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DOI: 10.1590/1413-812320202510.

15562018 4045

Longevidade e custo da assistência:

temas livres free themes


o desafio de um plano de saúde de autogestão

Longevity and cost of care:


the challenge of a self-managed health plan

José Antonio Diniz de Oliveira (https://orcid.org/0000-0002-6214-4195) 1


José Mendes Ribeiro (https://orcid.org/0000-0003-0182-395X) 2
Isabel Cristina Martins Emmerick (https://orcid.org/0000-0002-0383-2465) 3
Vera Lucia Luiza (https://orcid.org/0000-0001-6245-7522) 3

Abstract This paper aims to analyze the rela- Resumo O objetivo deste artigo é analisar a rela-
tionship between the cost of health care and the ção entre o custo da assistência e o envelhecimento
aging of the population assisted by a self-man- da população assistida por um plano de autoges-
aged plan, reflecting on the ways to address the tão, refletindo sobre possibilidades de enfrenta-
challenge arising from this conjunction of popu- mento do desafio advindo dessa conjunção de fa-
lation demographic changes. This is a descriptive tores. Trata-se de um estudo descritivo do período
study of the 1997-2016 period based on secondary 1997 a 2016, efetivado a partir de dados secundá-
data from the management operator of the health rios provenientes da operadora do plano de saúde
plan under study and from another administra- em estudo, e outro banco administrativo de opera-
tive database of a self-managing provider with dora de autogestão de grande abrangência nacio-
broad nationwide coverage. Older adults (over nal. Os idosos (mais de 60 anos) aumentaram no
60 years) increased 55% during the study period. período do estudo 55,5%. Já os chamados “muito
On the other hand, the so-called “very old” (over idosos” (acima de 80 anos) cresceram em quanti-
80 years) grew 332.8%. The population above 60 dade 332,8%. A população acima de 60 anos cor-
years corresponds to 25.7% of the total, and ac- responde a 25,7% do total sendo responsável por
counts for 68.8% of expenses. Most of the popu- 68,8% das despesas. A grande maioria da popu-
lation covered (84,6%) is located in the State of lação atendida (84,6%) está localizada no Estado
Rio de Janeiro, which has the highest per capita no Rio de Janeiro, o qual tem o mais alto custo per
1
Programa de Pós-
Graduação em Saúde health care cost in Brazil. We found a relationship capita em saúde no País. Foi encontrada relação
Pública, Escola Nacional de between aging of the beneficiary population and entre o envelhecimento da população beneficiária
Saúde Pública Sergio Arouca increased expenditure. It is imperative to invest in e o aumento das despesas. É imperioso investir em
(ENSP), Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz). R. Leopoldo health promotion and disease prevention initia- iniciativas de promoção da saúde e prevenção de
Bulhões 1480, Manguinhos. tives as a way of improving the quality of life and doenças como forma de melhora da qualidade de
21041-210 Rio de Janeiro financial sustainability of the plan, and define a vida e viabilidade financeira do plano, além de
RJ Brasil.
diniz@fiosaude.org.br subsystem that delimits and regulates access to the definir um sub-sistema que delimite e discipline o
2
Departamento de Ciências network and is accepted by the beneficiaries. acesso à rede e seja aceito pelos beneficiários.
Sociais, ENSP, Fiocruz. Rio Key words Prepaid health plans, Health expen- Palavras-chave Plano de saúde, Gastos em saú-
de Janeiro RJ Brasil.
3
Departamento de Política diture, Demographic aging de, Envelhecimento populacional
de Medicamentos e
Assistência Farmacêutica,
ENSP, Fiocruz. Rio de
Janeiro RJ Brasil.
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Oliveira JAD et al.

Introdução mo inviabilizar o financiamento da assistência de


toda uma coletividade, porque na área da saúde
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), sis- o risco de ocorrer um evento é inversamente pro-
tema público de abrangência universal, é a única porcional ao número de vidas.
alternativa de assistência a mais de 75% da popu- Além do pequeno porte, as autogestões apre-
lação1,2. Apesar do epíteto “Único”, coexiste com sentam populações mais envelhecidas do que a
ele o Setor de Saúde Suplementar, de caráter pri- média do setor suplementar, pois via de regra
vado, que dá assistência a uma parte da popula- continuam a oferecer assistência aos seus bene-
ção que pode adquirir planos ou que por força de ficiários quando eles se aposentam, característica
vínculo profissional tem acesso a esse subsistema observada especialmente nas autogestões ligadas
de assistência à saúde. ao setor público, inclusive nas empresas de eco-
A Agência Nacional de Saúde Suplementar nomia mista6.
(ANS), responsável pela normatização e fiscali- A principal consequência da combinação
zação do referido setor, classifica as operadoras, de uma população que não cresce, que se reno-
no que concerne a seu estatuto jurídico, em: Au- va lentamente (poucos ingressos nas primeiras
togestão; Cooperativa médica; Filantropia; Me- faixas etárias) e que preserva (não expulsa) seus
dicina de grupo; e Seguradora especializada em aposentados é o aumento da idade média, o en-
saúde3. velhecimento da população. Com o envelheci-
As operadoras de Autogestão apresentam mento, o que prevalece são as doenças crônico-
algumas características que as diferenciam das degenerativas, a demandar – por períodos mais
operadoras dos demais segmentos. O controle longos da vida – tratamentos (principalmente
social, com a possibilidade de os beneficiários internações hospitalares) e tecnologias cada vez
participarem da gestão, é uma delas. Outro di- mais onerosos, uma combinação que pressiona
ferencial importante é que são associações sem de forma significativa os custos assistenciais7,8.
fins econômicos. Por não almejarem lucro, não Assim, o objetivo deste artigo é analisar a re-
pagarem comissões a corretores e nem despende- lação entre o custo da assistência e o envelheci-
rem recursos em marketing de venda e estrutura mento da população assistida por um plano de
comercial, as autogestões acabam se notabilizan- autogestão no Brasil, visando suscitar reflexões
do também por oferecer a melhor relação custo/ sobre como enfrentar o desafio advindo dessa
cobertura3. conjunção de fatores.
Destaque-se que essa definição revela um
modelo de organização de assistência privada
muito própria e característica do Brasil, o que di- Métodos
ficulta a comparação internacional.
Por força de resoluções da agência fiscaliza- Trata-se de um estudo descritivo a partir de dados
dora, as operadoras de autogestão são limitadas secundários provenientes de uma operadora que
na possibilidade de atuação e de ampliação do atua na modalidade de Autogestão e que atende
número de vidas. Suas populações são restritas profissionais de uma instituição pública de pes-
ao ramo de atividade da patrocinadora funda- quisa em saúde, seus dependentes e agregados.
dora ou à categoria profissional de seus benefi- Foi utilizada também a base de dados de custo
ciários. As características da força de trabalho e a assistencial de uma outra operadora da modali-
natureza das atividades da patrocinadora podem dade de autogestão, a maior do país, e que atua
influenciar o perfil sociodemográfico da popula- em todas as unidades da federação. Considera-se
ção assistida, com implicações no padrão de ado- que esta operadora, pelo expressivo número de
ecimento e de uso dos serviços de saúde4. vidas, 705.775 beneficiários à época do estudo,
Esse cerceamento da possibilidade de atu- confere informações consistentes para mensura-
ação, aliado à impossibilidade de se associarem ção do custo assistencial no país. Assim, foram
entre si, acaba resultando em um grande número utilizados dados do custo per capita por Unidade
de Autogestões de pequeno porte, oferecendo as- da Federação da referida operadora. Foi estudado
sistência a pequenas populações. Levantamento período de 20 anos, de 1997 a 2016 (posição em
disponibilizado pela ANS com dados de 20095 si- 31/12 de cada ano), em que a população do pla-
naliza que 80,2% das Autogestões ativas na época no de interesse esteve relativa e numericamente
eram consideradas de pequeno porte (menos de estável.
20.000 vidas cobertas). Isso aumenta de forma A caracterização da população de beneficiá-
bastante significativa a chance de um único trata- rios é apresentada segundo três grupos: titulares,
mento médico desequilibrar as contas e até mes- dependentes e agregados, além da distribuição
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por gênero e faixa etária, apresentando-se a dis- Tabela 1. Caracterização da população de beneficiários da
tribuição percentual em anos selecionados. Tendo operadora de Autogestão em estudo. 1997 a 2016.
em vista o foco nos efeitos do envelhecimento das Variáveis 1997 2002 2007 2012 2016
despesas, os idosos foram estratificados em idosos Titulares
jovens (60-70), medianamente idosos (70-80) e Total 4.333 4.450 4.811 4.827 5.461
muito idosos (80 anos e mais)9. Mulheres (%) 52,8 54,5 57,4 58,4 59,8
A fim de demonstrar o impacto percentual so- Idade (%)
bre o custo da assistência provocado pelo envelhe- 0-18 0,2 0,1 0,0 0,0 0,2
cimento foi apurado o custo per capita da popula- 19-59 86,1 82,2 77,8 71,7 67,6
ção em estudo segundo a faixa etária, usando 2016 60-69 9,7 10,5 12,7 16,7 19,2
como ano base. Os valores apurados foram mul- 70-79 3,5 6,2 7,1 8,0 8,7
tiplicados pela composição etária dos anos 2012, 80-120 0,5 1,0 2,3 3,6 4,4
2007 e 1997 (5, 10 e 20 anos anteriores ao ano Estado RJ (%) 88,3 87,7 87,9 88,1 86,2
base), Foram assumidas como constantes as de- Dependentes
mais variáveis, para evidenciar apenas o efeito do
Total 6.495 6.698 6.017 5.669 5.373
envelhecimento sobre o custo, resultante da mu-
Mulheres (%) 54,0 53,1 52,6 52,1 51,5
dança ocorrida nas referidas composições etárias
Idade (%)
dos anos observados. Para o cálculo da variação
0-18 55,8 49,2 42,7 39,4 39,7
percentual, foi considerado o perfil etário do ano
19-59 40,1 45,5 49,4 49,6 46,7
comparado, calculado com base no custo de 2016,
60-69 3,0 3,5 5,3 7,3 8,9
aplicou-se a fórmula [(((custo do ano estimado) –
70-79 1,1 1,6 2,1 2,8 3,5
(custo total do ano de base – 2016))/Custo do ano
estimado) x100]. 80-120 0,1 0,2 0,5 0,9 1,2
Finalmente, foi calculado, segundo estado da Estado RJ (%) 88,8 87,9 87,9 88,1 84,1
federação, o custo médio per capita da despesa as- Agregados
sistencial total da operadora de referência. Total 3.560 3.808 3.643 3.484 4.677
Com base na Resolução 510/2016 do Conselho Mulheres (%) 65,6 62,2 62,1 62,0 59,6
Nacional de Saúde, tendo em vista o uso de dados Idade (%)
administrativos sem identificação individual e de 0-18 10,1
21,1 16,1 11,8 13,0
bases de acesso aberto, o estudo não foi submeti- 19-59 42,2
38,0 44,1 49,7 55,0
do à apreciação ética por ter-se entendido estarem 60-69 24,4
14,9 10,0 7,1 6,6
preservados todos os critérios de proteção dos in- 70-79 17,1
18,7 19,7 16,4 10,7
divíduos. 80-120 6,27,3 10,2 15,0 14,7
Estado RJ (%) 89,0
88,4 88,6 88,5 83,5
Geral
Resultados Total 14.388 14.956 14.471 13.980 15.511
Mulheres (%) 56,5 55,9 56,6 56,7 56,8
O aumento de 7,8% no total de vidas cobertas no Idade (%)
período de 1997-2016 foi heterogeneamente dis- 0 - 18 27,7 27,4 21,8 18,8 17,7
tribuído entre as categorias de beneficiários. En- 19 - 59 54,5 54,5 57,5 57,4 56,5
quanto se observa crescimento de 26,0% e 31,4% 60 - 69 10,3 8,5 8,9 10,6 11,8
entre titulares e agregados, respectivamente, houve 70 - 79 5,8 7,3 8,2 8,0 7,5
redução de 17,3% entre os dependentes. Há gran- 80 - 120 1,7 2,2 3,6 5,3 6,4
de concentração da população do estudo no Es- Estado RJ (%) 88,7 88,0 88,1 88,2 84,6
tado do Rio de Janeiro (84,6%) sendo 78,4% no
Fonte: Base de dados da autogestão em estudo, 2017.
Grande Rio, sede da operadora de autogestão. As
mulheres são a maioria em todas as categorias, mas
sobretudo entre titulares e agregados. Ao longo do
período estudado houve envelhecimento tanto dos
titulares quanto dos agregados (Tabela 1). geral de 0 a 18 anos. Os idosos (acima de 60 anos)
Enquanto se observa entre os titulares uma variaram positivamente 55,5% e os beneficiários
elevação da proporção de idosos jovens em detri- da faixa classificada como mais idosos (maior do
mento dos muito idosos, há um aumento mais ex- que 80 anos) variaram 332,8% (Tabela 1). A Figura
pressivo na proporção dos medianamente idosos e 1 permite visualizar a evolução da participação da
muito idosos entre os agregados. Em 20 anos, hou- parcela mais idosa (17,8% em 1997 para 26,1% em
ve uma variação negativa de 30,9% na população 2016) e a redução (27,7% para 17,4%) da faixa
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Oliveira JAD et al.

mais jovem (0 a 18). No final de 2016, a média Discussão


de idade dos assistidos pela operadora estudada
era de 43 anos. Doenças crônicas e envelhecimento populacio-
O custo anual por faixa etária dos beneficiá- nal são questões que se relacionam e que por
rios em 2016 é apresentado na Tabela 2. É possível isso ocupam de forma cada vez mais constante
verificar que os idosos (com 60 anos e mais) cor- a pauta prioritária da Organização Mundial da
respondem a 25,7% dos beneficiários, sendo res- Saúde10. Tais temas passam a ser estudados inten-
ponsáveis por 68,8% dos custos totais. As crianças samente por seus reflexos sobre o desenho dos
e jovens até 18 anos, todos dependentes ou agre- sistemas de saúde, a economia dos países e o bem
gados, respondem por apenas 4,6% dos custos. -estar das pessoas.
Assumidas como constantes as demais condi- No prefácio da publicação Informe Mundial
ções estruturais e conjunturais da oferta de servi- sobre o Envelhecimento e a Saúde, a Dra. Margaret
ços privados de assistência à saúde (característi- Chan, diretora geral da OMS à época asseverava
cas dos planos, rede de prestadores, nível do uso que alguns fatores, como mudanças no clima e
de tecnologias) e considerando apenas a mudan- o surgimento de nova enfermidades, são impre-
ça do perfil etário (envelhecimento da população visíveis enquanto tendências que impactem na
assistida) nos cinco, dez e vinte anos anteriores, saúde, mas que uma tendência é certa: a acelera-
os custos da assistência seriam, respectivamente, ção do envelhecimento da população, que vai in-
15,8%; 28,4%; e 53,4 % menores em relação a fluenciar de forma importante a saúde das pesso-
2016 (Tabela 3). as e os sistemas de saúde. O documento conclui
Dada a concentração da população assistida que o enfoque recomendado na construção de
no estado do Rio de Janeiro, analisou-se a dis- um mundo favorável para as pessoas idosas pede
tribuição de custos do maior plano nacional de a transformação dos sistemas de saúde – ainda
autogestão segundo a unidade federativa. Cons- predominantemente definidos para prestar aten-
tatou-se que o Rio de Janeiro apresenta o maior dimento curativo e oferecer cuidado intensivo –
custo per capita do país, 80,4% acima da média de forma a focarem num modelo que dê respos-
nacional (Tabela 4). tas às necessidades da população envelhecida10.

100%

90% 18% 18% 18% 18% 18% 18% 19% 19% 20% 20% 21% 20% 22% 23% 24% 24% 24% 25% 25% 26%

80%

70%

60%

54% 54% 54% 54% 54% 55% 55% 55% 56%


50% 57% 58% 58% 58% 58% 57% 57% 58% 58% 57% 57%
40%

30%

20%

28% 28% 28% 28% 28% 27% 26% 25%


10% 24% 23% 22% 21% 20% 20% 19% 19% 18% 18% 18% 17%

00%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

0-18 19-59 60+

Figura 1. Distribuição dos beneficiários por faixa etária. Operadora de autogestão em estudo. 1997-2016.

Fonte: Base de dados da autogestão do estudo, 2017.


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Tabela 2. Distribuição total, percentual e percentual acumulado da população de beneficiários e do custo
assistencial, segundo faixa etária. Operadora de autogestão em estudo. 2016.
População % Acumulado Custo 2016 % Custo
Faixa Etária % População % Custo
2016 da população (milhões Reais) acumulado
80+ 989 6,4 6,4 42,59 34,7 34,7
70-79 1.159 7,5 13,8 20,52 16,7 51,5
60-69 1.835 11,8 25,7 21,21 17,3 68,8
19-59 8.775 56,6 82,3 32,63 26,6 95,4
0-18 2.753 17,7 100,0 5,65 4,6 100,0
Total 15.511 100,0 - 122,60 100,0 -
Fonte: Base de dados da autogestão em estudo, 2017.

Tabela 3. Custo mensal por faixa etária da população de beneficiários da autogestão do estudo com base no exercício
de 2016, aplicada à composição etária em 2012, 2007 e 1997, respectivamente correspondendo aos últimos 5, 10 e 20
anos. Operadora de autogestão em estudo.
2016 2012 2007 1997
Custo Custo Custo
Faixa Custo
estimado para estimado para estimado para
Etária População (milhões População População População
2016 (milhões 2016 (milhões 2016 (milhões
de reais)
de reais) de reais) de reais)
0-18 2.753 5,65 2.593 5,32 3.156 6,47 3.989 8,18
19-59 8.775 32,63 7.989 29,70 8.322 30,95 7.835 29,13
60-69 1.835 21,21 1.537 17,76 1.292 14,93 1.481 17,12
70-79 1.159 20,52 1.066 18,87 1.187 21,02 834 14,77
80+ 989 42,59 795 34,24 514 22,14 249 10,72
Total 15.511 122,60 13.980 105,90 14.471 95,51 14.388 79,93
Variação* -15,8% -28,4% -53,4%
*Variação percentual considerado perfil etário do ano comparado, calculado com base no custo de 2016 (ano base).
Fonte: Base de dados da autogestão em estudo, 2017.

No final de 2017, a média de idade dos assis- Diversos aspectos influenciam os custos em
tidos pela operadora estudada era de 43,2 anos, saúde, e variam em função da categoria de renda
enquanto que para todo o setor de saúde suple- dos países, de estratos mais ou menos pobres das
mentar brasileiro era de 35,111. A população idosa populações, de estilo de vida, comportamento de
(acima de 60 anos) representava 26,1% da popu- uso em saúde e acesso aos recursos assistenciais.
lação total do estudo em dezembro de 2016, mais No entanto, mesmo que tenha menos influência
do que o dobro da média do setor suplementar sobre os custos da assistência do que outros fa-
(12,9%)11. Analisado por outro indicador, o ín- tores12, o processo de envelhecimento, em que as
dice de envelhecimento (relação percentual entre pessoas passam a conviver por longo tempo com
os idosos – maiores do que 60 anos – e indivíduos as doenças crônicas, tem grande relevância para
até 14 anos) é de 66,1% no setor de saúde suple- o financiamento do cuidado em saúde, tanto o
mentar e de 198,6% na autogestão em estudo11. público13 quanto o privado6.
Como os titulares, em sua maioria, são for- A OMS afirma que o envelhecimento por si só
ça de trabalho em atividade (trata-se de empre- não tem grande influência no aumento do custo
sa pública em que o ingresso se dá por concurso em saúde, inclusive porque as camadas mais po-
e em que a idade limite laboral é de 75 anos), a bres da população têm dificuldade de acesso aos
elevação de idosos jovens pode ser relacionada tratamentos de saúde, especialmente nos países
ao reduzido número de concursos havidos no de baixa renda10. Alguns estudos concluem que
período do estudo (9 concursos de 1998 a 2016, a influência do envelhecimento se deve mais à
segundo a diretoria de recursos humanos da Ins- tecnologia aplicada aos idosos em internações
tituição a que estão ligados os beneficiários). hospitalares, que se mostra determinante para
4050
Oliveira JAD et al.

Tabela 4. Despesa assistencial total, população de vidas assistidas e custo médio per capita, Plano de Autogestão
de abrangência nacional, 2016.
Custo Assistencial Total Custo médio per
Unidade da Federação População Dez/2016
(Reais) capita Mês
Rio de Janeiro 503.593.176,20 74.723 561,62
Distrito Federal 480.247.796,85 74.079 540,24
Maranhão 179.465.330,78 27.712 539,67
São Paulo 714.586.547,15 116.761 510,01
Pernambuco 179.810.677,44 32.584 459,86
Bahia 368.379.489,68 69.171 443,80
Rio Grande do Sul 210.209.865,83 39.903 439,00
Ceará 90.772.048,88 19.532 387,28
Sergipe 63.636.066,31 13.963 379,79
Rio Grande do Norte 51.398.197,60 12.130 353,11
Alagoas 40.868.318,56 10.287 331,07
Espírito Santo 43.777.471,11 11.210 325,43
Minas Gerais 232.374.309,69 63.369 305,58
Amazonas 13.701.182,28 3.958 288,47
Paraíba 41.088.251,58 11.957 286,36
Piauí 25.063.965,98 7.728 270,27
Mato Grosso do Sul 27.750.778,08 8.619 268,31
Goiás 54.755.841,44 17.748 257,10
Santa Catarina 65.258.384,90 21.348 254,74
Tocantins 9.038.829,36 3.042 247,61
Paraná 110.893.842,06 38.779 238,30
Mato Grosso 22.162.297,49 8.579 215,28
Pará 28.680.018,51 11.364 210,31
Rondônia 6.010.055,15 3.029 165,35
Amapá 2.716.556,71 1.402 161,47
Acre 2.673.602,80 1.809 123,16
Roraima 1.134.289,18 989 95,58
Brasil 2.636.292.883,93 705.775 311,28
Fonte: Base de dados da maior operadora de autogestão do País, 2016.

o custo elevado do tratamento das populações que ofereçam um cuidado contínuo sobre a tra-
mais idosas12. jetória de saúde de uma pessoa (prevenção, trata-
De maneira geral, sobretudo nos países de mento, reabilitação, controle, paliação). Alcançar
média renda e mesmo em alguns de alta renda, esse objetivo é um desafio para todos os países,
os sistemas de saúde são desenhados para aten- em especial para os países em desenvolvimento,
der episódios agudos, com os hospitais buscan- que vivem rapidamente o processo de envelheci-
do acumular o máximo de tecnologia para dar mento e convivem ao mesmo tempo tanto com
resposta a esses atendimentos, que demandam doenças infecciosas quanto com as doenças crô-
expressivos desembolsos financeiros14. Ainda que nicas16.
os pacientes idosos signifiquem parcela menor da O vínculo entre idade e custos está muito
população total, são os principais ocupantes dos influenciado pelo próprio sistema de saúde. Um
leitos de UTI, sendo destinatários do uso de alta estudo dos países da OCDE revela que os aumen-
tecnologia no período que lhes antecede a morte, tos do custo com saúde relacionados com a idade
evidenciando a influência do sistema médico so- são muito maiores no Canadá e Estados Unidos
bre os custos do sistema15. do que na Espanha e Suécia. É provável que essa
Num mundo que envelhece, os sistemas de constatação se deva às diferenças nos sistemas,
saúde deverão ser desenhados para suprir os cui- nos incentivos e nos enfoques de intervenção dos
dados necessários às pessoas idosas, com serviços prestadores de serviço com relação ao cuidado da
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pessoa idosa, assim como pelas questões cultu- pecialmente relevante, pois apresenta uma relação
rais, sobretudo aquelas relacionadas com cuida- diretamente proporcional: quanto maior a idade,
dos no final da vida7. maior a probabilidade de múltiplas doenças crôni-
Os beneficiários do plano de saúde em estu- cas20,21 e, por consequência, maior a busca de servi-
do têm acesso privilegiado aos recursos médicos, ços médicos pela população assim caracterizada22.
tendo à disposição um grande número de hos- O problema do financiamento da assistência
pitais, laboratórios e serviços de diagnose por à saúde não é apenas brasileiro, mas um dilema
imagem e terapias. A liberdade de acesso a esses mundial. Uma análise sobre o gasto total em saú-
recursos, em especial aos recursos hospitalares, de como proporção percentual do PIB23 aponta
permite concluir que, de fato, não é apenas a ida- que a grande maioria dos países, de todos os gru-
de, mas a facilidade de acesso à tecnologia dispo- pos de renda, apresentou aumento significativo
nível a razão do alto custo da assistência prestada, nesse indicador no período de 2000 e 2010. No
em especial nas faixas etárias mais idosas, que por caso do Brasil, essa proporção variou de 7,2% em
conta das doenças crônicas mais demandam es- 2000 para 9,0% em 2010 (crescimento de 25%).
ses serviços. No levantamento verificou-se que dos 194 paí-
Ainda que não se atribua exclusivamente ao ses membros da OMS, quase todos eles tiveram,
fenômeno do envelhecimento a responsabilida- no mesmo período observado, aumento no gasto
de pelo aumento dos custos da assistência, o fato per capita total em saúde (pelo critério de pari-
dessa população buscar atendimento em um sis- dade do poder de compra). As exceções são Cabo
tema que privilegia a atenção curativa, centrada Verde, Eritreia, Guiné-Bissau, Nauru, San Mari-
nos hospitais, onde há muita concentração de no, Santo Tomé e Príncipe e Seychelles, que não
tecnologia, faz com que esses dois fatores asso- apresentaram crescimento nas despesas com saú-
ciados (população envelhecida em localidade de de de suas populações e que se caracterizam por
custo per capita elevado) pressionem de forma serem países pouco populosos e de baixa renda.
substancial os custos. Se o gasto em saúde é problema importante
A busca de um modelo preventivo que abor- para a macroeconomia dos países, também preo-
de toda a linha de cuidado, eliminando ao má- cupa sobremaneira os subsistemas, como é o caso
ximo a atenção episódica e fragmentada, passa a das operadoras de planos de saúde, em especial
ser determinante para a garantia da perenidade as autogestões que são financiadas com recursos
da assistência prestada. financeiros dos próprios trabalhadores, como é o
Os idosos são particularmente os que mais caso da autogestão em estudo.
sofrem com as chamadas Doenças Crônicas Não Um indicador criado e divulgado periodica-
Transmissíveis (DCNT), que são de longa du- mente pelo Instituto de Estudos de Saúde Suple-
ração e progressão geralmente lenta. Os quatro mentar (IESS), revelou o crescimento despropor-
principais tipos de doenças não transmissíveis cional dos custos médico-hospitalares quando
são as doenças cardiovasculares (como ataques comparados com a taxa da inflação geral da eco-
cardíacos e acidentes vasculares cerebrais), câncer, nomia24. O Índice de Variação de Custos Médi-
doenças respiratórias (como doença pulmonar co-Hospitalares (VCMH) calculado pelo referido
obstrutiva crônica e asma) e diabetes17. As DCNT Instituto apontou alta de 20,4% no período de
são de longe a principal causa de morte no mun- doze meses encerrado em dezembro de 2016 en-
do, representando 63% de todas as mortes anu- quanto a variação do IPCA do mesmo período
ais, matando mais de 36 milhões de pessoas por alcançou 6,3%. Esta constatação que vem sendo
ano. Cerca de 80% de todas as mortes por DCNT observada ao longo dos anos revela que os gastos
ocorrem em países de baixa e média renda18. com saúde crescem numa proporção insuportá-
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as vel de ser assumida pelo Estado, pelas empresas e
DCNT são responsáveis por 72% das mortes, sen- pelos trabalhadores.
do que 43% dos óbitos ocorrem por doenças car- O uso irracional e acrítico de novas tecnolo-
diovasculares, 22,6% por câncer, 8% por proble- gias25, o envelhecimento da população26 e a transi-
mas respiratórios crônicos e 6,9% por diabetes19. ção epidemiológica27 em que passaram a ser pre-
Tendo em vista seu longo curso, tais doenças valentes não mais as doenças infectocontagiosas e
costumam evoluir com acúmulo de comorbida- sim as doenças crônicas, são fatores que ocorrem
des, depauperação do estado físico, resultando em de forma concomitante e que recomendam mu-
maior requerimento de tecnologias e, consequen- danças na formulação de políticas e apontam para
temente, de recursos financeiros. a necessidade de revisão da forma de assistência
A questão da multimorbidade (a existência prestada pelos sistemas de saúde e, também, pelos
concomitante de várias condições crônicas) é es- planos de saúde. Isso passa necessariamente por
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Oliveira JAD et al.

priorizar as doenças crônicas, pois é com elas que os planos de saúde ocupam as primeiras posições
as pessoas vão conviver por muito tempo28 e serão no ranking de reclamações dos consumidores de
elas as principais causas de suas mortes18. serviços no Brasil. De acordo com o Instituto de
De uma maneira geral, as operadoras de as- Defesa do Consumidor34, os planos de saúde apa-
sistência médica se estruturam para dar respos- recem como campeão de insatisfação dos consu-
ta a episódios de doença, pois os serviços quase midores, pelo terceiro ano consecutivo (período
sempre só são buscados pelos beneficiários quan- 2015 a 2017).
do se deparam com um problema de saúde, não Os achados registrados neste trabalho não
havendo na prática, de uma maneira geral, de- podem ser generalizados, em especial por conta
manda por ações preventivas. O modelo de atu- de os custos da assistência estarem diretamente
ação e desenho dos produtos (planos de saúde) associados, de forma importante, aos hospitais
oferecidos são baseados em preço, rede de presta- que compõem a rede credenciada e às condições
dores, cobertura e regras de utilização. Normal- de contratação que variam conforme o porte da
mente, as operadoras agem apenas reativamente Operadora. Além disso, embora o custo per capi-
à utilização dos serviços de saúde pelos seus be- ta calculado por Unidade da Federação tenha se
neficiários. Ainda que haja um intenso incentivo dado com base em um número significativo de
da Agência reguladora, os programas de saúde beneficiários, pode ser que varie se considerados
ainda ocupam uma posição secundária na forma outros fatores (composição etária e localização
de atuação das Operadoras29. geográfica da população; maior ou menor ofer-
Alguns autores chamam de plano de doen- ta de serviços médicos; regulação da demanda
ça e não de plano de saúde as operadoras atuais e composição da rede credenciada, em especial
por pagarem “pela amputação de um membro a hospitalar). Adicionalmente, é possível que os
gangrenado por causa do diabetes, mas não de- beneficiários se utilizem de outros serviços como
sembolsarem um centavo pela conscientização o SUS ou outros planos dos quais sejam benefi-
do paciente quanto à importância de observar o ciários como dependentes. No entanto, os dados
tratamento a fim de reduzir a probabilidade de apresentam alta validade interna, uma vez que se
precisar de um remédio assim tão trágico e dis- trabalhou com a população total de beneficiários.
pendioso”30.
Os problemas de sustentabilidade das dife-
rentes modalidades de planos privados pré-pagos Considerações finais
no Brasil foram analisados ainda nos primórdios
dos efeitos da nova regulação que se formalizou Em levantamento em que foram comparados
na criação da Agência Nacional de Saúde Su- os custos da assistência à saúde em 10 países da
plementar (ANS). Autores como Ribeiro et al.31 OCDE os autores já chamavam a atenção para o
e Costa e Castro32 propõe alternativas políticas fato de o referido custo crescer numa proporção
para os planos de autogestão como o analisado maior do que o PIB dos países, o que tornaria in-
neste artigo: (a) diluir sua população em outras suportável o custo da assistência, especialmente
maiores, o que pode implicar a perda do contro- nos EUA7.
le político da instituição patrocinadora sobre o Embora os custos com cuidados de longa du-
plano; ou (b) promover o aumento de prêmios, ração com certeza aumentem com o envelheci-
co-participações, moderadores de consumo e mento da população, os efeitos sobre os custos
similares; ou (c) adotar amplos programas de de cuidados de saúde não podem ser imputados
redução de demanda orientados ao controle de apenas ao processo de envelhecimento. Se medi-
riscos e acompanhados dos problemas de susten- das adequadas forem implementadas a tempo, o
tabilidade de tais tipos de estratégia. impacto do envelhecimento da população nos
Esse modelo essencialmente curativo – que custos de saúde pode ser amenizado. É preciso
negligencia a prevenção – apresenta sinal de es- coordenar a linha de cuidados, evitar os trata-
gotamento, pois não resulta em melhoria na con- mentos hospitalares desnecessários, reduzir o ris-
dição de saúde das pessoas e nem dá resposta ao co e investir na autonomia das pessoas, enfim, é
dilema do financiamento do sistema de saúde. Os preciso investir em programas que comecem na
custos são crescentes em uma proporção muito meia idade e que sejam contínuos35.
maior do que a inflação normal da economia33 e A conjunção dos seguintes fatores: popula-
o gasto excessivo não se reflete na melhoria dos ção pequena (pouco mais de 15.000 vidas), com
indicadores de saúde e nem na satisfação da po- 26,1% acima de 60 anos e com 84,7% residen-
pulação assistida. Na verdade, no que se refere à tes no Estado do Rio de Janeiro (que apresenta
satisfação, existem evidências do contrário, pois o maior custo per capita do País) torna impera-
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tiva a adoção de uma nova forma de assistência, financiamento será uma gestão diligente e tem-
apoiada em programas de gestão do risco em pestiva da saúde da população de maiores utili-
saúde, executados por equipe multidisciplinar36, zadores, no curto prazo, e na população de alto
sob pena de a assistência prestada não se susten- risco/alto custo, no curto e médio prazo. Estrutu-
tar financeiramente. ralmente, esforços deverão ser direcionados para
Destaque-se que há outros entraves sistêmi- a construção de um modelo assistencial38 que
cos a serem superados, como a busca de centros seja resolutivo na atenção primária, hierarquize
de cuidados intensivos (hospitais) para solução de e oriente o acesso à rede de especialistas e adote
doenças crônicas; o elevado custo das internações práticas que substituam o atual quadro de cui-
caracterizado por altas margens nos materiais e dado fragmentado, que não promove saúde e mal
medicamentos cobrados (que compõem mais do dá resposta a episódios de doenças.
que 50% do custo hospitalar), a obstinação tera- No entanto, este trabalho evidencia a mag-
pêutica (distanásia)37 em detrimento da opção por nitude deste desafio na medida que num plano
cuidados paliativos, sem contar outros desperdí- de autogestão, onde, portanto, os beneficiários
cios e ineficiências que pouco são mensurados. participam ativamente das decisões estratégicas,
Para uma operadora que cuida de uma po- encontrou-se forte impacto do envelhecimento
pulação adstrita, com destacado e expressivo per- da população de beneficiários no aumento dos
centual de idosos, cujos beneficiários tem acesso gastos.
livre à rede de prestadores de serviços de saúde, o Em que pese o registro dessas reflexões sobre
desafio é o de construir um subsistema que ganhe como responder a esse desafio, novos estudos de-
a confiança e a adesão da população assistida, ga- verão ser levados a termo para que outras estra-
rantindo que os recursos necessários sejam alo- tégias sejam desenhadas e outros aspectos sejam
cados o mais próximo possível da necessidade (e modificados, de forma a garantir a sustentabili-
não do desejo ou em função do excesso de oferta) dade do sistema e a perenidade da assistência. E
de cada beneficiário. para que esta não fique reduzida a um número
Componente fundamental dessa nova forma pequeno de privilegiados que possam bancar os
de assistência, mais preventiva do que curativa, custos, que estão se tornando proibitivos para a
que possa contribuir na superação do desafio do maioria da população.

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