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PONTO 2
FONTES (TEORIA GERAL)

1. CLASSIFICAÇÃO

Os doutrinadores têm sido unânimes na apresentação da imagem do curso de água


para distinguir as fontes materiais das fontes formais. Observam eles que, se
seguirmos um curso de água, encontraremos a sua nascente, que é a sua fonte, isto é,
o local onde surge a água. Esta é a fonte formal. Todavia, existem diversos outros
fatores (ex.: composição do solo, pluviosidade etc.) que fizeram com que a água
surgisse naquela região. Estes elementos que provocam o aparecimento das fontes
formais são denominados de fontes materiais (Celso de A. Mello 1).

A. FONTES MATERIAIS

B. FONTES FORMAIS

2. CONCEITO

Quando [...] se fala em fontes do direito internacional, o que temos em vista são os
modos de formação ou manifestação desse direito, ou os modos de sua realização, e
dos quais dimanam diretamente os direitos e as obrigações das pessoas
internacionais (ACCIOLY2).

3. ROL DAS FONTES FORMAIS CLÁSSICAS OU PRIMÁRIAS

Artigo 38 - 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional


as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o
direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas
mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das
regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex
aequo et bono, se as partes com isto concordarem.

1
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. Rio de janeiro: Renovar,
v. 1, 1994. p. 167.
2
ACCIOLY, Hildebrando. Tratado de Direito Internacional Público. Ed Quartier Latin. V. I. 2009. P. 62
2

(32º Exame de Ordem/OAB-RJ) - De acordo com o art. 38 do Estatuto da Corte


Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções internacionais:
(A) O Costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar.
(B) O Costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções
das organizações internacionais.
(C) O costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais,
decisões judiciárias e a doutrina.
(D) O costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de
forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes
concordarem.

O Estudo das fontes de DIP pode ser dividido em:

FONTES Tratados
CLÁSSICAS Costumes
(ART. 38, ECIJ) Princípios

MEIOS AUXILIARES Doutrina


(ART. 38, ECIJ) Jurisprudência
FONTES
FORMAS DE Equidade (Art. 38, EICJ)
INTEGRAÇÃO Analogia

FONTES Atos Unilaterais


CONTEMPORÂNEAS Resoluções das OIs
Jus Cogens

DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA ANALOGIA E EQUIDADE

A. NATUREZA DO ROL

B. CARACTERÍSTICA

a) Regra Geral

b) Exceção
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O Jus cogens possui força jurídica superior a qualquer outro princípio ou preceito de
Direito Internacional3.
[...] Para o direito internacional, as normas consideradas como Jus cogens adquirem
uma hierarquia superior a qualquer outra norma ou princípio, independentemente de
sua origem4.
Um dos traços mais marcantes da evolução do Direito Internacional
contemporâneo foi, sem dúvida, a consagração definitiva do ius cogens no
topo da hierarquia das fontes do Direito Internacional5.

3
MIRANDA, Jorge. Curso de Direito Internacional Público. 4ª Ed. Rio de Janeiro. Ed. Forense. 2009. P. 110.
4
FINKELSTEIN, Claudio. Hierarquia das Normas no Direito Internacional: Jus cogens e
Metaconstitucionalismo. Ed. Saraiva. São Paulo. 2013. P. 199.
5
PEREIRA, André Gonçalves e QUADROS, Fausto. Manual de Direito Internacional Público. Lisboa,
Ed. Almedina. 2016. P. 277.

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