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Os Desafios Da Inclusão Escolar
Os Desafios Da Inclusão Escolar
T
E
OS DESAFIOS DA INCLUSão escolar
A
editora
científica digital
Flávio Aparecido de Almeida
1ª EDIÇÃO
editora
científica digital
2022 - GUARUJÁ - SP
editora
científica digital
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Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-045-4
DOI 10.37885/978-65-5360-045-4
1. Transtornos do espectro autista. 2. Inclusão escolar. I. Almeida, Flávio Aparecido de. II. Título.
2022
CDD 616.85882
Direção Editorial
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Bibliotecários
Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422
Janaina Karina Alves Trigo Ramos - CRB8/9166
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
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CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Clóvis Luciano Giacomet
Universidade Federal do Piauí, Brasil Universidade Federal do Amapá, Brasil
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CONSELHO EDITORIAL
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CONSELHO EDITORIAL
Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes
Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Maria Luzete Costa Cavalcante António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém
Universidade Federal do Ceará, Brasil Universidade do Minho, Portugal
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CONSELHO EDITORIAL
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científica digital
A minha família, pelo amor, carinho, compreensão e incentivo que se fizeram
presentes no decorrer desta pesquisa, pelo incessante apoio nos momentos de êxito
e aceitação nos momentos de perda e pela generosidade em compreenderem minhas
ausências, angústias e desafios.
A Deus, autor da vida, que esteve sempre ao meu lado, renovando-me as forças
quando pensava em desistir, e sempre fortaleceu meus passos quando meu desejo
era retroceder, seja toda a gratidão do meu coração por esta vitória.
A minha querida e amada mãe Maria Aparecida da Rocha, pelo incentivo e pelos
cuidados sempre dispensados a mim. Você mãe é o grande amor da minha vida.
A Editora Científica Digital pela confiança e parceria de sempre.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
1 A partir da quinta edição do Manual de Saúde Mental (DSM-5), os distúrbios do autismo (transtorno autista; transtorno desintegra-
tivo da infância; transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado e a síndrome de Asperger) passaram a ser identifi-
cados a partir de um único diagnóstico denominado Transtornos do Espectro Autista (TEA) – caracterizando uma condição geral
para um grupo de desordens complexas com etiologia desconhecida.
O método utilizado para realizar a pesquisa foi o Estudo de Caso, realizado com
professores que atendem criança com o TEA e outras deficiências na sala de aula regu-
lar e na Sala de Recursos. A técnica de estudo de caso, como descrito por Mioto e Lima
(2007), constitui uma análise completa e investigativa de determinado assunto e que tem
por finalidade investigar em torno de uma situação. De acordo com o autor, o estudo de
caso supõe a definição de objetivos, gera hipóteses contrastáveis com outros estudos e
diagnostica uma situação.
Conforme afirma André (2005), o conhecimento gerado a partir do estudo de caso
é diferente do conhecimento gerado a partir de outras pesquisas porque é mais concreto,
mais contextualizado, mais voltado para a interpretação do leitor e baseado em populações
de referência determinadas pelo leitor. Além disso, a autora explica que o estudo de caso
qualitativo atende a quatro características essenciais: particularidade, descrição, heurística
e indução. Utilizou-se para a coleta de dados a entrevista semiestruturada aplicada a cinco
professores que atuam em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
A pesquisa inicia-se tratando das transformações históricas do conceito e do diag-
nóstico de TEA, assim como as modificações presentes no DSM-V (Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana 2013). Realiza
uma breve discussão sobre a variação do TEA e dos diagnósticos que hoje fazem parte
deste diagnóstico.
Em seguida aborda a Educação Inclusiva dando ênfase especialmente a questão dos
documentos que regulam a educação inclusiva, os desafios e as perspectivas enfrentadas
em prol da inclusão escolar.
2 O termo “espectro autista do comportamento” surgiu para se referir a indivíduos que apresentavam alguns dos sinais do autismo.
Posteriormente, reduzido para “espectro autista” e depois para “transtorno do espectro autista” (TEA), passou a ser utilizado para
englobar o autismo, propriamente dito, além da Síndrome de Asperger e o transtorno global do desenvolvimento sem outra espe-
cificação. Atualmente discute-se (até sugere-se), como no DSM-V, que o TEA deveria englobar um “continuum” sintomático, desde
os casos mais leves (como ocorre em diversas pessoas funcionais na sociedade, que se adaptaram aos seus sintomas), até aqueles
onde as manifestações são severas (como no autismo propriamente dito).
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A inclusão é o direito de ser igual, possuir as mesmas oportunidades, ter um estudo
de qualidade, ser digno e acima de tudo ser respeitado como ser humano.
Os rumos educacionais decorrentes da legislação vigente que dita às normas para
a educação no país têm sido cada vez mais polêmicos, principalmente quando se trata da
inclusão. A inclusão, pauta de diversas discussões políticas e acadêmicas está legalizada no
Brasil, mas para ser implementada ainda há muito trabalho pela frente para que se alcance
uma prática adequada.
Ao se falar em inclusão, é importante ressaltar que não se trata apenas de um mo-
dismo, ou uma simples tendência recente na educação. Não é casualmente que surge a
educação inclusiva. Para entendê-la faz-se necessário entender suas origens históricas.
(VOIVODICK, 2004).
No Brasil, devido ao seu contexto histórico, quase não se falava nas pessoas com ne-
cessidades especiais, mas segundo Mazzotta (2003, p. 140), “há registros de que duas classes
foram criadas para “débeis mentais” no ano de 1938, no Estado do Rio de Janeiro, anexas
à Escola Normal Padre Anchieta”. Em 1938, foi criada a Seção de Higiene Mental Escolar,
como unidade do Serviço de Saúde Escolar dirigido pelo médico Dr. Durval Marcondes.
Dentre outras atribuições, à seção cabia organizar a assistência médico-pedagógica aos
débeis mentais e promover a preparação e o aperfeiçoamento de técnicos especializados.
Afirma Mazzotta (2003, p. 142), que:
Até o início da década de 1960, numerosos atos oficiais a respeito da educação de
deficientes físicos ou mentais indicam a ascensão da responsabilidade pelo Poder Público
Vê-se, portanto, que, mesmo defendendo uma preferência pelo atendimento na rede
regular de ensino, há uma clara divergência desde a sua definição, revelando uma arraigada
Outro aspecto a ser considerado na atual LDB é a de que não existem mais dúvidas
de que a educação de pessoas com necessidades especiais pode enquadrar-se no sistema
geral de educação. O texto da referida lei continua ligado à subjetividade de interpretações,
quando deparamos com o termo “preferencialmente”. “Preferencialmente pode significar o
termo chave para o não cumprimento do artigo, pois, quem dá primazia a alguma situação
já tem exceção arbitrada legalmente”. (MINTO, 2002, p. 22).
É possível considerar, então, que a rede regular é o lócus onde o ensino especial se
efetuará, ainda que sob uma perspectiva totalmente especializada. Urge, portanto, que ela
não seja apenas uma modalidade, mas se incorpore ao sistema regular de ensino, a partir
de quando for possível deixar de ser um tipo de ensino oferecido na rede regular para ser a
própria educação oferecida pela rede regular para todos os alunos, sem distinção.
Sendo assim, um sistema educacional inclusivo é um sistema que busca enfrentar
e dissolver a cisão regular e especial que ainda existe no ensino. Nesse sentido, é impres-
cindível que esse sistema procure enfrentar a fragmentação interna que existe e que gera
planejamentos setoriais sem as significativas articulações entre educação infantil, ensino
fundamental e médio, educação de jovens e adultos, educação profissionalizante e educação
superior e que as diversificadas formas de articulação envolva todos os setores nacionais,
além da cooperação internacional. (CARVALHO, 2004).
Portanto, torna-se significativo que a escola não seja fragmentada. A inclusão deve
funcionar como um processo espontâneo e objetivo, envolvendo o relacionamento entre
os seres humanos. Por isso, a necessidade de evitar alcançar uma integração unicamente
física. Nesta direção, é preciso refletir e deixar de desejar o outro conforme a nossa imagem,
procurando respeitá-lo enquanto diferente. Isto implica numa capacidade contínua de dis-
posição, abertura e, acima de tudo, de transformação.
Observa-se, que apesar de garantida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, de 1996, a filosofia da inclusão não se consolidou na forma desejada. É preciso,
que os professores se adaptem a este processo, que haja um novo olhar para os alunos com
deficiência e que sejam revistos conceitos e preconceitos existentes para que seja possível
a elaboração de um trabalho educativo de qualidade, pois a inclusão é um processo inaca-
bado, mas requer que seja frequentemente revisado.
Deve-se ter em mente que a função de educador vai além do mero transmissor de
conhecimentos, como aborda Grosso (2002), ao afirmar que o educador deve ser um fa-
cilitador que ajuda descobrir caminhos, a pensar alternativas, e não se comportar apenas
como um condutor, pois na condução o aluno passa a ser passivo e, na facilitação, o aluno
participa, uma condição essencial no processo de formação.
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
O processo de desenvolvimento e aprendizagem tanto para o docente quanto para
os alunos compreende necessariamente na presença do outro como representante da
cultura e mediador de sua apropriação. A atuação do educador se dá através de trocas de
experiências no cotidiano de seu ambiente de trabalho, ensinando, aprendendo e evoluindo
com seus alunos.
O professor precisa lançar mão de vários recursos que induzam a vontade do edu-
cando em querer participar da aula, as atividades propostas devem ser criativas e dinâmi-
cas. O aluno deve ter a chance de manusear objetos, brincar, jogar, cantar e participar de
atividades diversificadas, de forma que progrida a cada dia, sanando os possíveis déficits.
Cabe ao professor estar preparado para refletir sobre os déficits e como estes podem
ser trabalhados para que o aluno tenha oportunidade de crescer, de superar possíveis
barreiras. Para tal, precisa ter conhecimento teórico que o instrumentalize a ajudar o seu
aluno durante o processo de ensino e aprendizagem, promovendo um ambiente onde o
aluno possa estar em contato com vários recursos que ajudarão a superar suas dificuldades
sejam elas intelectuais ou circunstanciais.
Para Carvalho (2004, p. 14):
Além disso, é importante considerar também que o professor também precisa ser
sensível e estar atento às demonstrações do aluno, pois as pessoas com autismo intera-
gem de forma diferente e, às vezes, essa interação é tão sutil que só pode ser percebida
por um olhar atento.
Dessa forma, pode ser necessário que o professor da escola regular, junto com o
profissional especializado que acompanha o aluno, busque meios de favorecer uma comu-
nicação satisfatória, capaz de oferecer as condições necessárias para a mediação entre o
conhecimento. Assim, é necessário que o professor proporcione um ambiente acolhedor
e bem estruturado, pois o aluno precisa sentir-se seguro. Como grande parte dos alunos
com TEA possui dificuldades em aceitar mudanças de objetos, rotinas, dentre outras, é
imprescindível que o professor, organize uma rotina previsível que antecipe para o aluno o
que acontecerá durante o tempo em que passará na escola (SÁ, 2006).
Por fim, é importante ressaltar que o professor precisa ainda desenvolver estratégias
que estimulem o interesse desse aluno para as atividades escolares e para que os com-
portamentos agressivos, estereotipados, passem a ser secundários. Um meio de facilitar
esse processo é a utilização de sinais claros e simples nas diferentes atividades que serão
realizadas (BOSA, 2006).
No seu planejamento diário, o professor deve levar em consideração o aluno com
TEA procurar meios para incentivar a sua participação. As atividades devem ser plane-
jadas levando em conta as características desses alunos, e este deve contar com meios
adequados para realização dessas atividades. Na maioria das vezes, para que os alunos
com TEA participem das atividades escolares e aprendam conteúdos e conceitos dispo-
nibilizados no cotidiano escolar, o professor precisará realizar mudanças na sua prática
pedagógica. É de fundamental importância que o professor tenha conhecimento acerca
As observações realizadas no dia a dia da escola demonstrou que a minoria das pro-
fessoras não fazem tentativas de utilizarem estratégias diferenciadas para atender os alunos
com deficiência, porém, percebe-se o despreparo na realização dessas atividades, por isso
a queixa das mesmas por se sentirem inseguras.
Um dos momentos observados é referente ao trabalho da professora do 2º ano que
possui na sala de aula um aluno3 com TEA. A professora trabalha com sequência didática
e a atividade observada é relacionada à leitura e interpretação. O objetivo da atividade de
leitura e interpretação é desenvolver no aluno a oralidade, a criatividade, o pensamento e
ampliar o gosto pela leitura.
Para Orrú (2007) a contação de histórias é uma estratégica pedagógica que pode
favorecer de maneira significativa a prática docente na educação infantil e ensino funda-
mental. A escuta de histórias estimula a imaginação, educa, instrui, desenvolve habilidades
cognitivas, dinamiza o processo de leitura e escrita, além de ser uma atividade interativa
que potencializa a linguagem infantil.
Ao trabalhar com a leitura do livro, a professora não criou nenhum clima ou motivação
para contar a história. Mesmo sem realizar este momento, o aluno ficou atento à história, o
que geralmente ele não faz em outras atividades. Este foi o único momento que o aluno foi
incluído na sala de aula. De acordo com outras observações realizadas o aluno demonstra
interesse por músicas, histórias contadas, vídeos musicais, imagens de maneira geral.
A professora mostrou a capa do livro, leu o nome da autora, sem explorar os detalhes
da capa e das gravuras, além de não permitir que os alunos manuseassem o livro, passasse
o dedo nas letras, observasse as gravuras. A leitura foi rápida, sem entonação adequada, e
a interpretação foi realizada oralmente, onde a professora perguntou para alguns alunos o
que entenderam e o personagem que mais gostaram na história.
3 De acordo com a ficha individual do aluno, registrada pela Sala de Recursos, o aluno apresenta um atraso no desenvolvimento glo-
bal significativo, com limitações mais acentuadas e de caráter permanente nos domínios cognitivo e emocional, além de dificuldades
notórias em diversas áreas, nomeadamente na comunicação e linguagem, interação social, autonomia e comportamento adaptativo.
O aluno apresenta pouca autonomia ao nível da realização das tarefas, solicitando constante apoio por parte do adulto. O aluno está
com distorção de idade e série.
4 De acordo com a Ficha individual do aluno, registrada pela Sala de Recursos, apresenta limitações mais acentuadas nos domínios
cognitivo e emocional, dificuldades comunicação e linguagem, interação social, demonstrando agressividade e comportamentos
automutilantes. Está defasado em idade e série.
8. _______. LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal,
1996.
13.CAMARGO, Síglia Pimentel; BOSA, Cleonice Alves. Competência social, inclusão escolar
e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade. Porto Alegre, v. 21, n.1, p.
65-74, 2009.
CARVALHO, Rosita Elder. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre:
16.
Mediação, 2004.
20. FONSECA, Vitor da. Educação Especial: programa de estimulação precoce: uma
introdução às ideias de Feuerstein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
21. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
23. GROSSO, Antônio Batista. Educar para a vida. Educação. São Paulo: Segmento, n 251;
p.31, março 2002.
25. MATTOS, Laura Kemp de; NUERNBERG, Adriano Henrique. Rev. Educ. Espec.,
Santa Maria, v. 24, n. 39, p. 129-142, jan./abr. 2011 Disponível em: http://www.ufsm.br/
revistaeducacaoespecial. Acesso em 10/10/2015.
26. MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação especial no Brasil: Histórias e políticas. 4.
ed. São Paulo: Cortez, 2003.
27.MENEZES, A. R. S. de. Inclusão escolar de alunos com autismo: quem ensina e quem
aprende? 160f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
33. RODRIGUES, David (org). Educação e Diferença: Valores e Práticas para uma Educação
Inclusiva. São Paulo: Porto Editora, 2001. (Coleção Educação Especial, v.7).
35.SÁNCHEZ, Pilar Arnaiz. A Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos
no século XXI. Revista da Educação Especial, outubro de 2005, p.11. Disponível em http://
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao1.pdf. Acesso em 11de out, 2015.
37. SASSAKI, R. K.. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, 2002.
38.SILVA, Simone Cerqueira da ARANHA, Maria Salete Fábio. Interação entre professora
e alunos em salas de aula com proposta pedagógica de educação inclusiva, 2003.
Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbee/v11n3/v11n3a05.pdf. Acesso em 10 de out, 2015.
39. SUPLINO, M. Inclusão escolar de alunos com autismo. Rio de Janeiro: Centro Ann
Sullivan do Brasil, 2007.
41.VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas (Tomo III): historia del desarrollo de las funciones
psíquicas superiores. Madrid: Aprendizaje Visor, 1999.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Professora 1
DADOS PESSOAIS
1.1 Sexo ( x ) F ( ) M
1.2 Idade: 36
DADOS PROFISSIONAIS
R: Busco utilizar jogos e atividades lúdicas, pois observo que através do lúdico os alunos
aprendem com mais facilidade, sendo assim acredito que os alunos com TEA possam se
sentir mais motivados a aprender através do lúdico.
6. QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESENVOLVER O TRABALHO EM SALA DE AULA? COMO
VOCÊ LIDA COM ESSA DIFICULDADE? O QUE FAZ PARA SANÁ-LA?
R: Minha maior dificuldade está relacionada à família, pois a mesma não se interessa em
querer o melhor, mas o que lhe é conveniente. Sempre procuro alternativas para a minha
sala de aula e sempre vou atrás de informações.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Professora 2
DADOS PESSOAIS
1.1 Sexo ( x ) F ( ) M
1.2 Idade: 40
DADOS PROFISSIONAIS
R: Inclusão pela minha experiência é colocar na escola todas as crianças, mesmo as com
deficiências, mas tem que favorecer a socialização destes alunos.
R: É a primeira vez que trabalho com aluno com TEA, e sinto que tenho muito que apren-
der, pois não consigo lidar com as limitações que ele demonstra, principalmente quando
não consegue ter concentração para realizar as atividades. Meu aluno é afetuoso, porém
demonstra muitas dificuldades em se relacionar com a turma, apear de aceito por todos,
ele pouca fala e raramente manifesta suas vontades.
R: Conheço pouco sobre o espectro autista, não recebi uma formação adequada, quando
formei praticamente não se falava em inclusão e nos cursos que participo são mais teóri-
cos que práticos.
5. QUE ESTRATÉGIA UTILIZA OU UTILIZARIA PARA TORNAR OS CONTEÚDOS COMPREENSÍVEIS PARA O ALUNO?
R: Sempre uso atividades lúdicas e materiais confeccionados pelas crianças. Uso poucos
jogos industrializados, pois são escassos na sala de aula.
6. QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESENVOLVER O TRABALHO EM SALA DE AULA? COMO
VOCÊ LIDA COM ESSA DIFICULDADE? O QUE FAZ PARA SANÁ-LA?
R: Os pais não participam da vida dos filhos e isso dificulta o nosso fazer pedagógico. Eles
precisam tomar consciência do problema dos filhos, participar das atividades da escola,
procurar acompanhar a vida dos alunos.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Professora 3
DADOS PESSOAIS
1.1 Sexo ( x ) F ( ) M
1.2 Idade: 42
DADOS PROFISSIONAIS
R: É fazer com que sejam tratados de forma igual, com direitos iguais aos demais alunos,
procurando respeitar suas limitações e suas potencialidades.
R: Vejo meu aluno com limitações e com muita dificuldade em se comunicar e fixar certos
conteúdos. Em alguns momentos ele fica muito agressivo e se recusa a fazer as atividades.
Geralmente não forço quando ele não quer. É um aluno inconstante, às vezes está feliz
outras vezes angustiado. De maneira geral é um aluno afetuoso.
R: Sei pouco, preciso me aprofundar mais, pois estou trabalhando este ano com aluno
autista em minha sala de aula.
5. QUE ESTRATÉGIA UTILIZA OU UTILIZARIA PARA TORNAR OS CONTEÚDOS COMPREENSÍVEIS PARA O ALUNO?
6. QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESENVOLVER O TRABALHO EM SALA DE AULA? COMO
VOCÊ LIDA COM ESSA DIFICULDADE? O QUE FAZ PARA SANÁ-LA?
R: Eu não optei por trabalhar com os alunos especiais, não me sinto suficientemente pre-
parada para trabalhar com eles. Procuro dar o melhor de mim, mas sempre acho que está
faltando alguma coisa. Já fiz cursos, tenho muito amor para dar, mas mesmo assim sinto
um grande vazio.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Professora 4
DADOS PESSOAIS
1.1 Sexo ( x ) F ( ) M
1.2 Idade: 45
DADOS PROFISSIONAIS
R: É fazer com que sejam tratados de forma igual, com direitos iguais aos demais alunos,
porém devemos respeitar as particularidades de cada um.
R: O aluno com TEA presenta muita dificuldade para se expressar, ou não falam. Costumam
fazer movimentos repetitivos e evitam ao máximo o contato com outras pessoas. São alu-
nos que demonstram comprometimentos na atenção, se limitam a observar os outros para
aprender, além de serem muito dependentes dos adultos.
R: Sei o suficiente para trabalhar com este tipo de aluno, pois é a exigência da lei que o
profissional da sala de recursos tenha formação específica para atuar frente a este tipo de
transtorno. Porém, busco cada dia novas informações sobre o TEA, pois sempre tem algo
novo ou para se aprimorar na área de deficiência.
5. QUE ESTRATÉGIA UTILIZA OU UTILIZARIA PARA TORNAR OS CONTEÚDOS COMPREENSÍVEIS PARA O ALUNO?
R: Uso as mais diferenciadas estratégias, tais como: jogos, brincadeiras, teatro, música,
histórias, atividades com tecnologias assistidas, trabalhos em grupo, trabalhos indivi-
duais, dentre outros.
6. QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESENVOLVER O TRABALHO EM SALA DE AULA? COMO
VOCÊ LIDA COM ESSA DIFICULDADE? O QUE FAZ PARA SANÁ-LA?
R: A falta de suporte adequado considerando desde a estrutura física até a formação con-
tinuada, além de falta de apoio especializado. Ele existe, mais é insuficiente. Para sanar as
dificuldades busco adaptações sempre que possível do espaço físico e participo de cur-
sos ou palestras.
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Professora 5
DADOS PESSOAIS
1.1 Sexo ( x ) F ( ) M
1.2 Idade: 38
DADOS PROFISSIONAIS
R: Escola Inclusiva é aquela que reconhece a diferença respeitando-a para alcançar a igual-
dade e o respeito entre todos.
R: Pelo que observo e pelo que vejo nos alunos de outras turmas eles tem muitas dificulda-
des na aprendizagem e também de interagir com os colegas. Vejo que um dos alunos com
TEA na escola não consegue ficar dentro da sala de aula. Segundo as professoras desses
alunos eles são bem carinhosos e muito infantilizados.
R: Meu conhecimento é pouco, por isso estou me sentindo bastante insegura para atuar
com alunos com TEA. Sei que é uma realidade, por isso espero me aprofundar mais sobre
as características e estratégias que possam ser trabalhadas com estes alunos.
5. QUE ESTRATÉGIA UTILIZA OU UTILIZARIA PARA TORNAR OS CONTEÚDOS COMPREENSÍVEIS PARA O ALUNO?
R: Acredito que usar tecnologias com o aluno autista possa ser bastante eficaz, mais a
escola não tem suporte para isto, e nem espaço apropriado para o professor fazer uso das
tecnologias, a escola tem carência de um laboratório.
6. QUAL A MAIOR DIFICULDADE QUE VOCÊ ENCONTRA PARA DESENVOLVER O TRABALHO EM SALA DE AULA? COMO
VOCÊ LIDA COM ESSA DIFICULDADE? O QUE FAZ PARA SANÁ-LA?
R: Falta de orientação e apoio do gestor e do pedagogo. Não temos uma equipe multidis-
ciplinar para a realização de um trabalho conjunto, que posa ajudar a conhecer melhor as
práticas que podem ser trabalhadas com alunos com deficiência.
DIMENSÃO 1 2 3 4
Impressão Impressão
Relações não
clínica de clínica de Motivação para
frequentes,
Qualidade da isolamento, não isolamento, não relacionar-se com
induzidas
há relação nem há relação nem demais, mas pouca
interação social e externas
expressões expressões sutileza e empatia.
com iguais.
de apego. de apego.
Aparência de
total surdez,
não responde Compreende Compreensão Compreende
Qualidade da
a ordens, ordens simples, literal do discurso e
Rituais
Rituais simples. complexos.
Flexibilidade Predominam as
Conteúdo obsessivo
Resistência Apego
e limitado de
mental e estereotipias a mudanças excessivo
pensamento, rígido
motoras simples. ambientais a objetos.
comportamental perfeccionismo.
mínimas. Perguntas
obsessivas.
Predomínio
Atividades
de atividades Presença de
Só se realizam complexas e de
atividades de
sem meta e atividades ciclo longo, cuja
Sentido da inacessibilidade
ciclo longo,
funcionais meta se conhece
mas não
atividade própria a orientações diante de e deseja, mas em
sentidas como
externas que diretrizes uma estrutura
parte de uma
externas. de previsões
dirijam sua totalidade.
biográficas.
atividade.
Não se
suspendem
Não se as
Não se suspendem propriedades
Capacidade de
suspendem ações reais das Não compreendem
suspensão ou de pré-ações para instrumentais coisas ou das metáforas ou
criar gestos para criar situações ironias.
criar significantes
comunicativos. símbolos para criar
ativos. ficções ou
jogos de
ficção.
Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc? SIM NÃO
Seu filho tem interesse por outras crianças? SIM NÃO
Seu filho gosta de subir em coisas, como escadas ou móveis? SIM NÃO
Seu filho gosta de brincar de esconder e mostra o rosto ou de esconde-
SIM NÃO
esconde?
Seu filho já brincou de faz-de-conta, como por exemplo, fazer de conta que
está falando ao telefone ou que está cuidando da boneca, ou qualquer outra SIM NÃO
brincadeira de faz-de- conta?
Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir alguma coisa? SIM NÃO
Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar interesse em
SIM NÃO
algo?
Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos pequenos (Ex.:
Carros ou blocos), sem apenas colocar na boca, remexer no brinquedo ou SIM NÃO
deixar o brinquedo cair?
O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe mostrar este
SIM NÃO
objeto?
O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois? SIM NÃO
O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (Ex.: tapando os ouvidos) SIM NÃO
O seu filho sorri em respostas ao seu rosto ou a o seu sorriso? SIM NÃO
O seu filho o imita? (Ex.: Você faz expressões ou caretas e seu filho o imita?) SIM NÃO
O seu filho responde quando você o chama pelo nome? SIM NÃO
Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho olha para
SIM NÃO
ele?
Seu filho já sabe andar? SIM NÃO
O seu filho olha para coisas que você está olhando? SIM NÃO
O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do rosto dele? SIM NÃO
O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? SIM NÃO
Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? SIM NÃO
O seu filho entende o que as pessoas dizem? SIM NÃO
O seu filho às vezes fica “aéreo”, ”olhando para o nada“ ou caminha sem direção
SIM NÃO
definida?
O seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando vê algo
SIM NÃO
estranho?
I. Relações pessoais:
1- Relações:
2 - Relações:
( ) A criança pode evitar olhar o adulto nos olhos, evitar o adulto ou ter uma reação
exagerada se a interação é forçada, ser excessivamente tímida, não responder ao adul-
to como esperado ou agarrar-se ao pais um pouco mais que a maioria das crianças
da mesma idade;
3 - Relações:
4 - Relações:
II. Imitação:
1 - Imitação:
( ) A criança pode imitar sons, palavras e movimentos, os quais são adequados para o
seu nível de habilidade;
2 - Imitação:
( ) Na maior parte do tempo, a criança imita comportamentos simples como bater palmas
ou sons verbais isolados; ocasionalmente imita somente após estimulação ou com atraso;
3 - Imitação:
( ) A criança imita apenas parte do tempo e requer uma grande dose de persistência
ou ajuda do adulto; frequentemente imita apenas após um tempo (com atraso);
4 - Imitação
1 - Resposta emocional:
2 - Resposta emocional:
3 - Resposta emocional:
4- Resposta emocional:
( ) As respostas são raramente adequadas à situação. Uma vez que a criança atinja um
determinado humor, é muito difícil alterá-lo. Por outro lado, a criança pode demonstrar
emoções diferentes quando nada mudou.
1 - Uso corporal:
2 - Uso corporal:
( ) Algumas peculiaridades podem estar presentes, tais como falta de jeito, movimentos
repetitivos, pouca coordenação ou a presença rara de movimentos incomuns;
3 - Uso corporal:
4 - Uso corporal:
( ) Movimentos intensos ou frequentes do tipo listado acima são sinais de uso corporal
atípicos. Estes comportamentos podem persistir apesar das tentativas de desencorajar
as crianças a fazê-los ou de envolver a criança em outras atividades.
( ) A criança pode demonstrar um interesse atípico por um brinquedo ou brincar com ele
de forma inadequada, de um modo pueril (exemplo: batendo ou sugando o brinquedo);
( ) A criança pode demonstrar pouco interesse por brinquedos ou outros objetos, ou pode
estar preocupada em usá-los de maneira estranha. Ela pode concentrar-se em alguma
parte insignificante do brinquedo, tornar-se fascinada com a luz que reflete do mesmo,
repetitivamente mover alguma parte do objeto ou exclusivamente brincar com ele;
( ) A criança pode engajar-se nos mesmos comportamentos citados acima, porém com
maior frequência e intensidade. É difícil distrair a criança quando ela está engajada nestas
atividades inadequadas.
1 - Respostas à mudança:
( ) Quando um adulto tenta mudar tarefas, a criança pode continuar na mesma atividade
ou usar os mesmos materiais;
3 - Respostas à mudança:
4 - Respostas à mudança:
1 - Resposta visual:
2 - Resposta visual:
3 - Resposta visual:
( ) A criança deve ser lembrada frequentemente de olhar para o que está fazendo, ela
pode olhar fixamente para o espaço, evitar olhar as pessoas nos olhos, olhar objetos de
um ângulo incomum ou segurar os objetos muito próximos aos olhos;
4 - Resposta visual:
( ) A criança evita constantemente olhar para as pessoas ou para certos objetos e pode
demonstrar formas extremas de outras peculiaridades visuais descritas acima.
1 - Respostas auditivas:
2 - Respostas auditivas:
3 - Respostas auditivas:
( ) As respostas da criança aos sons variam. Frequentemente ignora o som nas pri-
meiras vezes em que é feito. Pode assustar-se ou cobrir as orelhas ao ouvir alguns
sons do cotidiano;
4 - Respostas auditivas:
( ) A criança está preocupada em cheirar, provar e sentir objetos, mais pela sensação do
que pela exploração ou uso normal dos objetos. A criança pode ignorar completamente
a dor ou reagir muito fortemente a desconfortos leves.
X. Medo ou nervosismo:
1 - Medo ou nervosismo:
( ) O comportamento da criança é adequado tanto à situação quanto à idade;
2 - Medo ou nervosismo:
3 - Medo ou nervosismo:
( ) A criança demonstra bastante mais ou bastante menos medo do que seria típico para
uma criança mais nova ou mais velha em uma situação similar;
4 - Medo ou nervosismo:
( ) Medos persistem mesmo após experiências repetidas com eventos ou objetos ino-
fensivos. É extremamente difícil acalmar ou confortar a criança. A criança pode, por outro
lado, falhar em demonstrar consideração adequada aos riscos que outras crianças da
mesma idade evitam.
2 - Comunicação verbal:
3 - Comunicação verbal:
( ) A fala pode estar ausente. Quando presente, a comunicação verbal pode ser uma
mistura de alguma fala significativa e alguma linguagem peculiar, tais como jargão, ecolalia
ou inversão pronominal. As peculiaridades na fala significativa podem incluir questiona-
mentos excessivos ou preocupação com algum tópico em particular;
4- Comunicação verbal:
( ) Fala significativa não é utilizada. A criança pode emitir gritos estridentes e infantis,
sons animais ou bizarros, barulhos complexos semelhantes à fala, ou pode apresentar o
uso bizarro e persistente de algumas palavras reconhecíveis ou frases
( ) A criança utiliza somente gestos peculiares, sem significado aparente, e não de-
monstra nenhum conhecimento do significados associados aos gestos ou expressões
faciais dos outros.
1 - Nível de atividade:
( ) A criança não é nem mais nem menos ativa que uma criança da mesma idade em
uma situação semelhante;
2- Nível de atividade:
( ) A criança pode tanto ser um pouco irrequieta quanto um pouco “preguiçosa”, apre-
sentando, algumas vezes, movimentos lentos. O nível de atividade da criança interfere
apenas levemente no seu desempenho;
3- Nível de atividade:
( ) A criança pode ser bastante ativa e difícil de conter. Ela pode ter uma energia ilimi-
tada ou pode não ir prontamente para a cama à noite. Por outro lado, a criança pode ser
bastante letárgica e necessitar de um grande estímulo para mover-se;
4 - Nível de atividade:
1 - A inteligência:
2 - Funcionamento intelectual:
( ) A criança não demonstra ser astuta quanto às crianças típicas da mesma idade; as
habilidades apresentam-se razoavelmente regulares através de todas as áreas;
3 - Funcionamento intelectual:
( ) Em geral, a criança demonstra ser não astuta quanto uma típica criança da mesma
idade, porém a criança funciona bem em uma ou mais áreas intelectuais;
( ) Embora a criança geralmente não seja astuta quanto uma criança típica da mesma
idade, ela pode funcionar até mesmo melhor que uma criança da mesma idade em
uma ou mais áreas.
________
Pode ser pontuada utilizando valores intermediários =1,5; 2,5; e 3,5.
15-30 = sem Autismo
30-36 = Autismo Leve-Moderado
36-60 = Autismo Grave
1. Antes de tudo eu sou uma criança. Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu
autismo é só um aspecto do meu caráter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa
com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo,
míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso
não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como
se auto-define. Se quiser excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente.
Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou
capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter
expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso
fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?
2. A minha percepção sensorial é desordenada. Interação sensorial pode ser o aspecto mais
difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição,
olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser
doloridas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer
distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê
uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser
muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios,
barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, lu-
zes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando
em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível. O peixe que está
à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho
hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com
amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido
principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz
fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto
parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce
o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela,
são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando
de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu
corpo está neste espaço.
5. Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado. Dizer o que eu preciso é
muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar
com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha
capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu
corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado). Por outro lado, posso
parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da
minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo
ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exatamente
o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis
que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras
pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras
que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.
6. Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim. Por
favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor,
esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a apren-
der. Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar
o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra.
Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não
7. Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não
posso fazer. Como qualquer outro ser humano, não posso aprender em um ambiente onde
sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para
que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou
não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei
mais que uma maneira para fazer as coisas.
8. Por favor, me ajude com interações sociais. Pode parecer que não quero brincar com as
outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma
conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem
a jogar ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor
em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como
"LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se
você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair
do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente.
Ensine-me a dizer: "você esta bem?".
9. Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle. Perda de controle, "chilique",
birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim
do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao
extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá
ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades.
Você encontrar uma sequência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai con-
seguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a
você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que
está acontecendo dentro dele.
10. Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição. Elimine pensamen-
tos como "Se ele pelo menos pudesse." ou "Porque ele não pode." Você não conseguiu
atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de
ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acon-
tecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida
DILMA ROUSSEFF
José Henrique Paim Fernandes
Miriam Belchior
T
E
OS DESAFIOS DA INCLUSão escolar
A
editora
científica digital