ALUNAS: Síria Alcantara da Silva, Maria Dávila, Uillana Carvalho, Raquel
Nepomuceno, Kátia Horas, Louise Vieira, Hildeyjane Morais, Kayllane, Joyce
Thatiara
CURSO: PSICOLOGIA PERÍODO: 3º TURMA: 2020.1
SEMESTRE: 2021.1
DISCIPLINA: Avaliação, Métodos e Medidas em Psicologia
PROFª: Rhayana Claudyelle
O USO DE TESTES PSICOLÓGICOS NA PRÁTICA ORGANIZACIONAL
A psicologia organizacional, de forma resumida, é usada em uma
organização para a gestão de pessoas. Ela é um segmento, parte de um estudo que tem como objetivo estruturar e estudar o perfil comportamental dos colaboradores das empresas. Um psicólogo organizacional, ajuda, em uma instituição a entender melhor cada colaborador em particular, como eles são, como eles trabalham, quais são as suas competências. Portanto eles conseguem tirar do individual e expandir, trazer para um meio mais abrangente, ou seja, para as equipes. O psicólogo vai encaixar o perfil desse colaborador na equipe em que ele mais se adequar. De acordo com o estudo que ele fizer e como ele entender cada profissional, vai encaminha-lo ou adequá-lo para trabalhar com determinado grupo específico em que seu perfil se adeque. A psicologia organizacional traz melhores resultados para essa gestão de pessoas, pois como ela entende melhor cada colaborador, a empresa consegue trabalhar com o mesmo conforme o que a organização e a equipe precisam e o faz se sentir bem dentro do seu próprio negócio. Um psicólogo organizacional pode atuar e ajudar em várias áreas da empresa. Algumas delas são: gestão de conflitos, recrutamento e seleção, treinamentos, diagnóstico organizacional e análise de plano de cargos e salários. Um psicólogo organizacional em uma empresa, aumenta a produtividade, traz um maior engajamento, reduz custos, possibilita ajuste do clima organizacional. Historicamente falando, muitas foram as influências que coadjuvaram para o advento da Psicologia Organizacional. Assim, é importante citar que dentro de uma área de organização há várias atribuições voltadas aos psicólogos que operam neste âmbito. Além disso, esses profissionais se atentam às questões relevantes nessa área, como por exemplo, o contentamento do trabalho e a motivação do empregado. Em se tratando do contexto histórico do surgimento da Psicologia Organizacional, sabe-se que muitas foram as razões para o aparecimento e desenvolvimento de tal área. Pois, já no início do século XX encontrava-se indivíduos - que não eram da área da Psicologia - empenhados em resolver os problemas que já existiam nas organizações. E além desses indivíduos, os psicólogos experimentais também partilhavam do mesmo pensamento e atitude. Ainda mais, podemos citar aqui Walter Dill Scott, Frederick Winslow Taylor e Hugo Münsterberg como os pais da Psicologia Organizacional. E dentre eles, são apontados como os principais instituidores desse tema, Hugo Münsterberg e Walter Dill Scott, que além de psicólogos experimentais, empenharam-se na aplicação de métodos da psicologia com o intuito de solucionar problemas que haviam em organizações. De entre os pais da psicologia organizacional, interessante frisar que Frederick Winslow Taylor era um engenheiro mecânico que teve como objeto de interesse de estudo a produtividade nas fábricas, no qual, mediante sua estrutura de trabalho, tornou-se para os psicólogos experimentais, um influente primordial. Por outro lado, enquanto Münsterberg dedicava-se acerca do uso de testes psicológicos e na apuração de empregados, Taylor criou a intitulada – por ele mesmo - administração científica, no qual trata-se de uma abordagem que maneja os trabalhadores de fábricas que atuam na área de produção. A princípio, os profissionais da Psicologia Organizacional tinham o escopo de aprimorar a mão de obra disponível, e com isso, lucrar com o rendimento dos funcionários. Porém, no decorrer do tempo, e de acordo com cada época, o psicólogo organizacional foi elaborando diversas atividades, e também operando em diferentes esferas, o que o tornou em um profissional que tem muito o que cooperar às organizações. Entendeu-se que ocorrências passadas tidas tanto no âmbito industrial quanto fora desse âmbito foram elementares, assim como viabilizaram a evolução daquilo que é conferido como trabalho dos psicólogos organizacionais atualmente. Outrossim, é significativo expor que as técnicas que eram empregues no início da Psicologia Organizacional ainda são válidas, como por exemplo, os procedimentos de recrutamento, dentre outros, que são métodos indispensáveis na maioria das vezes, pois certificam um trabalho mais coeso. Para debater acerca da Psicologia Organizacional, assim como da Psicologia Organizacional no Brasil, é importante compreender a evolução da própria Psicologia geral. Um fato marcante que caracteriza essa profissão é o predomínio feminino em seu contingente profissional. Essa ciência afasta-se do modelo tecnológico e se aplica a um viés de caráter humanístico mais relacionado às mulheres. Por outro lado, os homens têm uma tendencia a exercer profissões que se coadunem com o exercício do poder e são tendenciosos à psicologia organizacional. Nessa lógica, o menor percentual desses profissionais justifica o crescimento em passos lentos dessa área sobretudo no Brasil em que mais de 80% dos CRP´s são de mulheres. Um ponto significativo quando se fala de Psicologia Organizacional no Brasil é o pobre arsenal literário sobre o tema. Os profissionais que optam por esse seguimento enfrentam vários desafios ao terem que adaptar e criar instrumentos manuais. Outrossim, a pesquisa e publicações de teor organizacional é, muitas vezes, inacabada, tendo em vista os objetivos limitados às fronteiras da organização, omitindo por vezes uma produção que poderia contribuir para o avanço ou novas descobertas neste campo do conhecimento. A respeito do que pode fazer o psicólogo organizacional, primeiramente, o psicólogo organizacional atua com os conhecimentos da Psicologia, em prol da melhor relação trabalhador-empresa, que seja marcada pela boa gestão dos fatores psicossociais relacionados ao trabalho, de forma a promover saúde, prevenir o adoecimento e contribuir para que o trabalho seja um espaço de realização das pessoas. Assim também, todas as atividades realizadas por esses profissionais têm como metas atingir o envolvimento e comprometimento de todos os colaboradores com a cultura da qualidade, aumentar a satisfação dos clientes internos e externos e manter sua credibilidade. Para que os objetivos sejam alcançados, ele deve ter flexibilidade para trabalhar em equipe, ter visão estratégica, ter boa comunicação, ser generalista, ter espírito crítico e jogo de cintura para entender os anseios da empresa e dos empregados.
Desse modo, o psicólogo organizacional deve conhecer todas as
atividades da Área de Recursos Humanos da empresa, estabelecendo uma relação de confiança e respeito, a fim de conquistar a todos. Também, deve auxiliar os demais profissionais de Recursos Humanos no sentido de aprimorar e implantar políticas de RH que estimulem a intuição e a criatividade, visando criar na empresa um ambiente intelectualmente favorável à geração e multiplicação de conhecimentos.
Em relação à importância da Psicologia Organizacional vale dizer
incialmente que a psicologia organizacional é uma área que estuda os comportamentos das pessoas dentro das organizações. Peço licença para falar que este campo da psicologia trabalha dentro dos aspectos de como as pessoas se relacionam umas com as outras no contexto de trabalho, como e dá a rotina e de como se desenvolvem nas organizações laborais. Compreendo que a psicologia organizacional vem ganhando espaço no meio corporativo e tem apresentando-se de extrema importância para um exemplo de gestão que zela pelo trabalhador, compreendendo que este é parte primordial na empresa. Assim, faz-se importante dizer que a psicologia organizacional contribui para que a empresa alçasse uma gestão estratégia, almejando sempre a busca do bem-estar e da qualidade de vida interna do empregado. Outrossim, entende-se que é a área de atuação que tem como foco o desenvolvimento e a aplicação de princípios científicos com fulcro nos estudos do comportamento humano direcionado ao ambiente de trabalho, possibilitando alcançar níveis excelentes de qualidade por toda a organização, agindo sobre os problemas organizacionais da gestão, bem como, no bem-estar dos trabalhadores, que de certa forma, encontra-se grande parte do dia no ambiente de trabalho. Diante de tudo, é importante dizer que é de extrema importância que o psicólogo organizacional possua conhecimento sobre a importância de suas funções com o intuito de contribuir constantemente para o melhor desempenho de algumas atividades, como por exemplo, nos Recursos Humanos auxiliando de forma dinâmica, intervindo na gestão no sentido de aprimorar e implantar políticas que estimulem a criatividade e desenvolvimento, objetivando a organização de um ambiente multiplicador de conhecimento.
No tocante às principais Atividades do Psicólogo Organizacional,
podemos citar:
• Analisar a relação entre o trabalho e as pessoas;
• Orientar o processo de seleção e formação dos trabalhadores; • Promover a otimização do trabalho; • Analisar os processos de liderança e de gestão dos recursos humanos; • Explicar e procurar prever o comportamento das pessoas no contexto de trabalho; • Avaliar a motivação e o grau de satisfação dos trabalhadores; • Compreender as relações formais e informais no interior da organização; • Procurar compreender e resolver conflitos; • Apoiar no controle e avaliação de resultados.
No que se refere aos testes psicológicos, podemos explanar que são
instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo, de acordo com o parágrafo 1° do art. 13 da lei no 4.119/62. (Resolução CFP 002/2003). Trata- se de procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos. Através deles, pode-se examinar o perfil do candidato, seu comportamento e sua personalidade. Além disso, os testes também averiguam no indivíduo áreas como emoção e afeto; cognição e inteligência, motivação, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, entre outras. Nas organizações, eles auxiliam nos processos de recrutamento e seleção de pessoas para uma vaga. Eles promovem celeridade e segurança para esses processos, pois escolher alguém para uma vaga que não lhe é apropriada gera custos para a empresa, atrasa todos os processos que aquela vaga deveria desenvolver, e assim, a organização perde tempo e recursos ao empregar o candidato errado, bem como com o processo de rotatividade gerado por uma seleção mal feita. Para que o processo seletivo ocorra com sucesso, tornando colaborador o candidato com perfil mais alinhado ao cargo proposto e ao perfil da organização, é apropriado lançar mal de alguns artifícios para poupar energia e tempo nesse decurso. Para tanto, é necessário analisar corretamente o perfil de cada candidato, e isso pode ser feito de forma mais assertiva através dos testes psicométricos, que são capazes de mensurar inclusive o futuro daquele colaborador na empresa, aferindo o grau de compatibilidade da cultura daquele candidato com a cultura da empresa, bem como o potencial de bom relacionamento entre os colegas de trabalho, e aptidão para adaptação não só às atividades do cargo, mas também a rotina e dinâmica da organização. Dessa forma, os testes tornaram-se imprescindíveis no recrutamento, pois avaliam além do currículo profissional, habilidades e características pessoais que são determinantes para o ambiente de trabalho objetivado.
Alguns testes são comuns nesse meio, e auxiliam na análise das
características do candidato:
• IFP – INVENTÁRIO FATORIAL DE PERSONALIDADE: analisa aspectos
como assistência, dominância, ordem, denegação, intracepção, desempenho, exibição, afago, mudança, persistência, agressão, deferência, autonomia e afiliação. • AC – ATENÇÃO CONCENTRADA: esse teste avalia a capacidade do candidato em assimilar e processar estímulos e manter a concentração em uma tarefa específica, mesmo sob pressão. • TESTE QUATI: Questionário de Avaliação Tipológica, avalia a personalidade do candidato. O candidato é chamado a deliberar em seis situações hipotéticas diferentes, com 15 afirmativas, onde é possível identificar se o profissional é introvertido ou extrovertido, se a tomada de decisões é baseada na razão ou emoção, etc. • BPR — BATERIA DE PROVAS DE RACIOCÍNIO: avalia a capacidade do candidato no pensamento lógico. Geralmente é aplicado em candidatos a cargos de gerência e diretoria, que requerem aptidão para encontrar soluções para os problemas rapidamente e de forma lógica. O teste ajuda também a identificar orientações vocacionais em geral. • ADT — TESTE DE ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO: o candidato é chamado a realizar uma tarefa em determinado período de tempo, sob pressão e cronometrado. O comportamento do candidato e a execução do trabalho diante dessa situação são avaliados para entender a maneira como ele funciona nesse ambiente, principalmente em dinâmicas de grupo. É constituído por um conjunto de 96 questões relacionadas, direta ou indiretamente, com a forma como as pessoas utilizam o seu tempo no ambiente de trabalho e tem por objetivo diagnosticar como o candidato usa o tempo.
Entrevista com uma profissional da Psicologia Organizacional
A entrevista foi realizada com três psicólogas relatando as suas
experiências nas empresas em que prestaram suas competências e habilidades na área de recursos humanos focada no preenchimento de vagas de emprego (recrutamento e seleção): A psicóloga Kelly Batista (CRP 11/03749), Pós graduada em planejamento estratégico de RH, relata que passou mais de 10 anos recrutando e auxiliando no preenchimento de vagas de emprego e ascensão profissional e que a maioria do processo seletivo tem várias etapas, desde a triagem de currículos até simulações do trabalho que o cargo requer. Os testes mais usados pela psicóloga foram o palográfico e atenção concentrada. A psicóloga Junia Alves (CRP 22/00154), tem mestrado em psicologia clínica e presta serviço para empresa Talentos RH e consultoria. A mesma relata que aplica uma bateria de testes de acordo com as exigências das vagas e que cada teste se torna específico se baseando nas características e perfis inerentes ao cargo, ou seja, a escolha do teste é de acordo com as peculiaridades da vaga. Os testes mais frequentes e utilizados no processo seletivo realizado pela psicóloga são o paleográfico, atenção concentrada, vários tipos de testes de memória e da bateria TSP, com ênfase nas aptidões do cargo e testes de personalidade. A psicóloga Bianca Souza (CRP 22/02924), é especialista em clínica e organizacional. Atualmente com ênfase na psicologia clínica com abordagem em ACP, mas com uma vasta experiência na área organizacional, com destaque para a prestação de serviços para algumas empresas nacionais, internacionais e multinacionais. Dentro desse contexto, o trabalho do psicólogo, permeia por vários tipos de atividades, entrevistas, avaliações de desempenho, desenvolvimento de carreira, treinamentos, delineamento de perfil profissiográfico (ppp) e testes psicológicos. Os candidatos relatados pela psicóloga no desenvolvimento do seu trabalho, passam primeiramente por uma série de dinâmicas, entrevistas grupais, aplicações de questionários e informações curriculares e só após esses estágios, são avaliados através dos mais diversos testes psicológicos como o R1, palográfico, G36 (teste de raciocínio) e atenção concentrada (AC). A psicóloga traz uma atualidade no que tange testes e avaliações psicológicas, relatando a existência de um teste muito usado atualmente nas empresas para a seleção de seu quadro de funcionários. A análise de perfil pessoal da Thomas que é uma ferramenta baseada em DISC que permite aos empregadores um maior nível de certeza ao recrutar. Ela oferece uma visão precisa de como um funcionário em potencial pode se comportar no trabalho e responder a certas situações ou pressões. Esse teste tem uma avaliação de dominância de quatro fatores: social, domínio, influência e controle. A mesma citou outro teste chamado de PMK que tem como objetivo principal investigar a capacidade preditiva das medidas do referido teste em relação ao diagnóstico de transtorno de humor e é definido como um teste psicológico que avalia características estruturais e reacionais de personalidade.