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2.

2 Fontes
Segundo ACCIOLY (2002, p.24 e 25), por fontes do DI entendemos os
documentos ou pronunciamentos dos quais emanam direitos e deveres
das pessoas internacionais, configurando os modos formais de
constatação do Direito Internacional. Convém destacar o artigo 38 do
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, que trás uma relação das
fontes:
a) AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS, quer gerais, quer
especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos
Estados litigantes;
b) O COSTUME INTERNACIONAL, como prova de prática geral
aceita como sendo expressao de direito;
c) OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO, reconhecidos pelas
nações civilizadas;
d) E, EXCEPCIONALMENTE, AS DECISÕES JUDICIÁRIAS E A
DOUTRINA DOS PUBLICISTAS MAIS QUALIFICADOS.
2.3 Usos e costumes
Para AMARAL (2014), o chamado direito costumeiro ou
consuetudinário é uma das importantes fontes do Direito Internacional.
Os usos comerciais derivam da adopção voluntária e repetida dos
mesmos procedimentos por parte da generalidade dos operadores
comerciais económicos.
Inúmeras organizações representativas das comunidades comerciais
dedicam-se ao trabalho de uniformizar os procedimentos comerciais,
elaborando ordenamentos, que incorporam com a mesma eficácia da
normatividade formal, como é o caso, entre outros dos Incoterms, das
Regras Uniformes sobre Garantias Contratuais e dos Créditos
Documentários.
Tratados (art. 38, “a”, ECIJ): formalmente, não é hierarquicamente
superior ao Costume, mas, na prática, são as principais fontes do DIP e
as mais aplicadas. Já que trazem maior segurança jurídica para as
Relações Internacionais.

Costumes (art. 38, “b”, ECIJ): São actos ou praticas reiterados dos
Estados durante certo período de tempo, versando um assunto da mesma
forma.

“O costume internacional, também denominado “usos e costumes


internacionais” “prática internacional” ou ainda “Direito internacional
não escrito” ( jus non scriptum” ) ou Direito Internacional Geral ou
Direito Internacional Comum ou ainda Direito Internacional
Consuetudinário, consiste numa das mais importantes fontes do Direito
Internacional Público, ainda nos dias correntes, dada a ausência de um
centro unificado de produção de normas jurídicas nas relações
internacionais.”
Princípios Gerais do Direito (art. 38, “c”, ECIJ): São princípios
gerais comuns à ordem interna e internacional que têm a finalidade de
preencher lacunas do Direito, como elemento subsidiário para as
decisões da Corte Internacional de Justiça. Estão, em sua maioria,
positivados nos tratados. Mas podemos citar dentre eles o
pactasuntservanda, a boa-fé, o respeito à coisa julgada, abstenção de
recorrer a ameaça ou o uso da forca, cooperação, igualdade de Direitos.

Secundarias ou auxiliares
Jurisprudência e Doutrina: Não são normas de expressão de Direito,
mas instrumentos úteis ao seu correcto entendimento e aplicação,
objectivando uma boa interpretação da norma internacional.” (Silva)

Equidade e Analogia: Não são propriamente fontes de direito, mas


métodos de raciocínio jurídico, utilizados quando há lacunas nas normas
ou inexistência de normas que disciplinem o assunto. Não são
obrigatórias e são pouco utilizadas.” (Silva)
Actos unilaterais do Estado: criam direitos a outros Estados e
obrigações a ele próprio. Manifestações de vontade de um sujeito de
Direito Internacional, encaminhada para produzir um efeito
internacional (criação, modificação ou extinção de uma relação jurídica),
feita por órgão estatal devidamente autorizado para tal, declarando-se de
maneira expressa (Protesto – não aceita - e Renúncia/reconhecimento –
aceita) ou tácita. Deve ser público e representar a intenção do Estado que
o elabora em se obrigar.
Decisões de Organizações Internacionais: as Organizações
Internacionais podem criar actos internacionais, tais como decisões,
resoluções, directrizes, directivas, recomendações, gerando obrigações
aos países a elas vinculadas.São normas originárias de uma Organização
Internacional, que se tornam obrigatórias para os seus Estados-membros,
independentemente de sua ratificação.” (Silva).

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