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brincadeiras

que necessitam de pouco


ou nenhum recurso

Ideias para adultos


Organização: brincarem com as crianças nos
Gabriela Soares abrigos provisórios do RS
Lisiane Oliveira
Rosane Romanini Indicação: crianças a partir de 3 anos
Vivemos tempos difíceis no estado do Rio Grande do Sul, em uma
tragédia sem precedentes que já impactou inúmeros municípios, cujos
prejuízos ainda não puderam ser mensurados. Bebês e crianças,
meninos e meninas, precisaram deixar suas casas, junto às suas
famílias, sendo acolhidos em abrigos provisórios.

Neste acolhimento, as necessidades básicas de segurança e


garantia à vida estão sendo o foco principal, priorizando um local
quentinho para dormir, roupas secas, água e alimentação. Para além
das demandas visíveis e primordiais citadas, há de se pensar nos
aspectos fundamentais da infância.

Ao ouvirmos relatos de voluntários que estão trabalhando nestes


abrigos, percebemos que é chegada a hora de olharmos para uma
demanda fundamental: a necessidade de escutarmos as crianças e
a importância de estar disponível nesta relação.

Na contramão da ideia de estimular excessivamente as crianças a


fim de distraí-las, há de se pensar em propostas, cujo enfoque seja a
relação, o ato de estar inteiro e disponível. É sobre a oferta de um
momento brincante que não demande grande organização ou
materiais.
Nessa direção, o presente material foi construído com o intuito de
contribuir com algumas possibilidades de brincar com as crianças nos
abrigos provisórios. Algumas dessas simples brincadeiras já estão
sendo utilizadas e fazendo sucesso entre as crianças.

Relembramos que o brincar é sempre um convite. Essas brincadeiras


são propostas por adultos que precisam respeitar o desejo da criança
de talvez não querer participar, por não estar disposta ou estar mais
inibida em um ambiente coletivo. Por isso, a importância de oferecer
também espaços qualificados de brincar livre.

É preciso de adultos disponíveis a escutar e acolher as demandas


das crianças. É preciso dar a mão e convidar para uma ciranda de
roda. É preciso convocar a mãe e o bebê para brincar. É preciso
convocar a criança bem pequena através da voz, do cantarolar uma
canção que conhecemos. É preciso dar espaço à simbolização, para
que a criança possa expressar o vivido. É preciso ser ponte, ser
instrumento, ser lugar para o outro, contribuindo para a constituição
subjetiva e desenvolvimento infantil.

Apoio:
10 brincadeiras que não
necessitam recursos

Elefante colorido - uma das crianças deve ser


escolhida como a comandante e tem a tarefa de falar
bem alto “elefante colorido!”. Em seguida, o grupo
deve perguntar: “que cor?”. Então a comandante diz
uma cor e todas devem encostar em algo que tenha
essa cor.

Continue a história - sentadas em roda, uma das


crianças tem a tarefa de inventar o início de uma
história. Na sequência, cada criança adiciona
um novo trecho a essa história.
Serra, serra, serrador - uma criança senta de frente
para a outra no chão. Elas devem esticar os braços,
dar as mãos e movimentar o corpo cantando:

“Serra, serra,
serrador
Serra o papo do vovô
Quantas serras já serrou
Pra fazer meu bangalô!”

Objetivo: a dupla deve se esticar bem e manter o


equilíbrio sem cair.

Telefone sem fio - em roda, uma das crianças pensa


uma palavra e fala no ouvido de quem está ao lado e
assim por diante. A última criança que ouviu a palavra
deve repeti-la alto para que todas ouçam.
Sim e Não | Pão e Mel | Bom e mau - o adulto faz a
provocação cantarolando as palavras “sim, sim, sim”. O
intuito é que as crianças sempre respondam o
contrário, nesse caso, devem cantarolar “não, não,
não”. E assim segue a brincadeira, se o adulto
canta “sim, sim, mel”, as crianças devem
responder “não, não, pão”.

Coelhinho, sai da toca! - escolher uma criança para


ser o caçador e as demais devem ser separadas em
trios. Já nos trios, uma criança será o coelhinho e as
outras duas dão as mãos e esticam os braços para
formar uma toca. O caçador então deve gritar:
“coelhinho, sai da toca!”. Nesse comando, todos os
coelhos correm de suas tocas para procurar outra. O
coelhinho que o caçador conseguir pegar, será o
caçador da rodada seguinte.
Morto ou vivo - uma das crianças é escolhida para ser
a comandante. As demais crianças devem ficar
enfileiradas lado a lado. A criança comandante faz
orientações com as palavras “morto” e “vivo”. Quando
ouvirem “morto”, as crianças devem se agachar, ao
ouvirem “vivo”, devem se levantar.

Mestre mandou - uma das crianças é escolhida para


ser a mestre. Ela deve dizer: "Seu mestre mandou!"
Todos perguntam: "Fazer o quê?". Então a criança
mestre precisa inventar tarefas para o grupo: abraçar
alguém, pular numa perna só, imitar um sapo, etc.

Corrida do Saci - enfileiradas lado a lado


as crianças precisam correr de um ponto
a outro em um pé só. Se for utilizado os
dois pés em algum momento da corrida, a
criança fica fora da rodada.
Brincadeira musical Aram Sam Sam - primeiramente,
apresentar a música para as crianças e combinar com
elas que: o gesto corporal para o trecho “aram sam
sam” será bater a palma da mão na perna. O gesto
corporal para o trecho “guli, guli” será cócegas na
bochecha. E o gesto corporal para o trecho “auê, auê”
será jogar os braços para cima. Em seguida, fazer
algumas rodadas cantarolando a música e repetindo os
gestos.

2x Aram Sam Sam


Aram Sam Sam
Guli guli guli guli guli ram Sam Sam
2x Auê auê
Música Aram Sam Sam
Guli guli guli ram Sam Sam

Momento “atrapalhação”: cantar a música e fazer os


gestos contrários para confundir as crianças.
10 brincadeiras que
necessitam recursos simples

Corrida de jornal - na linha de partida, as crianças


devem ficar de pé sobre uma folha de jornal e com
outra folha na mão. Ao sinal de que podem começar,
colocam a folha de jornal na frente e pisam sobre ela.
Em seguida, pegam a folha que ficou para trás e
colocam na frente para pisar.
O movimento se repete até que consigam
atravessar a linha de chegada.

Estátua - as crianças dançam ao som de uma música


divertida. Quando o adulto falar “estátua”, todos
param na posição em que estão, como estátuas.
Passa o anel - uma das crianças é escolhida para ser
a passadora do anel e ela escolhe outra criança para
ser a adivinhadora. As demais crianças ficam
enfileiradas lado a lado com as mãos unidas.
Nesse momento, o passador pega o anel, passa entre
as mãos de cada um e cuidadosamente deve deixar o
anel entre as mãos de alguém. Se o adivinhador
acertar com quem está o anel, vira o passador. Se não,
o anel segue com o mesmo passador até que alguém
acerte.

Pega-pega rabinho - cada criança recebe uma fita


de jornal para fixar na parte de trás da calça. Uma
delas fica sem a fita, o "rabinho": essa será a que
vai pegar as outras crianças. O objetivo é tentar
pegar o rabinho de um participante para que os
papéis se invertam.
Terra e mar - no chão, o adulto deve riscar uma
grande linha com giz. De um lado será escrito “terra” e
no outro lado “mar”. Uma das crianças
deve ser selecionada para ser a comandante. Ao falar
“terra”, todos devem pular para o lado da terra e ao
falar “mar”, todos devem pular para o lado do mar. O
objetivo é não errar ao pular de um lado para o outro.
Uma sugestão, se for possível, é oferecer giz de quadro
para que as crianças façam desenhos no lado do “mar”
de animais marinhos e animais terrestres no
lado “terra”.
Desafio do jornal - cada criança recebe uma folha
de jornal e deve dançar sobre ela ao som da música
que escolherem. A cada parada na música, a criança
deve fazer uma dobra na folha e seguir dançando. O
objetivo é conseguir dançar sobre a folha bem
pequena sem encostar o pé no chão.
Bom dia, senhor urso! - uma das crianças deve ser
escolhida para ser o urso. Ela precisa deitar em um
tapete no meio do local e fingir que está dormindo. Em
silêncio, as crianças que estão enfileiradas devem
andar bem devagar até o urso e gritar “bom dia,
senhor urso!”. Em seguida, correm até o outro lado.
Após o gritos, o urso precisa sair correndo e tentar
capturar alguma criança. Se conseguir, essa criança
será o próximo urso, mas caso não consiga, deve tentar
na próxima rodada.

Batata quente - uma das crianças deve ser escolhida


para ser a comandante. Enquanto as outras estão
sentadas em roda, passando uma bola de mão em
mão, a comandante vai cantando “batata quente,
quente…”. Quando ela diz “queimou!”, quem está com
a bola na mão sai da roda. Repete-se a brincadeira
até que sobre apenas uma criança na roda.
Cobrinha - sentadas no chão, duas crianças devem
segurar as pontas de uma corda e fazer movimentos
nela como se fosse uma cobrinha. As outras crianças
precisam pular na corda sem encostar nela. Durante a
brincadeira, podem cantar a seguinte música:

A cobrinha, a cobrinha não tem pé


A cobrinha, a cobrinha não tem mão
E como é que ela faz para subir
No pezinho de limão?
Ela se estica, se encolhe seu corpo é todo mole
Ela se estica, se encolhe seu corpo é todo mole
Vai limãozinho, vai vai limãozinho,
vai limãozinho, vai vai limãozinho
Gato mia - uma criança do grupo é escolhida para
ficar vendada e contar de um a dez, enquanto o resto
das crianças se esconde. Após contar, a criança
vendada vai atrás das outras para tentar pegar
alguém. Se encostar, deverá dizer: “Gato mia”. E
quem foi pega deve dizer: “Miau”. Se a criança for
descoberta, será sua vez de procurar pelos outros.
Quem somos nós?

Gabriela Soares
Pedagoga e Mestre em Educação pela PUCRS. Professora de
Educação Infantil na Rede Municipal de Educação de São Leopoldo.
Consultora da Zelo Consultoria em Educação e Desenvolvimento
Infantil. Integrante da Rede Estadual Primeira Infância RS.

Lisiane Oliveira
Pedagoga e Psicopedagoga. Mestranda em Educação pela UERGS.
Coordenadora Pedagógica na Escola de Educação Infantil Sesc
Cachoeirinha. Consultora da Zelo Consultoria em Educação e
Desenvolvimento Infantil.

Rosane Romanini
Professora de Educação Física e Mestre em Educação.
Psicomotricista e Brinquedista de plantão. Professora aposentada da
Rede Municipal de Educação de Novo Hamburgo e Professora da
Pós-graduação em Educação Infantil da UNISINOS e ISEI. Integrante
da OMEP-NH, Rede Nacional Primeira Infância e Rede Estadual
Primeira Infância RS.

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