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Materiais lúdicos – Bloco Nacional

Materiais lúdicos
Os Materiais lúdicos, parte do Material Digital de Educação Infantil, têm por finalidade
ampliar o repertório cultural de bebês e crianças. Organizados em seis blocos (Nacional e por
região: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), neles são apresentadas brincadeiras
tradicionais, cantigas, parlendas, contos, festas, adivinhas, receitas culinárias e atividades
artesanais, suas origens bem como orientações para apoiar o trabalho do professor junto às
crianças.
Assim, é possível escolher as propostas de acordo com o tema, os objetivos e as
habilidades que se pretende desenvolver.

Bloco Nacional
A canoa virou
A canoa virou é uma brincadeira de roda inspirada na brincadeira de origem portuguesa A
barca virou. Na brincadeira A canoa virou, o desafio é manter o passo no ritmo da cantiga e
virar para dentro ou para fora da roda sem soltar as mãos dos colegas.

ESB Professional/Shutterstock.com

Desenvolvimento
As cantigas entoadas nas brincadeiras de roda e passadas de geração em geração ainda
hoje fazem parte da tradição popular.
Os principais objetivos da brincadeira de roda com a cantiga “A canoa virou” são:
 promover a socialização, o conhecimento do próprio corpo, o contato físico entre as
crianças e o desenvolvimento da percepção sobre o outro;
 valorizar a troca, o respeito e a ajuda mútua;
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 estimular as crianças a cantar, a se movimentar, a dizer o nome umas das outras e a


executar ações em grupo;
 conhecer a letra e a melodia de uma cantiga que faz parte da cultura e do folclore nacional;
 apreciar a música;
 valorizar a percepção de ritmo, sons etc.
Como brincar: Organize as crianças em um círculo, de mãos dadas. Bebês e crianças que
ainda não desenvolveram a habilidade de andar podem acompanhar a brincadeira sentados,
sendo incentivados, por exemplo, a acompanhar o ritmo da cantiga segurando e agitando um
chocalho, batendo palmas ou apenas ouvindo.
Cante para as crianças a cantiga.

A canoa virou
A canoa virou,
Por deixá-la virar,
Foi por causa do (nome da criança),
Que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Tirava o (nome da criança)
Do fundo do mar.

Cantiga popular

Em roda, as crianças vão girando até o verso em que cantam o nome de um colega. Aquele
que for escolhido deve ficar de costas para o centro da roda, sempre de mãos dadas com os
colegas ao lado. A brincadeira continua até que todos tenham sido chamados e estejam de
costas. Para voltar à posição original, canta-se a segunda parte, chamando novamente os
colegas, um a um. Quando todos estiverem novamente voltados para o centro da roda, a
brincadeira acaba.
O fato de virar de costas para o centro da roda ao ter seu nome chamado na primeira parte
da cantiga, permanecendo, porém, de mãos dadas com as demais crianças, promove um
momento de ajuda mútua, uma vez que todos precisam colaborar para alcançar esse
posicionamento e essa nova organização da roda.
Na segunda parte da cantiga, as crianças, que estavam de costas para o centro da roda,
são novamente chamadas, uma a uma, para voltar à posição original.
Pergunte às crianças do que elas mais gostaram na brincadeira, se gostaram da cantiga e
se foi fácil ou difícil organizar a roda para que cada um ficasse de costas. Finalize a atividade
ressaltando que os desafios da brincadeira só foram superados por causa da ajuda, da
cooperação e da participação de todos.

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A galinha do vizinho
A galinha do vizinho é uma brincadeira realizada a partir de uma parlenda que leva o
mesmo título. Por seu caráter lúdico e rítmico, a parlenda auxilia também no desenvolvimento
musical das crianças.

Desenvolvimento
As parlendas fazem parte do folclore brasileiro e são transmitidas de geração em geração,
como as cantigas e as brincadeiras de roda. As escolas de Educação Infantil podem fazer uso
das parlendas nas diversas áreas de aprendizagem, colaborando positivamente para a
manutenção desse elemento da cultura nacional.
Na verdade, o universo das parlendas, cantigas e brincadeiras de roda é tão rico e complexo
que alguns autores classificam uma brincadeira como parlenda, enquanto, para outros, ela
seria uma cantiga.
A parlenda A galinha do vizinho pode ser usada na Educação Infantil para lidar com números:
uma sequência numérica simples, de 1 a 10, aparece em meio a versos divertidos e ritmados.
Entre os objetivos dessa brincadeira estão:
 socializar as relações infantis;
 despertar a apreciação musical;
 aprender uma parlenda que faz parte do folclore nacional;
 adquirir habilidades como contar, pular, cantar (para as crianças maiores);
 estimular as crianças a reconhecer a sequência numérica convencional e a contagem,
procedimentos importantes no processo de conhecimento dos números naturais.
Para as crianças que já sabem contar ou estão aprendendo os números, mesmo que de
modo bem simples e informal, a parlenda “A galinha do vizinho” constitui uma forma agradável
e lúdica de entrar em contato com esse conhecimento.
Já para as crianças mais novas, inclusive os bebês, a melodia é interessante e divertida,
apresentando ritmos marcantes e colaborando com sua formação musical.
Como brincar: Organize as crianças maiores em roda e cante a parlenda com elas.
A galinha do vizinho
A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois, bota três,
Bota quatro, bota cinco, bota seis,
Bota sete, bota oito, bota nove,
Bota dez!
Parlenda popular

A brincadeira de girar em roda, de mãos dadas e cantando com os demais colegas, vai
configurar um momento de acolhimento, afetividade e diversão. Quando a contagem chegar no
número 10, as crianças devem soltar as mãos e dar um pulo. Em outra modalidade, as crianças
podem soltar as mãos e agachar, imitando uma galinha.
No caso das crianças pequenas e dos bebês, organize uma roda de forma que possam ficar
sentados ou apoiados, e cante a parlenda com eles. A cada número declamado, as crianças
podem, de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontram:
 levantar os braços;
 olhar na direção de quem está cantando ou na direção de um brinquedo;
 bater palmas.

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Gato comeu
A parlenda Gato comeu pode ser utilizada para apoiar o ensino dos “nomes populares” dos
dedos da mão aos bebês e crianças. As crianças que têm idade a partir de 4 anos apreciam
muito a brincadeira e assimilam rapidamente os nomes dos dedos. Mas é possível interagir
ludicamente por meio dela com bebês e crianças de todas as idades.

Desenvolvimento
Realizar essa brincadeira com duas parlendas permite o contato físico e a socialização
entre as crianças – nesse caso, as maiores. Assim, uma criança escolhe um colega para
brincar, formando duplas. Alternadamente, uma estende a mão para a outra, tocando em cada
dedo do colega, que deve dizer o nome popular: mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura-bolos
e mata-piolho. Depois, e seguindo a alternância da vez, um dos colegas toca na palma da mão
com o dedo indicador e pergunta: “Cadê o toicinho daqui?”. E o outro responde: “O gato
comeu”. E o diálogo continua, conforme letra da cantiga reproduzida a seguir.

Mindinho,
Seu vizinho,
Pai de todos
Fura-bolo,
Mata-piolho.

Parlenda popular

Cadê o toicinho daqui?


O gato comeu
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi puxar trigo.
Cadê o trigo?
A galinha comeu.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo.
[...]

Parlenda popular

Como brincar: Trabalhe com um bebê ou uma criança por vez, pegando em sua mão,
recitando os nomes dos dedos e, depois, cantando a parlenda inteira. Isso permite um
momento de aconchego entre o bebê ou a criança e o adulto cuidador. O objetivo da
brincadeira, nesse caso, é justamente incentivar momentos afetivos como esse, além de
estimular o conhecimento que os bebês e as crianças podem adquirir sobre o próprio corpo.

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Lenda da mandioca
Mandioca, macaxeira, aipim, uaipi, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira,
pão-de-pobre, mandioca-brava, mandioca-amarga, entre outros nomes, é um tubérculo
originário do Brasil, cultivado pelos indígenas e popular na culinária brasileira.
Como os povos indígenas procuravam explicar, por meio de lendas, fenômenos da natureza
e o que acontecia ao seu redor, eles também tinham uma explicação para o surgimento da
mandioca.

Desenvolvimento
Essa proposta pode ser trabalhada com crianças da faixa etária 4 anos a 5 anos e 11
meses.
Leia para as crianças a Lenda da mandioca.

Lenda da mandioca
Certa vez, em uma comunidade indígena, nasceu uma linda menina. Seu nascimento
causou muita surpresa pois, diferentemente das pessoas que habitavam aquele lugar, a menina
tinha a pele muito branca. Deram a ela o nome Mani. Todos gostavam muito dela.
Um dia, de repente, sem ficar doente ou sentir dor, Mani morreu. Todos na aldeia sofreram
muito. Conforme o costume, Mani foi enterrada dentro da oca onde morava, e todos os dias a
família regava o local. Certo dia, brotou daquele pedaço de terra uma planta que nunca havia
sido vista. A família de Mani continuou regando e cuidando da nova planta.
Passado um tempo, a terra rachou onde havia a planta. Os indígenas da comunidade
resolveram cavar um pouco e viram surgir raízes grossas e marrons, quase da cor dos
curumins. A polpa das raízes era branca, o que os lembrou da cor de Mani.
Nesse dia, o povo que habitava aquela comunidade percebeu que Mani havia se
transformado no principal alimento que faria parte da culinária indígena.
Foi assim que os indígenas passaram a cultivar e se alimentar da mandioca, palavra
formada pela junção de mani e oca, que significa casa ou transformação de Mani.

Como fazer: Converse com as crianças sobre a lenda, fazendo algumas perguntas.
 Do que trata a lenda?
 Como o povo da comunidade relacionou a raiz a Mani?
 Qual o objetivo principal da lenda?
Seria interessante destacar com as crianças que, embora chamada de lenda, a história de
Mani explica a origem de um elemento da natureza – a mandioca. Por essa característica,
poderia ser considerada um mito.
Explore um pouco da culinária que usa a mandioca como ingrediente. Pergunte às crianças
que pratos preparados com esse ingrediente elas conhecem e se elas gostam de algum deles.
Para finalizar, amplie a conversa sobre a cultura indígena buscando dados e imagens em
sites da internet. Uma sugestão é Mirim, povos indígenas o Brasil, um site pensado para o
público infantil e que trata dos povos indígenas brasileiros. Veja em: <https://mirim.org/>.
Acesso em: 29 jan. 2018.

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Corre cutia
Corre cutia (conhecida também como Lenço atrás, Lencinho branco, entre outros nomes) é
uma brincadeira que mistura pega-pega com roda, tendo variações de acordo com a cultura
local. Não se sabe sua origem exata, mas é considerada uma parlenda típica do folclore
brasileiro, bastante conhecida nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.

Desenvolvimento
A brincadeira permite que se trabalhe:
 agilidade;
 atenção;
 socialização.
Seria interessante propor a brincadeira às crianças e pedir-lhes que expliquem com as
próprias palavras o que entenderam. Peça-lhes que comparem com explicações dadas pelos
colegas antes de iniciar a brincadeira, trabalhando assim a compreensão oral e a oralidade.
Como brincar: Organize a brincadeira com as crianças em um espaço sem obstáculos, que
minimize riscos de se machucar enquanto correm. Observe com a turma o ritmo da parlenda.
Seria interessante que, antes de brincar, falem a parlenda marcando o ritmo com palmas, para
que perceberem como ele é marcado nos versos. Perceber a possibilidade de associar ritmo
(próprio da linguagem musical) às palavras (matéria da linguagem verbal) nas brincadeiras
acentua o caráter lúdico que tem a linguagem poética.

Corre cutia
Corre cutia
[...]
Na casa da tia
Corre cipó
Na casa da avó
Lencinho na mão
Caiu no chão
Moça bonita do meu coração
Criança: Posso jogar?
Roda: Pode!
Criança: Ninguém vai olhar?
Roda: Não!
É um, é dois e é três!

Parlenda popular

As crianças devem se sentar no chão, formando um círculo. Uma delas corre do lado de
fora da roda com um lenço ou uma bola na mão, ao ritmo da parlenda. Quando acabar a
música, as crianças tapam os olhos com as mãos, enquanto a que está em pé deixa cair o
objeto atrás de uma criança sentada, a qual deve pegar o lenço e correr, tentando alcançar a
outra criança antes que ela ocupe seu lugar vago na roda. Quem é pego tem de pagar uma
prenda, definida pelo grupo. Caso a criança consiga sentar na roda sem ser pega, a brincadeira
recomeça com quem ficou de pé.

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Passa anel
Passa anel é uma brincadeira muito difundida em todo país. O número de participantes
pode variar, mas o ideal é que seja a partir de quatro jogadores. A faixa etária indicada é acima
de 4 anos. Pode ser feita ao ar livre ou em ambiente fechado. É importante destacar que não há
vencedor. Todos se divertem tentando descobrir, pelas expressões faciais ou outros
indicadores, com quem está o anel.

Desenvolvimento
Antes de organizar a brincadeira, pergunte às crianças quem já brincou de Passa anel.
Observe que o título da brincadeira explica um pouco sobre sua dinâmica: passar um anel.
Comente com a turma que o anel, na cultura ocidental, simboliza união, amizade. Assim, ao
passá-lo, também se transmite uma mensagem de amizade.
A brincadeira é apropriada para:
 estimular estratégias;
 trabalhar a imaginação;
 incentivar a criatividade;
 desenvolver a atenção;
 transmitir noções de organização;
 valorizar a capacidade de observação;
 promover uma atividade agregadora;
 permitir a troca de afetividade pelo contato físico.
Como brincar: Cuide para que o tamanho do anel seja compatível com o tamanho das
crianças. Se muito pequeno, fica difícil de passar; se muito grande, é fácil adivinhar.
Uma criança segura entre as mãos unidas um anel ou uma pedrinha. Essa criança é
chamada de “passador”. Os outros participantes se sentam, formando uma meia-lua, um ao
lado do outro, com as mãos na mesma posição, ou seja, também com as palmas unidas. A
criança (passador) que está com o anel vai passando suas mãos entre as mãos das outras
crianças até deixar cair o anel na mão de outra criança. Somente depois que ela passou por
todos os participantes é que abre as mãos e escolhe alguém para adivinhar com quem ficou o
anel. Se ele acertar, vira o novo passador. Caso contrário, a brincadeira segue com o mesmo
passador.
Para variar a brincadeira, o passador poderá ter um objeto diferente entre as mãos, além do
anel (bola de gude, moeda etc.). O jogador escolhido, então, deverá adivinhar qual é o objeto e
nas mãos de quem ele foi colocado.

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Ciranda, cirandinha
“Ciranda, cirandinha” é uma das cantigas de roda mais conhecidas do Brasil. A ciranda
(dança em roda) que se conhece no Brasil é resultado da mistura, desde o século XVI, de
danças indígenas, europeias e de origem africana praticadas por adultos e ainda hoje passa por
modificações. Atualmente temos as cirandas de adultos principalmente no Nordeste brasileiro,
e o baile de fandango no Sudeste, além das danças em roda nas comunidades indígenas. Entre
as crianças, a dança, acompanhada de cantigas simples, ganhou imensa popularidade e se
espalhou pelo país. Hoje, dificilmente haverá quem não conheça os primeiros versos da cantiga
“Ciranda, cirandinha”, mesmo que o resto da cantiga tenha passado por variações regionais.

Desenvolvimento
As brincadeiras de roda, além de garantir entretenimento, favorecem o trabalho com a
linguagem, o ritmo, a lateralidade e a convivência em grupo. É provável que todos da turma
conheçam essa cantiga. Por isso pergunte quem já brincou de roda cantando essa música. As
crianças podem questionar os pais se eles brincaram de roda com essa cantiga e do que eles
se lembram. Pode ser um meio de trabalhar a memória e aproximar os familiares das
atividades desenvolvidas na escola.
Antes de promover a brincadeira, explore os aspectos rítmicos e sonoros da cantiga. Peça
às crianças que identifiquem os sons parecidos em cada estrofe (cirandar e dar; quebrou e
acabou; roda e embora). Peça-lhes também que cantem a cantiga apenas batendo palmas
como forma de perceber o ritmo, que tem, em geral, duas “partes” fortes por verso (Ciranda,
cirandinha,/ Vamos todos cirandar,/ Vamos dar a meia-volta,/ Volta e meia vamos dar).

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Como brincar: Organize uma roda com toda a turma. Seria interessante se crianças de
outras salas participassem. Pergunte às crianças da turma o que acham da ideia. Se aprovada,
peça-lhes que convidem os colegas e façam uma roda bem grande.

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Ciranda, cirandinha
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia-volta,
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me deste


Era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

Por isso [Fulano] agora


Entre dentro desta roda,
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá embora.

Cantiga popular

As crianças se organizam em círculo, dão as mãos e vão cantando enquanto rodam.


Podem, ainda, fazer o que a letra da música diz, como passar a rodar para o lado oposto nos
versos “Vamos dar a meia-volta, / Volta e meia vamos dar”, e uma criança ir para o centro da
roda declamar alguns versos, uma quadrinha ou uma parlenda ao fim da cantiga.
Pergunte, ainda, que outras cantigas de roda gostam de cantar e as introduza na
brincadeira.

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Hoje é domingo
Hoje é domingo é uma das parlendas mais populares no Brasil. As parlendas são formadas
por versos. Podem ser usadas para indicar quem começa uma brincadeira ou para divertir.

Desenvolvimento
Escreva na lousa a parlenda Hoje é domingo e leia para as crianças.

Hoje é domingo
Pede cachimbo
Cachimbo é de barro
Dá no jarro
O jarro é fino
Dá no sino
O sino é de ouro
Dá no touro
O touro é valente
Dá na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo.

Parlenda popular

Peça às crianças que identifiquem as palavras cujos sons são semelhantes e, depois,
explique-lhes que esses sons parecidos nos versos recebem o nome de rimas. Solicite às
crianças que memorizem a parlenda e organize dois grupos que deverão dizer a parlenda de
cor. Sugira formas de cada grupo declamar a parlenda: ou todos juntos ou cada um uma parte.
Leve outras parlendas para a classe (como a do Macaco foi à feira ou de sequência de
acontecimentos, como Cadê o toicinho daqui?). Peça aos alunos que comparem essas
parlendas com a Hoje é domingo.

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Trava-línguas
Os trava-línguas são uma expressão do folclore que exploram, de forma lúdica, as
possibilidades rítmicas e sonoras da linguagem. Presentes em todos os idiomas, são pequenos
versos ou quadrinhas feitos para a declamação rápida. Em geral, apresentam um desafio que
favorece o trabalho com a identificação e distinção de sons, sílabas e palavra, a oralidade e a
interação, pois se trata de uma brincadeira em que um texto de fato pode “travar a língua” pelas
dificuldades que as sequências sonoras impõem à pronúncia.

Desenvolvimento
O trabalho com trava-línguas pode ser introduzido nas turmas com crianças acima de 4 anos.

Como fazer: Leia o trava-línguas a seguir para as crianças.

Olha o sapo dentro do saco,


O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o papo soltando vento.

Trava-língua popular

Peça às crianças que memorizem e repitam o trava-línguas. Devem repetir em velocidades


diferentes e observar a diferença que os diversos ritmos de leitura produzem. Questione-os
quando é mais difícil completar o trava-línguas e por quê.
Peça-lhes também que identifiquem os sons que se repetem: as sílabas sa e pa, a
insistência da repetição da vogal a, aberta, que imprime sonoridade específica no trava-língua, a
consoante p em papo, sapo, a rima de dentro e vento.
Peça às crianças que, em casa, com a ajuda dos responsáveis, registrem e tragam para a
sala de aula outros trava-línguas, promovendo assim a integração dos familiares ao contexto
das atividades desenvolvidas na escola.

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Amarelinha
Trata-se de é um jogo muito popular no Brasil. Para brincar, basta pular com o apoio de
uma só perna as casas, geralmente numeradas, de uma figura desenhada no chão. O nome da
brincadeira surgiu da palavra francesa marelle (que significa pedaço de madeira, peão ou jogo
com o peão). Além de “Amarelinha”, é conhecida no Brasil também pelos nomes de macaca,
como em Portugal, maré, sapata, avião, academia ou cademia. A “Amarelinha” possui várias
versões, tanto nas regras como no formato do desenho (quadrado, em forma de trajeto até o
“céu”, caracol). Também pode variar o objeto para marcar as casas, como uma pedrinha
achatada, um toco, uma moeda, uma tampinha, enfim, o que estiver à mão.

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Desenvolvimento
Como brincar: A atividade pode ser desenvolvida com crianças a partir de 1 ano e 7 meses.
Organize a brincadeira com a turma encontrando uma área que possa ser riscada com giz.
Antes de as crianças escreverem os números de um a dez no chão, peça-lhes que contem a
sequência toda, garantindo que todos a memorizem. Proponha que digam a sequência em
ordem crescente e, depois, decrescente, uma vez que na volta se começa pelo número mais
alto até chegar ao 1.
Depois que riscarem o jogo no chão, aproveite para fazer perguntas como:
 Onde está o número 5?
 Qual o maior número?
 E o menor?
 Qual número está entre o 7 e o 9?
A turma pode riscar mais de um jogo, se houver espaço, para que mais crianças brinquem
ao mesmo tempo. Seria interessante que risquem pelo menos duas formas diferentes do jogo.
Chame a atenção para as diferentes formas geométricas envolvidas no desenho: o retângulo
ou o quadrado e a forma circular do caracol.

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Desenhe no chão com giz (ou risque no chão de terra ou areia) um percurso contendo dez
casas para as crianças pularem, intercalando-as da seguinte forma: a primeira, com o número
1, sozinha; depois, as de número 2 e 3 formando um par; novamente, o número 4 em uma casa
isolada e assim por diante, até chegar ao número 10. No final, desenhe um semicírculo grande,
que é a casa chamada “céu”.
Cada criança, em sua vez de jogar, deve começar atirando a pedra na casa de número 1. Ela
deverá pular todas as casas da “Amarelinha”, deixando sempre um pé em cada casa, mas não
deve pisar naquela que tem a que tem a pedrinha.
Ao chegar ao “céu”, o jogador fará o percurso de volta, equilibrando-se para pegar a
pedrinha. Perde a vez se pisar na casa que tem a pedrinha, se cair ou se esquecer de pegá-la.
Se a criança não se desequilibrar nem pisar nos riscos das casas, ela fará novamente o
percurso, agora jogando a pedrinha na casa 2. E assim por diante até a casa 10.
O jogador também perde a vez se a pedra rolar para fora da casa correta. Ele deverá
recomeçar de onde parou quando for sua vez. Vence quem completar todo o percurso primeiro.
Há quem goste de continuar a brincadeira dando para quem chegou até o “céu” o poder de
ter uma das casas somente para si. Neste caso, a criança vira de costas para o desenho da
Amarelinha e atira a pedra. A casa em que a pedra cair será a sua. Os outros jogadores não
poderão pisar nela, dificultando o jogo. Ganha quem tiver mais casas.
Discuta com as crianças, em seguida, com qual das formas gostaram mais de brincar.
Além de contar e escrever os números, a brincadeira favorece o trabalho com habilidades
físicas, como equilíbrio, agilidade, coordenação e força.

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Referências bibliográficas
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