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Gregorio de Matos
Gregorio de Matos
1o bimestre – Aula 13
Ensino Médio
● Análise do poema “Epílogos”, ● Analisar um poema satírico de
de Gregório de Matos; Gregório de Matos;
● O contexto do século XVII: o ● Entender o contexto de
poeta e o seu tempo. produção;
● Conhecer um pouco da vida e
da obra de Gregório de Matos;
● Aplicar os recursos linguísticos
que fixam os encadeamentos
coesivos entre os parágrafos e
as orações.
Todo mundo escreve
O Boca do Inferno
● Você já ouviu falar de um poeta
que foi apelidado de Boca do
Inferno? Sabe o que ele
escrevia?
● Reflita e elabore uma hipótese
sobre por que motivo ele
recebeu esse apelido.
“Epílogos”, de Gregório de Matos
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta, Quem a pôs neste socrócio?... Negócio.
Numa cidade onde falta Quem causa tal perdição?... Ambição.
Verdade, honra, vergonha. E no meio desta loucura?... Usura.
Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura. Continua...
Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.
Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
E que justiça a resguarda?...... Bastarda
Pretos, mestiços, mulatos.
[...] É grátis distribuída?................. Vendida
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.
Valha-nos Deus, o que custa,
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.
[...] Continua...
O açúcar já acabou?............ Baixou.
E o dinheiro se extinguiu?...... Subiu.
Logo já convalesceu?........... Morreu.
À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece: A Câmara não acode?............... Não pode
Cai na cama, e o mal cresce, Pois não tem todo o poder?........ Não quer
Baixou, subiu, morreu. É que o governo a convence?... Não vence.
Que haverá que tal pense,
que uma Câmara tão nobre
(Juízo anatômico dos achaques por ver-se mísera, e pobre
que padecia o corpo da República Não pode, não quer, não vence.
em todos os membros, e inteira
definição do que em todos os (Currículo em Ação. 2a série, 4o bim., 2022)
tempos é a Bahia.)
Versão do poema em música
Obs.: vale lembrar que estamos falando de um período colonial, no qual a Bahia era a
capital do país. Havia muita cobrança de impostos por parte do rei, e a cidade estava
em crise, faltando até alimentos para a população. E aqueles que detinham o poder e a
riqueza não tinham ética.
3. Releia os versos seguintes para responder à questão:
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
a) Indique os três termos que se repetem nos versos e que se configuram
no Barroco como “jogo verbal”.
b) Pesquise na internet outras características barrocas do poema que foi
lido.
Resposta
Escolhas linguísticas
Volte ao poema e analise a quem/a que as palavras destacadas se referem.
I. Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos. I. destes → Mestiços
II. E que justiça a resguarda?...... Bastarda. II. a → Cidade
III. É que o governo a convence? ... Não vence. III. a → Câmara
● Principais obras;
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