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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DISTÂNCIA


CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

CLAUDJANE DE ALMEIDA FERREIRA

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DURANTE A PANDEMIA: ESTUDO DE


CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CAMPO REDONDO/RN

Currais Novos/RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE

Ferreira, Claudjane de Almeida.


Tecnologias na educação infantil durante a pandemia: estudo de
caso em uma escola do município de Campo Redondo/RN / Claudjane
de Almeida Ferreira. - 2021.
21 f.: il.

Artigo (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Educação, Curso de Pedagogia a distância,
Currais Novos, RN, 2021.
Orientador: Dr. Pedro Isaac Ximenes Lopes.

1. Tecnologias digitais - TCC. 2. Educação infantil - TCC. 3.


Pandemia da Covid-19 - TCC. I. Lopes, Pedro Isaac Ximenes. II.
Título.

RN/UF/BCZM CDU 004:37

Elaborado por FERNANDA DE MEDEIROS FERREIRA AQUINO - CRB-15/301


CLAUDJANE DE ALMEIDA FERREIRA

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DURANTE A PANDEMIA: ESTUDO DE


CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CAMPO REDONDO/RN

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia


da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito parcial para obtenção
do grau de Licenciado em Pedagogia.

Orientador: Dr. Pedro Isaac Ximenes


Lopes

Currais Novos/RN
2021
CLAUDJANE DE ALMEIDA FERREIRA

TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DURANTE A PANDEMIA: ESTUDO DE


CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CAMPO REDONDO/RN

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Pedagogia da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, em cumprimento às exigências
legais como requisito parcial à obtenção do
título de Licenciado em Pedagogia.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em 10/09/2021, pela


seguinte Banca Examinadora.

BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Pedro Isaac Ximenes Lopes, Dr. – Presidente
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

____________________________________
Denise Pereira, Me. – Examinadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________
Marcos Torres Carneiros Dr. Examinador
Universidade Potiguar
RESUMO

Frente aos desafios impostos pela Pandemia da Covid-19 e as dificuldades expostas


por educadores no uso de ferramentas digitais durante o período emergencial, esta
pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos da adoção de recursos tecnológicos
na turma dos níveis IV e V da Educação Infantil da Escola Municipal José Marcílio
Furtado (EMJMF). A pesquisa partiu de uma revisão da literatura, que incluiu Lévy
(1999), Prensky (2001), Wunsch e Fernandes Junior (2018), Cani et al (2020), Couto,
Couto e Cruz (2020), Palú, Shutz e Mayer (2020), que serviu de fundamentação
teórica para a análise. A metodologia adotada foi a abordagem qualitativa, tendo como
delineamento de pesquisa o estudo de caso. Para a coleta de dados, foi realizada
análise documental do Memorial de Gestão 2020 e do Projeto Político-Pedagógico e
aplicada entrevistas não estruturadas, com três Professoras e a Coordenadora
Pedagógica da EMJMF. Os resultados indicaram que, no ano de 2020, as professoras
passaram a trabalhar por meio do aplicativo WhatsApp, Google Meet, ligações
telefônicas e programas na Rádio Escola. As professoras da Educação Infantil
produziram relatórios sobre as observações feitas no início e no final de cada
semestre, por turma, e das atividades individuais realizadas. A dificuldade de acesso
às tecnologias digitais, a falta de comprometimento por parte de algumas famílias e a
falta de interesse de parte das crianças em realizar as atividades remotas foram
obstáculos enfrentados. No ano de 2021, foram promovidas formações dos
professores voltadas para práticas pedagógicas das atividades não presenciais. Como
alternativa à baixa adesão das crianças às aulas por meio do Google Meet, foi criado
um canal no YouTube para disponibilizar material assíncrono. O processo inicial foi
marcado por insegurança, que, com o esforço das profissionais, foi sendo superado e
considerado positivo. Diante disso, foi possível concluir que educadores e educandos
precisam ser incluídos na cibercultura a fim de exercerem plenamente a cidadania
digital. Para além do compromisso dos profissionais da educação, é necessário
investimento em políticas públicas que propiciem condições de trabalho adequadas.

Palavras-chave: Tecnologias digitais. Educação infantil. Pandemia da Covid-19.


SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................... 1

2 O uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na


educação ................................................................................................................... 2

3 A Escola Municipal José Marcílio Furtado (EMJMF) e o planejamento


desenvolvido em razão da Pandemia da Covid-19 .................................................... 7

4 Os efeitos da adoção de recursos tecnológicos na turma dos Níveis IV e V de


Educação Infantil da EMJMF ................................................................................... 12

5 Considerações Finais ............................................................................................ 17

Referências .............................................................................................................. 19
1

1 Introdução

A Pandemia da Covid-19 desencadeou uma transformação da realidade


educacional brasileira e global. A necessidade de tomar medidas restritivas com o
intuito de evitar a propagação do novo coronavírus, como o distanciamento físico e a
suspensão das aulas presenciais, trouxe à educação brasileira o desafio de dar
continuidade ao processo de ensino-aprendizagem de forma remota.
Para além das históricas dificuldades estruturais da educação do País, o fator
“surpresa” da Pandemia intensificou os obstáculos. Todos os profissionais foram
surpreendidos pela necessidade do uso de ferramentas tecnológicas digitais,
principalmente porque as escolas, de um modo geral, já possuíam limitações para
promover a inclusão digital. Ironicamente, não raro, instituições de educação básica
criticavam e impediam o uso dos aparelhos tecnológicos no espaço escolar.
Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos da adoção
de recursos tecnológicos na turma dos níveis IV e V da Educação Infantil da Escola
Municipal José Marcílio Furtado (EMJMF). Esse estudo se torna relevante, pois nos
ajuda a compreender que essa realidade tecnológica se intensificou cada vez mais,
com a pandemia da covid-19. “Não se aprende hoje como no passado, a apropriação
do saber mudou” (KOCH, 2013, p.24). A inserção das Tecnologias Digitais na
Educação abre novos caminhos e oportunidades para uma educação inovadora,
potencializando o conhecimento.
Assim, a pesquisa partiu de uma revisão da literatura, que incluiu Lévy (1999),
Prensky (2001), Wunsch e Fernandes Junior (2018), Cani et al (2020), Couto, Couto
e Cruz (2020), Palú, Shutz e Mayer (2020), que serviu de fundamentação teórica para
a análise. A metodologia adotada foi a abordagem qualitativa, tendo como
delineamento de pesquisa o estudo de caso. Além disso, foi realizada análise
documental do Memorial de Gestão 2020 e do Projeto Político-Pedagógico, bem como
entrevistas não estruturadas, com três Professoras da pré-escola da Educação Infantil
e a Coordenadora Pedagógica da instituição de ensino.
O desenvolvimento do artigo, em um primeiro momento, discute o uso das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na educação, ressaltando
a importância da utilização das mídias educacionais na construção de novas
possibilidades que favoreçam o trabalho dos educadores, reconhecendo como
recursos necessários e indispensáveis no processo de ensino aprendizagem. Em
2

seguida, é descrito o planejamento da EMJMF desenvolvido em razão da Pandemia


da Covid-19. No tópico seguinte, são analisados os efeitos da adoção de recursos
tecnológicos na turma dos Níveis IV e V de Educação Infantil da Escola. Por fim, são
apresentadas considerações finais a partir dos resultados levantados.

2 O uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na


educação

A fim de compreender a realidade vivida, hoje, por professoras e professores


no que concerne ao uso de recursos tecnológicos, especialmente em decorrência da
Pandemia da Covid-19, é necessário fazer um percurso histórico sobre a relação entre
tecnologias e educação. Para isso, importa definir o próprio termo tecnologia.
Segundo Wunsch e Fernandes Junior (2018, p.19), “o conceito-chave de
tecnologia é ser um produto da ciência que envolva um conjunto de instrumentos,
métodos e técnicas cujo objetivo é a resolução de problemas. O termo vem do grego
tekhne, que significa ‘técnica’, ‘arte’ ou ‘ofício’.” Nos dias atuais, quando se fala em
“tecnologia”, facilmente se associa à era digital, computadores, câmeras,
smartphones, videogames, entre outros aparelhos. Mas as tecnologias não se
restringem ao que se produz hoje de mais novo: existem desde o início da
humanidade. Consoante Rocha et al. (2020, p. 61), “desde os primórdios o homem
faz uso de processos e aparatos para aprimorar sua qualidade de vida. Tais recursos
compõe as tecnologias que vão sendo criadas, utilizadas e transformadas ao longo
da história humana”. Com o passar do tempo, foi evoluindo de acordo com a
necessidade humana e ganhando denominações diferentes em diversas áreas.
A modernidade provinda do avanço tecnológico produziu na sociedade novos
rumos, não só tecnológicos, mas também socioeconômicos e culturais, novas formas
de relações sociais e uma nova concepção de mundo globalizado. Essas novas
formas de relações sociais conectadas em rede, se configura em novos modos de
produção do conhecimento, socialização, trocas de informação, ao qual, Pierre Lévy
(1999) denomina de “cibercultura”, que se desenvolve nos “ciberespaços”.
Considerando que o campo da educação escolar faz parte da sociedade e é
moldada por sua dinâmica, consequentemente as tecnologias sempre estabeleceram
algum tipo de relação com a educação. As tecnologias ficaram mais evidenciadas na
educação com o progressivo desenvolvimento da modalidade a distância. Segundo
3

Sales (2005), há quatro gerações que revolucionaram o sistema de ensino. A Primeira


Geração foi através do ensino por correspondência: os materiais eram impressos e
enviados para os alunos pelos correios. A Segunda Geração foi marcada pelo advento
do rádio, TV, telefone e vídeo em VHS; esses novos recursos tinham como objetivo
levar o conhecimento aos lugares mais remotos do país. A Terceira Geração é
composta pelo uso de computadores, CD, mídias impressas, entre outros. A Quarta
Geração ganha destaque com a modernização das redes de computadores, internet,
ambientes virtuais com mais interações (SALES, 2005).
Nas últimas décadas, a educação sofreu fortes mudanças a partir da difusão
das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Bacich (2015)
destaca que as metodologias ativas evidenciam o educando no centro do processo,
através do ensino híbrido que é a junção do presencial com o digital, uma proposta de
sala de aula invertida, possibilitando que o aluno estude em casa, pesquise, formule
hipóteses, solucione problemas, sistematize conceitos e que o professor atue como
mediador nesse percurso, fazendo as possíveis interversões quando necessário,
propondo um ensino inovador, buscando a personalização do educando.
As novas tecnologias podem propiciar um olhar investigativo e experimental na
educação, visto que é dado ao aluno uma forma dele ir atrás do conhecimento,
pensando de forma autônoma, vivenciando experiências e construindo seu próprio
conhecimento.
Segundo Lima (2017), à medida que se evolui as TDIC, cada vez mais o
material impresso vem sendo substituído pelo digital. Essas novas metodologias de
elaboração de meios de divulgação, do formato e da interação podem ser pontos
motivadores para os alunos, fazendo que eles tenham mais interesse em aprender e
percebam as inúmeras maneiras que existem para estudar.
A cultura digital modela toda a forma de comunicação, transmissão de
conhecimento, busca por resolução de problemas, dentre outros aspectos que
tangenciam atividades pedagógicas. Desse modo, constata-se que a educação
significativamente mudou nas últimas duas décadas, inclusive no Brasil, em
decorrência da internet.
Os impactos das TDIC se intensificaram com a Pandemia da Covid-19. O uso
de tecnologias digitais, mídias educacionais e ambientes virtuais de aprendizagem
estão sendo essenciais para buscar alternativas dos impactos causados pelas
restrições sanitárias e pelo distanciamento físico.
4

É imprescindível falar sobre as transformações que vêm assolando o mundo


com a Pandemia da Covid-19, na qual está vitimizando milhares de pessoas
diariamente. Desde meados de março de 2020, no Brasil, medidas emergenciais de
combate à transmissão do novo coronavírus foram adotadas, de modo que o
distanciamento físico passou a ser usado para conter o avanço da doença. Esta pode
ser transmitida de uma pessoa infectada para outra por contato próximo, aperto de
mão, gotículas de saliva, espirro, tosse catarro, objetos ou superfícies contaminadas,
como celulares, mesas, maçanetas etc. Portanto, a escola é um espaço muito
suscetível para a propagação do coronavírus.
Os comércios, centros esportivos, espaços de festas, atividades culturais,
dentre outros espaços, foram fechados, o que não foi diferente para as escolas. Diante
desse cenário, as redes de ensino tiveram que suspender as aulas presenciais. Nesse
contexto, de forma emergencial, paulatinamente, foi necessário modificar o modelo
educacional para o ensino remoto (on-line), vindo a substituir momentaneamente as
aulas presenciais, o que se tornou um desafio para educadores e educandos.
Visando a continuidade do ano letivo, o Ministério da Educação (MEC) publicou,
no dia 17 de março de 2020, a Portaria nº 343, que dispôs sobre a substituição das
aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durasse a situação da
Pandemia. Embora esse instrumento legal se referisse às instituições de educação
superior integrante do sistema federal de ensino, as redes estaduais e municipais,
cada uma conforme decretos próprios, seguiram diretrizes semelhantes. Além disso,
vale destacar que a Lei nº 14.040, de 18 de agosto de 2020, estabeleceu normas
educacionais excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública,
facultando aos sistemas de ensino de Educação Básica o desenvolvimento de
atividades pedagógicas não presenciais.
Segundo o Parecer nº 05/2020, do Conselho Nacional de Educação (CNE),
homologado parcialmente em 01 de junho de 2020 pelo MEC, as atividades
pedagógicas não presenciais devem contemplar os objetivos de aprendizagem
previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), podendo ser mediadas
através das tecnologias digitais, rádio e TV.

Cabe salientar que a realização das atividades pedagógicas não presenciais


não se caracteriza pela mera substituição das aulas presenciais e sim pelo
uso de práticas pedagógicas mediadas ou não por tecnologias digitais de
informação e comunicação que possibilitem o desenvolvimento de objetivos
5

de aprendizagem e habilidades previstas na BNCC, currículos e propostas


pedagógicas passíveis de serem alcançados através destas práticas.
Assim sendo, as atividades pedagógicas não presenciais podem acontecer
por meios digitais (videoaulas, conteúdos organizados em plataformas
virtuais de ensino e aprendizagem, redes sociais, correio eletrônico, blogs,
entre outros); por meio de programas de televisão ou rádio; pela adoção de
material didático impresso com orientações pedagógicas distribuído aos
alunos e seus pais ou responsáveis; e pela orientação de leituras, projetos,
pesquisas, atividades e exercícios indicados nos materiais didáticos. A
comunicação é essencial neste processo, assim como a elaboração de guias
de orientação das rotinas de atividades educacionais não presenciais para
orientar famílias e estudantes, sob a supervisão de professores e dirigentes
escolares. (BRASIL, 2020, p. 8-9).

Os avanços tecnológicos fortaleceram as redes de comunicações em vários


âmbitos e na educação não foi diferente. O que antes era feito presencial, na
atualidade é virtual e as atividades tiveram de ser adaptadas a esse modelo. Para
Cani et al. (2020), existem diversas possibilidades de ferramentas virtuais disponíveis
que facilitam o desenvolvimento do trabalho docente em tempos de pandemia da
Covid-19, das mais complexas que exigem tempo e dedicação, às mais acessíveis
que são menos complicadas para manuseá-las. Entre elas, pode-se citar: os
ambientes virtuais, edição e compartilhamento de arquivos, plataforma de design
gráfico, podcast, entre outros.
Ensinar não é uma tarefa fácil. Em meio a todos os obstáculos desencadeados
pela Pandemia, tornou-se ainda mais desafiador. Nesse sentido, tem-se discutido, no
debate acerca da formação de professores, sobre a necessidade de se desenvolver
novas metodologias e práticas de ensino, que dialogue com os “nativos digitais” que
são os estudantes que dominam a linguagem digital, já nasceram em um mundo
conectado à internet, games, computadores (PRENSKY, 2001). Em um momento em
que a cibercultura se torna mais evidente, faz-se necessário que os professores
desenvolvam competências e habilidades para uso das TDIC em situações de
aprendizagem. Assim, no período emergencial, a educação seguiu enfrentando
grandes desafios na prática de ensino. Apesar de ser uma tarefa complexa para
estudantes e professores, Cani et al. (2020, p. 24) afirmam que:

Diante da nova realidade imposta pela Covid-19, cabe questionarmos não


somente acerca do acesso às tecnologias, mas, sobretudo, da possibilidade
de serem oferecidas a professores e alunos condições para uso pleno dos
recursos tecnológicos, de modo a favorecer uma aprendizagem interativa e
colaborativa. Sabemos que são muitos os desafios e os fatores implicados,
desde a falta de estrutura tecnológica das escolas, formação dos próprios
professores e alunos para um uso crítico das tecnologias.
6

O distanciamento físico induziu um contato bem maior com as redes sociais


virtuais. Sobre as pessoas estarem cada vez mais conectadas, Couto, Couto e Cruz
(2020, p. 209) afirmam que:

o nosso isolamento social, marcado por essas experiências ciberculturais,


para enfrentar a Pandemia da Covid-19, pode ser um isolamento criativo.
Essas análises mostram que pessoas conectadas em suas casas não
cessam de criar, reinventar a vida e as relações profissionais e pessoais.
Conectados, sempre de modos criativos, inventamos, consumimos e
geramos riquezas, fazemos circular produtos, ideias e a nós mesmos nos
fluxos e nexos das redes digitais.

Não obstante as possibilidades de interação viabilizadas pelas TDIC durante a


Pandemia, vale destacar as desigualdades sociais e os contextos de pobreza que
marcam a sociedade brasileira. As mazelas sociais também impactam na educação
escolar, uma vez que a exclusão digital fez com que muitos alunos não pudessem
acompanhar as aulas de forma significativa: falta de recursos tecnológicos de boa
qualidade e a falta de acesso à internet, por exemplo, dificultaram o acompanhamento
das aulas on-line.
Sobre o desenvolvimento tecnológico e social, Silva Neto, Silva e Leite (2021,
p. 5) afirmam que:

o desenvolvimento tecnológico não caminha na mesma velocidade que o


desenvolvimento social, isto é, o desenvolvimento tecnológico sempre estará
à frente do desenvolvimento social. A sociedade não evolui na mesma
velocidade em que as TD avançam [...].

Então, diante desse cenário, em que as TDIC estão cada vez mais presentes e
foram usadas como alternativas para superar as restrições impostas pelas medidas
sanitárias, faz-se necessário investigar os efeitos da adoção de recursos tecnológicos,
especialmente na Educação Infantil. O desafio nesse nível de ensino é ainda maior,
pois demanda tempo e dedicação para acompanhamento, inclusive, por parte das
famílias em casa. Além disso, as professoras tiveram que se apropriar das plataformas
digitais, até então desconhecidas por parte das educadoras. Algumas viraram
“youtubers”, “blogueiras”, administradoras de aplicativos de mensagens, criaram
páginas para disponibilizar materiais didáticos, tornaram-se “digitais influencers”.
Tudo isso para compartilhar conteúdo e promover o processo de ensino-
aprendizagem. Assim, a pesquisa sobre experiências desenvolvidas é relevante para
contribuir no debate acerca do uso pedagógico das TDIC durante as atividades não
presenciais.
7

3 A Escola Municipal José Marcílio Furtado (EMJMF) e o planejamento


desenvolvido em razão da Pandemia da Covid-19

Campo Redondo é uma cidade localizada no interior do Rio Grande do Norte,


na Mesorregião Agreste Potiguar e na Microrregião da Borborema Potiguar, fazendo
parte da região do Trairi. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2010, a população atual estimada é
de 11.291 habitantes. Possui uma densidade demográfica de 48,03 hab./km², e uma
área territorial de 213,729 km².
Todas as escolas do País passaram por readaptações em sua forma de fazer
educação. Nas escolas de Campo Redondo, não foi diferente. As instituições
adaptaram suas metodologias de ensino remoto de acordo com a realidade da
comunidade escolar. Nesta pesquisa, foi delimitada a Escola Municipal José Marcílio
Furtado (EMJMF) como lócus de análise.
A pesquisa na EMJMF se deu por análise qualitativa na abordagem do estudo
de caso. De acordo com Ludke e André (1986), o caso é sempre bem delimitado, seu
objeto de estudo pode apresentar características semelhantes a outros estudos de
caso, porém o que o define dos demais objetos de estudo é ser único e singular.
Assim, foi delineado um panorama geral sobre a caracterização e a infraestrutura da
Escola e um levantamento de como seu deu o seu planejamento para as aulas
remotas em razão da Pandemia. Para isso, realizou-se uma análise documental
segundo Severino (2017, p. 93)

[...] tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de


documentos impressos, mas sobretudo de outros tipos de documentos, tais
como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais. Nestes casos, os
conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum tratamento analítico, são
ainda matéria-prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver sua
investigação e análise.

Ludke e André (1986) reforçam que a análise documental é um método rico em


informações de dados qualitativos, que contemplam a pesquisa, mesmo que sejam
obtidas por outras técnicas, revelando novos aspectos de um tema ou problema. Para
a construção desse capítulo foram analisados os documentos Memorial de Gestão
2020 e o Projeto Político-Pedagógico.
8

A EMJMF é uma instituição localizada na Zona Urbana, da cidade de Campo


Redondo. A Escola atende a Educação Infantil (Creche e Pré-Escola), Anos Iniciais e
Finais do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano), bem como a modalidade Educação de
Jovens e Adultos (EJA). É mantida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal
de Educação, e por recursos oriundos de programas nacionais, tais como o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB), Programa Nacional de Alimentação Escolar,
Compra Direta e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A EMJMF é ainda
contemplada com o Programa Mais Alfabetização, Programa Saúde na Escola,
Programa Nacional do Livro Didático e Programa Nacional do Transporte Escolar.

Figura 1 – Entrada da Escola Municipal José Marcílio Furtado

Fonte: Acervo da autora.

A Escola conta, em sua equipe, com uma diretora, uma vice-diretora, duas
coordenadoras pedagógica, três funcionários na equipe administrativa, dois vigias,
duas merendeiras e três ASG’s (auxiliar de serviços gerais), para atender 482 alunos
matriculados. A Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a EJA funcionam,
respectivamente, nos turnos matutino, vespertino e noturno. Os estudantes dos turnos
matutino e vespertino possuem acesso ao transporte escolar.
O perfil socioeconômico do alunado atendido é composto por estudantes
oriundos dos Conjuntos habitacionais próximos da Escola, Campo Belo e o Conjunto
Lauro Maia, e estudantes das comunidades rurais, Ramal, Serra Branca, Vinte e
Quatro, Lagoa do Meio e Serra Verde. É possível observar, ainda, que a comunidade
na qual está localizada a referida instituição de ensino é composta por famílias de
trabalhadores formais e informais, funcionários públicos, empregadas domésticas,
9

agricultores, pedreiros, mototaxistas, pequenos comerciantes etc. No geral, as


famílias participam das atividades e dos eventos realizadas pela escola.
Quanto à infraestrutura, há um refeitório, uma cozinha, um almoxarifado, cinco
banheiros e uma cisterna. A EMJMF tem seis salas de aula, todas climatizadas e
equipadas com mesas, cadeiras, armário, birô e bebedouro, estando os equipamentos
em bom estado de conservação. A Escola possui uma sala para a direção, uma sala
para os professores, uma sala de leitura, um auditório, uma biblioteca, cinco
banheiros, sendo dois para educação Infantil, e um banheiro adaptado. Não possui,
contudo, alguns espaços que geralmente outras escolas dispõem, como sala de
informática, almoxarifado, depósito para limpeza, área de serviço. sala de
coordenação e auditório.
A EMJMF conta, ainda, com uma sala onde funciona a Educação Infantil,
havendo banheiros individuais e mobiliário adequado para cada faixa etária. A escola
não possui uma sala adaptada para o Atendimento Educacional Especializado (AEE),
a professora atende os alunos na mesma sala dos professores, que não possui
bebedouro, apenas ar-condicionado e alguns materiais para apoio do aprendizado
dos estudantes, tais como jogos, fantoches e livros. Um cuidado ainda maior foi
tomado para dar continuidade às práticas pedagógicas aos estudantes com
necessidades educativas específicas. As famílias receberam as orientações da
professora da Sala de AEE para o desenvolvimento de atividades adaptadas. Essa
professora mantém diálogo constante com os outros docentes da instituição,
recebendo também atividades remotas dos professores para as devidas adaptações
de acordo com cada aluno. Dessa maneira, a referida professora relaciona o material
didático recebido às especificidades de cada educando, para que eles possam se
apropriar dos objetos de conhecimento de acordo com o seu desenvolvimento.
A Escola encontra-se com as condições físicas precárias, necessitando de
reparos, pintura e desinfecção sanitária, uma vez que o prédio foi cedido à Secretaria
de Saúde do Município, tendo sido adequado para utilização dos trabalhadores do
Hospital local, com a finalidade de atender à população durante a Pandemia.
Segundo o Memorial de Gestão da EMJMF (2020), o planejamento das
atividades curriculares para o ano letivo de 2020 foram reordenadas e flexibilizadas,
visando evitar a reprovação e o abandono escolar. Assim, foi dado foco para
atividades realizadas de forma não-presencial, seja em forma de aulas remotas, ou
ainda entrega de material impresso (cadernos pedagógicos, livros didáticos, entre
10

outros) para os alunos que não possuem acesso à internet. Em relação ao material
impresso, ele é produzido pelos professores em conjunto com a coordenação
pedagógica, de modo que seja construído com base nos conteúdos correspondentes
à etapa escolar dos estudantes e produzidos para que o estudante o compreenda de
maneira autônoma e/ou como acompanhamento da família, pelo período de uma
quinzena. Sobre o acompanhamento das atividades remotas pelas famílias, Kirchner
(2020, p.48) diz que é o:

Momento de garantir e fortalecer o vínculo entre família e a escola,


promovendo experiências de aprendizagens junto às famílias com orientação
dos professores. Nos deparamos com um novo cenário educacional, em que
precisamos pensar em estratégias nessa importante relação com as famílias.
Estabelecer uma relação mais fortalecida.

A relação da Escola com a família dos estudantes, no período da Pandemia,


ficou mais fortalecida. As famílias se tornaram mais presentes no desenvolvimento da
aprendizagem dos estudantes. Mães, pais e responsáveis tiveram que se adaptar a
essa nova realidade, mudando rotinas diárias, para acompanhar seus filhos nos
estudos, seguindo as orientações dos professores.
Todavia, a distância física imposta pela Pandemia e a dificuldade de acesso às
tecnologias digitais limitou alguns dos alunos o acesso às aulas online, sendo
identificada pelos professores no Memorial de Gestão (2020), como uma das
dificuldades encontradas para atingir os estudantes nos primeiros momentos do
ensino remoto. Em segundo lugar, o comprometimento por parte de algumas famílias
com as devolutivas das atividades remotas. Alguns dos alunos que não demonstram
interesse em realizá-las dependem muito do apoio da família, para incentivá-los.
Diante dessa realidade Hackenhaar e Grandi (2020, p.57) diz que:

Associado a isso, os educadores acompanharam mais de perto outras


realidades familiares como a falta de estrutura familiar, a falta de recursos
tecnológicos nas famílias, o stress do isolamento destes e a dificuldade de
aprender a aprender gerenciar o tempo para estudar, fazer as atividades,
participar das aulas online, retorno das mesmas para os professores enfim.

Vale ressaltar, nesse sentido, os esforços da escola para criar, em conjunto


com as famílias dos estudantes, pontos de apoio nas comunidades mais distantes
para a entrega do material impresso, considerando o público atendido por essa
instituição escolar. Com o objetivo de levar a educação a todos os alunos a busca
ativa tem sido feita por vários instrumentos de comunicação que a escola tem acesso,
11

bem como a busca na própria residência dos alunos, mantendo os cuidados


necessários.
Dentre as práticas pedagógicas adotadas pela Escola no período de restrições
sanitárias, estão o atendimento pelos professores por meio de grupos organizado no
aplicativo de mensagens instantâneas e chamadas de voz WhatsApp, aulas virtuais
mediante comunicação por vídeo via ferramenta Google Meet, ligações telefônicas e
atendimento presencial no formato híbrido, seguindo os protocolos de biossegurança.
Programas na rádio escola, projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação, em
que cada escola participava uma vez por semana, com aulas e informações
necessárias para que todos tivessem acesso às informações repassadas pela equipe
escolar.
O monitoramento das aulas remotas foi realizado por meio de formulários e
avaliação diagnóstica via internet pela Secretaria Municipal de Educação, por
formulários individuais de cada professor dos anos iniciais e finais que acompanham
as devolutas dos alunos, tendo em vista atingir os 75% de frequência dos estudantes,
além de um relatório final. Para o Ensino Infantil, os professores produziram relatório
de diagnóstico com descrições das observações feitas no início e no final de cada
semestre, por turma e individuais das atividades realizadas, acompanhando o
processo de desenvolvimento das crianças da creche e pré-escola.
As expectativas para o ano letivo 2020 eram de realizar projetos pedagógicos
para alcançar os objetivos voltados para uma aprendizagem com igualdade e
equidade, nas turmas do Ensino Infantil ao 9º ano. Intensificar o processo de
construção do conhecimento da leitura e escrita, da matemática e demais
componentes curriculares. Preparar os alunos do 9º ano para o processo seletivo do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN),
além de desenvolver as práticas pedagógicas e culturais no decorrer do ano letivo.
Com a Pandemia, a EMJMF teve que se reinventar em um curto espaço de tempo, e
a maioria das expectativas não foram correspondidas devido à mudança de ensino
presencial para o remoto.
Na busca por melhores resultados no ano letivo de 2021, refletindo sobre as
práticas pedagógicas adotadas em 2020, a Coordenação Pedagógica promoveu
formações para professores, que aconteciam duas vezes por semana, com o objetivo
de inseri-los nas tecnologias digitais, aperfeiçoar as práticas docentes e melhorar o
desempenho dos estudantes nas atividades remotas. A Secretaria de Educação
12

também promoveu algumas formações, os professores aprenderam como usar o


Google Meet, Google Drive, Google Forms e como utilizar a ferramenta Befunk e portal
do Sigeduc (Sistema Integrado de Gestão da Educação). As formações são
essenciais visto que, de acordo com Silva, Petry e Uggioni (2020) contribuem com
novas formas de ensinar em ambientes não presenciais de aprendizagem.
No capítulo seguinte apresentaremos os processos de ensino-aprendizagem
utilizados pelas professoras da escola EMJMF, levando em consideração a situação
atual da Pandemia da Covid-19 e as dificuldades enfrentadas pelas mesmas, em
atender seus alunos usando as tecnologias digitais, e como se deu a aceitação dos
educandos às aulas remotas, mostrando estratégias e metodologias utilizadas para
que todos os alunos pudessem ter acesso à educação, mesmo a partir de casa.

4 Os efeitos da adoção de recursos tecnológicos nas turmas dos Níveis IV e V


de Educação Infantil da EMJMF

Objetivando analisar os efeitos da adoção de recursos tecnológicos nas turmas


da EMJMF durante a Pandemia da Covid-19, a coleta de dados se deu por meio de
entrevistas. Segundo Richardson (2012, p. 207), “a entrevista é urna técnica
importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas.
É um modo de comunicação no qual determinada informação é transmitida de uma
pessoa A à uma pessoa B”. A entrevista possibilita ao pesquisador uma interação com
o entrevistado, construindo diálogos importante que são essenciais no decorrer da
pesquisa.
Como recursos de coleta de dados, foram utilizados gravador de voz,
fotografias e observação direta. Apresentando características com perguntas abertas
ou em profundidades, de acordo com Minayo (2009 p. 64) “o informante é convidado
a falar livremente sobre um tema e as perguntas do investigador, quando são feitas,
buscam dar mais profundidade às reflexões”. Ou seja, o pesquisador não precisa
seguir uma ordem de perguntas, as informações vão sendo construídas com base do
diálogo, compreendendo os fatos, dando ênfase as questões emocionais do
entrevistado com base na realidade vivenciada no ambiente de estudo, que segundo
a mesma autora, também se caracteriza como fonte de informação primária, os dados
coletados só podem ser informados através da contribuição do entrevistado.
13

Foram entrevistadas a Coordenadora Pedagógica e três professoras da Pré-


Escola, que lecionam nos Níveis IV que é uma turma composta por alunos de 03 a 04
anos de idade, e o Nível V da Educação Infantil que são alunos de 05 a 06 anos de
idade. Vale ressaltar, que todas as interlocuções foram consentidas pelos
participantes, seguindo os critérios de ética do TCLE (Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido).
A entrevista com a Coordenadora Pedagógica teve como objetivo abordar
principalmente a adoção do uso da tecnologia durante o período da Pandemia. A
entrevistada tem 31 anos é formada em Letras Literatura da Língua Espanhola, Pós-
Graduada em Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa Estrangeira e trabalha na
Educação desde 2009. Ela relatou seus principais pensamentos para tentar resolver
e minimizar os problemas de interação e comunicação dos professores com as
crianças. A entrevistada afirmou que, em abril de 2021, estava em um Horário de
Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) e começou a pensar em uma estratégia de
ensino que não ficasse restrita somente no papel, e lançou a ideia de um canal no
YouTube. Já tinham tentado as aulas pelo Google Meet que não deram certo,
pouquíssimos alunos assistiam, em uma sala de 15 assistiam 3 alunos.
Com os vídeos gravados no Canal para o YouTube eles não ficariam presos,
“um vídeo gravado, eles podem assistir em qualquer horário, não entendeu volta o
vídeo, não entendeu de novo faz a interação com o professor no WhatsApp”, uma
facilidade maior tanto para o professor como para os alunos e para os pais
principalmente.
Quando surgiu a ideia e a Coordenadora levou a proposta para as professoras,
elas ficaram com muito medo e insegurança, receio, vergonha. A Coordenadora para
incentivar os professores gravou o primeiro vídeo, depois uma professora gravou e
assim todos quiseram fazer. A coordenação junto com a gestão da escola deu todo o
suporte para dar início ao projeto, montou uma sala específica e apropriada para a
gravação dos vídeos, comprou um tripé para servir de apoio para as gravações.
A Coordenadora gravava com as professoras que tinham dificuldade. Como
dava muito trabalho, a coordenadora fez uma formação de edição de vídeo. Ela
comprou um curso de edição de vídeo, assistiu as aulas e repassou para os
professores. Depois da formação eles começaram a gravar sozinhos. Sobre a
importância da formação de professores Silvia, Peres e Monteiro (2020 p.3) afirmam
que:
14

no atual contexto da pandemia e o consequente incremento do uso das TDIC


na educação, a formação de professores entra em forte evidência.
Consideramos que a formação é um processo complexo, o que exige
compreensões em torno de suas contradições, fragilidades, enfrentamentos
e potencialidades frente a emergência do uso de tecnologias enquanto
mediadora do processo educativo.

Diante desse contexto educacional, é importante que o docente insira as TDIC


em suas aulas, reformulando suas práticas de ensino, propondo mais dinamismo para
levar conhecimento até o aluno. Pensar em novas ideias e possibilidades que
desenvolva as competências e habilidades do Educando através do uso das
tecnologias digitais.
A Professora-Entrevistada A (titular) tem 49 anos é formada em Pedagogia
Pós-graduada em Psicopedagogia e atua na educação há 23 anos. A Professora-
Entrevistada B (auxiliar), tem 35 anos é formada em Psicopedagogia tem 9 anos que
atua em sala de aula, sendo 8 anos dedicados a EJA (Educação de Jovens e Adultos),
e 1 ano na Educação Infantil. A turma do Nível IV é composta por 09 alunos.
O medo e a insegurança de encarar o novo deixaram as Professoras-
Entrevistadas A e B bastante preocupadas. Os entraves diante das câmeras e timidez
foram desafiadores. Diante desse contexto, Valle e Marcom (2020, p.140 e 141)
afirmam que:

Os professores, cada um a seu modo foram trazendo a lume suas práticas


pedagógicas, uns tentando se reinventar, inovando suas práticas, outros
mantendo olhares atentos à sua própria concepção de ensino e de
aprendizagem resistentes à mudança, e outros ainda, perdidos e angustiados
sem saber por onde começar. Mais uma vez, este processo despiu e mostrou
à sociedade uma realidade que vem provocando inquietações, angústias,
críticas e reflexões, mas, que ainda demanda ações efetivas no sentido de
preparar a escola e seus profissionais para enfrentarem situações tão
imprevisíveis como a vislumbrada atualmente.

Com o tempo e bastante incentivo elas superaram o medo e conseguiram levar


conhecimento para os seus alunos através das gravações de videoaulas,
disponibilizadas no canal do YouTube do projeto da Escola.
As professoras relataram que no início da Pandemia, as mudanças foram
bastante impactantes. Adaptar-se à nova realidade não foi fácil. A maior parte do
tempo é em um computador planejando. Viram-se em um momento de mudança, em
que o trabalho era mais constante na preocupação de atender as demandas impostas
pelo distanciamento físico.
15

Segundo as Professoras-Entrevistadas, aprender e inserir as tecnologias


digitais no planejamento exigiu muito esforço. Afirmam que gravar e regravar vídeos
eram estressantes, mas avaliam que, no final, valeu à pena, pois os resultados foram
bastante positivos. Elas ressaltam que o momento de maior interação foi o projeto
junino, em que os alunos participavam de casa, enviando fotos e vídeos
comemorando os festejos juninos de casa. Os vídeos e fotos eram passados na live
junina da Rede Municipal de Ensino.
As Professoras relatam que além das videoaulas, enviam para seus alunos
atividades impressas, pois, assim, a maioria consegue acompanhar e dá um retorno.
Através de áudios pelo grupo de WhatsApp uma parte dos alunos gostam de interagir
com a professora e pedir mais atividades. Alguns dos alunos que não demonstram
interesse em realizá-las dependem muito do apoio da família, para incentivá-los.
A falta de recursos tecnológicos, disponibilidade das famílias, falta de
compromisso já citados anteriormente nesse artigo, fizeram com as Professoras
conhecessem de perto sua realidade. Diante desse contexto, as Professoras A e B
realizam a busca ativa, passam nas casas desses alunos, levando e recolhendo as
atividades para não atrasar os conteúdos.
A Professora-Entrevistada C do Nível V, tem 49 anos formada em Pedagogia
com Pós-Graduação em Psicopedagogia, atua na Educação desde 1998.Em
entrevista concedida, A professora-Entrevistada C, não se diferenciou muito das
práticas e percepção das Professoras do Nível IV. O susto diante da Pandemia da
Covid-19 sobre os principais desafios em aderir as TDIC em suas aulas, ela relata que
foi difícil, frustrante, mas não impossível. Pensando em uma maneira mais interativa
com seus alunos, saiu das atividades no papel e partiu para algo mais atrativo mesmo
fora de sala. Juntamente com a Coordenadora Pedagógica, elaboraram o projeto
alfabeto na parede. Produziu o vídeo com as letras do alfabeto e o tutorial de como
usar o material, preparou todos os recursos didáticos necessários para a elaboração
do Projeto, tais como: papel ilustrado e recortado no envelope, fita adesiva e enviou
para casa dos alunos.
A professora preparou a videoaula, colocou no canal da escola e mandou o link
no grupo da sala. O resultado segundo a professora foi um sucesso. Os alunos
começaram a interagir no grupo de WhatsApp, mandaram fotos, áudios e vídeos,
preparando um cantinho em casa para colocar o alfabeto. Em um dos vídeos enviados
no grupo de WhatsApp, é possível perceber o vínculo criado entre professores e
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alunos, com a inserção das TDIC, a criança assistindo as aulas pela TV, e interagindo
com a professora e realizando as atividades, conforme a Figura 2.

Figura 2– Aluno do Nível V interagindo com a professora através das videoaulas

Fonte: Imagem cedida pela Professora da turma do Nível V.

É possível perceber que as Professoras-Entrevistadas realmente se


empenharam na construção do conhecimento através do uso da tecnologia para
chegar aos seus alunos, que estavam sem ter esse contato cara a cara, mesmo que
de forma digital, com o auxílio do uso das TDIC em suas práticas pedagógicas, ela
consegue repassar os conteúdos e dialogar com seus alunos de forma inovadora.
Sobre inserir as tecnologias digitais às propostas curriculares, Machado (2013, p.
3759) ressalta que:

As tecnologias aliadas às propostas curriculares da Educação Infantil,


permitirão às crianças explorar novos conhecimentos, aprendendo a
pesquisar, questionar, expressar sua opinião, pensar e elaborar ideias de
maneira lúdica, interativa e divertida, tornando o processo de aprendizagem
mais interessante.

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) contempla a produção do


conhecimento através do uso das TDIC na competência número cinco.

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BNCC, 2018)

Muitos alunos não tiveram a oportunidade de conhecer as professoras


pessoalmente, mas o recurso das gravações de vídeos pôde aproximar os alunos de
suas professoras, desenvolvendo uma conexão fortalecedora. Ao pegar as atividades
17

remotas na Escola, as famílias levaram as crianças. Segundo as palavras da


Coordenadora Pedagógica, “foi um momento muito emocionante, pois os alunos
reconheceram suas professoras graças à interação que elas tiveram na produção de
seus vídeos”.
Outro ponto que se pode destacar são os depoimentos das famílias no grupo
de interação da turma no aplicativo WhatsApp. As famílias preparam um cantinho em
casa, com mesinhas e colocam a farda da escola nas crianças e fizeram o registro
delas, estudando com o celular na mão, acompanhando os vídeos enviados. Todos
os estímulos propostos nas videoaulas, as crianças respondem e interagem. Nas
palavras da Professora Entrevistada C, é como se estivesse presencialmente com os
educandos. Nota-se uma sintonia bastante significativa proporcionada pelo uso das
TDIC nas aulas remotas.

5 Considerações Finais

Como vimos, a Educação precisou, em um curto espaço de tempo, se


modificar, mudar todo o seu planejamento para se adaptar com a realidade do
contexto da pandemia da covid-19. Os resultados obtidos nesta pesquisa trazem
reflexões importantes, a partir das experiências vivenciadas pelas educadoras e a
Escola. As professoras da referida pesquisa tiveram que se reinventar, mudar suas
práticas durante o ensino remoto, provocando assim, momentos de reflexões, acerca
das questões emocionais, de saber lidar com o novo.
Com essa intensidade de informações, imigraram para as tecnologias digitais,
ressignificando suas práticas, para manter seus alunos ativos e participativos nas
aulas remotas. As famílias também tiveram que se adaptar a essa nova realidade
passando a ser também, professores de seus filhos, por meio de interações
proporcionadas pelo grupo de WhatsApp, o vínculo da Família com a Escola, passou
a ser mais atuante. No entanto, pode-se constatar na pesquisa, que algumas famílias
não conseguiram acompanhar as atividades. Os desafios se fazem da realidade
socioeconômica dos alunos e o pouco poder aquisitivo para poder comprar
dispositivos que permitam assistir a aula de forma remota, em suas casas. Nota-se
que o reflexo da exclusão social ainda é um problema que dificulta o acesso imediato
às aulas programadas pelas professoras. Para suprir essa necessidade, as
18

Professoras enviam para esses alunos atividades impressas, para que os mesmos,
não fiquem sem estudar.
Dessa maneira, pode-se afirmar que foi possível transformar o que antes era
uma problemática em um meio de aprendizagem, através de gravações de videoaulas
pela plataforma do Youtube, pois como diz Freire (1996, p.22), “ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção”. Logo, cabe ressaltar que qualquer tecnologia pode ser utilizada como
recurso pedagógico, desde que haja o devido planejamento e conhecimento do
professor quanto a sua utilização.
É importante destacar que uso das TDIC, surgiram como uma solução, para
amenizar os impactos sofridos pela educação durante esse caminho. O processo de
ensino e aprendizagem se modifica conforme a sociedade evolui. Independente da
época pesquisada, este estará sempre presenciando mudanças de paradigmas.
Diante desta era tecnológica, o tradicional modelo de ensino será sempre posto à
prova, uma vez que nosso modo de pensar e agir tem sido grandemente influenciado
pelo avanço da cibercultura e as informações trazida pelas mídias em suas diversas
formas. Manter-se estagnado no tempo não é mais uma opção enquanto educador.
As TDIC chegaram e não devem ser consideradas um obstáculo, mas uma
oportunidade de renovar e reinventar o ensino.
Educadores e educandos, hoje, precisam ser incluídos na cultura digital. Desse
modo, a escola deve ser o espaço formal de promoção da cidadania digital, tendo
como função social, durante e pós-pandemia, formar cidadãos críticos, éticos,
autônomos e emancipados. Desse modo, a escola não pode parar de se reinventar:
deve sempre propor formações para incorporar as TDIC em seu meio, integrando-se
com as diferentes tecnologias, estabelecendo ligações entre estas e as diferentes
teorias educacionais, a aprendizagem do aluno e a construção da prática do educador.
Para tanto, é necessário investimento em políticas públicas que propiciem o domínio
destas tecnologias ao educador. É essencial que os Professores se apropriem dos
saberes advindos das tecnologias da informação e da comunicação para que possam
sistematizá-las em sua prática pedagógica.
19

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