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Resumo “O Primeiro Mandato de Vargas: Esforço Industrializante com Política

Econômica Heterodoxa num Cenário Externo Convulsionado”

Aluna: Lara Cardoso Moraes


Matrícula: 22102681
Disciplina: Formação Econômica do Brasil

O texto em questão busca fazer uma análise econômica e política do primeiro mandato
presidencial de Getúlio Vargas, abordando principalmente o uso da capacidade ociosa industrial
no período. Para isso, trata primeiramente dos antecedentes da era varguista, abordando o
contexto da Grande Depressão que se iniciou em 1929 nos Estados Unidos e logo alcançou o
Brasil, afetando as exportações do café e pondo em risco o domínio econômico da oligarquia
cafeeira. Nesse contexto, o então presidente Washington Luís decidiu manter as políticas de
austeridade do padrão-ouro, fazendo com que a economia se contraísse ainda mais e
influenciasse no descontentamento popular que levou ao golpe de 1930, trazendo Vargas ao
poder.
Durante o Governo Provisório (1930-1934), a política econômica foi voltada
principalmente para o controle dos efeitos da crise financeira: o governo iniciou um programa
para defender os preços do café, o que também estimulou a demanda agregada e impulsionou o
processo de industrialização; buscaram também recuperar a credibilidade do Banco do Brasil,
acabando com o padrão ouro-libra e criando a Caixa de Mobilização Bancária; criou a Lei de
Reajustamento Econômico, tomando metade das dívidas dos produtores agrícolas a fim de
acabar com o processo de insolvência desse setor. Dessa maneira, os membros do governo se
certificaram de auxiliar o sistema bancário e melhorar o crédito interno, viabilizando os
investimentos nas indústrias.
No Governo Constitucional (1934-1937), houve a valorização do comércio bilateral -
entre Brasil e Alemanha por exemplo - e um certo afrouxamento das barreiras de importação
criadas no período anterior, o que permitiu que o setor industrial comprasse equipamentos para
otimizar suas produções. Além disso, a reforma tributária foi de extrema importância para a
consolidação da industrialização e fortalecimento do mercado interno, acabando com impostos
no comércio entre estados do país.
O Estado Novo (1937-1945), a ditadura instaurada sob a desculpa de conter avanços
comunistas, apresentou características de ainda mais atuação estatal na economia. Houveram
esforços governamentais na formação da indústria de base brasileira com a Companhia
Siderúrgica Nacional e a Fábrica Nacional de Motores como exemplo, auxiliando ainda mais na
substituição de importações e na complexificação industrial. Nesse momento, no entanto, a
balança de pagamentos tinha problemas, devido ao aumento das importações de equipamentos
industriais, como solução para esse problema, houve a declaração da moratória, visto o
endividamento aos credores internacionais. Por fim, com o advento da Segunda Guerra Mundial,
o Brasil sofreu com a falta das importações dos países envolvidos no conflito, além dos
problemas inflacionários que surgiram - problema que fez com que Vargas perdesse grande parte
de seus apoiadores.
Dessarte, é preciso compreender que as políticas econômicas aplicadas durante o período
buscavam conciliar os interesses da “clientela política do Estado”, acelerando o processo
industrializante por intervenção estatal. No entanto, o texto também busca deixar claro que
Vargas não tinha uma preferência intrínseca por políticas expansionistas - visto que durante seu
tempo no governo do Rio Grande do Sul, tem preferência por políticas de austeridade -
demonstrando que as políticas implementadas na época foram produto da conjuntura - tanto
interna quanto externa - que resultou no deslocamento do centro dinâmico.

Pergunta: O texto aponta que o processo industrializante visto no primeiro mandato de Getúlio
Vargas foi possibilitado devido a capacidade ociosa desse setor, podendo ser expandido através
de investimentos estatais. Na conjuntura brasileira atual, é comum ouvir falar sobre a
“desindustrialização” no país, trazendo a seguinte dúvida: caso o Brasil quisesse revitalizar suas
indústrias, um projeto similar àquele montado pelo governo Vargas poderia funcionar, ou a atual
conjuntura interna e externa impede a implementação desse modelo?

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