Cap 02 - Mercado de Bens

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1.

COMPOSIÇÃO DO PIB E PROCURA

2. FUNÇÃO CONSUMO

3. GASTOS E IMPOSTOS

4. O EQUILIBRIO

5. O OUTRO EQUILIBRIO

6. SALDO ORÇAMENTAL
1. COMPOSIÇÃO DO PIB E PROCURA

• Consumo Privado (C): São os bens e serviços adquiridos directamente pelos consumidores residentes;

• Investimento (I): Dívidi-se em formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é toda a despesa em aumentos de maquinaria, edifícios e
outros capitias produtivios; Variação das existências que é a variação dos bens que se encontram armazenados e ainda não vendidos;

• Gastos Públicos (G): é a despesa feita pelas administrações públicas em produtos, essencialmente serviços, que fornecem gratuitamente
ou quase sem custos bens como educação, policiamento, estradas, recolha de lixo e etc.

• Exportações (X): é a despesa feita pelos não residentes em bens e serviços vendidos por residentes;

• Importações (IM): Despesas que os residentes fazem em bens e serviços vendidos no resto do mundo.

Daqui vem procura interna, que é a soma de C, G e I. E a procura externa que é X. A procura agregada, ou global é a soma de C+G+I+X. Parte
da procura global é composta por importações e não por bens produzidos internamente. Assim, a despesa total interna é igual a procura
global menos a importações. Logo, PIB=Z=C+G+I+X-IM.

• As economias podem ser fechadas ou abertas, no caso de a economia ser fechada, a PIB=D=C+G+I, e no caso de ser aberta será
PIB=D=C+G+I+X-IM.
2. FUNÇÃO CONSUMO (C)

 As decisões de consumo dependem de muitos fatores. O principal é o rendimento ou, mais precisamente, o rendimento disponível (Yd),
que é o rendimento que resta depois que os consumidores receberam transferências do governo e pagaram seus impostos. Quando a
renda disponível sobe, as pessoas compram mais bens; quando diminui, compram menos.

 Esse é um modo formal de afirmar que o consumo (C) é uma função do rendimento disponível (Yd). John Keynes deu os primeiro insights
para definição da função consumo, tendo dito que o rendimento aumenta mais do que proporcional ao aumento do consumo, por
psicologia, quando o rendimento aumenta, as pessoas não consomem na mesma proporção. Para além do consumo depender do
rendimento disponível, o consumo depende também de uma parte do rendimento autónoma que permite o consumidor consumir alguma
quantidade de bens e serviços, ou seja, mesmo sem Yd, há sempre um nível de consumo. Desse modo podemos escrever função
consumo como sendo: C = C0+ cYd.

 A relação entre consumo e rendimento disponível é então caracterizada por dois parâmetros, C0 e c: c é chamado de propensão a
consumir ou propensão marginal a consumir. O parâmetro c mostra o efeito de um dólar adicional de rendimento disponível sobre o
consumo. Se c for igual a 0,6, então um dólar adicional de rendimento disponível aumentará o consumo em US$ 1 × 0,6 = US$ 0,60. Uma
restrição natural sobre c é que ele seja positivo. Um aumento da rendimento disponível provavelmente leva a um aumento do consumo.
Outra restrição natural é que c seja menor do que um.

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2. FUNÇÃO CONSUMO (C)

• As pessoas provavelmente consomem apenas uma parte de qualquer aumento da rendimento disponível e poupam o restante. O
parâmetro C0 tem uma interpretação simples. É o que as pessoas consumiriam se seu rendimento disponível no ano corrente fosse
igual a zero: se Yd for igual a zero na equação acima, então C = C0 . Uma restrição natural é que, se a renda corrente for igual a zero, o
consumo ainda será positivo: com ou sem renda, as pessoas ainda precisam comer! Isso implica que C0 é positivo. Como as pessoas
podem ter um consumo positivo se sua renda é igual a zero? Resposta: elas desinvestem: consomem ou vendendo alguns de seus ativos
ou contraindo algum empréstimo.

• INVESTIMENTO (I) Os modelos têm dois tipos de variáveis. Algumas delas dependem de
outras variáveis do modelo e, portanto, são explicadas dentro do modelo. Essas
variáveis são chamadas de endógenas. Esse era o caso do consumo visto
anteriormente. Outras variáveis não são explicadas dentro do modelo, mas tomadas
como dadas. Essas variáveis são chamadas de exógenas. É assim que trataremos o
investimento aqui. I = I

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3. GASTOS DO GOVERNO (G)

• O terceiro componente da procura em nosso modelo são os gastos do governo, G. Junto com os impostos T, G descreve a política fiscal
ou orçamental — a escolha de impostos e gastos pelo governo. Exatamente como acabamos de fazer para o investimento, tomaremos G
e T como variáveis exógenas. Mas o motivo pelo qual supomos que G e T são exógenas é diferente do motivo pelo qual supusemos que o
investimento é exógeno.

DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO

Em equilíbrio 𝒀 = 𝑫, 𝐈 = 𝑺

Modelo Estrutural com presença do estado na economia

𝐷 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺; 𝑇𝑅 = 𝑇𝑅;

𝐶 = 𝐶 + 𝑐𝑌𝑑; 𝐼 = 𝐼;

𝑌𝑑 = 𝑌 − 𝑇 + 𝑇𝑅; 𝐺 = 𝐺;

𝑇 = 𝑇 + 𝑡𝑇; 𝑌=𝐷

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4. EQUILIBRIO

Modelo na fórmula reduzida

𝐶 − 𝑐 𝑇 + 𝑐𝑇𝑅 + 𝐼 + 𝐺
𝑌=
1 − 𝑐(1 − 𝑡)

𝐴
𝑌=
1 − 𝑐(1 − 𝑡)

• Em que á é geralmente designado por despesa autónoma.

Multiplicadores

𝜕𝑌 𝜕𝑌 𝜕𝑌 1
= = =
𝜕𝐼 𝜕𝐺 𝜕𝐶 1 − 𝑐(1 − 𝑡)

• O multiplicador do I, G e C são iguais e inferiores ao modelos sem estado porque a uma fuga adicional ao rendimento gerado na
produção: uma parte vai para os impostos que são cobrados pelo estado.

𝜕𝑌 −𝑐
= O multiplicador das transferências e dos impostos são simétricos e iguais:
𝜕𝑇 1 − 𝑐(1 − 𝑡)

𝜕𝑌 𝑐
=
𝜕𝑇𝑅 1 − 𝑐(1 − 𝑡) 6
4. EQUILIBRIO

• O multiplicador dos gastos é superior ao multiplicador das transferências:

𝜕𝑌 1 𝜕𝑌 𝑐
= > =
𝜕𝐺 1 − 𝑐(1 − 𝑡) 𝜕𝑇𝑅 1 − 𝑐(1 − 𝑡)

• A razão deve-se que, quando o Estado aumenta os seus gastos, a produção e o rendimento nacional aumentam imediatamente. Quando
as transferências são aumentadas não existe um aumento imediato na produção, mas sim do rendimento disponível dos particulares..
Esse acréscimo de rendimento disponível dá lugar a aumento de consumo mas com impactos desfasados no rendimento e na produção.

O CONCEITO DE MULTIPLICADOR:

• O multiplicador é a soma de todos os aumentos sucessivos na produção.

• A produção depende da demanda, que depende da renda, que é igual à produção. Um aumento da demanda, como um aumento dos
gastos do governo, leva a um aumento da produção e a um aumento correspondente da renda. Esse aumento da renda leva a um
aumento adicional da demanda, que leva a um aumento adicional da produção, e assim por diante. O resultado final é um aumento do
produto maior do que o deslocamento inicial da demanda, por um fator igual ao multiplicador.

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5. O OUTRO EQUILIBRIO

• Um modo alternativo, embora equivalente, de pensar sobre o equilíbrio é em termos de investimento e poupança. Foi assim que John
Maynard Keynes articulou pela primeira vez seu modelo em 1936, em A teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. Vamos começar
examinando a poupança. Poupança é a soma da poupança privada e da poupança pública.

• Por definição, poupança privada (S), a poupança dos consumidores, é igual à sua renda disponível menos seu consumo:

𝑆 = 𝑌𝑑 − 𝐶

• Usando a definição de renda disponível, podemos reescrever a poupança privada como renda menos impostos menos consumo:

𝑆 =𝑌−𝑇−𝐶

• Por definição, poupança pública (ou poupança do governo) é igual a impostos (líquidos de transferências) menos gastos do governo, T −
G. Se os impostos excedem os gastos do governo, o governo apresenta um superávit orçamentário, logo, a poupança pública é positiva.
Se os impostos são inferiores aos gastos do governo, o governo apresenta um déficit orçamentário, logo, a poupança pública é negativa.
Como:

𝑌 =𝐶+𝐼+𝐺

Subtraindo T nos dois lado e passando o consumo para outro lado temos:

𝑌 − 𝑇 − 𝐶 = 𝐼 + 𝐺 − 𝑇 implicada que 𝑌 − 𝑇 − 𝐶 = 𝑆, logo

S=𝐼+𝐺−𝑇
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𝑌 =𝐶+𝐼+𝐺
5. O OUTRO EQUILIBRIO

Subtraindo T nos dois lado e passando o consumo para outro lado temos:

𝑌 − 𝑇 − 𝐶 = 𝐼 + 𝐺 − 𝑇 implicada que 𝑌 − 𝑇 − 𝐶 = 𝑆, logo

S=𝐼+𝐺−𝑇

I = 𝑆 + (𝐺 − 𝑇)

• No lado esquerdo está o investimento. No lado direito está a poupança — a soma da poupança privada e da poupança pública.

• A equação nos dá outra forma de pensar no equilíbrio do mercado de bens. Ela diz que o equilíbrio do mercado de bens requer que o
investimento seja igual à poupança — a soma das poupanças privada e pública. Essa maneira de examinar o equilíbrio explica por que a
condição de equilíbrio para o mercado de bens é chamada de relação IS (que representa ‘investimento é igual à poupança’ — dos termos
em inglês Investment e Saving). O que as empresas desejam investir deve ser igual ao que as pessoas e o governo desejam poupar

• Resumindo, há duas formas equivalentes de apresentar a condição de equilíbrio do mercado de bens

Despesa=produção

Poupança=Investimento

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5. O OUTRO EQUILIBRIO

• Note, em primeiro lugar, que as decisões de consumo e de poupança são iguais. Dada sua renda disponível, uma vez que os
consumidores tenham escolhido o consumo, sua poupança está determinada, e vice-versa. A forma como especificamos o
comportamento do consumo implica que a poupança privada seja dada por:

S = 𝑌 − 𝑇 − 𝐶 → S = 𝑌 − 𝑇 − 𝐶 − 𝑐 𝑌 − 𝑇 → S = −𝐶 + (1 − 𝑐) 𝑌 − 𝑇

• Assim chamamos c como propensão marginal a consumir e (1-c) como propensão marginal a poupar. A propensão a poupar nos diz
quanto de uma unidade adicional de renda as pessoas poupam. . A poupança privada aumenta com a renda disponível, mas em menos de
um dólar para cada dólar adicional de renda disponível, logo (1-c) também varia entre 0 e 1.

• No equilíbrio, o investimento deve ser igual à poupança, a soma das poupanças privado e pública. Substituindo a poupança privada na
equação:

𝐼 = −𝐶 + 1 − 𝑐 𝑌 − 𝑇 + 𝑇 − 𝐺

Resolvendo temos:

1
𝑌= 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 − 𝑐𝑇
1−𝑐

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6. SALDO ORÇAMENTAL

• O saldo orçamental é igual a diferença entre recetitas públicas e despesas e sua expressão é:

SO = 𝑇 − 𝐺 − 𝑇𝑅 = 𝑇 + 𝑡𝑌 − 𝐺 − 𝑇𝑅

• A inclinação da reta é a taxa marginal de imposto t. O aumento


dos gastos e das transferências, ou a diminuição dos impostos
autónomos provocam deslocações paralelas da reta para baixo e
para direita; e diminuições dos gastos e das transferências, ou
aumentos dos impostos autónomos, provocam deslocações
paralelas da reta para cima e para esquerda.

• Um aumento em G provoca uma diminuição ou aumento no Saldo


orçamental? A primeira vista provoca uma diminuição por que as
despesas do Estado aumentam. Mas como os gastos aumentam a
procura e consequentemente o rendimento havendo por isso
efeitos multiplicadores, e com isso aumento de receitas de
impostos, o efeito global do aumento dos gastos não é tão obvio.

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6. SALDO ORÇAMENTAL

• O saldo orçamental é igual a diferença entre receitas públicas e despesas e sua expressão é:

• SO = 𝑇 − 𝐺 − 𝑇𝑅 = 𝑇 + 𝑡𝑌 − 𝐺 − 𝑇𝑅

𝜕𝑆𝑂 𝜕𝑌
• =𝑡 −1
𝜕𝐺 𝜕𝐺

• Sabendo que:

𝜕𝑆𝑂 1
• =
𝜕𝐺 1−𝑐(1−𝑡)

𝜕𝑆𝑂 1
• =𝑡 −1
𝜕𝐺 1−𝑐(1−𝑡)

• Como o denominador é positivo e numerador é negativo. Conclui-se que o aumento dos gastos públicos tem efeito inequívoco de
diminuição do saldo orçamental.

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