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01 CP Ciência Política - Conceitos Básicos
01 CP Ciência Política - Conceitos Básicos
01 CP Ciência Política - Conceitos Básicos
Ciência Política:
conceitos básicos
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Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja complexa e, frequentemente,
envolva conflito: de opinião, de interesses, de valores, etc. Entretanto, para que
a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro de
limites administráveis. Para isto, existem apenas dois meios: a coerção pura e
simples e a política. O problema com o uso da coerção é que, quanto mais é
utilizada, mais reduzido se torna o seu impacto e mais elevado se torna o seu
custo.
Por que é que a definição se restringe aos bens públicos? Porque todas as
questões privadas, que não digam respeito à vida coletiva – como sentimentos,
relações íntimas, crenças pessoais – pertencem ao espaço de liberdade dos
indivíduos, resolvendo-se no seu próprio âmbito e não na esfera da política.
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SCHMITTER, Philippe C. Reflexões sobre o Conceito de Política. In: BOBBIO, Norberto. Curso de Introdução à
Ciência Política. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1979. p. 31-39..
3
RUA, Maria das Graças (1998). “Análise de Políticas Públicas: Conceitos Básicos”. IN O Estudo da Política:
Tópicos Selecionados Brasília: Ed. Paralelo 15.
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Com isso, pretendo deixar claro que esse texto não contemplará a discussão sobre bens públicos, semi-
públicos, etc,.própria da Economia.
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Outro exemplo, a orientação sexual de cada um não é objeto da política, é objeto de foro íntimo. Mas a
regulamentação das relações entre pessoas do mesmo sexo, se tornou uma questão pública em algumas sociedades,
porque envolve direitos de transmissão de herança, pensão, proteção social. E essas são questões de interesse da
coletividade, porque são questões de cidadania. Isso tem a ver com bem público, mesmo estando o seu foco nas
relações privadas.
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CLAUSEWITZ, Carlvon (1996). Da Guerra. São Paulo, Ed. WMF Martins Fontes
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O Cartesianismo pode ser descrito, preliminarmente, como a primeira filosofia moderna, que acabou estabelecendo
as bases da ciência moderna e contemporânea. O cartesianismo foium movimento filosófico cuja origem é o
pensamento do francês René Descartes, filósofo, físico e matemático (1596-1650), considerado o fundador da filosofia
moderna, criador das bases da ciência contemporânea e pai da matemática. Descartes foi o responsável pelo
racionalismo continental, fazendo oposição ao empirismo. O Racionalismo desconfia das informações fornecidas
pelos sentidos, crendo que essas são por demais falíveis. Propõe que o caminho correto para o conhecimento seria o
bom uso da razão. Um sistema racional elaborado a partir de premissas válidas traria o conhecimento real, a
verdade.O pensamento de Descartes foi revolucionário para a sociedade da época, na qual o conhecimento estava nas
mãos da Igreja, onde não havia reflexões em torno da existência e da racionalidade. Descartes viajou muito e viu que
sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Viu que os "costumes", a história de um povo, sua
tradição "cultural" influenciam a forma como as pessoas pensam, aquilo em que acreditam. Descartes quer acabar com
a influência desses "costumes" no pensamento. O método cartesiano põe em dúvida tanto o mundo das coisas
sensíveis quanto o das inteligíveis, ou seja, propõe duvidar de tudo: as coisas só podem ser apreendidas por meio das
sensações ou do conhecimento intelectual. A evidência da própria existência – o "penso, logo existo" – traz uma
primeira certeza. A razão seria a única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento. Diz
Descartes "Eu sou uma coisa que pensa, e só do meu pensamento posso ter certeza ou intuição imediata".Para
reconhecer algo como verdadeiro, ele considera necessário usar a razão, o raciocínio como filtro e decompor esse algo
em partes isoladas, em idéias claras e distintas, ou seja, propõe fragmentar, dividir o objeto de estudo a fim de melhor
entender, compreender, estudar, questionar, analisar, criticar, o todo, o sistema.
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NAGEL, E. (1968). La estructura de la Ciência – Problemas de la lógica de lainvestigación cientifica. Buenos Aires:
Paidos.
Para a disciplina Ciência Política, Nagel faz uma outra importante contribuição
ao sustentar que as ciências sociais12 possuem o mesmo caráter ―científico‖
das demais ciências, compartilhando todas as características acima, portanto,
não se confundindo com o senso comum.
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Lembrando que existe uma discussão sobre as diferenças entre ciência pura ou básica e ciência aplicada, que não
se confunde com o senso comum.
12
A Ciência Política surge de forma embrionária, no século XIX, sendo uma das chamadas ―ciências sociais‖, tal como
a sociologia e a antropologia, entre outras.
13
FOUREZ, G. (1995). A construção das ciências: introdução á filosofia e à ética das ciências. São Paulo: Editora da
Universidade Estadual Paulista.
14
POPPER, Karl.(1994) Conjecturas e refutações. Brasília, Editora UNB.
Conflito e Consenso
Como foi visto acima, a política – objeto de estudo da Ciência Política – refere-
se à resolução de conflitos. Por que é que existem conflitos? O que é conflito?
Qual a diferença entre competição, conflito, confronto?