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ISBN - 978-85-66923-76-6
Disponível em:
http://www.editorafi.org
Da Justiça
Da Moral
Da Resistência
para o lado emocional”: afirma que não nasceu “para o ódio, mas
para o amor”, que a lei é “apenas o capricho ocasional de um
homem” e não possui o “estatuto infalível” das normas divinas;
que é melhor morrer do que “arriscar o castigo dos deuses”; aliás
a morte prematura é uma “vantagem” para quem “vive em meio
a tantas adversidades”. Antigona tacha Creonte de tirano, declara
– sem provas nem elementos de verdade – que o povo de Tebas
concorda com a sua ação e que não se manifesta porque tem “a
lingua travada pela covardia”. E diante a réplica do rei: “Não te
envergonhas de lançar tal suspeita sobre toda a cidade?” a
“heroina” sentencia: “Se pensam como eu e calam estão errados.
Se não pensam o que penso estão errados”. A dialética de Hémon,
noivo de Antigona e filho de Creonte, é similar: diante do pai
insinua que os cidadãos “aprovam a ação” de sepultar Polinices,
que há um “profundo descontentamento” popular, etc. Hémon
chega até a esboçar um precário (e confuso) tratado de bom
governo em que a justiça é simbolicamente representada pelo ato
de sua noiva.
“Defendes mais a ela que a Tebas”, diz Creonte.
“Defendo apenas a justiça” responde Hémon.
“Confundes justiça com o desejo de levá-la para o leito”,
ironiza Creonte.
Ora... E se a luta sofoclea entre Antígona e Creonte não
fosse entre leis divinas e leis escritas, mas sim uma luta
inteiramente terrena, mundana, demasiado humana, entre
sistemas políticos/partidários diferentes em busca de sua própria
afirmação? E se o ponto central fosse não um conflito entre justiça
e direito, entre fundamentos divinos e regras humanas, mas sim
um conflito exclusivamente político entre um “partido”
aristocrático, fundado na oralidade das leis que somente os
membros das elites têm a faculdade de interpretar, e um “partido”
democrático que em nome da liberdade e da igualdade quer
subtrair as normas civis e penais ao arbítrio interpretativo das classes
privilegiadas com a instauração – através de uma legislação escrita,
real, factual – de uma verdadeira democracia com igualdade de
direitos e deveres entre todos os membros da polis? E se se tratasse
de uma luta entre o arbítrio das interpretações e a justiça dos fatos? E
se Antigona, neste sentido, fosse – mais do que uma “heroina” –
a lúcida defensora de privilégios antigos, de uma política
18 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
13 IDEM.
14 IDEM.
Volume 2 21
15Slavoj Žižek, Órgãos sem corpos, Rio de Janeiro, Cia de Freud, 2008, p.
281.
22 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
1 Introdução
Considerações finais
Bibliografia
REFERÊNCIAS
3 O PROCEDIMENTO DE DELIBERAÇÃO E A
ÉTICA DO DISCURSO
Considerações finais
Bibliografia
74 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
Introdução
Considerações finais
Referências bibliográficas
1. INTRODUÇÃO
2. RELAÇÕES INTERNACIONAIS
4. DIREITOS HUMANOS
dos-DireitosHumanos/declaracaouniversal-dos-direitos-humanos.html
> Acesso 14 de maio de 2015, p. 1.
96 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Introdução
Conclusão
Referências Bibliográficas
II
Barcelona, 1998.
11Para uma visão mais ampla da posição original, cf. RAWLS, J. Uma
Teoria da Justiça. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
12 Cf. RAWLS, J. O Liberalismo Político. São Paulo: Martins Fontes, 2011,
p. 451.
Volume 2 125
CONSIDERAÇÕES FINAIS
36Vale notar que muitos autores comentam que o liberalismo tal como
defendido na perspectiva de Rawls somente teria a ganhar se deixasse de
assumir essa posição “estritamente” política. Talvez algo semelhante
com a proposta de Larmore que procura mostrar ambos ocultam os
fundamentos morais implícitos às justificações no que se refere ao ideal
de neutralidade. Sobre isso, cf. LARMORE, C. “The moral basis of
political liberalism”. The Journal of Philosophy, 1999.
134 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
REFERÊNCIAS
39 Naturalmente o que está em jogo não tem uma solução fácil, nem
pretendi aqui tentar achar uma solução. Meu objetivo com esse texto foi
muito mais modesto, um breve introito, no sentido de me aproximar
inicialmente de todas essas questões que estão envolvidas nesse debate,
mas certamente ainda é necessário fazer uma passagem a outras questões.
Dessa forma, não estou assumindo como uma condição suficiente e
necessária perspectivar o debate a partir de suas influências “distintas”,
porém, simplesmente ainda acredito que isso teria mais a favorecer do
que a desfavorecer. Se isso estaria correto ou não com o problema, essa
é uma outra questão.
136 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
5 Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas:
derecho natural y ciencia política. Trad. Juan Luis Vermal. Barcelona: Edhasa,
1988, p. 328.
23Sobre a controvérsia entre Hegel e Savigny, cf. KLETZER, C. Custom
and positivity: an examination of the philosophic ground of the Hegel–
Savigny controversy. THE NATURE OF CUSTOMARY LAW:
PHILSOPHICAL, HISTORICAL AND LEGAL PERSPECTIVES,
Amanda Perreau-Saussine, James Murphy, eds., Cambridge: CUP, 2007.
Disponivel em:< http://ssrn.com/abstract=1328535>. Acesso em: 27
jul 2015.
178 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
4 Considerações finais
Referências
Considerações finais
Bibliografia
------. Rhetoric and the Rule of Law: a theory of legal reasoning. New
York: Oxford, 2005.
Editora Martin
Claret, 2005, p. 22.
8 HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 111.
9PERELMAN, C. Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina Galvão.
São Paulo: Martins Fontes,
2002, p. 374.
Essa legislação agigantada em quase todos os sistemas jurídicos do
10
formal.
Desse modo, a análise de Perelman mostra que não
é a noção de igualdade que constitui o fundamento de justiça,
mesmo formal, e sim o fato de aplicar uma regra a todos os
membros de uma categoria essencial. A igualdade de
tratamento seria uma consequência lógica do fato de se ater
à regra. Assim, o que o autor designa justiça formal é a
chamada igualdade perante a lei, isto é, a aplicação
logicamente correta de uma norma geral. Porém, a justiça
formal não pode limitar-se à aplicação correta de uma regra,
porque ser justo não é aplicar corretamente uma regra
qualquer, mas aplicar uma regra justa. O difícil, todavia, é
instituir o critério que vai dizer qual regra é justa. A resposta,
diz Weber, está no princípio que fundamenta a regra. Anota
também não ser outro o objetivo da teoria de justiça
desenvolvida por John Rawls, senão “indicar os princípios
orientadores para a estrutura básica da sociedade, isto é, as
principais instituições sociais. Portanto, são princípios
regulados por todas as tomadas de decisão. São os critérios
de justiça”19.
Com efeito, se a justiça formal é um princípio de ação
que permite distinguir atos justos dos injustos, faz-se
necessário encontrar um critério que possibilite distinguir
regras justas daquelas injustas, pois dizer que um ato é
formalmente justo é diferente de enunciar que a regra é justa,
a qual adquire essa qualidade se estiver de acordo com o
princípio que a fundamenta. No entanto, se a regra for
injusta Perelman aponta um caminho que assegura ser
sempre possível escapar à injustiça formal por meio da
limites25.
REFERÊNCIAS
1 Introdução
2NAGEL, Thomas. The view from nowhere. New York: Oxford University
Press, 1986.
Volume 2 229
5“Em todo sistema de moral que até hoje encontrei, sempre notei que o
autor segue durante algum tempo o modo comum de raciocinar,
estabelecendo a existência de Deus, ou fazendo observações a respeito
dos assuntos humanos, quando, de repente, surpreendo-me ao ver que,
em vez das cópulas proposicionais usuais, como é ou não é, não encontro
uma só proposição que não esteja conectada a outra por um deve ou não
deve. Essa mudança é imperceptível, porém da maior importância. Pois,
como esse deve ou não deve expressa uma nova relação ou afirmação, estas
precisaria ser notada e explicada; ao mesmo tempo, seria preciso que se
desse uma razão para algo que parece inteiramente inconcebível, ou seja,
como essa nova relação pode ser deduzida de outras inteiramente
diferentes. P. 509.”. (HUME, D. Tratado da Natureza Humana. São Paulo:
UNESP: Imprensa Oficial do Estado, 2000, p. 509.)
Volume 2 231
3 O liberalismo político
4 O bem e o justo
5 Considerações finais
Referências:
Introdução
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Doutorando em Filosofia (PUCRS). E-mail: fariabrasil@yahoo.com.
Volume 2 267
3KENNEDY, P. The parliament of man: the United Nations and the quest for
world government. London: Allen Lane, 2006, p. 3-4 e 31.
4 JACKSON, R.H.; SORENSEN, G. Introdução às relações internacionais.
Trad. Bárbara Duarte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007, p. 152-155
e 171-172.
5 KUEHN, M. “Kant's Metaphysics of Morals: the history and significance
of its deferral”. In: DENIS, L. (Ed.). Kant's Metaphysics of Morals: a critical
guide. Cambridge: Cambridge University Press, 2010, p. 19.
Volume 2 269
WILLIAMS, H. Kant and the end of war: a critique of just war theory. New
23
5. Conclusão
Bibliografia
Considerações finais
Referências
1.1 A GENEALOGIA
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1986
1994
A teoria da justiça de
John Rawls e o
financiamento público de
campanhas eleitorais
Renivaldo Oliveira Fortes1
Introdução
2 Ibidem, p. 184.
3 Ibidem, p. 185.
4 Idem. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. 102.
5 Idem. O liberalismo político. Op. cit. p. 305.
344 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
9RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p.
15.
10 Idem. O liberalismo político. Op. cit. p. 402.
11 Ibidem, p. 402.
Volume 2 347
12 RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
p. 66.
13 RAWLS, loc. cit.
14 Ibidem, p. 67.
15 Ibidem, p. 68.
348 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
23 Ibidem, p. 81.
Volume 2 351
24 RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
p. 279-80.
25DWORKIN, R. A virtude soberana: a teoria e a prática da igualdade. São
Paulo: Martins Fontes, 2005. p. IX.
352 XV Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS
26 RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
p. 277.
Volume 2 353
Considerações finais
44 Ibidem, p. 430.
45 Ibidem, p. 430.
Volume 2 359
Referências bibliográficas