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Adi Śankarācārya

Jayantī

Por: Ānanda Ramaṇā Śivohaṃ


ADI SHANKARACHARYA JAYANTI

Por: Ānanda Ramaṇā Śivohaṃ

Neste auspicioso dia, celebramos o Jayantī ou Estrela Natal


do grande reformador do Advaita Vedānta:

Adi Śaṅkarācārya.

Sua contribuição extrapola o Universo da Cultura Espiritual


Hindu, certamente seus escritos na forma de hinos
devocionais e metafísica não-dual, enriquecem o vasto
espectro do conhecimento humano.

Contudo, também é verdade que esta mesma produção,


distancia-se das discussões sobre os dilemas e conquistas
humanas comuns. Śaṅkarā expressa-se através de uma
dimensão que nada tem de vulgar ou comum.

Seus escritos nos elevam a uma realidade completamente


transcendental, que insiste em nos alertar que as aparências
do mundo nos seduzem e eclipsam a verdadeira Luz do Si.

O Ācārya ou Mestre Sublime nos inspira a transpor a luz


falsa dos sentidos limitados e a percorrer um caminho de
iluminação interior, especialmente fundamentado na virtude
do Discernimento ou Viveka – a quem ele tratou como um
tesouro inestimável, a Suprema Joia.

Preciosa e inestimável também foi sua vida, a magnífica


corporificação da renúncia, do amor à sabedoria e do serviço
compassivo para libertar da ignorância as almas transeuntes
neste Saṁsāra de dor e decepção.

Portanto, neste dia de celebração à sua memória, a melhor


maneira de celebrá-lo, certamente será compartilhando seu
admirável saber, numa seleção breve, mas, profunda de suas
próprias palavras registradas em tantos versos notáveis.
Fala Śaṅkarā:

Eu não sou o corpo, uma combinação dos (cinco)


elementos (da matéria), nem sou um agregado dos
sentidos; Eu Sou algo diferente disso. É assim que se
trilha o caminho de Vichara.

Os primeiros passos são inúteis quando não se percorre o


caminho até o fim.

A alma parece ser finita por causa da ignorância. Quando a


ignorância é destruída, o Ser, que não admite
multiplicidade, se revela verdadeiramente por si mesmo:
como o Sol, quando as nuvens passam.”

Embora ele viva no condicionamento (Upadhis), ele, o


contemplativo, permanece sempre despreocupado com
qualquer coisa, ele pode se mover como o vento,
perfeitamente desapegado.

Embora a Consciência refletida (Jīva) esteja envolvida nas


flutuações da mente, é verdadeiramente una com
Brahman-Não-diferenciado.

As flutuações aparentes, que sempre são evidentes (por


estarem associadas com a Consciência refletida), deveriam
ser suprimidas [nirodha] com toda a força para que a
Realização de Brahman possa acontecer.
Todos os objetos são permeados por Brahman. Todas
as ações são possíveis por causa de Brahman

Se o indivíduo for capaz de suprimir definitivamente


todas as flutuações [Vṛttis], então será abençoado com
a concentração perfeita (Samādhi), apreciada
amorosamente por todos os sábios [Jñānīs].

Tendo compreendido verdadeiramente o ensinamento


"Eu sou Brahman", um indivíduo, cheio de fé, deve
meditar constantemente até onde seja possível para
identificar-se com Brahman, por meio das faculdades
do intelecto em acordo com essa ideia.

Meditando sobre ‘Aquilo’, falando sobre ‘Aquilo’,


instruindo-se sobre ‘Aquilo’ e, de uma forma ou outra,
absorvendo-se n´Aquilo: tudo isso foi conhecido e
ensinado pelos sábios como a prática de Brahman.

O cumprimento dessa prática repousa na firme


convicção da própria identidade com Brahman, sendo
semelhante a identidade que o Ser (Ātman) tem com
seu corpo. Aquele que tenha realizado isso estará
liberado sem dúvida nenhuma.

Assim como o fogo é a causa direta do cozimento, sem


Conhecimento nenhuma emancipação pode ser obtida.
Comparado com todas as outras formas de disciplina, o
Conhecimento do Ser [Ātma Vidyā] é o único meio
direto para a libertação.
Ātman é uma realidade sempre presente. No entanto, por
causa da ignorância, isso não é percebido. Na destruição
da ignorância, Ātman é realizado.

Sentado em um lugar solitário, libertando a mente dos


desejos e controlando os sentidos, medite com uma
atenção inabalável no Ātman que é Um sem-um-segundo.

Remova toda a realidade objetiva sobreposta ao Ser pela


ilusão e conheça a si mesmo como um Śiva puro e
imutável; então você se tornará liberado, o Brahman que
está sem ação e é a perfeição indivisível.

O Yôgi de perfeita realização e iluminação vê através de


seu "olho de sabedoria" todo o universo em seu próprio
Ser e considera tudo o mais como seu próprio Ser e nada
mais.

Como um ator (de teatro) que se veste especialmente para


uma representação, ou se veste em traje de rua, sempre é
o mesmo homem, assim o perfeito conhecedor de
Brahman sempre é Brahman e nada mais.

Aquele que se faz sentir como Sat-Cit-Ananda, a


Existência-Conhecimento-Bem-aventurança Absoluta, é o
Ātman. Conheça-O em teu coração como teu próprio Ser.

Só a pessoa de extremo desapego logra o Samādhi e só a


pessoa de Samādhi se estabelece no Supremo
Conhecimento.

Só a pessoa que realizou a Verdade é livre e só o livre tem


a experiência da Bem-aventurança Eterna.
O Ātman, o Sol do Conhecimento que
nasce no céu do coração, destrói a
escuridão da ignorância, permeia e
sustenta tudo, brilha e faz tudo brilhar.

Ó devoto dos pés de lótus do Guru!

Possas em breve estar livre do Saṁsāra.


Com os sentidos e a mente controlados,
experimentarás o Senhor no Coração.

Jāyā Jāyā Śaṅkarā

Hāra Hāra
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Om Namo Bhagavate Sri Ramanaya!

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