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UNIFASB / UNINASSAU – Curso de Direito / 2021.

2
Prof. Me. Marcus Vinícius Aguiar Faria
Oficinas na Semana da Profissionalização – UNIFASB / UNINASSAU

1. Os remédios constitucionais nas Constituições brasileiras


2. Habeas corpus (art.5º, LXVIII)
2.1. Regras gerais
2.2. Evolução histórica do HC no constitucionalismo brasileiro
2.3. Competência
2.4. Espécies
2.5. Punições disciplinares militares
2.6. HC impetrado em face de ato da Turma Recursal
2.7. HC coletivo, a partir do STF, HC 143.641, 20.02.2018
3. Mandado de segurança (5º, LXIX)
3.1. Introdução
3.2. Evolução histórica do MS no constitucionalismo brasileiro
3.3. Abrangência
3.4. Direito líquido e certo
3.5. Ilegalidade ou abuso de poder
3.6. Legitimidade ativa e passiva
3.7. Competência
3.8. Algumas observações
4. Mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX)
4.1. Regras gerais
4.2. Objeto, legitimidade ativa e objetivos
5. Mandado de injunção (art. 5º, LXXI)
5.1. Aspectos gerais
5.2. Omissão total ou parcial
5.3. Legitimidade ativa
5.4. Legitimidade passiva
5.5. Competência
5.6. Procedimento
5.7. Efeitos da decisão
5.8. Especificidades do MI coletivo
6. Habeas data (art. 5º, LXXII)
6.1. Aspectos gerais
6.2. Legitimidade ativa e passiva
6.3. Procedimento
6.4. Competência
7. Ação popular (art. 5º, LXIII)
7.1. Aspectos gerais
7.2. Evolução histórica da ação popular no constitucionalismo brasileiro
7.3. Requisitos
7.4. Legitimidade ativa e passiva
7.5. Competência
7.6. Outras regras.
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Prof. Me. Marcus Vinícius Aguiar Faria
1. Os remédios constitucionais nas Constituições brasileiras
- garantias fundamentais
- writs of mandamus

Remédio constitucional Previsão nas Constituições brasileira


Habeas Corpus 1824: não previu expressamente
1891: art. 72, §22
EC 01/1926: restrição à “doutrina
brasileira do habeas corpus”
1934: art. 113, n. 23
1937: art. 122, n. 16
1946: art. 141, §23
1967: art. 150, §20
AI-5, de 13.12.1968: restrição da
amplitude do habeas corpus
EC 01/1969: art. 153, §20
1988: art. 5º, LXVIII
Mandado de Segurança 1934: art. 113, n. 33
1937: não houve
1946: art. 141, §24
1967: art. 150, §21
EC 01/1969: art. 153, §21
1988: art. 5º, LXIX
Mandado de Segurança coletivo 1988: art. 5º, LXX
Mandado de Injunção 1988: art. 5º, LXXI
Habeas Data 1988: art. 5º, LXXII
Ação Popular 1934: art. 113, n. 38
1937: não houve
1946: art. 141, §38
1967: art. 150, §31
EC 01/1969: art. 153, §31
1988: art. 5º, LXXII

2. Habeas Corpus

2.1. Regras gerais


- Magna Carta de 1215 e no Habeas Corpus Act de 1679, na Inglaterra.
- No Brasil, apareceu, pela primeira vez, em um alvará de 1821, assinado por Dom
Pedro I, pelo qual se garantia a liberdade de locomoção. A terminologia habeas corpus
só apareceu com o Código Criminal do Império de 1830. Nas Constituições, apareceu,
pela primeira vez, na CF/1891, permanecendo nas subsequentes, e, na CF/1988,
apareceu no art. 5º, LXVIII.
- A doutrina brasileira do habeas corpus significa que o HC foi usado não só para
garantir a liberdade física como também os demais direitos que tinham por
pressuposto básica a locomoção. Perdurou até a Reforma Constitucional de 1926.
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- O autor chama-se impetrante. O indivíduo beneficiado chama-se paciente. A
autoridade que pratica a ilegalidade ou o abuso de poder chama-se de autoridade
coatora.
- O impetrante pode ser qualquer pessoa física, nacional ou estrangeira. Pode ser o
Ministério Público. Pode ser também uma pessoa jurídica.
- O paciente só pode ser uma pessoa física.
- A autoridade coatora pode ser uma autoridade pública ou uma pessoa particular, a
exemplo, de um diretor de hospital particular.
- Os juízes e tribunais poderão conceder de ofício o HC. Isso é uma exceção ao
princípio da inércia do órgão jurisdicional.
- O HC pode ser exercido sem advogado, não tendo que obedecer a nenhuma
formalidade processual e é uma ação gratuita.
- Pode ser impetrado para trancar ação penal ou inquérito policial, bem como em face
de particular, como no exemplo de hospital psiquiátrico que priva o paciente de sua
liberdade de ir e vir.

2.2 Evolução histórica do HC no constitucionalismo brasileiro

Decreto n. 114, de 23.05.1821 Antes da CF/1824, referido decreto


fixava providências para a garantia da
liberdade individual, proibindo prisões
arbitrárias (Alvará de D. Pedro I).
CF/1824 Não havia previsão expressa da garantia
de HC na CF/1824. No entanto, o seu art.
179, VI, VIII e IX, previu tutela à
liberdade de locomoção e vedou
qualquer prisão arbitrária. Havia o
entendimento de que a garantia do HC
era implícita.
Código Criminal do Império de 1830 Pela primeira vez no ordenamento
(arts. 183 a 188) jurídico brasileiro tivemos a previsão
expressa da terminologia habeas corpus.
Código de Processo Criminal de Primeira Previsão expressa da garantia do HC.
Instância (arts. 340 a 345)
Lei 2.033/1871 (art. 18) Ampliou ao assegurar a impetração de
HC também para beneficiar estrangeiros.
CF/1891 (art. 72, §22) Pela primeira vez tivemos a
constitucionalização do HC: “Dar-se-á o
habeas corpus sempre que o indivíduo
sofrer ou se achar em iminente perigo de
sofrer violência ou coação por
ilegalidade ou abuso de poder”.
EC 01/1926 à CF/1891 (restrição à “Dar-se-á o habeas corpus sempre que
doutrina brasileira do HC e nova alguém sofrer ou se achar em iminente
redação restritiva ao art. 72, §22) perigo de sofrer violência por meio de
prisão ou constrangimento ilegal em sua
liberdade de locomoção”.
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CF/1934 (art. 113, n. 23) “Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ao se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua
liberdade, por ilegalidade ou abuso de
poder. Nas transgressões disciplinares
não cabe o habeas corpus”. Também
restrito à liberdade de locomoção,
embora não expressa, já que é na CF/34
que surge, pela primeira vez, o mandado
de segurança individual.
CF/1937 (art. 122, n. 16) “Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar na iminência
de sofrer violência ou coação ilegal, na
sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos
de punição disciplinar”.
CF/1946 (art. 141, §23) “Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares, não cabe habeas corpus”.
CF/1967 (art. 150, §20) “Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares não caberá habeas corpus”.
AI-5, de 13.12. (art. 10) 1968 “Fica suspensa a garantia de habeas
corpus, nos casos de crimes políticos,
contra a segurança nacional, a ordem
econômica e social e a economia
popular”
EC 01/1969 (art. 153, §20) “Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder. Nas transgressões
disciplinares não caberá habeas corpus.”
CF/88 (art. 5º, LXVIII) “Conceder-se-á habeas corpus sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder”
CF/88 (art. 142, §2º) “Não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares”

2.3. Competência
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- O órgão competente para julgar a ação constitucional de habeas corpus será
determinado de acordo com a autoridade coatora ou quem é o paciente.
- A CF/88 prevê algumas situações:
Art. 102, I, STF Quando o paciente no habeas corpus for Presidente da
d República, Vice-Presidente da República, membros do
Congresso Nacional, Ministros do STF, Procurador-Geral da
República; Ministros de Estado, Comandantes da Marinha
e Aeronáutica, membros dos Tribunais Superiores, do TCU
e chefes de missão diplomática.
Art. 102, I, STF Quando a autoridade coatora no habeas corpus for
i Tribunal Superior ou o coator ou o paciente for autoridade
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em uma única instância
Art. 102, II, STF Recurso ordinário, em habeas corpus decidido em único
a instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão.
Art. 105, I, STJ Quando a autoridade coatora ou o paciente for qualquer
c Governadores, membros dos Tribunais de Contas dos
Estados, membros dos TRFs, TREs e TRTs, os membros dos
Conselhos e Tribunais de Contas dos Municípios e os
membros do Ministério Público da União que oficiem
perante esses tribunais. Ou quando o coator for tribunal
sujeito à jurisdição do STJ, ou quando o coator for Ministro
de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 105, II, STJ Recurso ordinário em habeas corpus decididos em única ou
a última instância pelos TRFs ou pelos TJs, quando a decisão
for denegatória.
Art. 108, I, TRFs Quando a autoridade coatora for juiz federal.
d
Art. 108, II TRFs Em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
federal e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109, Juízes Quando a autoridade coatora não esteja diretamente
VII federais sujeita a outra jurisdição
Art. 125 TJs Em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
estaduais.
Art. 125 Juízes Quando a autoridade coatora não esteja diretamente
estaduais sujeita a outra jurisdição, no âmbito da competência
estadual.
Art. 121, Justiça Crimes eleitorais.
§§3º e 4º, eleitoral
V, c/c art.
105, I, c

2.4. Espécies
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- O habeas corpus será preventivo quando alguém se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder (a restrição à locomoção ainda não se consumou). Nessa situação, poder-se-á
obter um salvo-conduto para garantir o livre trânsito de ir e vir.
- O habeas corpus será liberatório ou repressivo quando a constrição ao direito de
locomoção já se consumou. É impetrado para cessar a violência ou coação.

2.5. Punições disciplinares militares


- O art. 142, §2º, CF/88, estabelece não caber habeas corpus em relação a punições
disciplinares miliares.
- Essa regra também se aplica aos militares estaduais, por força do art. 42, §1º (EC
18/98).
- Não é possível analisar o mérito das punições disciplinares, mas é possível analisar os
pressupostos de legalidade (hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função e pena
suscetível de ser aplicada disciplinarmente. STF, HC 70.648, e RE 338.840, 2003).

2.6. Habeas Corpus impetrado em face de ato da Turma Recursal


- As Turmas Recursais são órgãos colegiados de primeiro grau, que funciona como
segunda instância recursal.
- O STF entendeu a Súmula 690 como superada e definiu a competência originária do
TJ local para julgar habeas corpus contra decisão e turma recursal de juizado especial
criminal (STF, HC 86.834, 2006).

2.7. Habeas corpus coletivos


- STF, HC 143.641, 20.02.2018

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