Você está na página 1de 12

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Historiografia África - correntes afrocentrista e eurocentrista

Alberto Lucas Feijamo-708221081

Curso: Lincenciatura em Ensino de Historia

Disciplina: Evolução do Pensamento Histórico

Ano de frequencia: 1o ano

Turma: L

Tete, Maio 2024


Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã
do Subtotal
o máxima
tutor
• Capa 0.5
• Índice 0.5
Aspectos • Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais • Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
• Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
• Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
• Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
• Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área
de estudo
• Exploração dos 2.0
dados
Conclusão • Contributos 2.0
teóricos práticos
• Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos paragrafo,
Formatação 1.0
gerais espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA6ª • Rigor e coerência
Bibliográfica edição em das 4.0
s citações citações/referências
e bibliograficas
bibliografica
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
1. Introducao
O presente trabalho com tema a historiografia Africana, reúne uma serie de abordagem no que diz
respeito ao tema em análise. De tal modo que, partindo do pressuposto que uma historiografia é
um conjunto escrito de uma época e historiografia africana como a história da história de África
remeteu-nos a analisar a historiógrafa africana ao longo dos séculos dividindo em épocas para sua
melhor compreensão. Sendo assim, tivemos como objectivo geral; Descrever a historiografia
africana e como objectivos específicos analisar e a historiografia africana e identificar as suas
fases.

1.2. Objectivos
1.2.1. Geral:

Analisar sobre a historiografia África - correntes afrocentrista e eurocentrista

1.2.2. Específicos:

Explicar a tendência das correntes afrocentrista e eurocentrista;

Identificar os pensadores e seus respectivos contributos.


2. Metodologia
Para a análise e compreensão do tema em estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Através
de fontes documentais, com o objetivo de proporcionar uma melhor compreensão do estudo
realizado, houve uma busca de informações a partir de fontes coletadas para o desenvolvimento
da pesquisa.

Leite (2008, p. 47) define a pesquisa bibliográfica:

É a que é realizada do uso de livros e de documentos existentes na Biblioteca. É a pesquisa cujos


dados e informações são coletados em obras já existentes e servem de base para análise e a
interpretação dos mesmos, formando um novo trabalho científico.

Na visão desse mesmo autor, as técnicas mais importantes da pesquisa bibliográfica são o
levantamento e a seleção bibliográfica, a leitura e o fichário.

Assim utilizou-se dessas técnicas para uma melhor análise da pesquisa. Para o desenvolvimento
do referencial teórico, foram utilizadas fontes através de levantamento bibliográfico, com o
objetivo de discutir teorias e pensamentos dos utores clássicos sobre ética e responsabilidade
social, abordando em livros, revistas, artigos científicos e sites.

Para atingir os objetivos do trabalho, fez-se uma seleção bibliográfica das obras coletadas, que
servirá de base para a leitura. Ao iniciar a leitura, é possível conseguir as informações sobre o tema
da pesquisa
3.Fundamentos Teóricos

3.1. Historiografia

Segundo a Enciclopédia Moradora Internacional (1981), “é o conjunto de obras concernente a um


assunto histórico ou produção histórica de uma época”.

A historiografia africana é a história da história de África; a maneira como a história africana é


escrita e interpretada ao longo dos tempos. Ela visa analisar e avaliar as várias fases pelas quais
passou a investigação, o ensino e as formas de abordagem da história de África.

Os primeiros trabalhos sobre a história da África são tão antigos quanto o início da história escrita.
Os historiadores do velho mundo mediterrânico e os da civilização islâmica medieval tomaram
como quadro de referência o conjunto do mundo conhecido, que compreendia uma considerável
porção da África. (KI-ZERBO, 2010).

3.2. Correntes da Historiografia Africana

A historiografia africana comporta as seguintes correntes: Eurocentrista ou eurocentirismo,


Afrocentrista ou Afrocentrismo e Progressista ou Africanista.

3.2.1. Corrente eurocentrista

Eurocentrista é uma corrente racista que defende a superioridade da raça branca sobre a negra e
sustenta que os africanos não têm História antes de estabelecer contactos com os europeus.

Eurocentrista é uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca
sobre a negra. Sustenta que os africanos não tinham história antes de estabelecerem contactos com
os europeus. Afirma que África não é uma parte histórica do mundo. Dentro desse ponto de vista
historiográfico, os povos africanos não possuíam papel de destaque na história da humanidade.
Esse postulado esteve baseado em dois elementos. O primeiro argumento se apoia na ausência, em
grande parte das sociedades subsaariana, da escrita.
O segundo pressuposto é qualificar as sociedades africanas como tradicionais. Com esta concepção
se elaborou a ideia de que a história ocidental explicaria a história africana. Esta foi,
essencialmente, a maneira preponderante de ver a África no século XIX. Sendo esta uma
nomenclatura no qual se pretende classificar a concepção da Europa como impulsionadora dos
processos histórico-sociais africanos

Hegel (1770 -1831) definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia da História, que contém
afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não demonstra nem
mudança nem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de se desenvolver e de receber
uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”. (KI-ZERBO, 2010).

As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento,
nessa época e em particular na Alemanha, de uma nova concepção sobre o trabalho do historiador,
que passava a ser encarado mais como uma actividade científica fundada sobre a análise rigorosa
de fontes originais do que como uma actividade ligada à literatura ou à filosofia.

Tal concepção foi exposta de forma muito precisa pelo professor A. P. Newton, em 1923, numa
conferência diante da Royal African Society de Londres, sobre “A África e a pesquisa histórica”.
Segundo ele, a África não possuía “nenhuma história antes da chegada dos europeus. A história
começa quando o homem se põe a escrever”. (KI-ZERBO: 2010)

3.2.2. Corrente Afrocentrista

A Afrocentrista surge no contexto do nacionalismo africano e é caracterizada por valorizar


excessivamente as relações dos povos africanos. É radical e oposta ao eurocentrismo, recusando a
influência que os povos brancos exerceram sobre a História de África.

A corrente afrocentrista sustenta que as transformações que marcaram as diversas fases da


evolução dos povos africanos não beneficiam das conquistas de outros povos. Para esta corrente,
a História de África conseguiu-se graças ao esforço exclusivo dos africanos sem concorrência de
algum factor positivo ou negativo externo. A corrente Progressista ou africanista, através da
investigação rigorosa e apoiada em métodos científicos, a historiografia progressista apresentou
um passado africano dinâmico. Esta corrente recorreu a todas as fontes disponíveis muito para
além dos documentos escritos.
Surge em reacção à corrente eurocêntrica. Critica radicalmente a colonização, afirmando que
influenciou negativamente a evolução histórica africana. É uma corrente que valoriza
excessivamente as realizações africanas. Recusa influência que os outros povos exerceram sobre
a história de África. Para eles, a história é o que graças ao esforço exclusivo dos africanos, sem
concorrência de nenhum factor externo.

O afrocentrismo defende que se deve interpretar e estudar as culturas não europeias,


nomeadamente a africana, e os seus povos do ponto de vista de sujeitos ou agentes e não como
objectos ou destinatários. Estes não defendem que o mundo seja interpretado sob uma única
perspectiva cultural, como foi o caso do eurocentrismo, mais que seja reconhecida a existência de
uma cultura e a sua avaliação em termo de pensamento e conhecimento através da sua própria
perspectiva, nesse caso, mais concretamente a cultura africana seja analisada, por si, enquanto
sujeito e não através de modelos culturais que por vezes não só a entendem como a desprezam e
desvalorizam. (FARIAS, 2003)

Este ponto de vista da história da África é comumente caracterizado por valorizar as realizações
dos povos africanos como, por exemplo, a importância da produção de ouro na África, quando os
povos africanos participaram intensamente no comércio euro-asiático, influenciando no
renascimento comercial da alta idade média europeia. Do mesmo modo, destacam como a África
contribui decisivamente no desenvolvimento da Revolução Industrial por conta da sua participação
decisiva no processo europeu de acumulação originária do capital. Na época contemporânea se
destacaria a importância dos africanos nas duas Guerras Mundiais. Essa concepção é o extremo
oposto da tese eurocêntrica, pois discorda da teoria de que a Europa influenciou decisivamente a
história da África.

Na contraposição, sustenta que as transformações que marcaram as diversas fases históricas


africanas não foram introduzidas pelas intervenções estrangeiras. Nesta percepção a história da
África é produto do esforço exclusivo dos africanos sem a afluência de fator externo. Esta linha de
abordagem histórica apresenta as sociedades africanas e suas realizações como produtos da sua
autonomia criativa, acrescentando que, ao contrário do que defende os eurocentristas e arabistas,
os povos africanos resistiram às influências das imposições de outros continentes.
Não obstante, a principal ideia dessa vertente historiográfica é aquela que sustenta a tese da África
como matriz da civilização mundial que influenciou decisivamente a historia da humanidade.
Nesse aspecto o afrocentrismo afirma que se a matriz da cultura ocidental é grega, esta tem sua
raiz na África egípcia.

3.3. Principais historiadores africanos desta época

 Samuel Johson (Serra Leoa): A história dos Yorubas;


 Carl Christopher (Gana): A história da Costa de Ouro e de Ashant;
 Joseph Ki-Zerbo (Burkina-Faso): A História de África Negra.
4. Conclusão
Concluiu-se que nos últimos anos a história de África caminhou na à busca de novos métodos,
com vista a alcançar, no seu estudo, zonas não suficientemente exploradas. Os historiadores
africanos, para estudar a História Pré-colonial, a História Africana introduziu o método Analítica
ou seja História Analítica (História de campo, que não depende apenas dos arquivos). O facto de
os arquivos coloniais e pré-coloniais terem criados e mantidos por estrangeiros e incorporando
preconceitos dos seus autores, torna-se ainda mais importante a busca de métodos que libertem a
História dos arquivos. Ao historiador africano impõe-se o recurso a outras fontes não escritas tais
como fontes orais ou materiais.
Referencia bibliografica
Enciclopédia Miradora Internacional. São Paulo 1981
FARIAS, P. F. De Moraes. Afrocentrismo: entre Uma Contranarrativa histórica Universalista e o
Relativismo Cultural. São Paulo. 2003
KI-ZERBO, Joseph. História Geral de África I: metodologias e pré-historia de África. Brasília:
Unesco.

Você também pode gostar