Teste 3 P. Geografico

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

As principais correntes do pensamento geográfico

Luís Júlio Gove: 41220417

Maxixe, Agosto de 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

As principais correntes do pensamento geográfico

Trabalho de campo a ser submetido na Coordenação


do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
do UnISCED.
O Tutor: Mestre, Luís Deixa Joaquim

Luís Júlio Gove: 41220417

Maxixe, Agosto de 2022


Índice
1.0. Introdução ............................................................................................................................ 4
1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4
1.2. Objectivo geral .................................................................................................................... 4
1.3. Objectivos específicos ......................................................................................................... 4
1.4. Metodologia ......................................................................................................................... 4
2.0. Evolução do pensamento geográfico ................................................................................... 5
2.1. Evolução da Geografia no período grego ............................................................................ 5
2.2. Evolução da Geografia no período romano ......................................................................... 6
2.3. Evolução da Geografia no período medieval (séculos V-XIV) ........................................... 6
2.4. Evolução da Geografia na época moderna (séculos XV-XVIII) ........................................ 7
2.5. Factores que contribuíram para a erupção da sistematização da Geografia como ciência .. 8
2.6. As principais correntes do pensamento geográfico ............................................................. 8
2.6.1. Determinismo geográfico ................................................................................................. 8
2.6.2. Possibilismo geográfico .................................................................................................... 9
2.6.3. Fenomenologia ou Geografia humanística ....................................................................... 9
2.6.4. Geopolítica ....................................................................................................................... 9
2.6.5. Geografia teorética ou quantitativa................................................................................. 10
2.6.6. Geografia crítica ............................................................................................................. 10
3.0. Conclusão .......................................................................................................................... 11
4.0. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 12
1.0. Introdução
O presente trabalho visa analisar as principais correntes do pensamento geográfico. Para iniciar
destaca-se a evolução da Geografia em dois períodos distintos a destacar. o primeiro período
que começa na antiguidade helenística até ao século XIX, momento em que se inicia o segundo
período que se prolonga até aos nossos dias
A curiosidade científica grega, em relação ao espaço criava interrogações sobre o que existe e
onde. Assim, desde cedo, os gregos começaram a desenvolver a Geografia, orientando-se sob
duas perspectivas: a via descritiva e a via matemática. O pensamento geográfico desenvolveu-
se sob impulso das conquistas do espaço por via militar. Neste contexto, foram elaborados
itinerários (cartas simples, sem escala, representando as terras e principais caminhos
concêntricos cidade de Roma). Tratava-se, pois de mapas concebidos para responder as
exigências militares e comerciais do império.
A Idade Média registou igualmente alguns progressos como o aumento do horizonte geográfico
graças à expansão árabe a partir do século VIII e a divulgação das obras geográficas
helenísticas-Romanas no vasto império árabe, do Afeganistão ao Atlântico.
A constituição da Geografia enquanto saber científico sistematizado e institucionalizado é fruto
de um processo lento que tem por base factores diversos no que se refere aos fenômenos
históricos e estruturais relacionados a determinado grau de desenvolvimento material das
sociedades e às ideias a eles vinculadas, ou seja, o desenvolvimento da geografia prescinde do
desenvolvimento da vida material e do pensamento filosófico-científico.
1.1. Objectivos
1.2. Objectivo geral:
➢ Analisar as principais correntes do pensamento geográfico.
1.3. Objectivos específicos:
➢ Explicar o processo de evolução do pensamento geográfico;
➢ Descrever as principais correntes do pensamento geográfico;
➢ Identificar os defensores das principais correntes do pensamento geográfico.
1.4. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho recou-se a consulta bibliográfica, que segundo Lakatos e
Marconi (1992), “consiste na colocação do pesquisador em contacto direto com tudo aquilo que
foi escrito sobre determinado assunto, com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo
na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.”

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2.0. Evolução do pensamento geográfico
A palavra geografia (descrever a Terra) foi criada pelos gregos, povos que originalmente vão
se preocupar com a sistematização desse conhecimento.
Para Sodré (1987), talvez a Geografia seja a ciência de história mais longa entre todas que
conhecemos. Ela começa com as descrições, nas comunidades de tradição oral, das migrações
e das diferenciações dos lugares.
Segundo Wilson (2017), a Geografia destaca-se, no seu processo de evolução, dois períodos
distintos a destacar: o primeiro período que começa na antiguidade helenística até ao século
XIX, momento em que se inicia o segundo período que se prolonga até aos nossos dias.
No primeiro período não se pode falar de uma verdadeira Geografia científica, mas sim, de um
pensamento com incidências geográficas, resultado das influências de conhecimentos
acumuladas nas diferentes épocas históricas.
O segundo período inicia-se com o grande salto qualitativo pela Geografia a partir do século
XIX com a institucionalização da Geografia em 1870, graças aos trabalhos de cientistas
alemães, particularmente o A. V. Humboldt, C. Ritter, os principais modeladores da Geografia
moderna.
2.1. Evolução da Geografia no período grego
Segundo Wilson (2017), o surgimento da Geografia na Grécia, e não noutro sítio, não ocorreu
por acaso. Como resultado de um longo processo de reformas iniciado no século VIII a.n.e., a
Grécia no início do século V, gozava da hegemonia militar, económica e tinha-se tornado na
capital das ciências e centro de negócios ligados à navegação marítima.
A curiosidade científica grega, em relação ao espaço criava interrogações sobre o que existe e
onde. Assim, desde cedo, os gregos começaram a desenvolver a Geografia, orientando-se sob
duas perspectivas: a via descritiva e a via matemática, Wilson (2017).
Para Wilson (2017), a via descritiva ou corográfica foi desenvolvida por Heródoto e Estrabão
cuja preocupação foi descrever paisagens no que concerne às suas particularidades físicas,
habitantes e respectivas civilizações.
Wilson (2017) afirma ainda que a via matemática foi desenvolvida por Ptolomeu e Eratóstenes,
preocupados com a localização absoluta e precisa dos fenómenos, a elaboração de cartas, a
forma e movimentos da Terra. No seguimento dos seus estudos, estes cientistas elaboraram
périplos, que eram cartas ou mapas, indicando as costas marítimas, desenhadas por viajantes,
instrumentos valiosos para a navegação da época. O périplo mais famoso é o de Hannon,
elaborado por Eratóstenes, Wilson (2017).

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Segundo Becker (2006), na Grécia Antiga houve grande desenvolvimento do pensamento
humano em diversos assuntos e dentre os filósofos gregos estão vários nomes que contribuíram
com a Geografia: Anaximandro de Mileto fez o primeiro mapa marítimo, Erastósteles calculou
a circunferência da Terra e desenvolveu um sistema de coordenadas com latitudes e
longitudes, Heródoto viajou pelo mundo antigo e descreveu os locais por onde passou, Dicearco
propôs a divisão do planeta em hemisfério norte e hemisfério sul.
2.2. Evolução da Geografia no período romano
Ainda na época clássica, no Ímpério Romano, o pensamento geográfico desenvolveu-se sob
impulso das conquistas do espaço por via militar. Neste contexto, foram elaborados itinerários
(cartas simples, sem escala, representando as terras e principais caminhos concêntricos cidade
de Roma). Tratava-se, pois de mapas concebidos para responder as exigências militares e
comerciais do império. Orientando-se pelos objectivos descritos, os romanos desprezaram os
métodos matemáticos e cartográficos dos gregos que têm na tábua Peutinger um dos exemplos
mais notáveis e cuja cópia se mantém até hoje no museu, Wilson (2017) .
2.3. Evolução da Geografia no período medieval (séculos V-XIV)
No que concerne à Geografia, a época medieval foi marcada por um certo retrocesso, pois a
cartografia perdeu o carácter científico alcançado na idade grega, enquanto o mapa-mundo
passou a ser uma espécie de disco circular, com o nome de mapa T em O onde Jerusalém; o
principal Pólo da cristandade, ocupava o centro e o T separava os três (3) continentes até então
conhecidos: Ásia, África e Europa, Wilson (2017).
Mas a Idade Média registou igualmente alguns progressos como o aumento do horizonte
geográfico graças à expansão árabe a partir do século VIII e a divulgação das obras geográficas
helenísticas-Romanas no vasto império árabe, do Afeganistão ao Atlântico. Por outro lado,
melhorou o conhecimento geográfico e cartográfico movido pelos interesses económicos,
políticos e religiosos dos árabes, Wilson (2017).
Finalmente, a expansão dos árabes e o contacto com os indianos, chineses, resultou em
descrições geográficas de qualidade, particularmente as de Ibn Batuta e Al-Idrisi, dois viajantes
e geógrafos árabes.
Para Wilson (2017), o conhecimento geográfico na Idade Média também se ampliou como
resultado da acção dos normandos, povos vindos do norte da Europa. Grandes aventureiros do
mar, os normandos enfrentaram as difíceis condições do Mar do Norte até alcançar o Atlântico
Norte, a Islândia e a Groenlândia. Estas viagens ampliaram o espaço geográfico conhecido,
apesar do pouco aproveitamento comercial e científico.

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Estes povos dirigiram-se, igualmente, à Ásia, movidos por interesses comerciais e religiosos.
Neste âmbito foram destacados embaixadores para a Mongólia com o objectivo de estabelecer
relações com o grande Khan, chefe Mongol. A primeira viagem ocorreu em 1245, organizada
pelo Papa Inocêncio IV e chefiada por Piar de Carpine em 1252; o rei de França organizou a 2ª
missão comandada por Guilherme Rubruck.
Outra contribuição importante dada pela Geografia na época medieval foram os relatos
descritivos das viagens de Marco Polo (1271-1291), incidindo sobre a cultura, o comércio, os
produtos do solo, desenvolvimento industrial e as rotas a seguir.
Esta obra, conhecida como o livro das maravilhas, contribuiu para o alargamento do
conhecimento do mundo dado que estas viagens permitiram aos europeus conhecer novos
espaços culturais e povos, Wilson (2017).
2.4. Evolução da Geografia na época moderna (séculos XV-XVIII)
Segundo Wilson (2017) , o período que compreende os séculos XV-XVIII marca uma viragem
no desenvolvimento do pensamento geográfico. Há uma espécie de renascer da geografia grega
que ao longo de aproximadamente 10 séculos foi sendo substituída por uma geografia
teocêntrica ou teológica.
Esta importante mudança no pensamento geográfico esteve ligada à influência dos árabes, bem
como às expedições europeias para a Asia, África e América que permitiram Europa o acesso
a novas informações e criaram rupturas no pensamento fechado.
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães contam-se entre os principais
responsáveis dos progressos da Geografia na época moderna.
A acção dos árabes no desenvolvimento do pensamento geográfico consistiu na difusão, na
Europa, de conhecimentos e meios de navegação como a caravela, a bússola, o astrolábio
graduado e os portulanos que tornaram possíveis as viagens e descobertas geográficas.
No que diz respeito ao âmbito de abordagem, a Geografia da idade moderna preocupou-se em
analisar a estrutura da Terra, forma, dimensões, com uma influência de obras clássicas e de uma
geografia de orientação matemática e corográfica, Wilson (2017) .
Segundo Luís (S.D), a constituição da Geografia enquanto saber científico sistematizado e
institucionalizado é fruto de um processo lento que tem por base factores diversos no que se
refere aos fenômenos históricos e estruturais relacionados a determinado grau de
desenvolvimento material das sociedades e às ideias a eles vinculadas, ou seja, o
desenvolvimento da geografia prescinde do desenvolvimento da vida material e do pensamento
filosófico-científico.

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Dessa forma, a geografia moderna, em seu nascedouro, necessitou de uma série de condições
históricas para poder se tornar realidade. Essas condições históricas a que nos referimos dizem
respeito ao processo de transição do Feudalismo para o Capitalismo, Luís (S.D).
2.5. Factores que contribuíram para a erupção da sistematização da Geografia como
ciência
Segundo Luís (S.D), os factores ou pressupostos fundamentais contribuíram para a erupção da
sistematização da Geografia como ciência são:
• O efetivo conhecimento do planeta (alargamento do horizonte geográfico, ampliação do
ecúmeno - áreas da Terra habitadas pelo Homem);
• Acúmulo de informações sobre os diferentes lugares;
• Aperfeiçoamento das técnicas cartográficas;
• Desenvolvimento do conhecimento científico-filosófico.
2.6. As principais correntes do pensamento geográfico
2.6.1. Determinismo geográfico
Segundo Matos (S. D), o determinismo na geografia surgiu primeiramente no século XIX, na
Alemanha, com Friedrich Ratzel. O estudioso acreditava que o meio seria o determinante na
vida do ser humano, em outras palavras, o ser humano reflete apenas o espaço e as
características naturais e fisiográficas do local onde vive.
Na visão do determinismo, o homem é um produto do meio, o que hoje seria visto como uma
visão preconcebida da sociedade. O determinismo surgiu numa época em que o imperialismo
tomava o mundo, Matos (S. D).
Para Morreira (2008), a corrente do determinismo aborda as contribuições das condições
naturais determinantes no comportamento do homem. Pelo fato de Ratzel apoiar suas análises
na visão darwinista, ele procurou entender a difusão dos povos pela superfície terrestre,
problemática que, segundo ele, articularia história, etnologia e geografia em uma mesma
discussão.
Segundo Christopoletti (1985), a interpretação imperialista, o determinismo ambiental fazia
com que as nações em colônias africanas, asiáticas e americanas produzissem um povo
indolente e atrasado tecnologicamente. Assim sendo, a conquista e controle pelas metrópoles
seria uma verdadeira “dádiva” para esses povos, Matos (S. D).
Para Matos (S. D), entre as principais ideias dessa corrente está a teoria do espaço vital, em que
o espaço é determinante e características físicas como relevo, clima, vegetação e hidrografia
são decisivas na formação da sociedade. Ainda que tenha mais de dois séculos, a corrente

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determinista ainda é em muito utilizada pelo senso comum, para generalizar aspectos regionais
e locais de desenvolvimento.
O determinismo influenciou no que podemos chamar de expansionismo, além de fomentar o
imperialismo. Segundo a corrente, a riqueza está no espaço geográfico, o que vai ao encontro
da ideia de que para expandir recursos é preciso conquistar novos territórios.
2.6.2. Possibilismo geográfico
Para Matos (S. D), o possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século
XX, com o pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o Homem (sociedade) consegue adaptar
o meio pela técnica, pelo trabalho. O termo possibilismo foi cunhado pelo historiado Lucien
Febvre como forma de confrontar as ideias do determinismo.
La Blache dedicou-se à ideia de gênero de vida, com base na relação entre sociedade e espaço.
O Homem não era mais um produto do meio , ao contrário era o agente capaz de modificar o
meio através da técnicas, das revoluções tecnológicas e da sua própria ocupação e estilo de vida.
Ou seja, o ser humano consegue transformar o espaço, adaptando o relevo, superando o clima,
modificando o curso dos rios, construindo hidrelétricas, transformando zonas desérticas em
áreas férteis, Moraes (2002).
2.6.3. Fenomenologia ou Geografia humanística
Segundo Matos (S. D), a corrente tem como fundamentos os trabalhos realizados por Yi-Fu
Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph e Mercer e Powell. A fenomenologia é uma corrente
empregada em diversas áreas das ciências humanas e trata-se do estudo da consciência, uma
metodologia filosófica que ganhou espaço em diversas ciências.
São claras as influências de Hegel e do filósofo Edmund Husserl (1859-1939). Sob o olhar da
fenomenologia, a geografia depende da valorização da percepção do indivíduo e do grupo social
na busca de compreender a forma de sentir das pessoas em relação aos seus lugares. É uma
geografia focada nas relações humanas e sociais, onde o lugar, fisicamente falando, recebe
menor atenção, Matos (S. D).
2.6.4. Geopolítica
Entre as maneiras de estruturar o pensamento geográfico, a partir do século XIX ganha destaque
o avanço da geopolítica. Nesse sentido, evidencia-se o teórico da expansão imperialista Halford
Mackinder. Por definição, a geopolítica é uma geografia centrada no poder e na forma com que
ele intervém e influencia o ambiente. Os conceitos de território, ocupação, estratégia,
delimitação, guerra são essenciais nesse sentido, Matos (S. D).

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Mackinder estabeleceu, ainda em 1904, uma divisão do mundo baseada em duas grandes faixas
circulares as quais denominou crescente interior ou marginal e crescente superior ou insular,
tendo como centro aquilo que chamou de Heartland uma região da Ásia central jamais
conquistada por qualquer uma das potências navais imperialistas do seculo XIX.
Segundo Matos (S. D), o método regional é uma corrente que enfatiza a aplicação do princípio
da analogia, isto é, da comparação entre duas situações, locais ou circunstâncias. Também
conhecida por geografia regional, essa corrente busca a separação e segregação de
características conforme áreas específicas, ou regiões. Para entender melhor o espaço e as
interações sociais dentro dele, a comparação e a diferenciação de áreas são elementos
fundamentais,
Essa corrente ganhou maior notoriedade na década de 1940, com Richard Hartshorne e Alfred
Hettner, que defenderam a importância de criar referenciais de análise por meio da comparação
dos lugares a comparação se dá por fatores ambientais e humanos, englobando aspectos
defendidos pelo determinismo e pelo possibilismo ao mesmo tempo, Matos (S. D).
2.6.5. Geografia teorética ou quantitativa
Segundo Matos (S. D), a Geografia quantitativa se caracterizou pelo maior rigor na aplicação
da metodologia científica embasada no neopositivismo, no uso de técnicas de estatística e
matemática, na abordagem sistêmica e no uso de modelos.
Essa teoria considera os números como fundamentais para explicar a sociedade e a natureza e
ainda defende o uso de métodos matemáticos e estatísticos de quantificação dos fenômenos
naturais e sociais para seu melhor entendimento, Matos S. D).
Para Matos (S. D), esta abordagem também ficou conhecida como Nova Geografia quando
surgiu, após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950. Com dados e números, governos
podiam criar e desenvolver indicadores socioeconômicos, bem como de institutos de análise
baseados em recenseamentos para entender melhor a sociedade.
2.6.6. Geografia crítica
Para Matos (S. D), a corrente começou a se consolidar como escola de pensamento a partir da
década de 1970, inicialmente na França, com o advento da obra “Geografia: isso serve, em
primeiro lugar, para fazer a guerra”, de Yves Lacoste. A postura de contracultura dessa
abordagem garantiu o seu sucesso nos anos 1970 e 1980.
Também conhecida como Geografia marxista (ainda que não possua qualquer influência direta
do filósofo alemão), enxerga a sociedade procurando identificar seus problemas, suas
contradições.

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3.0. Conclusão
Durante a realização do trabalho foi possível compreender que a palavra geografia foi criada
pelos gregos, povos que originalmente vão se preocupar com a sistematização desse
conhecimento. Ela começa com as descrições, nas comunidades de tradição oral, das migrações
e das diferenciações dos lugares.
Na Grécia Antiga houve grande desenvolvimento do pensamento humano em diversos assuntos
e dentre os filósofos gregos estão vários nomes que contribuíram com a Geografia:
Anaximandro de Mileto fez o primeiro mapa marítimo, Erastósteles calculou a circunferência
da Terra e desenvolveu um sistema de coordenadas com latitudes e longitudes, Heródoto
viajou pelo mundo antigo e descreveu os locais por onde passou, Dicearco propôs a divisão do
planeta em hemisfério norte e hemisfério sul.
Na época medieval, a Geografia foi marcada por um certo retrocesso, pois a cartografia perdeu
o carácter científico alcançado na idade grega, enquanto o mapa-mundo passou a ser uma
espécie de disco circular, com o nome de mapa T em O onde Jerusalém.
Quanto as correntes geográficas, o determinismo defende que o homem é um produto do meio,
o que hoje seria visto como uma visão preconcebida da sociedade. O determinismo surgiu numa
época em que o imperialismo tomava o mundo.
Por sua vez, o possibilismo geográfico defende que o Homem não era mais um produto do
meio, mas sim, era o agente capaz de modificar o meio através da técnicas, das revoluções
tecnológicas e da sua própria ocupação e estilo de vida.
A Geografia quantitativa se caracterizou pelo maior rigor na aplicação da metodologia científica
embasada no neopositivismo, no uso de técnicas de estatística e matemática, na abordagem
sistêmica e no uso de modelos.

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4.0. Referências Bibliográficas
Becker, E. L. S. (2006). História do pensamento geográfico. Santa Maria: Unifra;
Christopoletti, A. (1985). Perspectivas da Geografia. 2ª ed. São Paulo: DEFEL;
Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho científico. (4 ed.). São
Paulo: Atlas;
Luís, A. A. (S. D). Pensamento geográfico. Beira: ISCED;
Matos, C. A. (S.D). Correntes do pensamento geográfico. Recuperado de:
https://www.coladaweb.com/geografia/correntes-do-pensamento-geografico;
Moraes, A. C. R. (2002). A gênese da Geografia moderna. 2ª ed. São Paulo: HUCITEC;
Moreira, R. (2008). Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica.
São Paulo: Contexto;
Santos, F. K S. e Barbosa, R. S. (2017). A cartografia e as correntes do pensamento
geográfico. Revista de Geografia (Recife) V. 34, No. 3;
Wilson, F. (2017). G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Maputo: Texto Editores;

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