiva ou negativa.
• Strauss se refere a • Arthur de Gobineu (1816) -
Gobineau, “pai das teorias filósofo, escritor e diplomata.
Durante o século XIX, suas
racistas”, para afirmar que teorias sobre o racismo foram
a desigualdade das raças consideradas as mais
humanas terá de ser importantes entre estudiosos do
analisada de maneira tema.
qualitativa, uma vez que o
problema consistia na • Obra – “Ensaio sobre a
desigualdade das raças
análise não só da raça pura
humanas” (1855) – a
mas também da mistura miscigenação seria um processo
ou“mestiçagem” cada vez que estaria levando a
mais desenvolvida. Para humanidade a graus sempre mais
ele, Gobineau teria altos de degeneração intelectual
e física. Uma de suas frases mais
cometido um erro não
famosas é: “Não creio que
ponderando a análise viemos dos macacos, mas creio
sociológica e psicológica que vamos nessa direção”.
das várias culturas
humanas.
• Então, Lévi-Strauss diz que quando tratamos de
analisar as contribuições que as raças humanas
trouxeram na humanidade deve-se atentar não às
características físicas de determinada raça, mas
sim às circunstâncias geográficas, históricas e
sociológicas, pois são com estas que as
contribuições estão relacionadas.
• A ciência atual não tem nenhuma evidência que
corrobore com a ideia de que há uma superioridade
racial.

• Segundo ele, afim de que se possa resolver


problemas envolvendo a discussão acerca da
desigualdade das raças, devemos atentar-nos não
somente às próprias raças, e sim também às
diversificações culturais.
2. Diversidade das culturas
• o autor refere que as culturas divergem e
anulam-se, tendo em conta a sua vivência, que
se encontra documentada em suportes escritos,
denominados “monumentos figurados” (p.13)
que permitem compreender o presente.
Segundo o autor, mesmo existindo um “traço
comum”, as culturas poderão divergir e tornar-
se sociedades distintas, como o exemplo dos
Estados Unidos da América, ex-colónia da
Inglaterra.
• Deste modo, a diversidade das culturas não
pode ser vista de modo estático, estando em
constante evolução. Por isso, é importante
pensar que a diversidade advém do contato
com outras culturas e da evolução da sociedade
porque se não se relacionassem não teriam
perceção da diversidade.
2 Diversidade das Culturas
• Há dificuldade de se realizar a analise das diversificações
culturais. “[…] nós devemos aperceber-nos de que as
culturas humanas não diferem entre si do mesmo modo
nem do mesmo plano.” (p. 2)

• Deste modo, a diversidade das culturas não pode ser vista


de modo estático, estando em constante evolução. Por
isso, é importante pensar que a diversidade advém do
contato com outras culturas e da evolução da sociedade.
• As diversificações culturais são muitas. O afastamento
geográfico contribui bastante, Strauss aponta que devemos
nos preocupar-nos mais com as interações do que com os
afastamentos.

• Muitos costumes nasceram, não de qualquer necessidade


interna ou acidente favorável, mas apenas da vontade de
não permanecerem atrasados em relação a um grupo
vizinho que submetia a um uso preciso um domínio em que
nem sequer se havia sonhado estabelecer leis. Por
conseguinte, a diversidade das culturas humanas não nos
deve induzir a uma observação fragmentária ou
fragmentada. Ela é menos função do isolamento dos grupos
que das relações que os unem. (STRAUSS. p. 3)
3. O etnocentrismo
• Segundo Lévi-Strauss, um fenômeno
natural. É a atitude mais antiga reforçada
em sólidos fundamentos psicológicos.
Podemos dizer ser algo geral presente em
todas as culturas, por mais que seja
expresso de diferentes formas.
• Ele cita a noção de humanidade como exemplo. Por ser
recente (e até hoje algo propenso a diversas divergências) a
noção de humanidade já tomou diversas formas:

• A humanidade acaba nas fronteiras da tribo, do grupo


lingüístico, por vezes mesmo, da aldeia; a tal ponto que um
grande número de populações ditas primitivas se designam
por um nome que significa os “homens” (ou por vezes –
digamos com mais discrição -, os “bons”, os “excelentes”, os
“perfeitos”), implicando assim que as outras tribos, grupos
ou aldeias não participem das virtudes – ou mesmo da
natureza – humanas, mas são, quando muito, compostos
por “maus”, “perversos”, “macacos terrestres”; ou “ovos de
piolho. (STRAUSS. p. 4)
• Ele chama de falso evolucionismo: o
evolucionismo social, uma postura negativa e
que foi alimentada muito tempo.

• (ao considerarmos etapas de evolução de


uma sociedade, o fazemos erradamente pois
torna-se uma “falso evolucionismo”).
• Então, trata-se de uma pseudociência que
afirma coisas vagas que não podem ser
provadas. Atribui estágios a todas as
culturas, tentando mostrar como as mesmas
partem de uma mesma origem e devem
convergir para um mesmo fim. E isto, sem
dúvidas, alimenta a ideia de
superioridade/inferioridade de determinada
sociedade ou cultura.
• Diferentemente do evolucionismo
biológico, que é plausível, verificável e
fruto de uma vasta hipótese de trabalho, o
evolucionismo social nada é além de “um
processo sedutor, mas perigosamente
cômodo, de apresentação dos fatos.” (p.6)
• Os sistemas filosóficos e religiosos proclamam a
igualdade natural entre todos. No entanto, esta ideia
poderá ser enganadora porque negligencia a
diversidade em si...

• Tendo em conta a teoria darwinista, o autor considera


que, neste estudo, a evolução biológica não pode ser
utilizada para avaliar a evolução da espécie humana e
suas raças. A evolução social é anterior ao biológico e
não pode ser analisada da mesma forma pois não existe
uma certeza na observação.
4. Culturas arcaicas e culturas
primitivas
• Assim, o autor refere que em cada sociedade a mesma
pode diferenciar a cultura em três vertentes: a
contemporânea (surge no mesmo tempo mas em
espaço diferente), a que nasceu no mesmo espaço mas
em tempo diferente e a que nasceu em tempo e espaço
diferentes. No entanto, apenas se pode considerar a
parte de um todo, pois à medida que o tempo passa,
menos conhecimento temos das civilizações mais
antigas, permitindo só o reconhecimento de alguns
aspectos em comum.
4. Culturas arcaicas e culturas
primitivas
• O autor distingue, ainda, duas histórias – a
história progressiva aquisitiva e a história ativa –
que permitem analisar a evolução das
sociedades humanas.
• A história progressiva aquisitiva acumula todo o
passado para a construção de grandes
civilizações. A história ativa à qual falta “o dom
sintético” (p.27).
5. A ideia de progresso
• O autor se apoia na Arqueologia, na Pré-história
e na Paleontologia para mencionar a evolução
progressiva da sociedade, dando como
exemplo, a domesticação de algumas espécies
para o melhoramento das suas condições de
vida.
• Além disso, se atribui à imagem do progresso
como sendo o ato de subir uma escada, sempre
atravessando os degraus e chegando a um ponto
mais elevado, o que Strauss discorda
completamente.
• Estes saltos não consistem em ir sempre mais
longe na mesma direção; são acompanhados por
mudanças de orientação, um pouco à maneira dos
cavalos de xadrez que têm sempre à sua
disposição várias progressões mas nunca no
mesmo sentido. (STRAUSS. p. 9)
• Para Lévi-Strauss as sociedades necessitam
interagir para que sofram progressos. A
fatalidade reside nas culturas que permanecem
sozinhas, pois elas tendem a permanecer num
ato estacionário lamentável.
6 História estacionária e
história cumulativa
• Strauss vai avançando na sua obra para os
conceitos de História Estacionária e História
Cumulativa. A primeira apoia-se no
desenvolvimeno análogo, isto é, “cujo
desenvolvimento fosse dotado de significação
para nós” ( p.33). A segunda não apresenta
qualquer significação para o ser humano. Com
estes conceitos, Strauss analisa uma
socidedade nela mesma e não em confronto
com outras sociedades.
• […] a distinção entre as duas formas de história
depende da natureza intrínseca das culturas a
que esta se aplica, ou resulta, antes, da
perspectiva etnocêntrica em que sempre nos
colocamos para avaliar uma cultura diferente da
nossa? Consideraríamos assim como
cumulativa toda cultura que se desenvolvesse
num sentido análogo ao nosso, isto é, cujo
desenvolvimento fosse dotado de significação
para nós. (STRAUSS. p. 10)
• Strauss mostra que o etnocentrismo pode
estar diretamente ligado com esta distinção
de tipos de cultura. Para ele: “[…] a
fatualidade de uma cultura ou de um
processo cultural é assim função, não das
suas propriedades intrínsecas, mas da
situação em que nos encontramos em
relação a ela[…]”(STRAUSS. p.11) Isso não
significa que necessariamente deva ser
assim, mas é assim que comumente é.
7. Lugar da civilização
Ocidental
8. Acaso e civilização
• Nesta obra é exposto claramente que não é somente
nos homens modernos que encontramos a arte
inventiva. Strauss critica, chamando esta pretensão de
aberração, que consiste em considerar que tudo que
surgiu e que por nós hoje é aperfeiçoado não passa de
invenções criadas ao acaso. Ao agir assim negamos a
complexidade dos feitos, e os exercícios que foram
necessários para o aprimoramento das técnicas.

• Costuma-se atribuir insensatamente o termo gênio ou


inventor apenas aos indivíduos dos tempos modernos.
Não há razões lógicas para isso.
• “As sociedades a que chamamos primitivas
não têm menos homens como um Pasteur
ou um Palissy do que as outras.”
(STRAUSS p.16)

• Quanto mais tempo decorre e maiores


forem os números de culturas em jogos
maiores serão as probabilidades de se
obter descobertas nelas.
9. A colaboração das culturas
• A possibilidade que uma cultura tem de
totalizar este conjunto complexo de
invenções de todas as ordens a que nós
chamamos civilização é função do número
e da diversidade das culturas com as
quais participa na elaboração (p.20)
• Povos primitivos são comumente visto como
estacionários. Strauss afirma que todas as histórias são
cumulativas, com diferenças de graus. Todos os povos
aperfeiçoaram e transformaram, assim como ainda
fazem, suas técnicas e suas invenções. E caso ela
pareça ser estacionária, isso não significa que ela não
seja sede de importantes transformações.
Transformações estas que podemos ignorar por nos
parecer inúteis.
• As sociedades agem em prol de seus interesses e suas
necessidades.
10. O duplo sentido do
progresso
• Há um paradoxo em jogo. Como consideramos aqui, as
interações entre diferentes culturas traz
desenvolvimentos. Mas como evitar a possível
homogeneização de toda a cultura? Strauss propõe dois
remédios. Um que consiste em causar “desvios
diferenciais” onde há uma certa imposição de
diversificação do corpo social, e o outro que envolve o
ato de introduzir novos ‘’parceiros’’ nesta jogada. Ambos
remédios consistem em buscar a diversificação. É a
diversidade a característica tão necessária para o
verdadeiro progresso.
O que dizer deste texto de Lévi-
Strauss
• Acredito que ele tenha nos mostrado que
precisamos estar exercitando nossa mente o
tempo todo em relação a comportamentos
etnocêntricos e racistas. Ele mostra que é fato a
desvalorização das culturas, as pessoas
ignoram que nenhuma cultura é pura ou melhor
que outra. Não seríamos nada sem as
interações das diferentes culturas e não
teríamos história se não houvesse uma
diversidade cultural.
REFERÊNCIAS
• BIOGRAFIA. Claude Lévi-Strauss. Disponível em:
https://www.infoescola.com/biografias. Acesso em: 06 novembro 2020.

• CABRAL, João Francisco Pereira. "A diversidade cultural em Lévi-Strauss"; Brasil


Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-diversidade-cultural-levi-strauss.htm. Acesso
em 05 de novembro de 2020.

• IMAGENS. Disponível em: http://www.google.com/search. Acesso em: 05 novembro


2020.

• LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. IN: Antropologia estrutural II. Rio de


Janeiro: Zahar, 1976. p.328-366.

• ROCHA, Everardo. FRID, Marina (Orgs.). Os Antropólogos: clássicos das ciências


sociais. Petópolis, RJ: Vozes; Rio de Janeiro: editora PUC, 2015.

Você também pode gostar