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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E

AUDITORIA DE MOCAMBIQUE

MACROECONOMIA
ANO LECTIVO DE 2024

Modelo Keynesiano Simples de


Determinação do nível de
Produto, Rendimento e
Emprego
Docentes:
Regente: Mestre Drubels Aulino
Dr. Abú Bacar
Mestre Gil Sevene
Mestre Mauro Jorge

Antecedentes
■A Grande Depressão de 1929 veio pôr em causa o
pensamento clássico, pois esta crise caracterizada por elevados níveis de
desemprego;
❑ A taxa de desemprego chegou a ¼ do total da força de trabalho nos E.U.A.; ❑

Baixos níveis produção ( de 1929 a 1932 a produção industrial caiu em cerca de


50% do E.U.A, 40% na Alemanha, 30% na Franca e 10 % na Inglaterra;

■Aescola clássica, defendia que ao longo do tempo o mercado iria ajustar-se, o


salarios iriam baixar e os niveis de desemprego iriam reduzir, entretanto ao
longo do tempo, mesmo com baixos níveis salariais verificado na época, o
desemprego crescia de maneira persistente.

■ Este fenómeno levou com que os economistas duvidassem da tese de


ajustamento automático e do pleno emprego preconizado pelo modelo
clássico, e isso, marcou o início do Keynesianismo e da Macroeconomia
Moderna.

John
Maynard
Keynes (1883-1946)
John Maynard Keynes, economista britânico
nascido em Cambridge em 1883, considerado como
o pai da Teoria Moderna da Macroeconomia.

Keynes tornou-se popular ao publicar a sua obra a
“Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” em
1936, onde dá significativos contributos para a explicação do comportamento dos
agregados macroeconómicos e das possíveis razões da Grande Depressão de
1929 – 1933. Keynes defendeu o papel regulatório do Estado na economia, através
de medidas de politicas económicas para mitigar os efeitos adversos dos
ciclos económicos- recessão, depressão e booms econômicos.
Neste contexto, para melhor perceber o pensamento desenvolvido por Keynes,
iremos analisar o Modelo Keynesiano Simples de Nivel de Produto,
Rendimento e Emprego.

As Hipóteses do
Modelo
■ O objectivo central do modelo é de explicar os determinantes do nível
de actividade económica, em particular os níveis de produto e de
emprego. Este modelo assume as seguintes hipóteses simplificadoras:

1- É conhecida a capacidade produtiva da economia, i.e., são dadas as


condições da oferta de bens e servicos(é dada a fronteira de
possibilidades de produção);
2- Existem recursos desempregados, mão-de-obra e capacidade
produtiva instalada não utilizada;
3- Os preços dos bens e serviços e dos factores produtivos são
rigidos até ao pleno emprego, as empresas estão dispostas a oferecer
qualquer quantidade, até ao limite da sua capacidade instalada, aos
preços em vigor.

Implicações das Hipóteses do Modelo


1- Enquanto houver recursos desempregados os níveis de produto,
rendimento e emprego são determinados pela procura
agregada;
2- A diferença entre o produto efectivo e o produto potencial (o
desemprego), é explicado pela insuficiência da procura agregada;
3- As flutuações no nível de actividade económica, em particular as
flutuações do nível de produto e de emprego, explicam-se
essencialmente pelas variações na procura agregada de bens e
serviços. O Estado terá a responsabilidade de estabilizar a
procura agregada ao nível de procura satisfatória ( o nível de
procura que permite o alcance do pleno emprego de recursos
produtivos);

5
Implicações das Hipóteses do Modelo
4- O

pleno
emprego será uma excepção e não a regra, não se desencadeiam
mecanismos automáticos no mercado que façam a economia a
tender espontaneamente ao nível de pleno emprego;

5- O
modelo não explica a variação dos preços ( a taxa de
inflação);

6-
Ao considerar dados os condicionalismos da oferta de bens e
serviços, o modelo não aborda o problema de crescimento
económico.

Função de Procura Agregada


numa Economia Fechada de 2 Sectores (
Famílias e Empresas)
■ Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das
famílias de bens e serviços de consumo (C) e a procura das
empresas de bens e serviços de investimento (I).

A=C+I

■O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total


(Y).
Yd=Y

■O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de


consumo (C) e em poupança privada (S).

Yd= C+S
7

A Função Consumo
1. A Procura por Consumo (C)- compreende
os planos das famílias no que se refere a aquisição de bens e serviços de
consumo.
Segundo este modelo, a procura por consumo, é explicada pelo
rendimento disponível auferido pelas famílias num determinado
período, (geralmente um ano) e por uma componente autónoma.
C = C + cYd
Onde:

- Consumo autónomo, parte do consumo das famílias que é


C
independente do rendimento disponivel do período. Consumo
determinado por factores exógenos;
c - propensão marginal a consumir, indica quanto varia o consumo por
unidade de variação do rendimento disponível, admite-se que 0<c<1,
devido a lei psicológica de Keynes, segundo a qual quando o
rendimento de uma pessoa aumenta, ele gasta uma parte em consumo e a
outra poupa.
8
Representação Gráfica da Função Consumo

YE
E
45°
Y=A Y

C =C + cYd
9

Função Poupança
■ Poupança das Famílias (S)- será a parcela
do rendimento disponível das famílias que não é usada para o
consumo num determinado período, ou seja, parte do rendimento que
as familias reservam para o futuro.
■ Admite-se que tal como o consumo, a poupança das famílias (S) será
determinada pelo rendimento disponível dum determinado período que
as famílias auferem. Uma vez conhecida a função consumo, a função
poupança será dada por:
(1) =−
S Yd C

(2) Yd Y
=
(3)S Y -C
=
(4)S Y -C S -C (1 ) = − ⇒ = + − cYd c

Y
Onde: −C - Poupança autónoma; poupar
s = (1− c) - propensão marginal a
10

Representação Gráfica da Função Poupança


Y=A
C C =C + cYd

C S = −C +(1−c)Yd 45°
YE
Y
−C

11

Relações entre o Consumo e a Poupança A


representação gráfica das funções de consumo e poupança permite concluir:

■A poupança autónoma é simétrica ao consumo autónomo;

■ A poupança é nula quando o nível de consumo é igual ao nível de


rendimento do período em análise. Para valores em que o consumo
excede o rendimento, a poupanca é negativa, e para valores em que o
consumo é inferior ao rendimento a poupança é positiva;

■ Variações
do rendimento causam variações endógenas da poupanca e
do consumo (movimento ao longo das curvas);

■ Variações
de factores exógenos que afectam a poupança e o consumo
causam deslocamentos das respectivas curvas.

12

Função de Investimento
■ A procura por Investimento (I)-
compreende os planos de investimento das empresas em meios de
produção (equipamentos, maquinaria e infra estruturas) e variação de
stocks.
■ O Investimento (I) – admite-se que o investimento privado realizado pelas
empresas, num determinado período de tempo, não depende do nível de
produto e rendimento do período. Neste caso, as despesas de
investimento, vão depender de muitos outros factores que por
simplificação do modelo, são considerados exógenos.

■A função de investimento é constituída apenas por uma componente


autónoma.

I=I
13

Representação Gráfica da Função de


Investimento
I

I=I
I

14
A
Condição de Equilíbrio do Modelo ■ O modelo estará
em equilíbrio, quando os planos das famílias e das empresas quanto a aquisição
de bens e serviços finais(Procura Agregada =A) coincidirem com os planos de
produção e oferta de bens e serviços das empresas (Oferta Agregada =Y).

■ Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

■ 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)

■ 2-) S (Poupança) = I (Investimento)


15

1-) A=Y
( Procura Agregada = Oferta
Agregada) YA
=
YCI
=+
YC
=++
cYd I
YY=CI−+
c
Y(1 ) = C I − +
c
Y = 1 (1 )
*(C I) +

0
− c
16

E
C
I
A 45°

AE
Graficamente

A=C+I Y=A
+ cYd

A =C +cYd + I C =C

YE

17

2-) S=I (Poupança =Investimento)


■ Outra condição de equilíbrio equivalente pode ser derivada da condição
básica, Y=A. Sabe-se que nesta economia simples, sem governo e nem
sector externo, o processamento do produto nacional gera um fluxo de
remunerações pagas a factores de produção, em que os detentores
são as famílias, e que por sua vez este rendimento é dividido em
despesas de consumo (C) e a parte não consumida em poupança (S).

■ Logo, deriva-se a identidade Rendimento = Produto = Despesas.


Portanto, usando esta identidade teremos o seguinte:

CSYCI
+==+
C S-C Y C I C
+==+−
SI
=
18

45°
A

AE
E

A=C+IC

I
I, S YE
S<I Y=A
S>I C =C + cYd
Y

−C
S<I

YE
Y
S = −C
I +(1−c)Yd S>I
A =C +cYd + I
I=I

19

Resumo do Gráfico
■ Em equilíbrio a poupança planeada é igual ao investimento planeado,
I=S, pois, acima do nível de equilíbrio YE, a poupança excede o
investimento, enquanto que, abaixo de YE, o investimento excede a
poupança.

■ S>I, as firmas estariam a acumular existências, porque estariam a produzir


acima daquilo que é procurado, com isso reduziriam a sua produção até que
a produção planeada = despesa planeada ;
■ S<I, as firmas veriam as suas existências a esgotarem, porque estariam a
produzir abaixo daquilo que é procurado, com isso aumentariam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada.

■ Portanto, aos níveis mais altos ou mais baixos do rendimento


relativamente a demanda agregada, as divergências entre a S
planeada e o I planeado, faz com que as firmas mudem os seus
planos de produção, reduzindo ou aumentando a produção,
conforme é indicado pelas setas no gráfico. Esta variação será até onde a
variação de existências involuntárias são nulas, ou seja, onde S=I.

20
O Efeito Multiplicador
■ O conceito do multiplicador (α) - refere-se ao facto de que o aumento em
1 u.m de uma das componentes das despesas agregadas para além de
aumentar o nível de rendimento no mesmo montante, gera aumentos
induzidos na procura agregada (A) na medida em que as despesas de
consumo aumentam quando o rendimento aumenta. E através da
propensão marginal a consumir (c), uma variação em uma das
componentes das despesas agregadas será dada por:

23
Δ=Δ+Δ+Δ+Δ+
A A c A c A c A 23 c c c
Δ = Δ + + + + A A ..........

(1 .................)
■ O valor da propensão marginal a consumir encontra-se entre 0<c<1, assim
sendo, os termos sucessivos da série vão tornar-se progressivamente
menores. Podemos então simplificar a equação para:

Δ= A
1
1 − c

21

O Efeito Multiplicador: Uma Variação do


Investimento (ΔI)
■ Umavariação do nível de produto devido a uma variação das
despesas de investimento no sentido positivo será dada por:

ΔYo
1
( ) 1- c
*I

■ O multiplicador do investimento privado em uma economia fechada e


sem governo, mede em quanto variará o valor do produto de
equilíbrio quando as despesas de investimento privado variarem
em 1 u.m. Este multiplicador é também chamado de multiplicador das
despesas autónomas agregadas porque é o mesmo para as outras
componentes da Procura Agregada numa economia fechada e sem
governo.
1 (1- c)
α=
22

A
A1 =C + I1 E1
Graficamente ΔI
AE
A =C +cYd + I 1 1
A = C + cYd + I 0 0
E0
+I
0

45°

A0 = C
YE0 YE1
I, S Y

S = −C
+(1−c)Yd I=I
I1 E1
E0

YE1
YE0 ΔI 23

1I = I 0Y
1 0

−C
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):
As variáveis introduzidas pelo governo
■ 1-Despesas Públicas em bens e serviços (G)- constituem uma
componente da procura agregada(A), representam a procura de bens e
servicos finais que o governo efectua no sistema económico com o intuito
de fornecer bens públicos, ou de estimular a actividade económica
rumo ao pleno emprego. Neste modelo, as despesas públicas são
consideradas exogenas, ou seja, são determinadas por decisões do Estado
com base nas suas intenções politicas.

G=G

24

Uma economia de 3 sectores (famílias, empresas e o


governo): As variáveis introduzidas pelo governo
■ 2- Despesas de Transferências (Tr) – constituem uma componente
directa do rendimento disponível das familias (Yd) e uma
componente indirecta da procura agregada (A), representam as
transferências de subsidios que o governo efectua para as familias. Neste
modelo, as despesas de transferencias (Tr) são consideradas
exogenas, ou seja, são determinadas por motivos de ordem politica.

Tr = Tr
■ 3-Os impostos (T) - Os impostos arrecadados pelo governo são
constituídos por uma parte autónoma ( ) e por uma outra parte que
T
varia directamente com o nível de rendimento. O aumento dos impostos
devido ao aumento de uma unidade monetária do nível de rendimento é
denominada por taxa marginal de imposto ou a alíquota fiscal (t). T
= T + tY
25

A Procura Agregada numa economia de 3 sectores


(famílias, empresas e o governo)
■ Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das famílias
por bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens e
serviços de investimento (I) e as despesas publicas em bens e serviços (G)
.
A=C+ I +G
■ O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd =Y −T +Tr ⇒Yd = Y-T−ty +Tr
■O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de consumo
(C) e em poupança privada (S).
Yd =C+ S

26

A Função Consumo (C), a Poupança (S) e o


Investimento (I)
1- A função consumo (C)- a procura para consumo de bens e serviços
finais passa a ser determinada por:
C =C +cYd ⇒C = C+c*(Y −T −ty +Tr)
2- A função poupança (S) – a poupança passa a ser determinada por: S

= −C+(1−c)*Yd ⇒S = -C+(1−c)*(Y −T −ty +Tr)

3- O Investimento privado (I) – o investimento privado continua a ser


determinado por:
I=I

27

O Saldo Orçamental
■O Saldo Orçamental (So)- representa a diferença entre as receitas
arrecadadas pelo governo na colecta de impostos e as despesas efectuadas pelo
governo. O Saldo Orcamental vai depender das politicas de despesas
públicas do governo( despesas públicas em bens e serviços e as
despesas em transferencias) e da estrutura de impostos definida (
impostos autónomos e a taxa marginal de impostos, ou alíquota S oT
G Tr
=−+
fiscal).
()
()
S o T ty G Tr = +

−+

■ Se So>0 – Superavit Orcamental (As receitas arrecadadas pelo governo,


excedem as despesas efectuadas pelo governo);
■ Se So=0 - Equilíbrio do Saldo Orçamental (As receitas arrecadadas pelo
governo, financiam na sua totalidade as despesas efectuadas pelo governo) ■ Se
So<0 - Deficit Orçamental (As despesas efectuadas pelo governo, excedem
as receitas arrecadadas pelo governo).
28

Saldo Orçamental – Representação Gráfica

So

So =T +ty −(G+Tr)

So=0
So>0
0 So<0

T-(G+Tr) Y
29

A Condição de Equilíbrio do Modelo

■ O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de bens


e serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas
(Oferta Agregada =Y).

■ Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

■ 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)


30

A=Y
( Procura Agregada =Oferta
Agregada) Y A
=
YCIG
=++
YC()
=+−+++
c Y T Tr I G
c Y T t y Tr G
Y=C()I
+−−+++
[ ( )]
Y 1 1 = (C I ) − − + + − +

c t cTr cT G

A
1 )−
Y *
0 1 (1 ct
− A
=
31

Graficamen

A
te Y=A
45°

AEA E
A = A+ c(1− t)Y
Y

YE

32
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
■ Partindoda equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y−+++
= ct cTr I G
1 (1 ) − − *( ) C cT

■ Multiplicadorda Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de


uma das componentes das despesas autonomas (C, I e G) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Δ=
Y Δ + Δ + Δ *( )

1 (1 ) − − CGI

ct
■ Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1
u.m. Nas despesas de Transferências do governo para os particulares
levará a um aumento no rendimento nacional igual:
c
Δ=
Y Δ *( )

1 (1 ) − − Tr

ct

33

Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores


■ Multiplicador dos Impostos Autónomos :mostra-nos que um aumento
de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma redução no
rendimento nacional igual a :
c
Δ=−
Y Δ *( )
1 (1 ) − −T
ct

■ Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1


ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem sobre
cY
o rendimento (t) levará a uma redução no rendimento nacional YΔ
Δ= 0
*( ) t

1 (1 ) − −
ct
1
34

Instrumentos de Política Orçamental


■ Keynes defendia que o nível de produto de equilíbrio na economia é
determinado pelo nível de procura agregada (AD), e somente em
condições especiais é que a economia se equilibra no nível de
produto de pleno emprego, sendo regra geral, o equilíbrio acontecer
em níveis abaixo do pleno emprego.

■ Segundo Keynes, esta constatação é justificada pelo facto de não se


desencadearem mecanismos automáticos que façam tender a
economia expontaneamente ao nível de pleno emprego. Deste
modo, o sistema de mercado falha em garantir o equilíbrio de pleno
emprego da economia, justificando-se assim, a intervenção do
Estado na economia para garantir o alcance do equilíbrio de pleno
emprego.

■ De acordo com o modelo de Keynes, o Estado tem a sua disposição


diversos instrumentos de política orçamental para afectar o nível da
economia através dos seus efeitos sobre o nível de procura agregada.

35

Instrumentos de Politica Orçamental:


Aumento das Despesas Públicas em Bens e
Serviços (G)
■ As despesas públicas em bens e serviços (G) constituem uma das
componentes das despesas autónomas (Ā). Para estimular a actividade
económica, em caso de insuficiencia da procura agregada (A), o
governo pode aumentar as suas despesas em bens e serviços.
■ Destemodo, uma variação positiva das despesas públicas em bens e serviços,
vai gerar um aumento do produto em:

1
Δ=*
Y Δ 1 (1 ) c t
−− G

36

A0

A
A1 Grafica
mente
= A1 + c(1− t)Y
Y=A
ΔG 45° = A0 + c(1−t)Y
E1
E0

A1 A0
YE1
Y

YE0

37

Instrumentos de Politica Orçamental: Aumento das


Despesas em Transferências (Tr)
■ As Despesas Públicas em Transferências (Tr) para as familias afectam
directamenta o rendimento disponivel (Yd) das familias e indirectamente
a procura autonoma (Ā) de bens e serviços de consumo.
■ Para estimular a actividade económica, o governo pode recorrer a um
aumento das despesas de transferência (Tr), em caso de insuficiência
da procura agregada (A). O efeito é semelhante ao do aumento das
despesas públicas em bens e serviços (G), no entanto, o aumento das
despesas públicas em transferências para as familias, gera um aumento
menor do nível de produto do que o do aumento de das despesas
publicas em bens e servicos, pelo facto de as transferências influenciarem
indirectamente a procura autonóma (Ā).
■ Deste
modo, uma variação positiva das despesas em transferências, vai gerar
um aumento do produto em:
c
Δ=
Y Δ *( )
1 (1 ) − − Tr
ct
38

nte
Y=A
1 A1 A0
A E ΔTr

E0

A1 = A1 + c(1− t)Y
A0 = A0 + c(1−t)Y
45°

Graficame YE0 YE1 Y


39

Instrumentos de Politica Orçamental:


Redução dos Impostos Autónomos
■ Se o governo pretender estimular a actividade económica, através de uma
redução dos impostos autonomos( ), o efeito final será semelhante
T
ao efeito de uma aumento das despesas em transferências para as
famílias (Tr).

■ Destemodo, uma variação negativa dos impostos autónomos, vai gerar


um aumento do produto em:
c

Δ=−
Y −Δ *( )

1 (1 ) − c t
T

40

A0

A
Graficam
ente 45°
= A1 + c(1− t)Y
Y=A
1 = A0 + c(1−t)Y
E ΔT<0
A1
A1
A0 E0
Y

YE0 YE1

41

Instrumentos de Politica Orçamental:


Redução da taxa marginal de
imposto(t)
■ Se o governo pretender estimular a actividade económica, de modo a
reduzir a insuficiencia da procura agregada (A), pode, reduzir a
taxa marginal de impostos (t). Uma redução da taxa marginal de
impostos vai aumentar o rendimento disponível (Yd) das familias
e consequentemente as despesas de consumo (C), aumento da
produção e o rendimento.

■ Deste
modo, uma variação negativa da taxa marginal impostos, vai gerar
um aumento do produto em:
cY
Y −Δ
Δ= 0
*( ) t

1 (1 ) − −
ct
1

42
Y=A

A
Grafica = A0 + c(1− t
1
A1
mente )Y
1
E Δt<0 0
)Y
E0 A0
= A0 +
45° c(1−t
A0
Y

YE0 YE1

43

Uma economia de 4
sectores (famílias,
empresas, o governo e o sector externo): As variáveis
introduzidas pelo sector externo
■ As Exportações (X) - Vamos considerar que o nível de exportações é uma
variável exógena no modelo, e que tem efeitos positivos sobre o nível de
rendimento da economia, uma vez que os empresários para atender a
procura externa fazem uso dos factores de produção, de modo que um
aumento das exportações geram um aumento do nível de emprego e do
rendimento
nacional;

X=X
■ As Importações (M) - As importações no entanto representam uma saída
de recursos do país, pois os importadores para pagar os bens e serviços
comprados no exterior pagam com parte do rendimento de que dispõe,
aumentando o emprego e o rendimento dos países dos quais são
importados os bens e serviços. As importações vão depender das
importações autónomas e das importações que dependem do nível de
rendimento.
M = M +mY
44

A Função de Procura Agregada numa Economia de 4


Sectores
■ Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das famílias
de bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens e serviços
de investimento (I), as despesas publicas em bens e serviços (G) e o saldo
das transacções efectuadas com o resto do mundo (X-M).
ACIGXM
=+++−
()
A C I G X M mY
=+++−−
()
■ O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd =Y −T +Tr ⇒Yd = Y-T−ty +Tr
■Orendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de consumo
(C) e em poupança privada (S).
Yd =C+ S
■Oresto das variáveis permanece igual, com as variáveis da economia de 3
sectores
45

A
Condição de Equilíbrio do Modelo
■ O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de bens e
serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas (Oferta
Agregada =Y).
■ Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

■ 1-) A ( Procura Agregada) =Y( Oferta Agregada)

46

A=Y
( Procura Agregada =Oferta
Agregada) Y C I G ( X- M)
YA
=
=+++
Y C ( ) ( ) = + − + + + + − − c Y T Tr I G X
M mY

c Y T t Y Tr G X M mY Y = C ( ) I
+−−++++−−[()]
Y 1 1 = (C I ) − − + + + − + + −

c t m cTr cT G X M


A
= ) ct
Y *
1 −− m
0 A
1 (1 +

47

Graficamente Y=A

A = A+[c(1−t) +m]Y
AE

A
45°

Y
E YE

48
Os
Multiplicadores no modelo de 4 sectores ■ Partindo da equação
do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os multiplicadores:
1
Y−++++−
= ctm GXM
1 (1 ) *( ) C cT cTr I
−−+
■ Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de uma
das componentes das despesas autónomas (C, I , G, X e M) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Δ=
Y Δ + Δ + Δ + Δ − Δ *( )

1 (1 ) ctm
−−+ CGIXM
■ Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1 u.m.
Nas despesas de Transferências do governo para os particulares levará a um
aumento no rendimento nacional igual:
c
Δ=
Y Δ *( )

1 (1 ) ctm
−−+ Tr

49

Os
multiplicadores no modelo de 4 sectores
■ Multiplicador dos Impostos Autônomos :mostra-nos que um aumento de
1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma redução no
rendimento nacional igual a :
c
Δ=−
Y Δ *( )
1 (1 ) ctm
−−+ T
■ Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem
sobre a renda(t) levará a uma redução no rendimento nacional

cY

Δ= 0
*( ) t

1 (1 )
−−+
ctm1

50

FIM


Considerações Finais
51

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