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CAPÍTULO III - IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO DOS PADRÕES

ALTERADOS DE MOVIMENTO
1) Introdução
2) Bases Neurofisiológicas do Movimento Humano
• Introdução
• Sistema Sensitivo
• Técnicas Proprioceptivas
• Baixo impacto
• Médio impacto
• Alto impacto
3) Bases Biomecânicas e Cinesiológicas do Sistema Musculoesquelético
• Conceitos e definições
• Estabilidade articular
• Alavancas anatômicas e vantagem mecânica
• Osteocinemática x Artocinemática
• Força Muscular e suas implicações no desempenho artromuscular
4) Síndromes Musculoesqueléticas
• Síndromes de Desbalanceamento Muscular
• Síndrome pélvica cruzada
• Síndrome de adução de quadril
• Síndrome cruzada de ombros
• Síndrome das camadas
• Princípios gerais para recuperação dos desbalanceamentos musculares
• Síndromes de Disfunção Motora
• A Stiffness
• As Rotas Miofasciais
• Linha Superficial Posterior
• Linha Superficial Anterior
• Linha Lateral
• Linha Espiral
• Linha Profunda Anterior
• Linhas dos Membros Superiores
• Linha Superficial Anterior do Braço
• Linha Profunda Anterior do Braço
• Linha Superficial Posterior do Braço
• Linha Profunda Posterior do Braço
• Linhas Funcionais
• Linha Funcional Posterior
• Linha Funcional Anterior
5) Os Padrões Alterados de Movimento das Escápulas
• Padrão de alinhamento normal
• Depressão escapular
• Protusão ou abdução escapular
• Adução escapular
• Tilt escapular ou inclinação anterior da escápula
• Rotação interna da escápula
• Rotação externa da escápula
• Alamento escapular
6) Alterações Umerais
• O manguito rotador
• Ações sobre o Úmero
• Ações durante na Artrocinemática Glenoumeral
• Padrões de alinhamento normal
• Slide anterior do úmero ou anteriorização da cabeça umeral
7) Alterações da Coluna Vertebral
• Padrão de alinhamento normal
• Padrões alterados no plano sagital
• Hiperlordose lombrar
• Retificação lombar
• Hipercifose torácica
• Retificação torácica
• Alterações da coluna cervical
• Padrões alterados no plano frontal

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• A escoliose
8) Alterações da Cintura Pélvica e do Quadril
• Padrão de alinhamento normal
• Anteroversão da pelve
• Retroversão da pelve
• Inclinação lateral
• Rotação lateral
• Torção pélvica
9) Alteração do Fêmur
• Ângulo de Inclinação
• Ângulo de Torção
• Slide anterior da cabeça femoral
10) Alterações dos Joelhos
• Mecânica funcional e artrocinemática do joelho
• Geno valgo
• Geno varo
• Geno recurvatum
11) Alterações dos Pés
• Pé plano
• Pé cavo
• Pé varo
• Pé valgo

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CAPÍTULO III - IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO DE PADRÕES
ALTERADOS DE MOVIMENTO

1) INTRODUÇÃO
Pagamos um alto preço por termos adotado uma postura bípede, onde temos de nos
sustentar sobre uma base de equilíbrio relativamente estreita (os pés), e ainda à mercê das
tentações de conforto da modernidade que tanto conspiram contra nossa boa postura. Mas o que
é equilíbrio postural afinal de contas? E o que isto tem com a estabilidade e o desempenho tanto
físico-esportivo quanto nas atividades de vida diária (AVD’s)? Dentro de diversas definições de
postura ereta, a que mais se enquadra nesse cenário nos diz que:

“O equilíbrio postural é constituído de uma sucessão ascendente de desequilíbrios


controlados pela musculatura tônica. Cada segmento de nosso corpo deve equilibrar-se, e esse
equilíbrio será também condicionado pelos segmentos corporais adjacentes. ” (Carneiro, 2003)

Dessa maneira, o nosso corpo está constantemente sujeito a alterações do padrão de


normalidade de equilíbrio dentre os mais diversos segmentos corporais. Devemos entender que
todas as articulações do corpo precisam estar alinhadas para que sejam capazes de absorver
choques, permitindo a dissipação de forças no solo. A musculatura ao redor das articulações
precisa manter um nível ótimo de tensão em todas as direções a fim de sustentar cada articulação
na posição ideal. Aqui esbarramos no conceito de TENSEGRIDADE, que em BIOMECÂNICA seria a
composição de tensão + integridade ou simplesmente integridade tensional, que é uma
propriedade presente em objetos cujos componentes usam a tração e a compressão de forma
combinada, de forma a proporcionar-lhes estabilidade e resistência. Então a Tensegridade nos
ajuda a raciocinar em integralidade (globalidade), com todas as estruturas dos Sistemas Lomotor
Passivo e Ativo estão interconectadas.

Caso as forças que atuam sobre nosso corpo estejam desequilibradas, as ações musculares,
articulares e seus respectivos movimentos apresentarão alterações em seus padrões. Em caso de
dor, involuntariamente limita-se a amplitude de movimento e altera-se ainda mais o padrão de
movimento como forma de acomodar a articulação ou tecido em sofrimento durante as AVD’s,
bem como nos exercícios da musculação ou outra atividade física qualquer. Isto pode se tornar
uma bola de neve levando a problemas em outras articulações devido à redução do controle
neuromuscular por padrões precários de movimento. Assim sendo, os desequilíbrios
musculoarticulares se dão em função de alterações dos padrões de:
✓ Flexibilidade;
✓ Força;
✓ Estabilidade (sinergismos musculares incompetentes);
✓ Movimentos repetitivos;
✓ Posturas errôneas sustentadas.

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Tais padrões alterados induzem a movimentos imprecisos, gerando ações musculares
compensatórias (Kollmitzer et al, 2000; Klee et al, 2004; Liebenson & Lardner, 1999; Stokes,
2000). Consequentemente, isto aumenta a suscetibilidade direcional do movimento, que por sua
vez, expõe as estruturas envolvidas a microtraumas e por superposição destes, a macrotraumas.
O aparecimento de um macrotrauma por superposição de microtraumas leva tempo; semanas,
meses às vezes anos. Quando este dá sinal, onde a dor é o primeiro e maior indicativo de que
alguma coisa não vai bem, o processo já está instalado e sua recuperação, da mesma forma,
demandará tempo, limitando não só a prática física bem como a movimentação normal do
indivíduo. Assim sendo, caímos na velha máxima que diz que “é muito melhor prevenir do que
remediar”.
A segurança do indivíduo na musculação passa por um processo de avaliação funcional
minucioso à busca de padrões alterados. De posse desses dados, o profissional de Educação Física
passará pelo momento mais crítico, elaborar a rotina ideal de exercícios para aquele momento.
Chamaremos isto de primeira INTERVENÇÃO GLOBAL, onde o professor armado de
conhecimento técnico-científico suficiente para compor espacialmente o padrão postural do
indivíduo, ou seja, como se relacionam os padrões de encurtamento e/ou alongamento
excessivos, bem como os padrões de força ou fraqueza muscular entre os diversos grupos
musculares que possam estar gerando o padrão postural observado para aquele momento, como
se fechando os olhos este pudesse “enxergar” o padrão postural geral e reorganizá-lo dentro de
um ideal possível. Após isto, partimos para a INTERVENÇÃO LOCAL, selecionando os exercícios
e posturas adequadas ao momento e sem perder de vista o dia a dia do cliente durante sua rotina
diária de vida, bem como dentro da sala de musculação e como este está “reagindo” e evoluindo
como um todo ao treinamento, novamente aqui observando a INTERVENÇÃO GLOBAL.
Portanto, temos que ter em mente a sequência GLOBAL-LOCAL-GLOBAL. Infelizmente, o que
temos observado dentro da musculação é um excesso de segmentação do indivíduo! Tal
segmentação, entre outros tantos fatores, passa muitas vezes pelo uso excessivo de máquinas
que isolam este ou aquele grupo muscular, sem a menor preocupação de seus reflexos dentro do
contexto global-local-global, afinal de contas, ninguém é apenas um braço forte, ou um grande
peitoral, um belo par de coxas ou um bumbum bonito!
Acima de tudo, não devemos esquecer que, musculação é aplicação de sobrecarga
em padrão repetitivo de movimento, desta forma, esta tem o potencial de gerar padrões
alterados e desencadear quadros de dor e lesão caso não seja executada dentro de posturas e
sequências de ativações musculares absolutamente corretas. Assim sendo, caso o
profissional não tenha a “visão do todo”, ou seja, a noção da interação entre as diversas cadeias
musculares e entre os sistemas orgânicos de suporte (fáscias musculares e sistema osteoarticular)
na composição do padrão postural global, este poderá estar contribuindo ainda mais para futuros
problemas de ordem musculoesquelética do indivíduo. Portanto, é imperativo que o quadro esteja
sendo reavaliado periodicamente (num tempo nunca superior a três meses) à busca de novos
padrões alterados, uma vez que grupos musculares diferentes apresentam padrões
diferentes de ganhos de força e/ou flexibilidade.

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Independentemente da qualidade da avaliação prévia do cliente, o reconhecimento de
padrões alterados de movimento pelo professor somente será possível caso este conheça os
padrões corretos! E isso passa invariavelmente pela aplicação de todo seu conhecimento
técnico-científico em sua experiência prática própria na musculação. O professor de musculação
precisa “sentir na pele” as dificuldades de sustentar determinadas posturas durante a execução
dos mais variados exercícios e assim ao longo da prática “criar” sequências de progressões
pedagógicas (do mais simples para o mais complexo) em função do grau de dificuldade de
execução destes.
Para testar o equilíbrio muscular, não é necessário nenhum tipo de equipamento sofisticado
ou aparelho de medição. Observe a postura do indivíduo, tanto estática quanto dinâmica durante
a realização de qualquer gesto. Isto lhe dará praticamente tudo que precisa para determinar quais
músculos estão fracos e quais estão constritos. Mas infelizmente, um conceito teoricamente
simples é absurdamente menosprezado durante a montagem de programas de treinamento em
musculação.

PRECISAMOS MANTER EM MENTE QUE O CORPO INTEIRO FUNCIONA COMO UMA


UNIDADE ÚNICA!

2) BASES NEUROFISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO


2.1) INTRODUÇÃO
As funções básicas do Sistema Nervoso são a MOTRICIDADE e a SENSIBILIDADE que,
associadas, vão determinar a missão essencial que é adaptar o ser vivo ao meio ambiente.
Segundo Jackson (Apud Pedone, 1982) todo o sistema nervoso é um mecanismo sensitivo-motor.
A sensibilidade é a função pela qual o organismo recebe informações indispensáveis à
conservação do indivíduo e da espécie.
O músculo é o órgão motor responsável para que seja realizado qualquer tipo de
movimento, formando assim, uma íntima relação entre sistema muscular e funções motoras.

2.2) SISTEMA SENSITIVO


Para Denis (1989) a sensibilidade do corpo baseia-se primeiramente na ativação de
determinadas terminações nervosas (receptores), distribuídos na pele, e em estruturas profundas,
músculos, vasos e vísceras.
Os receptores são órgãos sensoriais especializados, que transformam o estimulo mecânico,
térmico, químico ou elétrico em mensagens aferentes. Conforme suas funções podem ser
classificadas em exteroceptivas, proprioceptivas e êntero ou interoceptivas.
a. Os Exteroceptores são destinados a informar ao corpo sobre o que se passa no meio
ambiente, como dor superficial, frio, calor e tato. Os receptores cutâneos dividem-se em
receptores táteis ou mecanorreceptores (tato e pressão), termorreceptores (calor e frio)
e nociorreceptores (dor – nervos terminais livres). São estes:
• Corpúsculos de VATER-PACINI – calculam a intensidade necessária para tocar,
segurar ou manusear.

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• Corpúsculos de MEISSNER – numerosos na ponta da língua e ponta dos dedos,
responsáveis pela sensibilidade de formas e volumes.
• Corpúsculos de KRAUSE (frio) e RUFFINI (calor) – sensação térmica.
b. Os Proprioceptores transmitem a sensibilidade cinética, postural, barestesia, dor
profunda e vibratória. Fornecem informações sobre a posição e os movimentos da cabeça
no espaço, estado de tensão de músculos e tendões, posição da articulação, força muscular
e outros movimentos e posições do corpo.
i. Os Fusos Musculares são compostos de três tipos de fibras intrafusais
(bolsa nuclear dinâmica, bolsa nuclear estática e cadeia nuclear), que se
unem para funcionar como fusos primários e secundários. Os fusos primários
são influenciados pela taxa de mudança no comprimento, criando uma
resposta dinâmica. Os fusos secundários são influenciados por uma mudança
no comprimento estático absoluto, ou seja, quando o estiramento muscular
ativa o reflexo do fuso, as fibras extrafusais contraem-se encurtando o
músculo (FRONTERA et al., 2001)
ii. Órgãos Tendinosos de Golgi são proprioceptores que estão encapsulados
nas fibras tendinosas, sendo sensíveis ao estiramento. Os órgãos tendinosos
de Golgi são menos sensíveis ao estiramento comparados aos fusos, para
serem ativados é necessário um estiramento muito forte, sua principal forma
de ativação é o estiramento exercido sobre os mesmos pela contração dos
músculos onde os tendões estão localizados, menciona Foss e Keteyian
(2000).
Quando ocorre o estiramento, uma informação sensorial é enviada ao sistema
nervoso central, provocando um relaxamento do músculo contraído, ao
contrário dos fusos, sua função é inibir os músculos onde estão localizados.
Esta reação acaba sendo uma forma de proteção do músculo, pois quando
ocorrem tentativas excessivas de elevar cargas extremas e que poderiam
causar uma lesão na musculatura, os órgãos tendinosos de Golgi induzem o
relaxamento do músculo, menciona Foss e Keteyian (2000).
c. Êntero e Interoceptores: os visceroceptores informam o que se passa dentro do
organismo.

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2.3) TÉCNICAS PROPRIOCEPTIVAS
É importante, no caso principalmente de atletas, trabalhar o movimento lesivo. Ele
deve se acostumar ao movimento que cause a lesão.
Trabalhar ao máximo os movimentos inconscientes, tirando dele a atenção visando
efetividade do tratamento.
As fases de tratamento são três e ocorre mudança de uma fase para a outra, quando o
indivíduo já estiver dominando aquela fase anterior. São elas:
2.3.1) Baixo Impacto
✓ Feita sem carga e peso corporal sobre o segmento.
✓ Objetivo: dar velocidade ao movimento.
• Leito - trabalho com toques em várias regiões solicitando que o paciente
faça movimentos na direção que você estimulou. O objetivo é dar
velocidade aos movimentos aumentando gradativamente.
• Deslizamento - mesma coisa da fase anterior só que vedando os olhos
do paciente.
2.3.2) Médio Impacto
✓ Coloca peso do corpo.
✓ Sempre usar bom senso, dependendo do paciente e do tipo de lesão.
✓ Há um leve apoio sobre segmento e articulação sofre uma leve pressão.
Pode-se usar uma tábua com talco com uma meia para diminuir o atrito.
Podes ser feito com bola ou skate.
✓ Solicitar ao paciente que ele faça movimentos para frente e para trás e
depois de um lado para o outro.
• Distribuição de Peso (ortostática): inicialmente bipodal.
• Giroplanos: com um pino você faz a associação de movimentos e com
dois pinos se faz a flexão e extensão. O objetivo é não deixar o paciente
se equilibrar.
• Pede-se que o indivíduo coloque o peso do corpo em cada um dos
membros, desequilibrar o paciente para frente e para trás. Depois apoio
unipodal com semi-flexão de joelho. Pode aumentar a dificuldade,
associar a flexão de tronco (tudo em solo duro e firme). Pode dar toques
para que ele caia e tente se reequilibrar.
• Movimento Pivô: semi-flexão de joelho e rotação de tronco é um
movimento lesivo. Só pode ser feito se a pessoa estiver bem preparada,
com musculatura firme e trabalhada.
✓ Skate: com resistência, pode fazer movimentos de instabilidade bi ou
unipodal, pode substituir o giroplano. O skate deve ser do maior. Trabalha
desaceleração.
• A partir do momento que se colocou peso corporal, colocar calçado no
paciente.

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• Há um leve apoio sobre o segmento e a articulação sofre uma leve
pressão. Pode-se usar uma tábua com talco com paciente de meia para
diminuir o atrito. Pode ser feito com bola ou skate (que trabalha
desaceleração).
2.3.3) Alto Impacto
✓ Pessoas com bom condicionamento físico.
✓ Solos
• Vários solos diferentes e várias formas de trabalho.
• Ocorre impacto sobre a articulação (objetivo da técnica).
• Colocar o indivíduo para saltitar de um lado para o outro, para frente e
para trás com um só pé ou com os dois.
• Sempre calçado, na areia pode ser descalço.
✓ Espuma/Cama Elástica
• Para isso é importante ter condicionamento físico, musculatura forte.
• A espuma promove uma estabilidade maior e você pode usar diferentes
densidades para que ele pule de uma para outra, e a cama elástica
dependendo do paciente podemos colocá-lo para pular corda na cama
elástica.
✓ Escada/Estepe
• Trabalhar condicionamento físico da musculatura com amplitudes
pequenas (movimentos pequenos), começar lento e depois aumenta a
velocidade e amplitude dos movimentos.
✓ Circuito (Clínica/Praia)
• Vários solos, obstáculos diferentes (com zigue-zague por exemplo),
cones, caixas de areia, pneus, traves para que ele pule, associando a
solos diferentes. Esse tipo é feito somente com atletas.
✓ Corrida
• Para condicionamento do paciente.
• Pode ser livre, cronometrada ou para ver se o atleta sente algo.
Observações:
1- Sempre antes da propriocepção fazer escovação para dessensibilizar a área;
2- Havendo qualquer estimulo nocivo (dor) parar o tratamento;
3- Antes fazer cinesioterapia;
4- A partir do momento que colocou peso corporal, cliente calçado;
5- Pode-se após fazer a propriocepção, fazer crioterapia, para diminuição de
edema e possível dor.

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3) BASES BIOMECÂNICAS E CINESIOLÓGICAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
3.1) CONCEITOS E DEFINIÇÕES

CINESIOLOGIA – é o estudo do movimento. A Cinesiologia reúne os campos da


anatomia, fisiologia, física, geometria e os relaciona com o movimento humano. Utiliza princípios
da mecânica, anatomia musculoesquelética e fisiologia neuromuscular.

BIOMECÂNICA - é o estudo dos sistemas biológicos sob uma perspectiva mecânica, onde
seus instrumentos são utilizados no estudo dos aspectos anatômicos e funcionais dos organismos
vivos, a partir da análise das ações das forças que agem sobre estes.

A Biomecânica subdivide-se em Estática e Dinâmica, sendo de nosso interesse específico


aqui uma das subdivisões da Dinâmica, a Cinemática, com suas duas subdivisões:

• OSTEOCINEMÁTICA - é o movimento articular de um osso sobre o outro e


causando movimentos como flexão, extensão, abdução, rotação, etc. São
movimentos de controle voluntário realizados ativamente pelos músculos que
movem as articulações através das amplitudes de movimento (ADM).
• ARTROCINEMÁTICA- é o movimento das superfícies articulares uma sobre as
outras durante o movimento articular osteocinemático.
o Tipos de movimento artrocinemático:
▪ Rolamento - é a revolução de uma superfície articular sobre a outra.
Novos pontos sobre cada superfície articular entram em contato
durante todo o movimento.
▪ Deslizamento - é o movimento linear de uma superfície articular
paralela ao plano da superfície articular adjacente.
▪ Rotação - é o giro de uma superfície articular móvel sobre a superfície
adjacente fixa.
Obs.: A maioria dos movimentos articulares envolve uma combinação
de todos estes três movimentos.

o Lei Convexo-Côncava - esta descreve como as diferenças nos formatos das


extremidades ósseas exigem que as superfícies articulares se movam em uma
direção específica durante o movimento da articulação. Rege esta:
▪ SUPERFÍCIES ARTICULARES CÔNCAVAS se movem na mesma
direção do movimento osteocinemático. Exemplo: articulações em pivô,
dobradiça, plana e em sela.
▪ SUPERFÍCIES ARTICULARES CONVEXAS se movem na direção
oposta ao movimento osteocinemático. Exemplo: articulações bola-
soquete e condilar.

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3.2) A ESTABILIDADE ARTICULAR
A estabilidade de uma articulação é a sua capacidade de resistir ao deslocamento
(luxação). Mais especificamente, é a capacidade de resistir ao deslocamento de uma extremidade
óssea em relação à outra, ao mesmo tempo em que são prevenidas as lesões dos ligamentos,
músculos e tendões que circundam a articulação.
A estabilidade articular depende de dois mecanismos, que funcionam de maneira
complementar. Um deles, o Sistema Passivo, é formado pela cápsula articular e complexo
cápsulo-ligamentar, pelo qual a natureza provê a estabilização mecânica primária. Existe ainda um
Sistema Ativo, constituído pelos músculos que circundam a articulação e o sistema neuromotor
que os controla. Apesar de muito importante, o sistema de estabilização ativa (músculos e
tendões) não tem a mesma eficácia do sistema passivo, possivelmente porque sua ação depende
dos receptores de tensão, posição e deslocamento angular, localizados no ventre muscular,
tendões, cápsula articular e ligamentos respectivamente. Portanto, quando o mecanismo cápsulo-
ligamentar não funciona bem devido a alongamentos patológicos, roturas, lassidão exagerada,
anomalias ligamentares congênitas, etc. o indivíduo pode apresentar déficits de propriocepção e
incoordenação motora, nem sempre detectáveis numa avaliação funcional rotineira.
O treinamento de força aumenta a capacidade do músculo em gerar tensão tanto ativa
quanto passiva. Isto não apenas pela hipertrofia muscular por aumento dos elementos contráteis,
mas também do tecido conjuntivo que circunda o músculo, tendões e ligamentos tornando-os
mais fortes e rígidos auxiliando na tensão passiva. Estas duas adaptações somadas contribuem
enormemente na estabilização articular.

Lembrem-se, um Sistema de Estabilização Ativo ineficiente é sinônimo de maior


sobrecarga do Sistema de Estabilização Passivo!

3.3) ALAVANCAS ANATÔMICAS E VANTAGEM MECÂNICA


É de fundamental importância quando se busca reequilibrar um sistema de forças alterado
a seleção do(s) exercício(s) de musculação correto(s) para tal. Portanto, isto passa
invariavelmente pela compreensão das alavancas anatômicas e do conceito de vantagem
mecânica resultante das ações musculares nos diferentes ângulos articulares.
No corpo humano a maioria dos sistemas de alavancas músculo-osso é de terceira classe
(alavancas interpotentes), possuindo uma vantagem mecânica inferior a um, ou seja, o Braço de
Resistência é maior que o Braço de Força. Embora estas alavancas promovam a amplitude de
movimento e a velocidade angular dos segmentos corporais, as forças musculares geradas devem
ser superiores à força ou às forças de resistência para que possa ser realizado um trabalho
mecânico positivo.
Como os segmentos corporais se movem de maneira angular, o comprimento do músculo e
a quantidade de tensão que este precisa gerar se modifica à medida que o ângulo articular e a
vantagem mecânica se modificam. A eficácia mecânica variável dos grupos musculares para a
produção de rotação articular com as mudanças no ângulo articular é a base subjacente para o
desenho dos modernos dispositivos de treinamento para a força com uma resistência variável.

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Embora tais equipamentos ainda não consigam um equivalente exato para as curvas médias da
força humana.
Quando somamos ações musculares na realização de um gesto, o grupo muscular ou
músculo que estiver em PIOR VANTAGEM MECÂNICA deverá gerar maior torque para que o este
seja realizado. Assim sendo, cabe ao profissional de Educação Física um grande conhecimento de
anatomia no sentido de localizar espacialmente, ou seja, em três dimensões, a posição que o
grupo muscular ou músculo se encontra em relação ao eixo de rotação, a direção de suas fibras
musculares e o sentido do movimento a ser executado.
Tomemos como exemplo o músculo Glúteo Médio (este fundamental no equilíbrio da pelve
especialmente em situações de marcha) em ação conjunta com os músculos Glúteo Mínimo e
Tensor da Fáscia Lata que quando contraídos a zero grau de flexão coxofemoral produzem a
abdução do quadril, mas ao colocarmos o quadril em ligeira flexão, reduzimos o braço de força
dos músculos Tensor da Fáscia Lata, Glúteo Mínimo e Glúteo Médio porção anterior por
aproximarmos sua origem de sua inserção (posição encurtada), portanto não conseguindo gerar
tanto torque para a abdução nessa posição. Por outro lado, a porção posterior do músculo Glúteo
Médio estará em posição alongada, ou seja, com seu braço de força aumentado e por
consequência poderá gerar maior torque para que a abdução do quadril seja produzida. Pronto!
Achei a maneira ideal de treinar o Glúteo Médio para compor um bumbum bonito e redondo! Bem,
não necessariamente! Utilizando ainda o mesmo grupo como exemplo, mas agora numa situação
onde o músculo Glúteo Médio (especialmente a porção posterior) durante a avaliação funcional se
mostrou cronicamente fraco e alongado em um dos lados, seja por afastamento excessivo das
pontes cruzadas ou por adição de sarcômeros em série. O que fazer? Bem, num primeiro
momento será necessário provocar a redução dos sarcômeros em série e/ou reaproximar as
pontes cruzadas para uma condição de normalidade a fim de recuperar a funcionalidade deste
como abdutor e extensor auxiliar do quadril.
Assim sendo, em uma possível abordagem para o problema, poderíamos utilizar duas
estratégias juntas para rapidamente encurtar suas fibras ou reaproximar suas pontes cruzadas,
primeiro em relação à vantagem mecânica colocaríamos o quadril em ligeira hiperextensão (algo
em torno de 10º) o que momentaneamente poria suas fibras em posição já um pouco encurtadas
e ainda tirando proveito do que dito por Lapierre (discutido mais adiante) poderemos utilizar um
padrão de solicitação muscular onde teríamos a fase positiva completa e a fase negativa
incompleta por não permitir o retorno a uma posição alongada novamente (até porque suas
fibras já se encontram ligeiramente encurtadas e sua curva comprimento tensão estaria desviada
para a esquerda). Mas não podemos manter tal padrão de solicitação por tempo indefinido uma
vez que continuar executando a abdução de quadril em hiperextensão coloca os demais músculos
em PIOR vantagem mecânica e nessa posição o ganho de força associado a amplitude incompleta
poderá desencadear encurtamento de suas fibras e isto comprometendo a estabilização passiva
destes sobre o quadril podendo induzir a uma inclinação da pelve para este lado gerando uma
compensação na coluna lombar e/ou aumentar sua tensão ativa durante a marcha podendo
colocar o membro inferior em rotação interna comprometendo a função do joelho.

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3.4) OSTEOCINEMÁTICA x ARTROCINEMÁTICA
É possível de se imaginar uma academia onde a direção desta proíba determinados
exercícios por considerá-los lesivos? Acreditem, é verdade! O problema aqui se dá como
consequência de uma seleção completamente equivocada de exercícios por parte de professores
de musculação completamente despreparados, os quais imaginam que montar um programa de
treinamento é apenas juntar um monte de exercícios de forma aleatória sem qualquer
preocupação para quem, já que desconhecem dois conceitos fundamentais em relação ao padrão
de movimento – A OSTEOCINEMÁTICA E A ARTROCINEMÁTICA!
Desta forma, obviamente as lesões irão aparecer e no intuito de preservar a integridade
física dos clientes e o “bom nome” da empresa, a direção (que geralmente não dispõe de
conhecimento técnico-científico, ou quase nenhum) acaba por banir esse ou aquele exercício.
Nunca poderemos esquecer que “não existem exercícios contraindicados, existem
indivíduos contraindicados”! Como dito anteriormente, além das alavancas anatômicas e da
vantagem mecânica, outro fator de suma importância no tocante a preservação/recuperação da
funcionalidade das articulações sinoviais é a artrocinemática destas, especialmente quando nos
referirmos às que obedecem à Lei Convexo-Côncavo para superfícies articulares convexas.
Tomemos como exemplo a “banida” Puxada por Trás no Pulley. Neste exercício, as escápulas e os
úmeros deveriam estar perfeitamente alinhados para que o movimento acontecesse
rigorosamente no plano frontal onde apenas um movimento e no eixo anteroposterior ocorreria, a
ADUÇÃO DO ÚMERO. E pela Lei Convexo-Côncavo, à medida que o úmero descreve seu
movimento Osteocinemático para baixo, a cabeça umeral artrocinematicamente se move para
cima. A cápsula articular do ombro é complacente, permitindo assim, tamanha amplitude dos
movimentos desta articulação. Caso a cabeça umeral deslizasse indefinidamente para cima, esta
luxaria, mas encontra a superfície subacromial como impedimento ao movimento, pondo em
sofrimento estruturas superiores à cabeça umeral como o tendão da porção longa do Bíceps
Braquial e/ou do Supraespinhoso. Aqui entra em cena a estabilização ativa do movimento pelo
Manguito Rotador na congruência articular preservação do espaço ideal subacromial. Discutiremos
este assunto mais profundamente à frente nas alterações escapulares e para não complicar muito
nesse momento, imaginem dois cenários:
1. Um indivíduo apresentando uma “ótima” flexibilidade e que consegue alinhar-se de maneira
adequada sob a barra do pulley e onde à primeira vista, o professor despreparado se dá
por satisfeito, pois o movimento osteocinemático do indivíduo acontece dentro do plano
desejado, mas por ter uma sequência de ativações musculares entre as escápulas e o
úmero fora do padrão ideal o Manguito Rotador não consegue desempenhar seu papel
estabilizador, a cabeça umeral impacta sob o acrômio a cada repetição.
2. Um indivíduo apresentando uma “simples” abdução escapular. Como agentes causais desta,
possivelmente, Serrátil Anterior, Peitorais maior e menor encurtados e Trapézio médio,
Rombóides Maior e Menor encurtados. Será que esse indivíduo conseguiria manter a
postura ideal de execução, as escápulas bem ancoradas permitindo uma sequência ideal de
ativações musculares para que o Manguito Rotador faça seu papel e o movimento saísse
“limpo”? Obviamente, não! Na prática observamos o seguinte padrão de movimento;

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durante a fase positiva o indivíduo abaixa a cabeça para dar espaço para a barra passar por
trás desta, as escápulas inclinando à frente e os úmeros descrevendo uma trajetória para
baixo e para trás e a cabeça umeral para cima contra o acrômio e para frente contra a
cápsula anterior. Aqui pelo menos o professor “deveria” observar um padrão
osteocinemático completamente incompatível para o gesto!

Qual a consequência para os dois cenários? Invariavelmente em curto prazo a queixa,


“professor, meu ombro está doendo”! Conclusão óbvia? Este exercício é lesivo! E assim tem
acontecido em várias academias pelo país. De quem é a responsabilidade por tamanha violência
contra a musculação?

3.5) FORÇA MUSCULAR E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO ARTROMUSCULAR

FORÇA MUSCULAR – “é a capacidade de determinado grupo muscular gerar torque em


uma articulação específica. Ou seja, é uma medida da capacidade coletiva de gerar força para um
determinado grupo muscular funcional” (HALL 2000).
Os fatores que afetam a capacidade contrátil do músculo ou que contribuem para seu
comprometimento são (JANDA, 1996; HALL, 2000; ZATSIORSKY, 2000; SAHRMANN 2005):
a) O número de fibras musculares;
b) O número de elementos contráteis em cada fibra (atrofia ou hipertrofia);
c) arquitetura do arranjo das fibras musculares;
d) O comprimento fundamental das fibras musculares;
e) A configuração dos elementos contráteis (alongamento, comprimento exagerado ou
superposição);
f) Inibição da ativação muscular do agonista por hiperatividade do antagonista (vide
Síndromes de Desbalanceamento Muscular);
g) A dor artromusculotendinosa, por seu caráter inibitório sobre a contração muscular.

A força muscular mantém uma relação direta com a área de secção transversa do músculo.
As mudanças em relação ao tamanho desta no músculo são reflexo do número de sarcômeros em
paralelo que diminuem por atrofia ou aumentam pela hipertrofia. O número de sarcômeros em
série também segue a mesma regra, mas contribuem para o comprimento total da fibra, embora
aconteça em menor grau em ambos os casos.
A atrofia muscular reduz o número de sarcômeros e a quantidade de tecido conjuntivo que
circunda a fibra, afeta tanto a tensão ativa quanto passiva do músculo. Isto com sérias
consequências sobre a estabilização dinâmica e estática que o músculo exerce sobre as
articulações que atravessa e que por sua vez, afeta diretamente o alinhamento destas. Como
exemplo, não é tão raro observarmos indivíduos, tanto sedentário quanto ativos, apresentarem os
glúteos atrofiados e/ou flácidos, mas com Isquiosurais hipertrofiados e com boa tonicidade; como
consequência durante a extensão do quadril a cabeça do fêmur deslizará para frente perdendo
sua congruência ideal dentro do acetábulo, esse padrão alterado se não corrigido, com decorrer

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do tempo pode se tornar fator desencadeador de uma série de lesões como do labrum acetabular,
desgaste da cartilagem articular da cabeça do fêmur e etc.
Outro fator importante diz respeito às fibras musculares mais longas por terem mais
sarcômeros em série. Isto provoca um desvio para direita da curva de relação entre comprimento
e tensão, ou seja, esse músculo é capaz de gerar a máxima tensão quando em posição alongada
e menor tensão quando em posição encurtada quando comparado a um músculo de comprimento
normal (HALL, 1999; ZATSIORSKY, 2000; SAHRMANN, 2005). Isto apresenta pontos positivos e
negativos:
• Pontos positivos:
o Estas fibras produzem força para uma variedade maior de comprimento do
músculo, apresentando uma variação operacional maior;
o São capazes também de se encurtarem em velocidades mais altas.
• Ponto negativo:
o Não são capazes de desenvolver a máxima tensão quando em posição
encurtada.
Embora este “ponto negativo” possa ser usado a favor quando da recuperação
de músculos cronicamente alongados e deficientes em seu desempenho (isto será
explicado mais adiante).

A ARQUITETURA DO ARRANJO DAS FIBRAS MUSCULARES


Esta influencia diretamente na capacidade de geração de força de um músculo. São
subdivididas em duas categorias abrangentes de arranjo das fibras musculares:
• Fusiformes
o Orientadas em paralelo com eixo longitudinal do músculo;
o O encurtamento do músculo representa essencialmente o resultado do
encurtamento de suas fibras;
o Contém menos fibras por unidade de volume muscular;
o Geram mais encurtamento de ventre;
o Possibilitam maiores amplitudes de movimento
o Geram a maior tensão quando alongadas imediatamente acima do
comprimento de repouso antes da contração (Princípio do Pré-estiramento
Muscular).
• Peniformes
o As fibras formam um ângulo com o eixo longitudinal do músculo;
o O encurtamento de suas fibras gira ao redor de sua inserção ou inserções
tendinosas, aumentando o ângulo de inserção;
o Contém mais fibras por unidade de volume muscular;
o Geram mais força.
o Geram a maior tensão quando alongadas entre 20 a 30% do seu
comprimento de repouso antes da contração (Princípio do Pré-estiramento
Muscular).

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O comprimento fundamental da fibra muscular, ou seja, o comprimento em que o músculo
se encontra em situação de repouso pode ser alterado tanto pelo desuso quanto pelo uso.
Dependendo do tipo de fibras musculares predominantes e tipo de solicitação a qual o músculo
vendo sendo submetido este pode acabar cronicamente encurtado ou alongado. Com o passar do
tempo torna-se isquêmico e pode desenvolver dolorosos “trigger points” (ponto gatilho de dor
miofascial). Isto significa que este músculo irá sofrer com a falta de circulação sanguínea e
eventualmente a perda da capacidade de remover subprodutos do metabolismo celular desse
tecido e induzir a dor, disfunção e decréscimo de sua performance geral em função de sua
relação comprimento/tensão alterada.

ALTERAÇÕES DE CONFIGURAÇÃO NA RELAÇÃO VENTRE-TENDÃO


Segundo LAPIERRE (1982), “existem quatro possíveis formas de solicitação muscular, os
quais correspondem a diferentes resultados, relacionados ao desenvolvimento do comprimento do
ventre e dos tendões do músculo interessado”. São estas:

• FASE POSITIVA COMPLETA E NEGATIVA COMPLETA (++/++)


o O comprimento total do músculo em repouso não se modifica;
o O ventre muscular tem tendência para se alongar;
o Os tendões reduzem de tamanho;
o A amplitude de movimento aumenta em consequência do maior comprimento
da parte contrátil.
• FASE POSITIVA INCOMPLETA E NEGATIVA COMPLETA (+-/-+)
o O comprimento total do músculo em repouso aumenta;
o A contração incompleta acarreta uma diminuição do comprimento do ventre
muscular na porção proximal;
o Os tendões aumentam de tamanho;
o A amplitude de movimento se reduz em razão da retração da parte contrátil.
• FASE POSITIVA COMPLETA E NEGATIVA INCOMPLETA (++/--)
o O músculo não trabalha em sua amplitude máxima;
o Há diminuição do comprimento do ventre muscular na porção distal;
o Os tendões não aumentam de tamanho, portanto um comprimento em
repouso menor;
o A amplitude de movimento se reduz em razão da retração da parte contrátil.
• FASE POSITIVA INCOMPLETA E NEGATIVA INCOMPLETA (+-/--)
o O ventre muscular diminui acentuadamente de comprimento, devido a um
duplo processo de contração incompleta e estiramento incompleto;
o Os tendões aumentam de tamanho em função da regressão das fibras
musculares, mas tal aumento não compensa inteiramente a retração da parte
contrátil;
o O comprimento total do músculo em repouso tende a diminuir;
o A amplitude dos movimentos sofre uma diminuição importante.

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À primeira vista, a primeira forma de solicitação se mostra como sendo a ideal para o
treinamento da musculação e é, mas dependendo da situação como o equilíbrio entre os
diferentes sistemas de força de um indivíduo se apresenta, por tudo que já foi explanado aqui até
agora, pode ser proveitoso utilizar algum outro padrão de solicitação na correção de algum
desequilíbrio.

3.6) CONCLUINDO
A elaboração de um programa de treinamento, no tocante a seleção de exercícios e
amplitude de movimento a ser utilizada, se mostra altamente desafiadora ao bom profissional
uma vez que terá que lidar com um verdadeiro quebra-cabeça entre como, quando e por quanto
tempo fortalecer e/ou alongar os diferentes grupos musculares na busca/manutenção de um
padrão ideal de equilíbrio funcional de todo o corpo.

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4) AS SÍNDROMES MUSCULOESQUELÉTICAS
Musculação não é Fisioterapia, é treinamento! Entretanto isso não quer dizer que não se
deva pensar em prevenção todo o tempo. Aliás, se a Musculação é uma prática física esta deve
ter como finalidade principal a promoção de saúde e bem-estar de seus praticantes. Assim
sendo usando os elementos seus tradicionais temos a obrigação de melhor compreender toda
a dinâmica do corpo em relação ao movimento humano de modo a recuperar e/ou preservar a
funcionalidade do Sistema Locomotor Ativo e Passivo. Qualquer incongruência nos padrões de
movimento pode desencadear alguma síndrome musculoesquelética. Estas serão abordadas
sob a ótica de três pesquisadores:

✓ VLADIMIR JANDA
• Numa abordagem de cunho NEUROLÓGICO chamadas de SÍNDROMES DE
DESBALANCEAMENTO MUSCULAR.
✓ SHIRLEY A. SAHRMANN
• Numa abordagem de cunho CINESIOLÓGICO chamadas de SÍNDROMES DE
DISFUNÇÃO MOTORA.
✓ THOMAS MYERS
• Numa abordagem de cunho MIOFASCIAL chamada de TRILHOS ANATÔMICOS ou
ROTAS MIOFASCIAIS.

4.1) SÍNDROMES DE DESBALANCEAMENTO MUSCULAR

LEI DE SHERRINGTON (1909)


Este ao estudar os circuitos neurais envolvidos na geração de movimento, propôs a teoria
da INIBIÇÃO RECÍPROCA, onde “ao se contrair um músculo para um movimento, ocorre uma
inibição reflexa que promove o relaxamento de seu antagonista”.
Janda, tirando proveito da teoria de Sherrington, aplicou-a sobre as diferentes respostas
dos grupos musculares quando submetidos a situações de desuso, propondo assim as síndromes
de desbalanceamento muscular. Nestas, a adaptação muscular não acontece aleatoriamente e sim
em função da classificação entre músculos tônicos ou fásicos e suas respostas.
✓ MÚSCULOS TÔNICOS OU POSTURAIS
• Responsáveis pelo equilíbrio estático (ação antigravitacional) e pela marcha
• Predominância de fibras tipo I, contração lenta, vascularizados e de metabolismo
aeróbio
• Tendem ao encurtamento e a hiperatividade em desuso
✓ MÚSCULOS FÁSICOS
• especializados em atividades dinâmicas
• predominância de fibras tipo II, contração rápida, recrutados em atividades de
força e velocidade
• tendem a inibição e atrofia em desuso

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Caso um músculo tônico se encurte, este entra em hiperatividade e seu antagonista fásico
por sua vez será inibido gerando o desequilíbrio muscular. Desta forma, é vital a compreensão de
como se comportam sinergicamente os diferentes grupos musculares em situação de desuso:

No dia-a-dia da academia observamos que os clientes não só sedentários, mas também os


fisicamente ativos que lá chegam, apresentam ao mesmo tempo alguns grupos musculares
encurtados, outros alongados e hipotróficos, seja por treinamento equivocado e/ou por
descompensações por posturas ocupacionais. Tais combinações geram alterações nos padrões
dos movimentos e por consequência na biomecânica articular, não obstante o aparecimento de
regiões hipermóveis, outras hipomóveis, fatores estes que invariavelmente desencadeiam dor
e lesão.

4.1.1) Síndrome Pélvica Cruzada


Caracterizada por:
✓ Encurtamento e hiperatividade dos músculos:
• Iliopsoas (a tensão excessiva do alongamento crônico também pode
desencadear a hiperatividade);
• Reto Femoral;
• Paravertebrais lombares.

✓ Inibição neural dos músculos:


• Glúteo máximo;
• Reto abdominal;
• Transverso do abdômen.

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Nesta o indivíduo pode apresentar:
✓ Estaticamente:
• Postura de anteroversão pélvica + hiperlordose lombar.
• Protusão abdominal
• Stress aumentado sobre as articulações facetárias e porção posterior dos discos.
• Transição lombo-sacra (L5-S1) pode apresentar-se como área de
hipermobilidade e propensa a listese.
• Isquiosurais podem apresentar-se encurtados na tentativa de compensar a
anteversão pélvica e substituir a ação do glúteo máximo inibido na extensão do
quadril.

✓ Dinamicamente:
• Incapacidade de estabilização da seção média corporal na execução de
exercícios para MMII e MMSS
• Hipoativação do Glúteo Máximo durante movimentos de extensão de quadril.
• Isquiosurais induzindo a retroversão da pelve e apagamento da lordose
fisiológica durante exercícios como, por exemplo, num leg press.
• Paravertebrais acentuando a lordose lombar durante exercícios como, por
exemplo, numa extensão de quadril em 3 apoios.

4.1.2) SÍNDROME DE ABDUÇÃO DO QUADRIL


Caracterizada por:
✓ Encurtamento e hiperatividade dos músculos:
• Adutores;
• Tensor da Fáscia Lata;
• Quadrado Lombar.

✓ Inibição dos músculos:


• Glúteo Médio (especialmente a porção posterior);
• Rotadores Externos Profundos (OOGGPQ).

Nesta o indivíduo pode apresentar:


✓ Estaticamente:
• Postura de anteroversão pélvica ou em neutro, mas com rotação interna do
quadril.
• Joelhos valgos.
• Em posição ortostática, quando apoiado sobre o lado afetado ocorre rotação
interna e adução do quadril para o mesmo lado ou inclinação do tronco para o
lado oposto na tentativa de manter o alinhamento do quadril.
• Pronação dos pés.

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✓ Dinamicamente:
• Marcha pronunciadamente em rotação interna;
• Hipoativação do Glúteo Médio durante movimentos de abdução com
predominância de ação do Tensor da Fáscia Lata e Quadrado Lombar.
• Rotação interna pronunciada durante a fase positiva de exercícios em cadeia
cinética fechada como agachamentos, leg press, etc.

4.1.3) SÍNDROME CRUZADA DE OMBROS


Caracterizada por:
✓ Encurtamento e hiperatividade dos músculos:
• Trapézio fibras superiores (estes podem também entrar em hiperatividade em
casos de alongamento crônico);
• Peitoral Maior e Menor;
• Elevadores das Escápulas;
• Esternocleidomastóideo.

✓ Estabilizadores baixos da escápula e da coluna cervical, inibidos e fracos:


• Serrátil anterior,
• Rombóide Maior e Menor,
• Trapézio fibras médias e inferiores e
• Flexores profundos do pescoço e escalenos.

Nesta o indivíduo pode apresentar:


✓ Estaticamente:
• Elevação ou depressão escapular.
• Protusão de ombros.
• Possível tilt da escápula.
• Possível slide anterior umeral.
• Rotação interna de úmero.
• Protusão da cabeça.

✓ Dinamicamente:
• Incapacidade de manter o ritmo escapuloumeral normal.
• Alteração do posicionamento umeral ideal na fossa glenóide e consequente
predisposição a impacto de estruturas subacromiais.
• Perda da estabilização correta e alamento das escápulas durante a execução de
exercícios para MMSS.

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4.1.4) SÍNDROME DAS CAMADAS
Esta, na verdade, é uma combinação das outras duas anteriores apresentando todos os
padrões de hiperatividade e inibição juntos.
✓ Num sentido caudo-cefálico se apresentam:
• Isquiosurais - encurtados
• Glúteo máximo - inibido
• Eretores espinhais (transição toracolombar) - encurtados
• Serrátil Anterior, Rombóides, Trapézio fibras médias e inferiores – inibidos
• Trapézio fibras superiores, Elevador da escápula, ECM - encurtados

4.1.5) PRINCÍPIOS GERAIS PARA CORREÇÃO DOS DESBALANCEAMENTOS


MUSCULARES
✓ Alongamento e Inibição dos Músculos Hiperativos
• Realizado através de técnicas de Facilitação Neuroproprioceptiva (FNP)
(discutidas mais adiante no Treinamento da flexibilidade).
✓ Fortalecimento e Facilitação dos Músculos Inibidos
• Um músculo neurologicamente inibido recupera naturalmente seu ganho de
força uma vez que seu antagonista hiperativo é alongado.
• Mas, músculos cronicamente inibidos neurologicamente tornam-se atrofiados e
fracos, dessa forma, faz necessária uma aplicação progressiva de volume e
intensidade de treinamento a fim de recuperar sua função normal.
✓ Reeducação Proprioceptiva
• Esta é de importância fundamental na manutenção de uma boa postura.
• Acontece numa base inconsciente, onde ao aumentarmos a quantidade de
estímulos aferentes, estaremos treinando respostas reflexas que contribuirão
para a melhoria do padrão da marcha, equilíbrio e estabilidade estática e
dinâmica das cinturas.

Observação: a aplicação destes conceitos será discutida nas alterações posturais e no


treinamento da Flexibilidade.

4.2) SÍNDROMES DE DISFUNÇÃO MOTORA


O enfoque cinesiopatológico apresentado por SAHRMANN em seu trabalho tem como
premissa o papel dos movimentos, especialmente os repetitivos, na produção de impedimentos e
anomalias como geradoras da suscetibilidade direcional articular em resposta ao movimento,
tornando-a no “elo fraco” e, na maioria das vezes a sede da dor. É comum acreditar que a prática
de atividades cotidianas e/ou esportes contribui para uma solicitação adequada de toda
musculatura envolvida nos gestos, onde garantiriam um desempenho normal de todos os
músculos envolvidos. Entretanto, ao se avaliar individualmente alguns desses músculos podem ser
mostrar fracos, na verdade! Desta forma, para uma vida sadia em termos musculoesqueléticos, o
indivíduo necessita que todos os músculos envolvidos num gesto, mantenham certa força

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proporcional à sua participação e padrões de movimentos corretos dentro de um perfeito
alinhamento articular e em todas as direções, evitando e/ou corrigindo a disfunção motora.
Tal premissa nos é de grande valia dentro do treinamento em musculação, em razão de
cada vez mais observarmos clientes com síndromes dolorosas pela acentuação de padrões de
postura alterados por posturas ocupacionais e/ou criados a partir de programas de treinamento
completamente equivocados tanto em relação à seleção tanto de exercícios resistidos e de
alongamentos quanto ao seu acompanhamento em sala.

4.2.1) A STIFFNESS
Essa pode ser definida como sendo o grau de rigidez relativa entre grupos
antagônicos e/ou sinergistas. A variação na Stiffness de músculos e articulações pode ser o
fator que contribui para o aparecimento de movimentos compensatórios articulares e das
síndromes dolorosas osteomusculares.
A Stiffness é uma característica normal do tecido muscular, observada facilmente
durante o alongamento passivo de um músculo ou grupo muscular. Esta é atribuída em
especial à TITINA, uma proteína sarcomérica gigante que se estende desde a linha Z até a
linha M. Em razão de sua localização, representa um importante sensor biomecânico com
um papel fundamental na manutenção da integridade estrutural do sarcômero. A Titina
funciona como uma "mola bidirecional" que regula o comprimento sarcomérico e realiza
ajustes adequados da tensão passiva sempre que o comprimento varia.

4.3) AS ROTAS MIOFASCIAIS


Thomas Mayers, seguindo os passos de sua antiga mestra Dr. Ida Rolf (idealizadora do
Método Rolfing), usando os conceitos da continuidade das fáscias musculares idealizou de forma
muito clara o que chamou de Rotas Miofasciais ou Trilhos Anatômicos.
A base do trabalho é relativamente simples onde diz que “por mais que os músculos
possam agir de forma individual, eles também atuam mediante conexões por todo corpo no
interior das fáscias integradas funcionalmente”.

AS FÁSCIAS MUSCULARES
Estas formam um arcabouço, uma matriz tridimensional contínua de
apoio estrutural em torno de nossos órgãos, músculos, articulações,
ossos e fibras nervosas.
Este arranjo fascial multidimensional e multidirecional também nos
permite mover em múltiplas direções. (Myers 2001; Huijing 2003;
Stecco 2009).

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O PAPEL PRINCIPAL DAS FÁSCIAS MUSCULARES
A FÁSCIA COMO UM TRANSMISSOR DE FORÇAS
- Forças internas (músculos) e forças externas (gravidade e reação do solo) são
transmitidas e dispersas dentro do corpo essencialmente através da rede fascial (desde que
a força não seja tão grande).
- Fáscia ajuda a evitar ou minimizar o estresse localizada em um determinado músculo,
articulação ou osso, e isso ajuda a dureza dinâmica criada a partir das forças operacionais,
principalmente por meio de suas propriedades viscoelásticas
- Isto protege a integridade do corpo ao mesmo tempo minimizando a quantidade de
combustível utilizado durante o movimento.

SINGULARIDADES DAS FÁSCIAS MUSCULARES


A FÁSCIA SE REGENERA E HIPERTROFIA
- A presença de MIOFIBROBLASTOS garante não apenas a reparação do tecido fascial bem
como sua hipertrofia!

A FÁSCIA GERA TENSÃO E SE CONTRAI


- Uma grande quantidade de mecanorreceptores também foram identificados dentro da
matriz fascial; estes podem estar a contribuir para as suaves contrações pseudomusculares
e que comunica com o sistema nervoso central em relação à quantidade de forças de corte
no interior do tecido conjuntivo (Myers 2011).
- Teoriza-se que as contrações miofasciais ajudam na estabilização e gasto energético!

As Rotas Miofasciais se casam perfeitamente com o conceito de Tensegridade,


especialmente quando associadas aos conceitos preconizados por Janda e Sahrmann uma vez que
estas nos mostram como a tração, tensão, fixação, compensações e a maioria dos movimentos
são distribuídos ao longo destas tridimensionalmente. O entendimento dos padrões de
compensação e distribuição de forças no corpo como um todo nos possibilita solucionar e prevenir
possíveis problemas dolorosos em uma área do corpo que pode estar diretamente relacionado
com uma região totalmente “silenciosa” e até mesmo distante do ponto do possível problema.
Ao transportarmos para o treinamento da Musculação, através das Rotas Miofasciais
conseguimos visualizar com maior facilidade de que maneira os desvios posturais estão se
estabelecendo e dessa forma fazer numa seleção melhor combinada entre exercícios de
alongamentos e de fortalecimento muscular afim de que o padrão motor seja recuperado ou
mantido de maneira mais precisa. A utilização prática na musculação destas rotas Miofasciais será
vista quando abordarmos os Padrões Alterados de Movimento. Resumidamente as Rotas
Miofasciais seguem as seguintes linhas:

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4.3.1) A LINHA SUPERFICIAL POSTERIOR (LSP)
Esta conecta toda superfície posterior do corpo, da planta dos pés ao topo da cabeça
em dois segmentos; dos dedos dos pés aos joelhos e dos joelhos à fronte.
✓ Função postural
Por sua quantidade de fáscias provém apoio ao corpo em extensão completa,
sustentado a postura ereta.
✓ Função no movimento
Proporcionar a extensão e hiperextensão dorsal.

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4.3.2) A LINHA SUPERFICIAL ANTERIOR (LSA)
Esta conecta toda superfície anterior do corpo, do dorso dos pés até a região lateral
do crânio, em duas partes; dos dedos dos pés até a pelve e desta à cabeça.
Quando o quadril está estendido, como na postura ereta, funcionam como uma linha
contínua.
✓ Função postural
Equilibrar a Linha Superficial Posterior. Provê proteção à cavidade abdominal e
mantém a extensão postural dos joelhos.
✓ Função no movimento
Produz flexão do tronco e do quadril, extensão dos joelhos e dorsiflexão dos pés.

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4.3.3) A LINHA LATERAL (LL)
Atravessa cada lado do corpo, do ponto médio lateral e medial do pé em torno do
lado externo do tornozelo. Sobe lateralmente à perna e à coxa, passando ao longo
do tronco, até o crânio na região da orelha
✓ Função postural
Equilibra a região ventral e dorsal e, bilateralmente, os lados direito e esquerdo.
Serve também como mediadora de forças entre a LSA, LSP, Linha Espiral e Linhas
do Membro Superior.
✓ Função no movimento
Produz flexão lateral do tronco, abdução do quadril e eversão do pé. Importante
função no ajuste fino para movimentos laterais e rotacionais do tronco.

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4.3.4) A LINHA ESPIRAL (LE)
Circula ao redor do corpo em uma espiral. Liga um lado do crânio ao ombro oposto
circulando as costas, cruzando o tórax pela frente em diagonal na direção do quadril,
desce pela lateral da coxa, face anterior da tíbia, passa medialmente por baixo do
arco plantar e retorna por trás até a fáscia do crânio original.
✓ Função postural
Dupla espiral que auxilia a manter o equilíbrio por todos os planos
Contribui para o trajeto da marcha
Desequilíbrio produz, compensa e mantém curvas, rotações e deslocamentos laterais
do corpo.
✓ Função no movimento
Função global é criar e mediar espirais e rotações do corpo.

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4.3.5) A LINHA PROFUNDA ANTERIOR (LPA)
Compreende o NÚCLEO miofascial do corpo. Parte profunda face inferior do pé,
segue para cima por trás da Tíbia e do Joelho para face medial da coxa, passa à
frente da articulação do quadril, da pelve e da coluna, músculos da mandíbula e
crânio. Dispõe-se mais como um espaço tridimensional.
✓ Função postural
Não há movimento de responsabilidade direta da LPA, exceto adução do quadril e
flexão profunda do pescoço.
Todos movimentos dependem da LPA e essa potencializa a ação da LSA.
Importante estabilizadora para mudanças sutis de posição da estrutura central
permitindo que outras estruturas e linhas.
Falhas na LPA não são tão óbvias e os efeitos negativos são transferidos para outras
linhas e alguns anos podem se passar até que a lesão se revele!
✓ Função no movimento
Suspender o arco interno
Estabilizar cada segmento das pernas
Suportar a coluna lombar anteriormente
Estabilizar o tórax enquanto permite expansão e relaxamento na respiração.
Vista como núcleo tensil quando encurtada pode bloquear a extensão completa do
quadril provocando encurtamentos gerais, levando a pelve e a coluna ao colapso
provocando ajustes compensatórios negativos nas demais linhas.

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4.3.6) AS LINHAS DO MEMBRO SUPERIOR
A mobilidade especializada dos braços humanos exigindo diferentes graus de
liberdade exige linhas de controle e estabilidade mais variáveis comparadas com os
membros inferiores. Assim encontramos as linhas superficiais e profundas que
precisam trabalhar em perfeita harmonia com as linhas funcionais durante todos os
movimentos.
✓ Função Postural
Em razão do peso dos membros superiores e por estarem suspensos por seu
cíngulo, alterações nestas afetam diretamente a posição do úmero, cotovelos,
pescoço, cabeça e etc.
✓ Função no movimento
Todas as atividades manuais na interdependência em especial das linhas Lateral,
Espiral e Funcional.

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4.3.7) AS LINHA FUNCIONAIS
São extensões das Linhas dos Braços através da superfície do tronco em direção à
pelve e à perna contralateral e vice-versa já que as rotas correm em qualquer
sentido.
Fundamentais especialmente em atividades atléticas onde um complexo apendicular
é estabilizado, contrabalançado ou ativado pelo seu complemento contralateral.
✓ Função postural
Por estarem muito envolvidas em tantos outros movimentos acabam por não
participar tanto na sustentação postural, mas podendo alterar o posicionamento
tanto da cintura escapular quanto da pelve.
✓ Função no movimento
Fornecer força extra e precisão aos movimentos tanto dos membros superiores
quanto inferiores.
Assemelham-se a Linha Espiral por sua atuarem também de forma helicoidal, sendo
consideradas suplementos apendiculares da Linha Espiral.

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5) OS PADRÕES ALTERADOS DE MOVIMENTO
Um dos grandes objetivos da MUSCULAÇÃO é o de proporcionar ao corpo o
desenvolvimento mais harmônico possível, onde os contornos corporais sejam realçados através
do desenvolvimento correto entre os mais diferentes grupos musculares.
Além dos óbvios danos à integridade musculoesquelética, os padrões alterados de
movimentos inevitavelmente induzem à dismorfias e assimetrias musculares arruinando assim
qualquer pretensão de se chegar a um corpo “ESTETICAMENTE HARMÔNICO”.
O profissional de Educação Física atuando na musculação se vê na obrigação de conhecer
os padrões corretos, estáticos e dinâmicos dos movimentos, para que consiga reconhecer um
padrão alterado, sem esquecer que quase sempre as alterações se apresentam em associação ou
em decorrência de outras.
Assim sendo, daqui em diante vamos buscar INTEGRAR as três abordagens apresentadas
no reconhecimento dos padrões alterados, reconhecê-los dentro da musculação e elaborar
estratégias de treinamento em relação a estes.

5.1) PADRÕES ALTERADOS DAS ESCÁPULAS


A articulação do ombro e a cintura escapular trabalham juntas para realizar as atividades
da extremidade superior. É importantíssimo entender que o movimento da cintura escapular
(elevação, depressão, protração, retração, rotação superior e rotação inferior) não é dependente
da articulação do ombro e de seus músculos. Entretanto, os músculos da cintura escapular são
essenciais para fornecer um efeito de estabilização à escápula e proporcionar aos músculos da
articulação do ombro uma base estável para que estes possam gerar a força adequada nos
movimentos que envolvem o úmero. Por conseguinte, os músculos da cintura escapular se
contraem para manter a escápula numa posição relativamente estática durante as ações da
articulação do ombro. À medida que a articulação do ombro vai passando por amplitudes de
movimento mais extremas, os músculos escapulares vão se contraindo para movimentar a cintura
escapular e ampliar o movimento de toda a extremidade superior.
As escápulas em posicionamento normal, em relação à caixa torácica, angulam-se
aproximadamente em 30° anteriormente com o plano frontal e com a cabeça umeral incidindo
perpendicularmente à cavidade glenóide.
Num ritmo escapuloumeral correto, as escápulas contribuem algo em torno de 60° e a
glenoumeral com os 120° restantes para os 180° de movimento do úmero durante a abdução e a
flexão. Nos primeiros 25 - 30° de abdução ou primeiros 45 a 60° de flexão do ombro, as
escápulas não se movem (ação isométrica) em direção à coluna vertebral ou afastam-se
ligeiramente dela, buscando uma posição para estabilizar a glenoumeral (HAMILL 1999,
PALASTANGA 2000, MIRANDA 2001).
Assim sendo, todo movimento de membros superiores começa pela
estabilização/fixação das escápulas! Portanto, observar os movimentos das escápulas é a
melhor maneira de se analisar os movimentos gerados nas articulações esternoclavicular,
acromioclavicular e glenoumeral.

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5.1.1) PADRÃO DE ALINHAMENTO NORMAL
✓ Visão posterior
• Ângulo superior da escápula e borda posterior do acrômio, alinhados entre T1 e
T2.
• As bordas mediais paralelas equidistantes entre 7 – 7,5 cm da linha média
corporal.
✓ Visão lateral
• O fio de prumo deve bissectar o acrômio.
• Com os braços a 180° de flexão o ângulo inferior das escápulas deve estar
próximo da linha média axilar.
✓ Visão anterior
• Clavículas angulando-se em aproximadamente 15° de inclinação superior em
relação ao esterno em sentido ao acrômio.
5.1.2) A MUSCULAÇÃO E OS PADRÕES DE MOVIMENTO PARA MEMBROS SUPERIORES

✓ RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE SEQUÊNCIA DE ATIVAÇÕES MUSCULARES


• Uma perfeita posição inicial é fundamental para a recuperação/manutenção do
bom padrão de execução para qualquer exercício. Assim sendo:
• Adotar o alinhamento correto da coluna sem aumentar ou reduzir qualquer uma
de suas curvas fisiológicas. (utilizar “manobra do bracing”)
• Antes de iniciar os exercícios posicionar as escápulas em neutro
• A fase positiva iniciar sempre o movimento pela ação dinâmica ou estática das
escápulas e na sequência, o movimento do membro.
• Na fase negativa retornar primeiro o membro e depois permitir que a escápula
volte à sua posição neutra.
• Preservar o segmento corporal que se está treinando em seu devido plano e eixo
não permitindo desvios

5.1.3) A DEPRESSÃO ESCAPULAR


✓ Características
• Clavículas horizontalizadas;
• Articulação acromioclavicular à altura ou mais baixa que a esternoclavicular;
• A linha ente o ângulo superior da escápula e o acrômio se encontra abaixo de T2.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Grande Dorsal;
o Peitoral Maior;
o Peitoral Menor;
o Trapézio inferior;
o Subclávio (fraco);
o Bíceps braquial (fraco)

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• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Trapézio Superior;
o Rombóide Maior e Menor (possível)
o Elevador das Escápulas
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
a) Costas
• Enfatizar alongamento do Grande Dorsal no Plano Sagital
• Caso haja uma hiperatividade de Trapézio Superior associada à depressão é
importante lembrar que, o músculo Trapézio Superior é sinergista concorrente
do Trapézio Inferior, desta forma se obtivermos uma ativação ideal do Trapézio
Inferior reduziremos a hiperatividade do trapézio superior. Nos movimentos de
puxada (todos os planos) a cintura escapular parte de uma posição elevada e
abduzida sendo que na posição final deverá estar em retração, mas a depressão
deverá acontecer somente até o alinhamento correto das escápulas.
• Padrão de amplitude de movimento - C.C. – E.C.
• Evitar os exercícios no Plano Frontal;
• Caso não haja Rotação Inferior das Escápulas pode-se treinar os Rombóides no
PLANO SAGITAL (metade inferior) que são auxiliares do Trapézio Superior na
elevação das escápulas.
b) Peitorais
• Enfatizar alongamento dos Peitorais Menor e Maior (especialmente os feixes
esternais deste último);
• Evitar o encurtamento dos feixes esternais por amplitudes de movimento
reduzidas;
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C. (caso não haja Slide Anterior
do Úmero)
• No plano transverso deve-se manter o alinhamento ideal das escápulas (neutro
ou leve retração) durante a execução dos exercícios a fim de corrigir as
diferenças de stiffness entre músculos escapuloumerais e retratores das
escápulas.
c) Ombros
• Evitar o alongamento e as posições alongadas do Trapézio Superior, como no
início de Remadas em Pé, Elevações Lateral e Anterior, e etc. Pode-se treinar os
ombros nestes exercícios desde que não se permita o estiramento completo do
Trapézio Superior, NÃO haja Alamento Escapular associado e as escápulas
permaneçam no alinhamento ideal.
• A exceção aqui está na Depressão com Rotação Inferior das Escápula, onde os
encurtamentos dos Rombóides e dos Elevadores da Escápula não permitirão um
ritmo escapular normal levando a uma maior sobrecarga na articulação
glenoumeral.

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• Fortalecer Trapézio Superior no 1/3 final do ritmo escapular, enfatizando neste
ponto a elevação das escápulas.
d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, evitando posturas
deprimidas das escápulas durante os exercícios.
• Padrão de Amplitude de movimento – C.C. – E.C.

5.1.4) A PROTUSÃO OU ABDUÇÃO ESCAPULAR


✓ Características
• Numa visão lateral
o O fio de prumo passa atrás da linha média acromial e os ombros, às vezes,
chega a encobrir a visão da articulação esterno-clavicular.
• Numa visão posterior
o As escápulas estão além de 7 – 7,5cm da linha mediana corporal (guardado
bom senso em relação ao tamanho da estrutura óssea individual).
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Peitoral Maior e Menor.
o Serrátil anterior.
o LSA, LE, LPAB, LSAB
• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Rombóide Maior e Menor.
o Trapézio médio.
o LPPB, LSPB

Obs.: Como esta alteração pode estar associada a uma depressão escapular,
proceder igualmente em relação à hiperatividade do Trapézio Superior e
suas respectivas inibições.

✓ Considerações sobre exercícios na musculação


a) Costas
• Enfatizar alongamentos de escapuloumerais, mas poupando interescapulares
• Evitar o fortalecimento do Grande Dorsal no plano frontal, uma vez que o
encurtamento dos Peitorais Maior e Menor impedirá que o indivíduo posicione as
escápulas neste plano e desta forma não permitindo a ação estabilizadora ideal
do Redondo Menor e do Infraespinhal abaixando a cabeça umeral mantendo-a
afastada do acrômio.
• Preferir exercícios nos Planos Transverso e Sagital enfatizando a ação dos
músculos interescapulares e evitando a extensão excessiva do úmero para que
não ocorra o Slide Anterior e/ou a Rotação Interna do Úmero e possível impacto
das estruturas subacromiais de encontro à cápsula anterior e ao acrômio.

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• Atenção máxima à sequência ideal de ativações musculares especialmente na
negativa onde tiraremos proveito do alongamento dinâmico dos músculos
escapuloumerais naturalmente mais encurtados ou com maior stiffness.
• Padrão de amplitude movimento das escápulas – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.
b) Peito
• Enfatizar o alongamento do Peitoral Maior e Menor;
• Durante a execução dos exercícios, procurar manter as escápulas retraídas
mantendo o músculo Serrátil Anterior em posição alongada.
• Durante a fase positiva devemos tirar o máximo de proveito da INIBIÇÃO
RECÍPROCA ajustando a propriocepção entre adutores horizontais e abdutores
horizontais do úmero.
c) Ombros
• Evitar exercícios no Plano Frontal, preferindo os movimentos no Plano da
Escápula.
• Padrão de amplitude de movimento – C.I – E.C.
d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, enfatizando a ação
estabilizadora dos músculos interescapulares.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.

5.1.5) A ADUÇÃO ESCAPULAR


✓ Características
• Numa visão posterior – os bordos mediais das escápulas estão mais próximo que
7 cm em relação ao eixo mediano.
• Numa visão lateral - o fio de prumo passa a frente da linha média acromial.
• Geralmente associada à elevação das escápulas.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Trapézio (as três porções);
o Rombóide Maior e Menor.
o LPPB, LSPB
• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Peitoral Maior;
o Serrátil anterior.
o LSAB, LPAB
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
a) Costas
• Enfatizar alongamento de Rombóides e Trapézio, mas poupando
escapuloumerais.

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• Num primeiro momento evitar exercícios acima de 90° de flexão ou abdução dos
ombros, uma vez que o encurtamento dos Rombóides e Trapézio limitará o
movimento escapular sobrecarregado a articulação acromioclavicular e
glenoumeral.
• Preferir exercícios no plano transverso, limitando a ação dos interescapulares
saindo da posição alongada até a posição neutra das escápulas.
• Evitar a retração excessiva das escápulas em todos os planos.
• Padrão de amplitude movimento das escápulas – C.I. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.
b) Peito
• Manter as escápulas em neutro durante a execução dos exercícios e/ou
permitindo ligeira protração por ação do Serrátil Anterior.
c) Ombros
• Preferir exercícios que fortaleçam o Serrátil Anterior em toda sua excursão.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C – E.C.
d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, evitando posturas
excessivamente retraídas.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.

5.1.6) “TILT” ESCAPULAR OU INCLINAÇÃO ANTERIOR DA ESCÁPULA


✓ Características
• Numa visão posterior
o O ângulo inferior da escápula se descola do gradil costal.
• Numa visão lateral
o Observa-se a escápula inclinada para frente, como se projetasse por cima do
gradil costal.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Peitoral Menor (principal)
o Coracobraquial (secundário);
o Bíceps Braquial (secundário);
o Deltóide Anterior (secundário).
• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Trapézio Inferior;
o Serrátil Anterior feixes inferiores.

✓ Considerações sobre exercícios na musculação


a) Costas
• Preferir exercícios que enfatizem ação do Trapézio Inferior .

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• Iniciar movimentos com escápulas em neutro ou do pré-estiramento a partir do
plano escolhido
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Transverso) – C.C. – E.I.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.
b) Peito
• Enfatizar o alongamento do Peitoral Menor, Coracobraquial, Deltóide Anterior e
Bíceps Braquial.
• Evitar movimentos no plano sagital como o Pullover Quebrado, onde teremos
uma forte ação do Deltóide Anterior e do Coracobraquial como flexores do
úmero na primeira parte e dos Peitorais Maior e Menor na volta para a posição
inicial.
• Dar preferência a movimentos no plano transverso e onde haja sustentação do
posicionamento das escápulas em neutro.
c) Ombros
• Primeiramente deve-se alinhar as escápulas o melhor possível, especialmente se
à depressão escapular e protusão de ombros.
• Evitar exercícios nos planos frontal e sagital, preferindo os no plano da escápula.
d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, enfatizando a ação
estabilizadora/fixadora do Trapézio Inferior durante a execução dos movimentos.

5.1.7) ROTAÇÃO INTERNA DA ESCÁPULA


✓ Características
• Numa visão posterior
o O ângulo inferior da escápula está mais próximo da linha mediana corporal
que o ângulo superior.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Elevador da escápula;
o Rombóide Maior e Menor;
o Peitoral Menor;
o Grande Dorsal e Peitoral Maior – estes por tracionarem o úmero para baixo
gerando uma rotação interna compensatória da escápula
Observação: o encurtamento dos músculos Deltóide, Redondo Maior bem
como do Manguito Rotador também podem provocar a rotação do ângulo
inferior da escápula, mas suas causas serão discutidas mais adiante nas
alterações umerais.
o LPPB, LSAB, LE

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Insuficiência ou alongamento excessivo
o Trapézio Superior.
o Trapézio Inferior.
o Serrátil Anterior (neste caso a escápula será também alada)
o LSPB, LE

✓ Considerações sobre exercícios na musculação


a) Costas
• Enfatizar alongamento do Elevador da Escápula, Rombóides, Grande Dorsal e
Peitoral Maior;
• Preferir exercícios que utilizem os Rombóides na posição alongada.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Transverso) – C.C. – E.I.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.

b) Peito
• Enfatizar o fortalecimento dos feixes claviculares do Peitoral Maior em posições
que permitam a ação dos feixes mais inferiores do Serrátil Anterior.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.
c) Ombros
• Esta por não permitir o ritmo escapular normal acarretando uma maior
sobrecarga na articulação glenoumeral, deve-se evitar posições alongadas do
Trapézio Superior, como no início de remadas em pé, elevação lateral e anterior,
encolhimento de ombros, e etc.
• Fortalecer Trapézio Superior no 1/3 final do ritmo escapular, onde juntamente o
Serrátil Anterior será fortalecido em sua posição encurtada.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C – E.I.
d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, evitando posturas
excessivamente retraídas e/ou deprimidas das escápulas durante os exercícios.
• As variações de roscas tríceps francesa, feitas acima da cabeça pode ser uma
opção interessante pela isometria de Trapézio Superior necessária para sua
execução.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.

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5.1.8) ROTAÇÃO EXTERNA DA ESCÁPULA
✓ Características
• Numa visão posterior
o O ângulo superior da escápula está mais próximo da linha mediana corporal
que o ângulo inferior.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Trapézio Superior;
o Deltóide posterior;
o Infraespinhal;
o Redondo Maior e Menor.
o LSPB e LE
• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Trapézio médio;
o Rombóides Maior e Menor
o Elevador da Escápula.
o LPPB e LE
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
a) Costas
• Enfatizar alongamento do Trapézio Superior (se não associada à depressão
escapular);
• Evitar a extensão excessiva do úmero em rotação interna durante os exercícios
de fortalecimento do Grande Dorsal. Isto poderá provocar uma anteriorização da
cabeça umeral impactando-a contra a cápsula anterior e um possível trauma de
tendão de porção longa do Bíceps Braquial e/ou Supraespinhal poderá ocorrer.
• Enfatizar e retração das escápulas potencializando a ação dos Rombóides e
Trapézio Médio.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital <90º) – C.C. – E.I.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.
b) Peito
• Durante a execução dos exercícios para peitorais, procurar manter as escápulas
em neutro.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.
c) Ombros
• Enfatizar o alongamento do Trapézio Superior (se não associado à depressão) e
dos Escapuloumerais.
• Evitar o fortalecimento Trapézio Superior; trabalhar preferencialmente no plano
escapular e com as escápulas estabilizadas.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C – E.C.

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d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento escapular ideal, evitando posturas
excessivamente elevadas das escápulas durante os exercícios.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.

5.1.9) ALAMENTO ESCAPULAR


✓ Características:
• Numa visão posterior
o A borda vertebral medial da escápula protrai do tórax, estática e/ou
dinamicamente.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos:
o Deltóide Posterior;
o Infraespinhal;
o Redondo Maior e Menor.
o Esternocleidomastóideo e Elevador da Escápula (indiretamente se em
hiperatividade associada à Síndrome Cruzada de Ombros)
o LPAB, LSPB, LSA, LE
✓ Insuficiência ou alongamento excessivo:
• Serrátil Anterior (este ainda pode estar sendo inibido por hiperatividade do
Trapézio Superior)
• LE
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
a) Costas
• Por geralmente estar associado com a Síndrome Cruzada de Ombros, evitar a
extensão excessiva do úmero em rotação interna durante os exercícios de
fortalecimento do Grande Dorsal. Isto poderá provocar uma anteriorização da
cabeça umeral impactando-a contra a cápsula anterior e um possível trauma de
tendão de porção longa do Bíceps Braquial e/ou Supraespinhal poderão ocorrer.
• Durante a fase positiva, enfatizar e retração das escápulas potencializando a
ação dos Rombóides e Trapézio Inferior e Médio e iniciar a fase negativa com a
volta do úmero até a quase 60° de flexão antes de soltar as escápulas de sua
posição retraída. Isto forçará o alongamento dinâmico dos escapuloumerais
encurtados.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Transverso) – C.C. – E.I.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C..
b) Peito
• Enfatizar alongamento de Peitoral Menor e Esternocleidomastóideo

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• Num primeiro momento, evitar a máxima ADM da articulação glenoumeral
durante a fase negativa dos exercícios a fim de evitar uma anteriorização umeral
forçada.
• Na fase positiva dos exercícios, partir da máxima retração para posição neutra
das escápulas buscando a máxima ativação do Serrátil Anterior. Este movimento
aparentemente reduzido das escápulas permitirá um maior deslizamento para
trás da cabeça do úmero e por por Inibição Recíproca relaxará os
escapuloumerais facilitando seu alongamento dinâmico
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas – C.I. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento da glenoumeral – C.C. – E.I..
c) Ombros
• Enfatizar o alongamento dos escapuloumerais;
• Potencializar a ação do Serrátil Anterior a partir da posição alongada.
• Num primeiro momento evitar movimentos acima da linha dos ombros, pois
geralmente o Alamento Escapular está associado a stiffness aumentada dos
músculos do Manguito Rotador não permitindo que estes desempenhem de
maneira adequada a estabilização da glenoumeral
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas – C.I – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento da glenoumeral – C.I – E.C.
d) Tríceps e Bíceps
• Buscar por posturas que possibilitem a manutenção da estabilidade escapular
junto ao gradil costal.
• Padrão de amplitude de movimento – C.C. – E.C.

6) ALTERAÇÕES UMERAIS
Na articulação Glenoumeral, a cavidade Glenóide tem uma área de contato de apenas um
quarto em relação à área da cabeça umeral, e por isso precisa ser aprofundada pela presença do
Labrum Glenoidal o qual aumenta em 75% a área de contato. E como a cápsula articular tem
aproximadamente o dobro do volume da cabeça umeral, esta permite uma grande amplitude aos
movimentos do úmero. Isto por outro lado, já denota uma instabilidade inerente à própria
articulação, criando desta forma, uma grande dependência das estruturas ligamentares e
musculares na sua estabilização total.
Portanto, a movimentação artrocinemática correta da cabeça do úmero depende
intimamente do controle dos músculos que mantêm o alinhamento das escápulas e do
funcionamento correto dos músculos que o fixam/estabilizam na fossa Glenóide, o Manguito
Rotador, cujos tendões atuam como ligamentos de comprimento e tensão variáveis bem como
evitam que a cápsula frouxa e seu revestimento sinovial sejam aprisionados entre as estruturas
ósseas (PALASTANGA 2001).
Anteriormente, a articulação Glenoumeral é suportada pela cápsula articular, pelos
ligamentos glenoumerais (anterior, médio e inferior), pelo ligamento Coracoumeral, pelo Labrum
Glenoidal, pelas fibras dos músculos Subescapular e Peitoral Maior que se unem à cápsula.

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Posteriormente, suportada pela cápsula articular, Labrum glenoidal e fibras dos músculos
Infraespinhal e Redondo Menor que também se unem à cápsula.
Superiormente, o suporte é feito pela cápsula articular, Labrum glenoidal, ligamento
Coracoumeral e pelos músculos Supraespinhal e Bíceps Braquial (porção longa). Acima do
Supraespinhal encontramos a Bursa Subacromial e o ligamento Coracoumeral, formando um arco
sob a articulação acromioclavicular, criando a chamada área de compressão, caso o espaço
subacromial não seja preservado durante as ações do úmero.

6.1) O MANGUITO ROTADOR


✓ MÚSCULOS E SUAS AÇÕES SOBRE O ÚMERO
Todos estes atuam tracionando a cabeça umeral contra a Glenóide a fim de
preservar a congruência articular e suas interações serão discutidas na
artrocinemática adiante.
• Supraespinhoso
O Inicia a abdução
O Auxilia na rotação externa
• Infraespinhoso
O Rotação externa
O Extensão horizontal
O Auxiliar na abdução
• Redondo Menor
O Rotação externa
O Extensão horizontal
O Tensor da cápsula articular durante a abdução
• Subescapular
O Rotação interna
O Adução forte pelas fibras inferiores
O Abdução fraca (auxiliar) pelas fibras superiores

✓ AÇÕES MUSCULARES NA ARTROCINEMÁTICA


Em todos os movimentos acontecerão o rolamento e o deslizamento da cabeça
umeral em relação à Glenóide. Não devemos esquecer que a maioria, senão em sua
totalidade, os movimentos nas AVD’s bem como na musculação são uma
combinação destes movimentos puros.
• Flexão e Abdução
O Movimento artrocinemático num sentido para baixo e para trás na flexão e
apenas para baixo na abdução. Em ambos os movimentos o Supraespinhoso
traciona a cabeça umeral contra a Glenóide bem como a empurra para baixo
contraponto a força de elevação desta pelo Deltóide Médio, sendo que este
ainda é quem inicia a abdução em função da direção das fibras do Deltóide
Médio.

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O Já o Redondo Menor, excentricamente se opõe diretamente à ação do
Deltóide auxiliando na depressão da cabeça umeral. Pela ação do
Infraespinhoso associada a do Redondo Menor haveria a tendência da cabeça
umeral deslizar para frente na direção da cápsula articular, assim sendo o
Subescapular se contrapõe a essa força tracionando a cabeça umeral para
trás e auxilia também na depressão desta.
O Quando acima de 90° de flexão ou abdução a força para baixo e para trás do
Manguito Rotador diminui, o que deixaria a articulação suscetível às lesões,
mas o Supraespinhoso se mantém altamente ativo mesmo nessa amplitude
de movimento e associado a isso o próprio Deltóide passa a empurrar a
cabeça umeral para baixo evitando seu contato com o arco subacromial.

• Extensão e Adução
O Movimento artrocinemático num sentido para cima e para frente na extensão
e apenas para cima na adução.
O Os músculos Supraespinhoso, Infraespinhoso e Redondo Menor,
excentricamente tracionam a cabeça umeral para baixo e para trás, enquanto
o Subescapular faz as mesmas ações concentricamente.
O Alguns autores admitem que a posição de rotação externa do úmero colocaria
os músculos Infraespinhoso e Redondo Menor em condição mecânica de
auxiliar em ambos os movimentos.

• Adução Horizontal
O Movimento artrocinemático num sentido para trás e para baixo.
O Todos os músculos do Manguito Rotador atuam excentricamente para tal.

• Extensão Horizontal
O Movimento artrocinemático num sentido para frente e para baixo.
O Os músculos Infraespinhoso e Redondo Menor concentricamente e os demais
excentricamente.

6.2) PADRÃO DE ALINHAMENTO NORMAL


✓ Visão lateral
• O FIO DE PRUMO deve passar pela extremidade acromial
• A cabeça umeral deve estar protusa menos de 1/3 em relação ao acrômio
• As escápulas devem estar alinhadas EM NEUTRO quando da avaliação da
posição do úmero
✓ Visão anterior
• Com a rotação neutra a fossa cubital deve estar apontada para frente e as
palmas das mãos voltadas para as coxas

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✓ Visão posterior
• Com a rotação neutra, o Olécrano deve estar apontado para trás.

6.3) SLIDE ANTERIOR DO ÚMERO OU ANTERIORIZAÇÃO DA CABEÇA UMERAL

✓ Características
• Numa visão lateral
o A cabeça umeral está mais de 2/3 à frente da linha média acromial.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos
o Peitoral Maior
o Deltóide Posterior;
o Infraespinhoso;
o Redondo Menor.
o LSPB, LPPB, LE
Obs.: Especialmente os músculos Infraespinhoso e Redondo Menor, quando
encurtados empurram a cabeça umeral para frente. Tal posicionamento pode
provocar ainda uma restrição da cápsula posterior do ombro impedindo o
movimento artrocinemático posterior da cabeça umeral em determinados
movimentos.
• Insuficiência ou alongamento excessivo
o Subescapular
o Bíceps Braquial (secundário)
o LE
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
a) Costas
• Durante a fase positiva, observar a ativação primeira e continuada ao longo de
todo o curso do movimento pelos músculos Rombóide Maior e Menor e Trapézio
Médio e Inferior a fim de sustentar a curva de comprimento/tensão ideal dos
músculos do Manguito.
• Iniciar a fase negativa primeiramente com a ação excêntrica dos
extensores/adutores do úmero até aproximadamente 60° antes de iniciar a ação
excêntrica dos escapulotorácicos, isto permitirá o Manguito Rotador manter seu
trabalho de estabilização além de forçar o alongamento dinâmico destes.
• Geralmente esta alteração vem associada a alterações das escápulas, portanto
devem-se evitar exercícios no plano frontal (como uma puxada por trás ou pela
frente), preferindo ações no plano sagital abaixo de 90° progredindo até os
180°, bem como ações no plano horizontal diagonal.
• Em qualquer que seja o plano, evitar a extensão excessiva do úmero além da
linha corporal (especialmente em rotação interna). Isto acentuará a
anteriorização da cabeça umeral impactando-a contra a cápsula anterior e

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estruturas subacromiais onde por superposição de microtraumas sobre o tendão
de porção longa do Bíceps Braquial e/ou Supraespinhoso poderão ocorrer.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Transverso) – C.C. – E.I.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.

b) Peito
• Num primeiro momento, evitar a máxima ADM nos exercícios a fim de evitar
uma anteriorização umeral forçada.
• Durante a execução dos exercícios para peitorais, procurar manter as escápulas
em retração a fim que o trabalho seja feito essencialmente pelos músculos
adutores horizontais sem ação dos protratores. Isto associado à inibição
recíproca relaxará os extensores horizontais facilitando seu alongamento
dinâmico e a ação estabilizadora do músculo Subescapular.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.C. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Transverso) – C.I. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.C. – E.C.

c) Ombros
• Primeiramente observar o posicionamento correto das escápulas antes de se
iniciar qualquer movimento e preferir movimentos no plano da escápula
enquanto se tenta corrigir os desequilíbrios de flexibilidade e força entre os
músculos do Manguito Rotador.
• Enfatizar o alongamento dos escapuloumerais.
• Padrão de amplitude de movimento das escápulas (P. Sagital) – C.I. – E.C.
• Padrão de amplitude de movimento dos braços – C.I. – E.C.

d) Tríceps e Bíceps
• Deve-se procurar manter o alinhamento umeral ideal.

7) ALTERAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL


A coluna vertebral além de suas importantes funções de sustentação e transmissão de forças
desempenha ainda papel fundamental na proteção das estruturas nervosas da medula e na
estabilização necessária para os movimentos das articulações periféricas. Esta apresenta
fisiologicamente a lordose cervical, a cifose torácica e a lordose lombar.

7.1) PADRÃO DE ALINHAMENTO NORMAL


Esta deve ser observada dentro de dois planos (sagital e frontal):
✓ No plano sagital observaremos numa visão lateral os desvios no sentido anterior com
acentuação das curvaturas secundárias e redução das primárias e no sentido

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posterior com redução das curvaturas secundárias e acentuação das primárias. Num
alinhamento correto o fio de prumo deve passar:
• Coluna cervical
o Através da maioria dos corpos vertebrais
• Coluna torácica
o Anterior aos corpos vertebrais
• Coluna lombar
o Através dos corpos vertebrais

✓ No plano frontal observaremos os desvios laterais em relação à linha mediana


corporal. Assim sendo o fio de prumo, num alinhamento correto deve passar:
• Numa visão posterior
o Sobre todos os processos espinhosos da coluna vertebral.
• Numa visão anterior
o Prolongando-se verticalmente do esterno à sínfise pubiana.

7.2) PADRÕES ALTERADOS NO PLANO SAGITAL


7.2.1) HIPERLORDOSE LOMBAR (vide Síndrome Pélvica Cruzada)
✓ Características
• Numa visão lateral, o fio de prumo passa atrás dos corpos vertebrais,
caracterizando a acentuação da curvatura lombar fisiológica (64º em adultos e
adolescentes).
• É mais frequentemente observada em mulheres.
• O aumento da lordose lombar está diretamente relacionado com a anteroversão
da pelve.
✓ Agentes Causais
• Postura viciosa;
• Aumento do peso corporal e consequente ptose abdominal;
• Uso constante de saltos altos;
• A gravidez;
• Desequilíbrios musculares:
o Fraqueza dos retroversores da pelve:
▪ Glúteo Máximo;
▪ Isquiosurais;
▪ Reto Abdominal;
▪ Oblíquo Interno e Externo;
▪ LSA, LSP, LAP
o Fraqueza do Transverso do Abdômen
o Encurtamento dos anteversores:
▪ Iliopsoas;
▪ Reto Femoral;

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▪ Tensor da Fáscia Lata;
▪ Sartório;
▪ Eretores da Espinha;
▪ Grande Dorsal,
▪ LSP, LAP, LFP, LSA
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Na maioria das vezes pode estar interrelacionada com:
o SÍNDROME PÉLVICA CRUZADA.
o ALTERAÇÕES NA LSP.
o STIFFNESS AUMENTADA DOS ANTEVERSORES DO QUADRIL
• No treinamento direto sobre abdômen, procurar evoluir em progressão
pedagógica a solicitação do TRANSVERSO DO ABDÔMEN.
• Assim sendo, o professor antes de qualquer tomada de decisão precisará ter em
mãos o relatório de avaliação a fim de confirmar a presença dos agentes causais
e somente após determinar a melhor abordagem para o problema..

7.2.2) RETIFICAÇÃO LOMBAR


✓ Características
• Numa visão lateral o fio de prumo passa à frente corpos vertebrais,
caracterizando o apagamento da curvatura lombar fisiológica.
• Normalmente, acompanhada de uma retroversão da pelve.
• Quadro exponencial ao acometimento de herniações discais no segmento.
✓ Agentes Causais
• Falha estrutural congênita;
• Postura viciosa;
• Desequilíbrios musculares:
o Fraqueza dos anteversores da pelve:
▪ Iliopsoas;
▪ Reto Femoral;
▪ Tensor da Fáscia Lata;
▪ Sartório;
▪ Eretores da espinha
▪ LAP, LSP, LFP
o Encurtamento dos retroversores da pelve:
▪ Glúteo Máximo;
▪ Isquiosurais;
▪ Reto Abdominal;
▪ Oblíquo Interno e Externo.
▪ LSA, LFA

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✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Além da óbvia reorganização muscular, observar durante a execução de todos os
exercícios que a pelve seja mantida em neutro na tentativa de se criar novo
padrão de equilíbrio para o segmento.

7.2.3) HIPERCIFOSE TORÁCICA


✓ Características
• Numa visão lateral – o fio de prumo passa muito à frente corpos vertebrais,
caracterizando a acentuação da curvatura torácica fisiológica (34º em adultos,
38º para adolescentes).
• Normalmente, vem acompanhada de uma abdução da cintura escapular e
protração da cabeça e hiperlordose cervical.

✓ Agentes Causais
• Falha congênita (irreversível)
• Postura viciosa na adolescência;
• Postura sentada inadequada e prolongada;
• Atividade profissional (motorista, secretária, etc.);
• Tuberculose vertebral - irreversível (infecção que atinge o corpo das vértebras
em sua face anterior e estas passam a ter uma forma de cunha).
• Desequilíbrios musculares:
o Fadiga ou enfraquecimento dos músculos:
▪ Rombóides Maior e Menor;
▪ Trapézio (todas as porções)
▪ LSP, LFP, LSPB, LPPB
o Tensão acentuada nos músculos:
▪ Peitoral Maior;
▪ Peitoral Menor;
▪ Serrátil Anterior.
▪ LSA, LFA, LSAB, LPAB
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Além da óbvia reorganização muscular, observar durante a execução de todos os
exercícios o melhor posicionamento de todo eixo postural longitudinal a fim de
treinar novo padrão de sustentação da coluna torácica.

7.2.4) RETIFICAÇÃO TORÁCICA


✓ Características
• Numa visão lateral o fio de prumo passa dentro corpos vertebrais, caracterizando
o apagamento da curvatura torácica fisiológica.
• Normalmente, acompanhada com retificação da coluna cervical, quadro
exponencial ao acometimento de herniações discais deste segmento.

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✓ Agentes Causais
• Postura viciosa;
• Falha estrutural congênita;
• Desequilíbrios musculares:
o Tensão acentuada nos músculos:
▪ Eretores da espinha torácica
▪ LSP, LFP, LSPB
o Insuficiência ou enfraquecimento dos músculos:
▪ LSA, LFA, LSAB, LAPB
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Além da óbvia reorganização muscular, observar
durante a execução de todos os exercícios o melhor
posicionamento de todo eixo postural longitudinal a
fim de treinar novo padrão de sustentação da coluna
torácica.

7.2.5) ALTERAÇÕES DA COLUNA CERVICAL


✓ Características
• A curvatura cervical por ser uma curvatura secundária, geralmente sofre com o
mau alinhamento da coluna torácica formando um padrão compensatório
apresentando uma retificação ou aumento de sua curvatura lordótica fisiológica.
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Além da óbvia reorganização muscular a fim de melhorar a curvatura torácica,
observar a necessidade de exercícios específicos para o realinhamento da
cervical.
• Durante a execução de todos os exercícios o melhor posicionamento de todo
eixo postural longitudinal a fim de treinar novo padrão de sustentação da coluna
cervical.

7.3) PADRÕES ALTERADOS NO PLANO FRONTAL


7.3.1) A ESCOLIOSE
✓ Características
• Quanto à forma da curva:
o Curva simples – à direita ou à esquerda (escoliose em “C”);
o Curva dupla – escoliose em “S”
• Quanto à etiologia:
o Estrutural – a curvatura é irreversível, apresentando rotação das vértebras
para o lado da convexidade da curva e apresentando como característica
marcante a Gibosidade:

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▪ Proeminência costal do lado convexo da curvatura escoliótica, na
verdade, é uma rotação das vértebras e do gradil costal (quando
torácica), no sentido posterior para o lado da convexidade da curva;
▪ Esta se acentua com o movimento de flexão anterior da coluna;
▪ Na região torácica, a gibosidade é reproduzida pela rotação vertebral, e
das costelas posteriormente;
▪ Na região lombar, pela posteriorização dos processos transversais das
vértebras e por uma elevação dos músculos eretores da espinha;
▪ A escoliose estrutural não pode ser corrigida por terapia de
reeducação postural.

o Não-estrutural - também chamada de funcional ou postural, por não


apresentar alterações estruturais ou rotacionais das vértebras:
▪ A curva desaparece quando o tronco é fletido à frente;
▪ Normalmente aparece nos adolescentes;
▪ Proveniente de má postura, especialmente ocupacional;
▪ A curvatura é reversível.

• Quanto à localização:
o Cervicais;
o Cervicotorácicas;
o Torácicas;
o Toracolombares;
o Lombares;
o Lombossacrais;
o Cervico-toracolombares.

•Quanto à gravidade da escoliose:


o Determinada pelo ângulo da curvatura e rotação das vértebras:
▪ Escoliose leve – menos de 30º
▪ Escoliose moderada – entre 30 e 50º
▪ Escoliose grave – acima de 50°. Normalmente, está associada a
alterações no coração e pulmões.
✓ Agentes Causais
• Postura viciosa e/ou postura ocupacional induzindo a desequilíbrios musculares
contralaterais;
• Falha estrutural congênita.

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✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Antes de tudo procurar identificar através do TESTE MINUTO se a Escoliose é
Estrutural ou Funcional
• Como somente a escoliose não-estrutural pode ser corrigida, antes de se pensar
imediatamente numa simples relação entre encurtamento e alongamento
contralaterais da Coluna Vertebral investigar a possível relação com a Síndrome
de Abdução de Quadril e/ou Alterações na LE.
• Mesmo uma Escoliose Estrutural pode apresentar algum componente Funcional
que deve ser corrigido e após procurar dar estabilidade a esta.
• Num primeiro momento evitar aplicar cargas longitudinais sobre a coluna.

8) ALTERAÇÕES DA CINTURA PÉLVICA E DO QUADRIL


Existem na Cintura Pélvica diferenças consideráveis entre homens e mulheres. As mulheres
apresentam cinturas pélvicas mais leves, finas e largas; abrindo-se mais lateralmente na frente e
com o sacro mais largo atrás, isto cria uma cavidade pélvica mais larga que a dos homens em
razão do potencial destas à natalidade. Em função desta variação anatômica entre os sexos, as
mulheres apresentam um braço de resistência de abdutores maior (especialmente do Glúteo
Médio) que o dos homens, necessitando gerar mais torque para o equilíbrio da pelve, assim sendo
estando também mais suscetíveis a desequilíbrios.
A articulação Sacroilíaca transmite o peso do corpo ao quadril e fica sujeita a cargas
provenientes da região lombar e/ou do solo. Apesar de seus fortes ligamentos, esta articulação
permite certa quantidade de movimento que varia consideravelmente entre indivíduos e entre
sexos. Nos homens os ligamentos mais rígidos e espessos não permitem movimento na
articulação Sacroilíaca, na verdade três a cada dez homens possuem esta articulação fundida. Já
nas mulheres esta é mais móvel em função da maior frouxidão de seus ligamentos, os quais
relaxam ainda mais com os ciclos menstruais e durante a gestação (HAMILL, 1999).
São possíveis seis direções diferentes de movimentos da pelve:
✓ Inclinação anterior e posterior;
✓ Inclinação lateral para esquerda e para direita;
✓ Rotação para direita e para esquerda.
A Cintura Pélvica juntamente com a articulação do quadril, tem um papel importante na
dissipação de forças que por ela passam e oferecem a mobilidade necessária para as amplitudes
de movimento dos membros inferiores. Mas como nenhum dos 28 músculos que se inserem na
cintura pélvica está posicionado somente para agir sobre esta, como acontece com a cintura
escapular e os músculos escapulotorácicos, é necessária uma ação muscular contínua para o bom
posicionamento da cintura pélvica e da articulação do quadril na manutenção do equilíbrio e da
postura de pé. A respeito dos desequilíbrios desta, MIRANDA (2001), cita BIENFAIT (1995) o qual
diz que:

“Os desequilíbrios da cintura pélvica nunca são primários. São sempre consequência de uma
causa localizada abaixo ou acima. Se a causa se localizar acima, o desequilíbrio pélvico compensa

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um desequilíbrio da coluna lombar e alterações no posicionamento de um ou ambos os membros
inferiores num processo descendente. Se localizar-se abaixo, o desequilíbrio pélvico é
consequência de um desequilíbrio de um dos membros inferiores ou ambos, que por sua vez
gerará um desequilíbrio na coluna lombar num processo ascendente”.

O profissional de Educação Física pode observar se tal desequilíbrio é ascendente ou


descendente através de uma estratégia simples. Basta observar o comportamento das alterações
lombares com o indivíduo em decúbito dorsal, seja para executar um alongamento ou um
abdominal. Caso este corrija naturalmente a alteração da lombar (já que não há descarga de
peso) o processo é provavelmente ascendente. Se a alteração lombar se mantiver pode significar
que a sede do problema é ali e, por conseguinte, o desequilíbrio lombar e dos membros inferiores
são provavelmente um processo descendente.
A articulação do quadril é do tipo bola-soquete com o acetábulo apontado anteriormente,
lateralmente e inferiormente. Assim como a glenoumeral, esta também respeita da mesma forma
a Lei do Convexo-Côncavo mantendo, portanto, uma Artocinemática similar a esta. Contudo, é
mais estável graças a poderosos ligamentos e o tendão do músculo Iliopsoas que reforçam sua
cápsula articular anterior e pelo aprofundamento da cavidade pelo Labrum Acetabular (onde 70%
da cabeça femoral articula-se com o acetábulo contra os 25% do úmero com a Glenóide – HAMILL
1999). A cabeça femoral possui ainda um ligamento, o ligamento Redondo, que parte de seu
centro indo ao centro do acetábulo, auxiliando na manutenção da congruência articular.

8.1) PADRÃO DE ALINHAMENTO NORMAL


✓ Visão lateral
• Muito tem sido discutido sobre qual o melhor referencial para se determinar a
posição em neutro da pelve, ou seja, sem anteroversão ou retroversão.
• Alguns pesquisadores dizem que o alinhamento pélvico ideal se encontra quando
a Espinha Ilíaca Anterossuperior se encontra no mesmo plano vertical que a
sínfise pubiana.
• Outros que o alinhamento ideal é encontrado quando o ângulo entre o plano
transverso e a linha formada entre as Espinhas Ilíacas Anterossuperiores e as
espinhas ilíacas póstero-inferiores é menor que 5 graus embora alguns estudos
relatassem ter encontrado variações anatômicas de até 12 graus.
• Ou ainda através apenas da observação subjetiva de uma anteroversão pela
acentuação da curvatura lombar ou de uma retroversão pela diminuição desta
mesma curvatura.
✓ Visão anterior
• Espinhas Ilíacas Anterossuperiores alinhadas
✓ Visão posterior
• Espinhas Ilíacas Posterossuperiores alinhadas.

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8.2) ANTEROVERSÃO DA PELVE (vide Hiperlordose Lombar)

8.3) RETROVERSÃO DA PELVE (vide Retificação Lombar)

8.4) INCLINAÇÃO LATERAL


✓ Características
• Numa visão anterior
o As Espinhas Ilíacas Anterossuperiores encontram-se fora de nível com o
plano transverso. Onde do lado da espinha mais alta o quadril se encontra
em adução e do lado mais baixo em abdução.
✓ Agentes Causais
• Postura viciosa (muito comum entre dentistas e geralmente associada à
Síndrome de Adução de Quadril);
• Escoliose estrutural lombar;
• Por serem raros os casos de indivíduos com diferenças reais comprimento de
membros este é um achado significativo em casos de lombalgia com irradiação
de dor para o quadril por fraqueza dos abdutores e encurtamento de adutores
contralaterais.
• A etiologia desta pode ainda estar associada a diferenças na stiffness entre
abdutores e adutores e não simplesmente por uma relação de encurtamento ou
alongamento excessivo entre estes.
• Processos ascendentes também não são raros, onde um pé supinado pode levar
a elevação de um dos lados, assim como um pé pronado pode levar ao
abaixamento.
• Tensão acentuada:
o LE, LL
• Insuficiência ou enfraquecimento dos músculos:
o LE, LL
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Identificar e corrigir:
o A Síndrome de Abdução de Quadril
o Encurtamentos nas Rotas Miofasciais.
• Nas diferenças de stiffness, treinar o posicionamento correto durante os
exercícios de alongamentos (serão discutidos na parte sobre treinamento da
flexibilidade) e com a utilização de treinamento funcional.
• Evitar exercícios que requeiram apoio unilateral até que a inclinação seja
resolvida. Exemplo: variações de agachamentos unilaterais..

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8.5) ROTAÇÃO LATERAL
✓ Características
• Numa visão anterior
o As Espinhas Ilíacas Anterossuperiores encontram-se fora de alinhamento
com o plano transversal, estando um dos lados fixado em rotação externa e
o outro em rotação interna.
o A rotação lateral da pelve induz a rotação das vértebras lombares podendo
ser fator desencadeador de lombalgia.
✓ Agentes Causais
• Anteversão femoral unilateral (examinada mais adiante nas alterações femorais)
• Encurtamentos musculares e/ou flexibilidade excessiva entre rotadores internos
e externos.
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• No caso de encurtamentos musculares fazer a devida correção.
• Nas diferenças de stiffness, treinar o posicionamento correto durante os
exercícios de alongamentos (serão discutidos na parte sobre treinamento da
flexibilidade) e com a utilização de treinamento funcional.

8.6) TORÇÃO PÉLVICA


✓ Características
• Numa visão lateral
o As espinhas ilíacas anterossuperiores encontram-se fora de alinhamento com
o plano sagital, estando um dos lados fixado em retroversão e o outro em
anteroversão.
o Mais frequente em mulheres em função da maior mobilidade da articulação
sacroilíaca, desencadeando fortes dores nesta.
✓ Agentes Causais
• Encurtamentos musculares e/ou flexibilidade excessiva entre flexores e
extensores do quadril.
• Pronação de um dos pés
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Identificar e corrigir:
• Encurtamentos e/ flexibilidade excessiva nas Rotas Miofasciais – LE, LAP, LFA.
• Nas diferenças de stiffness, treinar o posicionamento correto durante os
exercícios de alongamentos (serão discutidos na parte sobre treinamento da
flexibilidade) e com a utilização de treinamento funcional.
• Recuperar a propriocepção do pé em pronação
• Observar posição da pelve e alinhamento destas nos exercícios básicos até que a
torção pélvica seja resolvida.

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9) ALTERAÇÕES DO FÊMUR
O fêmur é o maior e mais forte de todos os ossos longos, o qual mantém uma obliquidade
dirigida para baixo e para dentro. Esta é mais acentuada na mulher em virtude da predominância
do diâmetro transverso da pelve (MIRANDA, 2001). Unindo a cabeça ao corpo do fêmur temos o
colo femoral o qual é posicionado em dois ângulos específicos, no plano frontal temos o ÂNGULO
DE INCLINAÇÃO em torno de 125 graus e no plano transverso o ÂNGULO DE TORÇÃO
FEMORAL gira o colo femoral anteriormente em relação ao fêmur em torno de 8 a 15 graus,
estes a fim de facilitar a congruência articular (HAMILL, 1999).

9.1) ÂNGULO DE INCLINAÇÃO


Este formado entre o eixo do colo femoral e o corpo do fêmur determina a efetividade dos
abdutores do quadril, o comprimento do membro e as forças impostas sobre a articulação do
quadril.
Quando o ângulo é maior que 125 graus denominamos de COXA VALGA. Tal angulação impõe
maior carga sobre a cabeça femoral e menor sobre o colo femoral, alonga o comprimento do
membro inferior, aumenta seu braço de resistência e reduz a efetividade dos abdutores.
A coxa valga é mais comum entre mulheres impondo maior carga sobre a articulação do quadril
e dos joelhos (que será discutido mais à frente) esta potencialmente perigosa às lesões nestas
duas articulações, especialmente em casos de sobrepeso e sedentarismo.
Com um ângulo menor que 125 graus, temos a COXA VARA (mais comum entre homens),
impondo menor carga sobre a cabeça femoral e maior sobre o colo; reduz o comprimento do
membro que por sua vez reduz o braço de resistência aumentando a efetividade dos abdutores
por melhorar sua vantagem mecânica resultando em menor carga sobre a articulação do quadril e
uma menor quantidade de força muscular necessária para contrapor a força do peso corporal.

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9.1) ÂNGULO DE TORÇÃO FEMORAL
Na vista superior, é o ângulo formado entre o eixo da cabeça e colo do fêmur e o eixo
transverso dos côndilos do Fêmur, apresentando em média 8° nos homens e 15° nas mulheres.
Este quando normal, aumenta a vantagem mecânica do músculo Glúteo Máximo, tornando um
rotador externo mais eficiente.

9.1.1) A ANTEVERSÃO FEMORAL


Um o ângulo de torção femoral for maior que 15 graus caracteriza a ANTEVERSÃO
FEMORAL. Esta coloca o indivíduo numa postura rodada internamente do fêmur (A), a fim de
preservar a congruência com o acetábulo, como consequência, aumento do Ângulo Q (discutido
em alterações do joelho), Pronação Subtalar, duas condições perigosas aos joelhos e também
possivelmente em anteversão pélvica e aumento da lordose lombar.
Entretanto, alguns indivíduos compensam o aumento da anteversão femoral com a ROTAÇÃO
LATERAL DA TÍBIA. Assim os pés se desviarão para dentro, porém gerando um mau alinhamento
rotacional do joelho.
Na reorganização muscular deve-se buscar a fixação em rotação externa do quadril (B), mas
tomando o devido cuidado com o posicionamento final da pelve.

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9.1.2) A RETROVERSÃO FEMORAL
Um ângulo de torção femoral menor que 8 graus caracteriza a RETROVERSÃO FEMORAL.
Esta coloca o indivíduo numa postura rodada externamente do fêmur (A) apresentando redução
do Ângulo Q e pés supinados e também possivelmente em retroversão pélvica e retificação
lombar.
Na reorganização muscular deve-se buscar a fixação em rotação interna do quadril (B), mas
tomando o devido cuidado com o posicionamento final da pelve.

✓ Considerações sobre exercícios na musculação


Por serem alterações congênitas, o treinamento da musculação quando não
empregado corretamente sobre o exposto acima, pode se tornar fator determinante no
aparecimento de síndromes dolorosas na região do quadril e/ou nos joelhos (que serão
discutidos mais à frente).

9.1.3) SLIDE ANTERIOR DA CABEÇA FEMORAL


✓ Características
• Geralmente associada à postura de pé com quadris em hiperextensão que
quando mantida acima de 10 graus, seja por uma retroversão da pelve ou por
uma hiperextensão de joelhos, é capaz de distender a cápsula anterior do quadril
e de exercer pressão sobre o tendão do músculo Iliopsoas.
• Assim como na articulação glenoumeral as estruturas posteriores podem se
apresentar rígidas.
• Pode apresentar-se em três variações, sem rotação ou com rotação interna ou
externa.
• Pode apresentar dor na região da virilha por tendinopatia do músculo Iliopsoas,
sobretudo durante a flexão do quadril, podendo evoluir para dor generalizada na

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região do quadril incluindo, lesão do Labrum Acetabular, bursite trocantérica e
tendinopatia do Glúteo Médio.

✓ Agentes Causais
• Anteversão da pelve (pode estar associada a uma Síndrome Pélvica Cruzada)
• Retroversão da pelve
• Anteversão femoral (joelho valgo)
• Glúteo Máximo fraco e/ou insuficiente
• Dominância dos Isquiosurais sobre o Glúteo Máximo, e no caso de maior ação da
porção longa do Bíceps Femoral, acontecerá o slide anterior com a rotação
externa.
• Durante a extensão do quadril, o encurtamento do músculo Tensor da Fáscia
Lata provocará a rotação interna junto com o slide anterior (forma mais comum
de incidência dessa alteração).
• Pronação do pé, que pode gerar um processo ascendente ou como consequência
de um processo descendente.
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Não executar alongamentos para o Iliopsoas, caso excessivamente alongado.
• No caso de encurtamentos musculares fazer a devida correção.
• Evitar exercícios isolados de fortalecimento dos Isquiosurais.
• Preferir exercícios em cadeia cinética fechada, para fortalecimento do Glúteo
Máximo (mantendo o perfeito alinhamento coxa sobre tíbia e esta sobre o pé),
mas evitando a flexão excessiva do quadril durante a fase negativa e/ou a
dominância da extensão pelos Isquiosurais (facilmente observável por induzir a
uma retroversão da pelve durante um exercício no Leg Press 45°).
• Preferir um posicionamento de pés em afastamento neutro (vide Apostila de
Exercícios) e para que não ocorra a pronação durante a execução dos exercícios.
• Evitar a rotação externa excessiva no posicionamento dos pés quando associada
à anteversão femoral.

10) ALTERAÇÕES DOS JOELHOS


É a maior e complexa articulação do corpo humano. Consiste basicamente numa articulação
sinovial condilar onde a flexão e a extensão se assemelham com a articulação do cotovelo
(dobradiça), mas o movimento de flexão é acompanhado de pequena embora significativa
rotação. Permanentemente sujeita a considerável estresse e distensão pela ação combinada de
suas funções de sustentação de peso e locomoção. Seus fortíssimos músculos extensores e
flexores, aliados a uma estrutura capsuloligamentar extremamente resistente, são responsáveis
pelo grande vigor de funcionamento dessa articulação. Na verdade, três articulações formam a
articulação do joelho, as articulações Tibiofemoral, Patelofemoral e Tibiofibular, embora a
articulação Tibiofemoral seja considerada a verdadeira articulação do joelho.

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A extremidade distal do fêmur é composta pelos côndilos lateral e medial, duas estruturas
convexas largas separadas anteriormente pelo sulco troclear e pela incisura intercondilar
posteriormente. Os côndilos apresentam diferenças anatômicas, as quais quando encontram sua
correspondência na tíbia permitem a rotação da articulação do joelho. O côndilo lateral é mais
alinhado ao fêmur, achatado, com uma área de superfície larga e mais proeminente anteriormente
a fim de manter a localização ideal da patela. Já o côndilo medial mais alinhado à tíbia, projeta-se
medial e longitudinalmente sendo mais longo no sentido anteroposterior e angula-se para fora do
fêmur posteriormente. Os côndilos se apoiam no platô tibial, estrutura com duas superfícies, uma
medial e uma lateral, separadas pela eminência intercondilar, cuja função é centralizar a
articulação e estabilizá-la durante a sustentação do peso corporal, além de servir como estrutura
de inserção ligamentar. A superfície do platô medial é oval, côncava e alongada no sentido
anteroposterior apoiando bem o côndilo femoral medial convexo. No entanto, a superfície lateral
do platô tibial é convexa do mesmo modo que o côndilo femoral lateral, tal diferença anatômica
permite ao côndilo femoral lateral uma maior excursão durante a extensão e a flexão o que
determina em parte a rotação (HAMILL 1999).
A articulação Tibiofemoral é suportada por quatro ligamentos principais, dois colaterais e dois
cruzados que contribuem na manutenção da posição relativa entre o fêmur e a tíbia.
Os ligamentos colaterais contribuem basicamente na estabilização passiva da seguinte forma:
✓ Ligamento colateral medial
• Suporta o joelho contra forças em valgo, oferecem ainda alguma resistência à
rotação interna e externa e reduz seu comprimento em aproximadamente 17%
na flexão completa e plenamente tensionado em extensão.

✓ Ligamento colateral lateral


• Suporta o joelho contra forças em varo não sendo afetado pela rotação na
articulação do joelho e reduz seu comprimento em aproximadamente 25% na
flexão completa e plenamente tensionado em extensão.

Já os ligamentos cruzados merecem um maior detalhamento de suas funções na estabilização


passiva:

✓ Ligamento cruzado anterior


• Provê restrição primária ao movimento anterior da tíbia em relação ao fêmur,
sendo responsável por 85% da resistência nesse sentido.
• Alonga-se 7% quando o joelho move-se da extensão até a flexão de 90° e
mantém-se assim a flexão total.
• Com a rotação interna a inserção deste move-se para frente alongando-o um
pouco mais, mas já na rotação externa este não se alonga até os 90° de flexão,
embora seja alongado em mais de 10% a partir daí até a flexão total.
• Partes diferentes ficam tensionadas em posições diferentes, com as fibras
anteriores tensionando em extensão, as fibras médias com a rotação e as

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posteriores em flexão, apesar de como um todo ser considerado tensionado em
extensão.
✓ Ligamento cruzado posterior
• Provê restrição primária ao movimento posterior da tíbia em relação ao fêmur,
sendo responsável por 95% da resistência nesse sentido.
• Este diminui de comprimento e relaxa cerca de 10% em 30° de flexão
mantendo-se dessa forma até a flexão completa.
• Aumenta em comprimento cerca de 5% com a rotação interna acima de 60° de
flexão e diminui seu comprimento com 5 a 10% ao passo que a flexão continua.
Mas este não é afetado pela rotação externa.
• Fica maximamente distendido com 45 – 60° de flexão.
• Suas fibras posteriores ficam tensionadas na extensão e na flexão completa ao
passo que as fibras anteriores o ficam no meio da flexão.

Os Meniscos Medial e Lateral, estruturas fibrocartilaginosas situadas entre o fêmur e a tíbia


apresentam as seguintes funções:
✓ Estabilizam a articulação por limitar os movimentos entre o fêmur e a tíbia;
✓ Aumentam a superfície de contato facilitando a dissipação de cargas;
✓ Favorecem a lubrificação da articulação por agirem como estruturas de preenchimento
dispersando mais líquido sinovial para as superfícies femorais e tibiais;
✓ Absorção de choques.

10.1) MECÂNICA FUNCIONAL E ARTROCINEMÁTICA DO JOELHO


A assimetria das superfícies articulares entre o fêmur e a tíbia, tanto medial quanto lateral e
mais a presença da patela, atribuem ao joelho uma Artocinemática bastante complexa de sua
movimentação normal.
Em cadeia cinética fechada, a ação excêntrica se inicia com rolamento do côndilo medial
durante 10 - 15° e o côndilo lateral até os 20° da flexão. Terminado o primeiro rolamento, o
côndilo medial fêmur faz a rotação lateral sobre o platô tibial medial e o côndilo lateral desliza e
rola sobre o platô tibial lateral e ambos terminam em flexão máxima apenas deslizando. O retorno
à posição estendida, na ação concêntrica segue os movimentos inversos terminando como o
movimento de parafusar, pela rotação interna do fêmur sobre a tíbia nos últimos 20° da extensão
(PALASTANGA 2000).
Em razão da obliquidade do fêmur em relação à tíbia, o movimento de rotação durante a
flexão e a extensão acontece para que o Ângulo Q seja mantido dentro de padrões de
normalidade durante todo o trajeto do movimento articular assegurando o correto alinhamento
patelar dentro da tróclea femoral. Durante a flexão a patela move-se descendo uma distância
quase o dobro de seu comprimento entrando na incisura intercondilar do fêmur, sendo seu
movimento mais afetado pela superfície articular e pelo comprimento do tendão patelar, e
minimamente afetado pelo quadríceps (HAMILL 1999). Em síntese durante a flexão a patela
desce, posterioriza e medializa, já durante a extensão a patela sobe, anterioriza e lateraliza.
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A distinção entre uma variação anatômica e uma alteração adquirida nos joelhos se mostra
bastante desafiadora tanto para profissionais da Fisioterapia quanto da Educação Física. A
diferença básica que é que as alterações adquiridas podem ser corrigidas ao passo que as
variações anatômicas apenas estabilizadas minimizando seus efeitos negativos sobre a articulação
dos joelhos. Mas independentemente de sua etiologia, ambos os casos seguem as mesmas linhas
básicas de cuidado durante o treinamento em musculação.

10.1) O GENO VALGO


✓ Características
• É uma alteração angular do joelho no plano frontal onde o indivíduo apresenta
uma aproximação dos côndilos femorais mediais ao mesmo tempo em que um
afastamento dos maléolos mediais em relação ao eixo mediano, causando a
impressão das pernas em “X”.
• No valgo estrutural os pés se mantêm em supinação.
• No valgo adquirido os pés se mantêm em pronação.
• As forças de contato lateral entre fêmur e tíbia aumentam em 50% a 2,5° de e
75% a 5° inclinação femoral (PALASTANGA, 2000; HAMILL, 1999)
• Geralmente apresenta uma Síndrome de Adução de Quadril associado
• Observa-se aumento do Ângulo “Q” e consequente aumento da força de tração
lateral da patela.
✓ Agentes Causais
• Valgo estrutural
o Ângulo de inclinação femoral maior que 125 graus
o Anteversão do colo do fêmur
• Valgo adquirido
o Dominância dos rotadores internos do quadril
o Insuficiência dos rotadores externos do quadril
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Não executar alongamentos para o Iliopsoas, caso excessivamente alongado.
• No caso de encurtamentos musculares fazer a devida correção.
• Evitar exercícios isolados de fortalecimento dos Isquiosurais.
• Preferir exercícios em cadeia cinética fechada, para fortalecimento do Glúteo
Máximo (mantendo o perfeito alinhamento coxa sobre tíbia e esta sobre o pé),
mas evitando a flexão excessiva do quadril durante a fase negativa e/ou a
dominância da extensão pelos Isquiosurais (facilmente observável por induzir a
uma retroversão da pelve durante um exercício no Leg Press 45°).
• Preferir um posicionamento de pés em afastamento neutro (vide Apostila de
Exercícios) e para que não ocorra a pronação durante a execução dos exercícios.
• Evitar a rotação externa excessiva no posicionamento dos pés quando associada
à anteversão femoral.
• Observar a tendência a aproximar os joelhos durante a fase negativa dos
movimentos.
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• Reorganização muscular
o Alongar
▪ Tensor da fáscia lata;
▪ Semitendinoso;
▪ Semimembranoso;
▪ Grácil;
▪ Adutores (Magno, Longo e Curto);
▪ Estruturas laterais do joelho.
▪ LE, LL
o Fortalecer
▪ Glúteo Máximo;
▪ Glúteo Médio Posterior
▪ Bíceps femoral;
▪ Sartório;
▪ Inversores dos pés
▪ Vasto medial (estabilizar a patela).
▪ LE, LL, LFP

10.2) O GENO VARO


✓ Características
• É uma alteração angular do joelho no plano frontal, com desvio lateral da
articulação em relação à linha de força.
• Os côndilos femorais se afastam, formando o aspecto arqueado dos membros
inferiores.
• As forças de contato medial entre fêmur e tíbia aumentam em 70% a 2,5° de e
90% a 5° inclinação femoral (PALASTANGA, 2000; HAMILL, 1999)
• Mais frequente entre o sexo masculino.
✓ Agentes Causais
• Geralmente uma falha estrutural congênita em função de um ângulo de
inclinação femoral inferior a 125 graus.
• Impor ao bebê a postura bípede precoce.
• Retroversão do colo do fêmur
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Em função do já exagerado apoio sobre os côndilos mediais, evitar as posições
demasiadamente afastadas dando preferências às paralela e neutra das pernas
nos exercícios básicos.
• Observar a tendência em afastar os joelhos durante a fase negativa dos
movimentos.
• Reorganização muscular:
o Alongar
▪ Bíceps femoral;
▪ Tibial posterior;
▪ Sartório;
▪ Inversores do pé.
▪ LE, LFA, LSAB, LPAB
o Fortalecer

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▪ Semitendinoso;
▪ Semimembranoso;
▪ Grácil;
▪ Adutores (Magno, Longo e Curto);
▪ Gastrocnêmios Medial e Lateral
▪ LSP, LAP, LSPB, LPPB
10.3) O GENO RECURVADO
✓ Características
• É uma alteração angular do joelho no plano sagital, com desvio posterior da
articulação em relação ao eixo postural.
• Segundo Xavier (1995) – “Na maioria dos casos, é um recurvato fisiológico
próprio de crianças que apresentam hipermobilidade articular, também
fisiológica. Tal situação pode ser vista em recém-nascidos até a idade de quatro
anos e que têm evolução espontânea, sem ser necessário nenhum tipo de
tratamento”.
• As estruturas posteriores se encontram alongadas e distendidas
• Geralmente associado ao geno valgo
✓ Agentes Causais
• Quadril em extensão com a pelve geralmente em retroversão
• Encurtamento severo de Sóleos.
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Quando associado ao geno valgo, seguir as mesmas recomendações.
• Observar a manutenção do alinhamento ideal, sem hiperextensão, durante a
execução dos movimentos.
• Reorganização muscular:
o Alongar
▪ Retroversores da pelve (caso associada);
▪ Glúteo Máximo;
▪ Sóleos;
▪ Eversores do pé.
▪ LSP, LSA, LAP
o Fortalecer
▪ Bíceps Femoral;
▪ Semitendinoso;
▪ Semimembranoso;
▪ Iliopsoas;
▪ Gastrocnêmios medial e lateral
▪ Inversores dos pés
▪ LSP, LPA, LE

11) ALTERAÇÕES DO PÉ
O pé representa a base para uma boa postura, suporte fundamental para a posição bípede
humana e peça essencial para a marcha. Pés alterados provocam uma sucessão ascendente de
posturas defeituosas gerais, perturbando a ação adequada dos músculos posturais.

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11.1) O PÉ PLANO
✓ Características

• É aquele que apresenta deformidade em valgo do retropé, geralmente associada


a uma queda parcial ou total do arco longitudinal plantar.
• Os calcanhares tendem a se projetarem para dentro.
• O exame do pé chato pode ser facilmente observado através de impressão
plantar, com o avaliado descalço, pisando em uma folha de papel, com os pés
sujos de tinta.
• É o mais comum de apresentar a pronação excessiva.
✓ Agentes Causais
• Falha congênita
• Falha propriopcetiva no caso da pronação excessiva
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Observar a manutenção da posição neutra dos tornozelos (evitando a pronação)
em todos os exercícios
• Nos exercícios para as panturrilhas
o Durante a fase positiva manter a pressão no primeiro e segundo dedos
o Durante a fase negativa manter a pressão sobre o bordo externo dos pés
• Reorganização muscular:
o Alongar
▪ Fibular longo (eversor e flexor plantar);
▪ Fibular curto (eversor e flexor plantar);
▪ Extensor longo dos dedos (eversor e dorsiflexor).
▪ LSA, LL
o Fortalecer
▪ Tibial anterior (inversor e dorsiflexor);
▪ Tibial posterior (inversor e flexor plantar);
▪ Flexor longos dos dedos dos pés (inversor e flexor plantar);
▪ Plantares intrínsecos.
▪ LSP, LPA, LE

11.2) O CAVO
✓ Características
• Caracteriza-se por uma acentuação do arco plantar.
• A fáscia plantar se contrai, formando um aumento na curvatura plantar do pé.
• Extremamente suscetível a Fasceíte Plantar
• Na impressão plantar, não há uma continuidade da borda lateral do pé.
✓ Agentes Causais
• Falha estrutural congênita
• Falha estrutural adquirida
o Na primeira infância por fase de gatinho longa em excesso
o Atividades que estimulem em excesso como o ballet clássico, por exemplo.
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Reorganização muscular:
o Alongar
▪ Extensor longo dos dedos dos pés;
▪ Tibial Anterior;
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▪ Tibial Posterior;
▪ Flexores Intrínsecos;
▪ Fáscia Plantar.
▪ LSA, LAP
o Fortalecer
▪ Tríceps Sural;
▪ Fibular Longo;
▪ Fibular Curto.
▪ LSP, LL
11.3) PÉ VARO OU SUPINADO
✓ Características
• Também conhecido como pé invertido.
• É constituído por dois fatores:
o Adução do antepé
o Rotação sobre seu próprio eixo.
• A borda interna do pé fica elevada e a borda externa, servindo como ponto de
apoio do pé.
• A região plantar fica voltada para dentro e para trás, e seu dorso, para fora e
para frente.
• É mais facilmente observável em vista posterior.
• Pode estar associado com retificação lombar e retroversão do quadril
✓ Agentes Causais
• Alteração descente em função de um geno varo
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Reorganização muscular:
o Alongar
▪ Tibial anterior;
▪ Tibial posterior;
▪ Tríceps sural.
o Fortalecer
▪ Fibular longo;
▪ Fibular curto;
▪ Extensor longo dos dedos dos pés.

12.4) PÉ VALGO OU PRONADO (vide Pé Plano)


✓ Características
• É constituído por dois fatores:
o Abdução do antepé
o Rotação sobre seu próprio eixo.
• A borda interna do pé fica desaba e a borda externa, servindo como ponto de
apoio do pé.
• É mais facilmente observável em vista posterior.
• Pode estar associado com anteversão do quadril
✓ Agentes Causais
• Alteração descente em função de um geno valgo
✓ Considerações sobre exercícios na musculação
• Reorganização muscular:
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o Alongar
▪ Fibular longo;
▪ Fibular curto;
▪ Extensor longo dos dedos dos pés.
o Fortalecer
▪ Tibial anterior;
▪ Tibial posterior;
▪ Tríceps sural.

DESALINHAMENTOS DO QUADRIL
DESALINHAMENTO Postura Relacionada Posturas Compensatórias Possíveis
Desvio medial do pé Torção tibial lateral
Pronação subtalar Rotação lateral do joelho
Anteversão excessiva Subluxação patelar lateral Rotação lateral da tíbia, do fêmur ou da pelve
Torção tibial medial Rotação lombar para o mesmo lado
Torção femoral medial
Desvio lateral do pé Rotação medial do joelho
Supinação subtalar Rotação medial da tíbia, do fêmur ou da pelve
Retroversão excessiva
Torção tibial lateral Rotação lombar no lado oposto
Torção femoral lateral
Articulação subtalar em pronação Supinação subtalar ipsilateral
Rotação medial do membro inferior Pronação subtalar contralateral
Membro inferior ipsilateral curto Flexão plantar ipsilateral
Coxa Vara
Rotação pélvica anterior Joelho recurvado contralateral
Flexão do quadril e/ou do joelho contralateral
Rotação pélvica posterior ipsilateral e rotação lombar ispsilateral
Articulação subtalar em supinação Pronação subtalar ipsilateral
Rotação lateral do membro inferior Supinação subtalar contralateral
Membro inferior ipsilateral longo Flexão plantar contralateral
Coxa Valga
Inclinação pélvica posterior Joelho recurvado ipsilateral
Flexão do quadril e/ou do joelho ipsilateral
Rotação pélvica anterior ipsilateral e rotação lombar contralateral
Adaptado de MAGEE (2010), Avaliação Musculoesquelética

ALINHAMENTO DO JOELHO E POSSÍVEIS MOVIMENTOS OU POSTURAS CORRELACIONADAS OU COMPENSATÓRIAS


MAU ALINHAMENTO Possíveis movimentos ou posturas correlacionadas Possíveis movimentos ou posturas compensatórias
Pé plano Antepé varo (aduzido)
Pronação subtalar excessiva Supinação subtalar excessiva para permitir que a porção lateral do
Torção lateral da tíbia calcanhar entre em contato com o solo
Joelhos Valgo Subluxação lateral da patela Desvio medial do pé para diminuir a oscilação lateral da pelve durante
Adução excessiva do quadril a marcha
Rotação medial excessiva do quadril ipsilateral Rotação pélvica lateral ipsilateral
Rotação contralateral da coluna lombar Antepé valgo (abduzido)
Angulação lateral excessiva da tíbia no plano frontal; tíbia vara Pronação subtalar excessiva para permitir que a porção medial do
Torção medial da tíbia calcanhar entre em contato com o solo
Joelho Varo
Rotação lateral do quadril ipsilateral Rotação pélvica medial ipsilateral
Abdução excessiva do quadril
Flexão plantar do tornozelo Inclinação pélvica posterior
Joelho Recurvado Inclinação pélvica anterior excessiva Postura do tronco flexionado
Cifose torácica excessiva
Desvio lateral do pé Antepé varo funcional
Torção Lateral da Tíbia Supinação subtalar excessiva com rotação associada ao longo do Pronação subtalar excessiva com rotação relaxada ao longo do
quarto inferior quarto inferior
Desvio medial do pé Antepé valgo funcional
Metatarsus adductus Supinação subtalar excessiva com rotação relaxada ao longo do
Torção Medial da Tíbia
Pronação subtalar excessiva com rotação associada ao longo do quarto inferior
quarto inferior
Retroversão excessiva da tíbia (inclinação Joelho Recurvado
posterior do platô tibial)
Retrotorção inadequada da tíbia (desvio Postura com joelho flexionado
posterior da porção proximal da tíbia)
Retroflexão inadequada da tíbia (arqueamento Alteração do alinhamento do tendão do calcâneo produzindo
da tíbia plano sagital) alteração do movimento articular associado
Torção medial da tíbia Antepé valgo
Tíbia Vara
Pronação subtalar excessiva
Adaptado de MAGEE (2010), Avaliação Musculoesquelética

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ALINHAMENTOS DO PÉ E TORNOZELO
MAU ALINHAMENTO Movimentos ou posturas correlacionadas possíveis Possíveis posturas ou movimentos compensatórios
Primeiro raio hipermóvel
Pronação subtalar ou tarsal tranversa excessiva
Tornozelo equino
Flexão do quadril ou do joelho
Joelho recurvado
Tibial; tibial e femoral; ou rotação lateral tibial, femoral e pélvica Rotação lateral excessiva ao longo da cadeia do quarto inferior
Retropé varo Hálux valgo
Supinação subtalar excessiva (calcâneo varo) Flexão plantar do primeiro raio
Antepé valgo funcional
Pronação tarsal transversa excessiva ou prolongada
Retropé valgo Tibial; tibial e femoral; ou rotação medial tibial, femoral e pélvica Antepé varo funcional
Pronação subtalar excessiva (calcâneo valgo) Hálux Valgo
Supinação subtalar e rotação ao longo do quarto inferior associada Flexão plantar do primeiro raio
Hálux Valgo
Pronação subtalar ou tarsal tranversa excessiva ou pronação
Antepé varo
prolongada
Rotação tibial excessiva; tibial e femoral; rotação tibial, femoral,
pélvica medial ou todos com rotação contralateral da coluna lombar
Hálux valgo Supinação tarsal tranversa ou subtalar excessiva
Antepé valgo Pronação subtalar e rotação do longo do quarto inferior associada Rotação tibial excessiva; tibial e femoral; rotação tibial, femoral,
pélvica medial ou todos com rotação ipsilateral da coluna lombar
Hálux Valgo
Torção medial da tíbia
Metatarsus Adductus
Pé plano
Desvio medial dos pododáctilos
Antepé valgo Rotação tibial excessiva; tibial e femoral; rotação tibial, femoral,
Hálux Valgo
Pronação subtalar e rotação do longo do quarto inferior associada pélvica medial ou todos com rotação ipsilateral da coluna lombar
Adaptado de MAGEE (2010), Avaliação Musculoesquelética

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