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História Das Sociedades II
História Das Sociedades II
Turma: L
Os prazos da coroa foram inicialmente quer terras conquistadas por aventureiros, soldados e
mercadores de missanga, à testa de exércitos de cativos, quer terras que chefes locais lhes cederam
em troca de saguates ou de ajuda militar contra chefes rivais. Pode-se sustentar que os prazos
nasceram com a penetração portuguesa no vale a partir de 1530.
Portugal ao criar os prazos pretendia criar bases para uma ocupação efectiva de Moçambique
garantindo a montagem da administração colonial. Na realidade, no que respeita aos objectivos
políticos, os Prazeiros passaram a gozar de uma independência quase total, não se subordinando à
Coroa Portuguesa; não promoveram a ocupação efectiva do território á favor da Coroa.
1.2. Objectivos
1.2.1. Geral:
1.2.2. Específicos:
Na visão desse mesmo autor, as técnicas mais importantes da pesquisa bibliográfica são o
levantamento e a seleção bibliográfica, a leitura e o fichário.
Assim utilizou-se dessas técnicas para uma melhor análise da pesquisa. Para o desenvolvimento
do referencial teórico, foram utilizadas fontes através de levantamento bibliográfico, com o
objetivo de discutir teorias e pensamentos dos utores clássicos sobre ética e responsabilidade
social, abordando em livros, revistas, artigos científicos e sites.
Para atingir os objetivos do trabalho, fez-se uma seleção bibliográfica das obras coletadas, que
servirá de base para a leitura. Ao iniciar a leitura, é possível conseguir as informações sobre o tema
da pesquisa
3.Fundamentos Teóricos
Por outras palavras, eram territórios concedidos (dados) pela coroa portuguesa a um indivíduo
“prazeiros” por um período de três gerações aos mercadores portugueses e indianos. O vice-rei
português é que concedia as terras em nome do rei e a concessões eram confirmadas em Lisboa.
Os prazos foram uma unidade política criada pelos Portugueses em território Moçambicano. Eram
terras arrendadas por mercadores a Coroa portuguesa, como intuito de as explorarem
economicamente. O nome prazo veio do conteúdo dos contractos que a coroa fazia com os seus
mercadores. o termo prazo aparece no seculo XVII, quando os Portugueses começaram a receber
do vice-rei da India (em nome do rei de Portugal), por um prazo de tempo (1, 2 ou mais vidas ou
gerações). Aos recebedores de um prazo chama-se prazeiros.
Os prazos da Coroa surgem como propriedades estatais, sujeitas a uma renda anual em ouro e
constituíam uma verdadeira estrutura militar do capital mercantil. Estas unidades políticas
caracterizaram-se cultural e politicamente por assentarem na base de raízes da tradição cultural
africana, adaptadas aos interesses administrativos comerciais da época.
No entanto, só depois de 1618, com a regulamentação da lei sobre concessão de terras, e que a
coroa portuguesa iniciou o processo de reconhecimento dos privilégios e direitos destes primeiros
ocupantes portugueses, passando a designá-los de Prazos da Coroa".
A Coroa portuguesa reconhecia por um prazo determinado a posse da terra ocupada a quem a
legalizasse, qualquer que tivesse sido a forma da sua obtenção. As autoridades portuguesas de
Lisboa, ao instituírem o sistema de prazos, pretendiam implantar a dominação colonial em
Moçambique com o incremento do povoamento branco, numa tentativa de ocupar efectivamente
os territórios coloniais. Cabia ao vice-rei da Índia a atribuição dos prazos e, posteriormente, os
contratos eram confirmados em Lisboa.
A transferência ou ocupação das terras concedidas era feita por via feminina, filha branca do
prazeiro, em troca de uma renda (o foro), caso não eram lhes retirado as terras. Com esta prática a
coroa portuguesa pretendia dar áquelas terras o estatuto de Feudo (que dominava a sua sociedade),
actuando numa espécie de senhor feudal na colónia e com resultado disto, cada um era rei da sua
propriedade e por via não pagavam o foro e não se sentiam subordinados de pagar o tributo.
Portugal ao criar os prazos pretendia criar bases para uma ocupação efectiva de Moçambique
garantindo a montagem da administração colonial.
Neste período era difícil encontrar portugueses interessados em imigrar para África, até que foi
decretada uma lei que absolvia todos os criminosos condenados á morte, com uma condição de
irem civilizar a África e juntarem-se aos soldados, aventureiros, mercadores, ansiosos de se tornar
heróis nacionais e abastados.
Assim estes passaram a gozar de uma independência quase total, não se subordinando à Coroa
Portuguesa; não promoveram a ocupação efectiva do território á favor da Coroa; e no que se refere
aos objectivos ideológicos não espalharam a civilização portuguesa e a cristianização, pelo
contrário africanizaram-se, não podendo cumprir com os objectivos políticos e ideológicos para
que foram criados.
Desta feita se diz que os prazeiros eram lixo-lixo que compunha a maior parte da sociedade
portuguesa. De um modo geral fundamenta-se que os prazos nasceram com a penetração
portuguesa no vale de Zambeze a partir de 1530.
Na prática, a formação dos prazos funcionou apenas em benefício dos prazeiros contra as
pretensões da Coroa portuguesa
3.7.Base Económica
Os prazos tinham como base económico, a pilhagem (roubo) durante a Invasão militar, do
comércio de ouro, do marfim, peles e do tráfico de escravos, configurou a base da economia dos
Prazos até finais do século XVIII e dos escravos mais tarde.
Os camponeses das Mushas tinham a seu cargo a produção material de subsistências canalizadas
parcialmente para a aristocracia prazeira através da relação de produção expressa no mussoco, uma
renda em géneros.
Por via disto, os cativos (escravos) alimentados pelos camponeses é que garantiam a segurança
militar dos Prazos e o livre escoamento dos produtos excedentários dos camponeses. Esses cativos
eram conhecidos por A-chicundas, onde garantiam a defesa dos Prazos, organizavam as operações
de caça aos escravos nos territórios vizinhos e cobravam impostos.
Estes cativos estavam divididos em regimentos chamados Butacas, (herança). Havia dentro dos
Prazos um grupo de mercadores negros especializados designados Mussambazes. Havia ainda uma
espécie de inspectores que residiam junto dos Mambos e Fumos que davam informação regular
aos prazeiros, conhecidos por Chuangas. Havia também um grupo de cativas organizadas em
colectivos de trabalho designados por Ensacas, cujas chefes destas ensacas conhecidas por
Niacodas.
Senhor Prazeiro;
Mambos;
Fumos e;
A-chicundas.
Os prazos estavam divididos em aringas chefiados pelos fumos; no topo piramidal se localizavam
os chuangas, considerados observadores dos prazos; Os chuangas vigiavam o trabalho dos fumos,
dos manbos, e a colecta dos impostos (mussocos). Existia também um exército formado por
mercenários, escravos, e prazeiros pobres (necessitados).
A base ideológica dos prazos foi de aproveitar as práticas mágicas religiosas dos nativos para a
evocação da chuva, muávi e adivinhos, e garantiam a reprodução das relações de produção
vigorante. A morte de um prazeiro gerava a criação ritual de uma situação de caos generalizado.
Estes baseavam-se também na prática de rituais do caos que se chamavam Choriros.
Esses rituais funcionavam como uma espécie para as tensões sociais de perigo. Os prazos sempre
que quisessem efectuar qualquer tipo de negocio ou viagem recorriam ao adivinho, onde eram
consultados e profetizados pelos ciganos, onde estes atiravam sobre a terra alguns cauris invocando
o desejo para se observar no sujeito que os chama.
Fixamos por outro lado que as terras eram doadas, por via feminina, filha branca do prazeiro, em
troca de uma renda (o foro) e desataca-se também que os prazos da coroa tinham como sua
principal actividade económica a agricultura de cerais e o comércio de marfim, este movimento
era constituída por uma sociedade camponesa; as tarefas eram divididas segundo as funções e que
por sua vez os prazos da coroa praticavam rituais e magicas para a evocação de certos desejos em
fim pode se fixar que os prazos da coroa em Moçambique mantiveram o sistema social anterior no
que se refere as unidades políticas onde o poder era centralizado.
Mas a agricultura familiar não produzia as quantidades desejadas, era necessário organizar
plantações. É nessa altura que o governador da província ultramarina Augusto de Castilho, cuja
administração estava desejosa de ter uma base tributária para manter a ocupação do território,
emite em 1886 uma portaria provincial regulando a cobrança do "mussoco" nos Prazos (que tinham
sido "extintos" pela terceira vez seis anos antes), que incluía a obrigatoriedade dos homens válidos
pagarem aquele imposto, se não em produtos, então em trabalho. É dessa forma que começam a
organizar-se as grandes plantações de coqueiros e, mais tarde, de sisal e cana sacarina.
5. Referencia bibliografica
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RODRIGUES, Eugénia, Portugueses e Africanos nos Rios de Sena. Os prazos da Coroa nos
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SORENSEN, M, Dona Theodora e os seus Mozungos, Ndjira, Maputo,1998
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Disponivel in https://www.escolademoz.com/2017/03/os-prazos-da-coroa-
emmocambique.html#:~:text=Os%20prazos%20foram%20uma%20unidade%20pol%C3%ADtic
a%20criada%20pelos,que%20a%20Coroa%20fazia%20com%20os%20seus%20mercadores.
Acesso em 12/05/2020 pelas8h44minutos