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PROCESSOS DE TRABALHO DO
SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
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São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A
2022
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transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo
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Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Giani Vendramel de Oliveira
Revisor
Flaviana Aparecida de Mello
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-65-5356-104-5
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
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SUMÁRIO
Apresentação da disciplina
Os espaços ocupacionais no
segmento educacional
Autoria: Wéllia Pimentel Santos
Leitura crítica: Flaviana Mello
Objetivos
• Compreender acerca da importância do papel do
assistente social na educação.
1. Introdução
que define o trabalho como uma atividade que o ser humano produz
para sua subsistência e para o desenvolvimento do homem enquanto
ser social (MOTTA; PEREIRA, 2017).
Então, ainda que aquela primeira dimensão não seja eliminada, nem
superada, hoje, se encontra de alguma forma subordinada a uma
lógica diferente, própria da sociedade portuguesa da qual a educação e
trabalho se articulam no sentido de que a transmissão de conhecimento,
de valores, a preparação para a vida, o reconhecimento e a experiência
da cidadania se deem como uma condição de reprodução da própria
lógica que movimenta a sociedade, que é a exploração do trabalho para
obtenção de um mais valor, para acumulação de um valor socialmente
produzido, mas que é apropriado de forma privada de forma
concentrada cada vez mais.
Nesse sentido, o Serviço Social tem uma linha que vai ao encontro do
que o Freire (2001) defendia, pois este pensamento se volta à questão
da emancipação do ser, do desenvolvimento da consciência, de uma
educação que seja transformadora, libertadora, e não de uma educação
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que vem trazer padrões rígidos e que venha a dizer por um lado que
preza por um tipo de inteligência ou não.
Para isso, existe uma linha do tempo que nos leva a pensar como se
chegou, hoje, nessa discussão para falar da atuação do assistente social
na educação.
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A partir do ano 2000, tem-se o primeiro projeto de lei que busca inserir
assistentes sociais na política de educação e, agora, especificamente na
rede pública de educação. Cabendo ressaltar que a lei que se tem na
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Por sua vez, por meio dessa avaliação social, realizada pelas visitas
domiciliares, o profissional poderá realizar o encaminhamento para a
rede de atendimento, seja para o Centro de Referência de Assistência
Social (CRAS), para o Centro de Referência Especializada de Assistência
Social, Conselho Tutelar, Secretaria de Assistência Social, que se volta
para a garantia dos benefícios eventuais, para a inclusão daquele
membro familiar nos serviços de convivência e fortalecimento de
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vínculos, para que, então, o CRAS possa inserir essas famílias nos
programas e benefícios da assistência social (SÁ, 2019).
Com isso, aquela família será beneficiada, por exemplo, por meio
de cestas básicas, por um aluguel social, se assim constar na lei de
benefícios eventuais, entre outros. Então, tudo isso contribuirá no
processo de aprendizagem daquela criança e fomentará a inclusão
escolar, pois essas expressões da questão social influenciam
diretamente no processo de ensino e aprendizagem, e cabe ao
assistente social, junto aos educandos e também com o corpo
pedagógico, contribuir para a formação da cidadania e a emancipação
desses sujeitos.
Por sua vez, além das visitas domiciliares desenvolvidas pelo assistente
social na educação básica, cabe também assinalar a importância do
acolhimento, sendo que este pressupõe ver a realidade que aquele
usuário está vivenciando, e este acolhimento não pode fugir da prática
profissional. Nesse acolhimento, o profissional compreenderá o universo
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Por fim, é com a entrada dos assistentes sociais na educação básica que
será possível contribuir para que o aluno entenda que tem condições de
ir para a universidade, de permanecer e de ter uma saída exitosa desse
projeto de vida que tem, que é estudar.
Referências
AMARO, S, T. A. Serviço Social na escola: o encontro da realidade com a educação.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2017.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. SUBSÍDIOS PARA A ATUAÇÃO DE
ASSISTENTES SOCIAIS NA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO. 2019. Disponível em: http://
www.cfess.org.br/arquivos/BROCHURACFESS_SUBSIDIOS-AS-EDUCACAO.pdf.
Acesso: 15 mar.2022.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
MOTTA, V. C.; PEREIRA, L.D. Educação e Serviço Social: subsídios para uma análise
crítica. Rio de Janeiro: Lumen & Juris, 2017.
SÁ, J. L. M. de. (org.). Serviço Social e Interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2019.
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O trabalho intersetorial na
política de educação e as equipes
multidiprofissionais
Autoria: Wéllia Pimentel Santos
Leitura crítica: Flaviana Mello
Objetivos
• Refletir sobre a importância do trabalho
interdisciplinar na educação e sua relação com o
Serviço Social.
1. Introdução
Nesse sentido, a educação deve ser vista como um direito social, mas,
sozinha, não tem o poder de transformar o mundo. A integralidade
dos direitos sociais trabalhados na interdisciplinaridade devem ser
trabalhados na dimensão da rede socioassistencial, em sua completude,
com um projeto educacional que envolva vários profissionais voltados
ao mesmo interesse, inclusive contando com o suporte da família (SÁ,
2019).
Ainda, este aluno nao aprenderá se não for bem cuidado por sua família,
se não aprende em um processo que considere as diferenças, tendo em
vista que esse contexto de igualdade não existe mais, não estamos mais
dentro de uma perspectiva de discussões teóricas que se volte à busca
do reconhecimento da igualdade porque não atende a especificidade
das diferenças (MOTTA; PEREIRA, 2017).
Então, se temos uma escola que assume a maior parte do que deveria
ser compartilhado com outras profissões, acabará fracassando em
sua função e se, ao mesmo tempo, temos uma família que deveria
assumir sua responsabilidade em relação à educação dos filhos, e
que algumas destas fracassam também, porque não contam com um
acompanhamento das outras profissões e dos direitos sociais que
deveriam ser alcançados, então não haverá um aproveitamento dessa
educação. Nas palavras de Amaro (2017):
Figura 1 – Interdisciplinaridade
Referências
AMARO, S. T. A. Serviço Social na escola: o encontro da realidade com a educação.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2017.
CFESS. Parâmetros para atuação e assistentes sociais na Política de Assistência
Social. Brasília: CFESS/CFP: 2011.
MOTTA, V. C.; PEREIRA, L. D. Educação e Serviço Social: subsídios para uma análise
crítica. Rio de Janeiro: Lumen & Juris, 2017.
RODRIGUES, M. L. O Serviço Social e a perspectiva interdisciplinar. In: MARTINELLI,
M. L. et al. (org). O Uno e o múltiplo nas relações entre as áreas do saber. São
Paulo: Cortez/ Educ, 1998.
SÁ, J. L. M. de. (org.). Serviço Social e Interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez,
2019.
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Objetivos
• Apreender sobre os processos de trabalho do(a)
assistente social na educação básica a partir da
interpretação da questão social no cotidiano escolar.
1. Introdução
Netto (2007) diz que é neste trânsito que a questão social deixa de
ser um caso só de polícia e passa a ser um caso de política. Em outras
palavras, toma, então, esse lugar político, passando a estar na pauta, na
cena política, e isso faz com que se demande do Estado uma ação para
além da violência, tendo em vista que o Estado sempre agiu à base da
coerção punitiva, violenta, mas, nesse momento, para além da violência,
se demandava, se exigia desse Estado outras respostas.
Neste sentido, cabe, ainda, entender que essas ações qualitativas eram
importantes porque inegavelmente significaram a contenção da luta
dos trabalhadores, pois, junto com os imigrantes que já tinham essa
vivência do capitalismo, se geram muitas ideias políticas de contestação,
de reivindicação. Então, tivemos a fundação de partidos comunistas
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A questão que se coloca e que desafia cada um que habita a escola, seja
ele professor, funcionário ou aluno, é que a diversidade adicionada ao
inesperado é fator desencadeador de grande parte das situações que são
referidas como difíceis ou problemática. (AMARO, 2017, p. 23)
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Fonte: greenaperture/iStock.com.
Referências
AMARO, S. T. A. Serviço Social na escola: o encontro da realidade com a educação.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2017.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação
profissional. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MOTTA, V. C.; PEREIRA, L. D. Educação e Serviço Social: subsídios para uma análise
crítica. Rio de Janeiro: Lumen & Juris, 2017.
NETTO, J. P. Capitalismo monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2007.
SÁ, J. L. M. de. (org.). Serviço Social e Interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez,
2019.
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Objetivos
• Compreender as demandas escolares cotidianas dos
estudantes na educação básica.
1. Introdução
O Serviço Social não só investiga para saber, mas investiga para a prática
profissional, reflete para a ação, para a transformação, ou seja, por meio
do conhecimento apostam na transformação por meio de seus projetos,
de suas práticas profissionais.
Por exemplo, para que possa haver a promoção social das famílias,
este profissional irá motivá-la a melhorar suas atividades, fomentará
estratégias de enfrentamento dessas problemáticas sociais, de modo a
garantir a coesão familiar e que fortaleça e estimule um enfrentamento
construtivo do indivíduo.
É sabido que existem muitos problemas sociais que podem ser sobre
nutrição, que podem ser voltados à autoestima daquele estudante, que
podem ser sobre valores que podem estar relacionados às relações
familiares e autoestima, tudo isso repercute no desenvolvimento integral
da criança.
Então, o assistente social está ali para apoiar esse aluno e, para
isso, desenvolverá um trabalho com os pais destes alunos também,
desenvolverá um trabalho socioeducativo de modo a orientá-los.
Isso significa que criar um espaço onde seja possível envolver este
jovem, e não ajudar por ajuda, mas com um sentido que envolva
princípios de valores, de promoção da saúde etc.
O Serviço Social pode e deve ser solidário, mas como valor universal,
cabe a este profissional também transmitir esses valores com os alunos.
Nesse sentido, cabe ressaltar que o Código de Ética do Serviço Social
possui uma dimensão macro, uma natureza para a construção de um
novo projeto de sociedade. Para isso, traz princípios fundamentais.
Trará a defesa da Liberdade e, nesse sentido, se está preocupado com
a construção de uma nova sociedade, obviamente esta liberdade a qual
está se propondo, pelo Código, não é a liberdade capitalista, é uma
liberdade para além do capitalismo.
Fonte: PeopleImages/iStock.com.
familiar etc.), como em sua dimensão social no que tange aos serviços
socioassistenciais, como também os serviços das demais políticas públicas,
auxiliando-os e colocando-os em condição de igualdade decisória,
profissionais e usuários. (SCHNEIDER, HERNANDORENA, 2012, p. 9)
Referências
ALMEIDA, N. L. T. de A. O Serviço social na Educação. Revista Inscrita, n. 6. Brasília:
Cortez, 2000.
AMARO, S. T. A. Serviço Social na escola: o encontro da realidade com a educação.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2017.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação
profissional. 7 ed. São Paulo, Cortez, 2004.
MOTTA. V. C.; PEREIRA, L. D. Educação e Serviço Social: subsídios para uma análise
crítica. Rio de Janeiro: Lumen & Juris, 2017.
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