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Turma: CPIV A 12023 / Disciplina/Matéria: DIREITO ADMINISTRATIVO

Sessão: 07 - Dia 17/10/2023 - 08:00 às 09:50


Professor: DIOGO OLIVEIRA MUNIZ CALDAS
07 Tema: Parceria Público-Privada. Regime especial de outorga: peculiaridades. Concessão Patrocinada e Concessão
Administrativa. Requisitos. Fundo Garantidor de Parcerias. Programa de parcerias de Investimentos - PPI (Lei nº 13.334/2016).

I – As Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e seu contexto originário.


O Estado Brasileiro, durante a década de 80,vivenciou o que
conhecemos como a “década perdida”. Tal alcunha possui motivação: a
situação fiscal teve forte declínio, sendo acentuado no final deste período.
Precisando realizar investimentos, principalmente, em infraestrutura e
não possuindo recursos para tal, a Administração Pública optou por uma via
já conhecida em outros países: a desestatização com a busca do apoio
financeiro da iniciativa privada.
receitas acessórias, propagandas. alugar espaços de ONIBUS
Concessão patrocinada alem detarifas, pode Cobrar tarifas, e ter
valor investido pelo poder p. Usuários pagam tarifa.
Governo garante obrigação remuneração

Com a incapacidade de contrair novas dívidas, a


necessidade de atender aos preceitos constitucionais e o
insucesso dos instrumentos tradicionais de concessões em
atrair a remuneração suficiente aos investidores; o
legislador precisou elaborar um novo regime para que
pudesse atrair interessados em projetos que
financeiramente não chamavam a atenção da iniciativa
privada.
A soluçãoestabelecida para tal problema foi a
elaboração do regime jurídico das Parcerias
PúblicoPrivadas baseado em dois pilares básicos:
a) O investidor (iniciativa privada) financiava o projeto
(obra de infraestrutura ou serviço público);
b) O Estado Brasileiro realizava, ao longo do tempo, a
remuneração doinvestimento como contraprestação,
instituindo uma atratividade.

Art. 21. Compete à União:


XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;
 Concessão permissão
 Serviços Compras
 Permissão atividade simples menor valos
 Concessão se
 modificada indeniza ex Super via
 permissão se modificada Não indivisa
 Vende ato de liberalidade.

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão: “a” / “f”
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.

II – Base Legal:
Lei Federal nº 8.987/1995 => Dispõe sobre o regime de concessão
e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
Constituição Federal, e dá outras providências.
Lei Federal nº 9.074/1995 => Estabelece normas para outorga e
prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá
outras providências.
Lei Federal nº 11.079/2004 => Institui normas gerais para licitação
e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração
pública.
Lei Federal nº 13.529/2017 => Dispõe sobre a participação da União em fundo
de apoio à estruturação e ao desenvolvimento de projetos de concessões e parcerias
público-privadas; altera a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui normas
gerais para licitação e contratação de parceria público-privada na administração pública;
Lei Estadual nº 5.068/2007 => Institui o Programa Estadual de Parcerias
Públicoprivadas - PROPAR.
Decreto Estadual n° 43.263/2011 => Regulamenta o Conselho Gestor
do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas - CG, previsto no art. 6º, § 5º,
da Lei nº 5.068, de 10 de julho de 2007.
Decreto Estadual nº 45.294/2015 => Dispõe sobre a Manifestação de Interesse
Privado e o Procedimento de Manifestação de Interesse na apresentação de estudos
técnicos a serem utilizados pela Administração Pública Estadual.
III – Aspectos Específicos das PPP’s (Lei 11.079/2004):
Por mais que tenham algumas semelhanças com as concessões tradicionais
(a administração poder alterar, de forma unilateral, compensando eventuais
prejuízos; a liberalidade do concessionário em escolher os instrumentos mais
adequados para atingir a finalidade estabelecida), diversas especificidades
caracterizam as PPP’s.
Enquanto as concessões comuns a tarifa cobrada do usuário e outras
receitas da administração do serviço** são suficientes para remunerar o
concessionário; Na Parceria Público-Privada - PPP’s caso não haja tarifa ou que
esta, em conjunto com outras receitas da administração do serviço**, é insuficiente
para remunerar a prestação do serviço pelo concessionário, razão pela qual há
algum tipo de pagamento pelo ente público.

Outra característica específica é o chamado “sistema


especial de garantias**”: um dos pilares da Lei das parcerias
público-privadas foi estabelecer um rol de garantias que
auxiliassem na combalida credibilidade do Estado Brasileiro
(conhecido por não honrar algumas de suas dívidas) e, raramente
quando honradas, passam pelo desgastante regime de
precatórios (Artigo 8º da Lei 11.079/2004).
III – Aspectos Específicos das PPP’s (Lei 11.079/2004):
Quanto ao Objeto, ambas as concessões tem cunho
complexo, mas...A concessão comum tem por objeto a
prestação de serviço público ou, ainda, a prestação do
serviço, precedida da execução de obra pública (art. 2.º, II
e III, da Lei 8.987/1995).
Já, as PPP’s, no art. 2.º, § 4.º, III, da Lei 11.079/2004 impõe
restrições em relação ao objeto do contrato, vedando a celebração
da concessão “que tenha como objeto único o fornecimento de
mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a
execução de obra pública”. (poderia, por exemplo, fornecimento
de mão de obra + de materiais).
Caso a intenção seja apenas a contratação de serviços (mão
de obra), o Poder Público deverá se valer da tradicional
terceirização.
III – Aspectos Específicos das PPP’s (Lei 11.079/2004):
Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas
fundações públicas e suas empresas estatais dependentes autorizadas a
participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais),
em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP** que terá
por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias
assumidas pelos parceiros públicos federais, distritais, estaduaisou
municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei. Mais adiante é
importante ressaltar que:
a) O valor do contrato não pode ser inferior a 10 milhões de reais
(Artigo 2º, § 4º, I);
b) O período de prestação do serviço não pode ser inferior a
5 anos e não ultrapassar 35 anos (Artigo 2º, § 4º, II) + (Artigo 5º, I);
c) O objeto não pode envolver unicamente o fornecimento
demão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a
mera execução de obra pública (Artigo 2º, § 4º, III);
d) Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o
objeto da parceria (Artigo 9º).
Em razão do comprometimento dos orçamentos futuros, o Poder
Concedente tem que atuar com responsabilidade fiscal, realizando planejamento
prévio para diagnosticar os impactos orçamentários da PPP, destacando-se,
nesse caso, as exigências legais para instauração da licitação, a saber:
a) apresentação de estudo técnico, aprovado pela autoridade
competente e que respeite a LC 101/2000 (LRF);
b) elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos
exercícios respectivos ao prazo do contrato;
c) declaração do ordenador da despesa atestando a compatibilidade
do contrato com a lei de diretrizes orçamentárias e com a lei orçamentária
anual;

d) “estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes


parao cumprimento, durante a vigência do contrato e por exercício
financeiro, das obrigações contraídas pela Administração Pública”;
e) previsão do objeto contratual no Plano Plurianual;
f) realização de consulta pública em relação às minutas do
edital e do contrato;
g) licença ambiental e adequação às exigências
ambientais (art. 10 da Lei 11.079/2004).
De acordo com o art. 9.º da Lei 11.079/2004, o contrato de PPP
deve ser formalizado pelo parceiro público com uma sociedade
de propósito específico (SPE).
O objetivo do legislador é facilitar o controle e a gestão da PPP,
visto que a SPE**, que pode ser instituída sob qualquer roupagem
societária, tem o único objetivo de implantar e gerir o objeto da
parceria.
Obs 3: a instituição da SPE pelo parceiro privado acarreta a
segregação patrimonial, contábil e jurídica entre esta sociedade e a
empresa licitante vencedora.
Quanto ao momento de instituição da SPE, o art. 9.º da Lei
11.079/2004 limita-se a dizer que a sociedade deve ser criada antes
do contrato de PPP, especialmente pelo fato de que a entidade será
parte da relação contratual (princípio da relatividade dos contratos).
Ela deverá obedecer a padrões de governança corporativa** e
adotar contabilidade e demonstrações financeiras
padronizadas, conforme regulamento (art. 9.º, § 3.º, da Lei
11.079/2004).
A Administração Pública não pode ser titular da maioria do
capital votante da SPE, o que não impede a sua participação no
quadro societário como acionista minoritária.
IV – Concessão Administrativa (Lei 11.079/2004, 8.987/1995 e 9.074/1995):
Art. 3º As concessões administrativas regem-se por esta Lei,
aplicandose-lhes adicionalmente o disposto nos arts. 21, 23, 25 e 27 a 39 da
Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e no art. 31 da Lei nº 9.074, de 7 de
julho de 1995.
Na Concessão Administrativa não há cobrança de tarifa. A
remuneração do concessionário pela prestação do serviço depende
integralmente ou parcialmente (se houver outras receitas de administração
do serviço) de pagamento do ente público.
É o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública
seja usuária direta ou indireta, ainda que haja execução de obra
ou
fornecimento e instalação de bens (art. 2º, §2º da Lei nº 11079/04)
V – Concessão Patrocinada (Lei 11.079/2004 e 8.987/1995):
Art. 3º, § 1º As concessões patrocinadas regem-se por esta
Lei, aplicando-se-lhes subsidiariamente o disposto na Lei nº 8.987,
de 13 de fevereiro de 1995, e nas leis que lhe são correlatas.
Nessa modalidade, há cobrança de tarifa, mas esta, em
conjunto com outras receitas de administração do serviço, é
insuficiente para remunerar a prestação do serviço pelo
concessionário, pela qual há algum tipo de pagamento pelo ente
público. (DUAS FONTES DE RECEITA).
É a concessão de serviços públicos e de obras públicas nos
termos da Lei nº 8987/95, que envolve o pagamento adicional a tarifa
cobrada ao usuário pelo prestação de serviço público
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será
precedida de licitação na modalidade concorrência ou diálogo
competitivo, estando a abertura do processo licitatório condicionada
a: § 3º As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por
cento) da remuneração do parceiro privado for paga pela
Administração Pública dependerão de autorização legislativa
específica. (CONTROVÉRSIA).
VI – Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) – Lei
13.334/2016 e 11.412/2023 (Conselho do PPI):
Tal programa é destinado à ampliação e fortalecimento da
interação entre o Estado e a iniciativa privada por meio da
celebração de contratos de parceria para a execução de
empreendimentos públicos de infraestrutura e de outras medidas
de desestatização. Assim, não cria novas formas de
contratação, apenas executa as já existentes para
atendimento de matérias de políticas públicas, como visto
abaixo PPI :
Art 1 ͦ, § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se contratos de parceria a
concessão comum, a concessão patrocinada, a concessão administrativa, a
concessão regida por legislação setorial, a permissão de serviço público, o
arrendamento de bem público, a concessão de direito real e os outros negócios
público-privados que, em função de seu caráter estratégico e de sua
complexidade, especificidade, volume de investimentos, longo prazo, riscos ou
incertezas envolvidos, adotem estrutura jurídica semelhante.
Objetivos Centrais do PPI => Acompanhar os projetos executados
por concessõese PPP’s,analisar as prioridades dentreas áreas mais
necessitadas e proporcionar um ambiente saudável para desenvolver a
infraestrutura do país. (Art. 6º)
O Conselho do PPI é um órgão colegiado que elabora recomendações
(pareceres) para o Presidente da República acerca dos projetos que devam ser
executados e, consequentemente, integrar o PPI. Sua composição é: I - Ministro de Estado
da Casa Civil da Presidência da República; que o presidirá; II - Ministro de Estado da
Integração e do Desenvolvimento Regional; III - Ministro de Estado da Fazenda; IV - Ministro
de Estado dos Transportes; V - Ministro de Estado de Minas e Energia; VI - Ministro de
Estado do Planejamento e Orçamento; VII - Ministro de Estado do Meio Ambiente e Mudança
do Clima; VIII - Ministro de Estado das Cidades; e IX - Ministro de Estado de
Portos e Aeroportos. (Art. 2º)
A Secretaria do PPI é um órgão de apoio aos Ministérios e Agências
Reguladoras na execução das atividades desenvolvidas no programa. A Secretaria
Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) conta com especialistas nas
áreas de infraestrutura, finanças, engenharia, direito, economia e relações internacionais.
Turma: CPIV A 12023
Disciplina/Matéria: DIREITO ADMINISTRATIVO
Sessão: 08 - Dia 17/10/2023 - 10:10 às 12:00
Professor: DIOGO OLIVEIRA MUNIZ CALDAS
08 Tema: Estado Gestor (3º Setor). Regimes de parcerias: regimes de convênios administrativos, regimes de contrato de gestão
(as Organizações Sociais), Gestão por colaboração (OSCIP - Organização da sociedade civil de interesse público). Lei nº
13.019/2014 (Aspectos Gerais). Serviço Social Autônomo.

I – Terceiro Setor:
Refere-se às entidades da sociedade civil sem fins lucrativos,
que desempenham atividades de interesse social mediante
vínculo formal de parceria com o Estado.
O surgimento do Terceiro Setor pode ser justificado a
partirde três fundamentos:
a) passagem da Administração Pública imperativa para
a Administração Pública consensual: incremento das parcerias
entre o Estado e a sociedade civil;
b) princípio da subsidiariedade (Estado Subsidiário):
primazia do indivíduo e da sociedade civil no desempenho de
atividades sociais, restringindo-se a atuação direta do Estado aos
casos excepcionais; e
c) fomento: o Poder Público deve incentivar o exercício de
atividades sociais pelos indivíduos (ex.: subvenções)
Caso iniciativa privada tende Falhar Estado Supre lacurva '
Características:
São entidades privadas que assumem formas organizacionais, com a
ausência do escopo do lucro: fundações privadas ou associações
civis.
O Terceiro Setor está localizado entre o Estado e o
mercado, englobando as entidades “públicas não estatais”.
Regime jurídico do Terceiro Setor são justificadas pelo
caráter híbrido das respectivas entidades que são “públicas”, por
executarem atividades sociais e receberem benefícios
públicos, mas “não estatais”, pois não integram formalmente a
Administração Pública.
II – Terceiro Setor – Entidades do Terceiro
Setor:Características das Entidades do Terceiro Setor: a)
são criadas pela iniciativa privada;
b) não possuem finalidade lucrativa;
c) não integram a Administração Pública Indireta;
d) prestam atividades privadas de relevância social;
e) possuem vínculo legal ou negocial com o Estado;
f) recebem benefícios públicos.
O Estado, com o intuito de valorizar a sociedade civil, sem
fins lucrativos, tem criado qualificações jurídicasde modoa
viabilizar o reconhecimento de benefícios públicos e a
formalização de parcerias para consecução de objetivos sociais.
Seguintes qualificações jurídicas: os “Serviços Sociais
Autônomos” (Sistema “S”), as “Organizações Sociais”
(“OS”), as “Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público” (“OSCIP”),as fundaçõesdeapoio e as
“Organizações da Sociedade Civil” (“OSC”).
III– Terceiro Setor – Entidades do Terceiro Setor – Serviços Sociais Autônomos:
Os Serviços Sociais Autônomos são criados por Confederações privadas
(Confederação Nacional do Comércio – CNC – e da Indústria – CNI), após autorização
legal, para exercerem atividade de amparo a determinadas categorias
profissionais, recebendo contribuições sociais, cobradas compulsoriamente da
iniciativa privada, na forma do art. 240 da CRFB. =Ex.: Serviço Social da Indústria
(SESI), Serviço Social do Comercio (SESC), Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
As contribuições sociais destinadas aos Serviços Sociais Autônomos são
instituídas pela União (art. 149 da CRFB) que exerce a fiscalização sobre tais
entidades. Isso não impede a constituição de Serviços Sociais nos Estados, DF e
municípios, que seriam custeados de outras formas.
Em razão dos recursos públicos recebidos, os Serviços Sociais
Autônomos são diretamente responsáveis por fornecer as
informações referentes à parcela dos recursos provenientes das
contribuições e dos demais recursos públicos recebidos,
inclusive por meio de divulgação das informações de interesse
coletivo.
Vínculo Jurídico: A exigência de autorização legal para a
criação dos Serviços Sociais Autônomos decorre da necessidade de
lei impositiva das contribuições sociais, espécie tributária, e da sua
respectiva destinação.
III – Terceiro Setor – Entidades do Terceiro Setor – Organizações Sociais:
Organizações Sociais são entidades privadas, idealizadas para
substituir órgãos, qualificadas na forma da Lei Federal 9.637/1998, que
celebram “contrato de gestão” com o Estado para cumprimento de metas de
desempenho e recebimento de benefícios públicos. Possuem Natureza
Discricionária.
Ex.: recursos orçamentários, permissão de uso de bens
públicos, cessão especial de servidores públicos.
A elaboração do contrato de gestão deverá observar os princípios
da Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade etc.) - (art. 7.º da Lei 9.637/1998).
Vínculo Jurídico: O contrato de gestão será fiscalizado pelo órgão
ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade
fomentada e pelo Tribunal de Contas (arts. 8.º e 9.º da Lei 9.637/1998).

Sendo assim, o contrato de gestão é um instrumento de


implementação, supervisão, acompanhamento e avaliação de políticas
públicas, na medida em que vincula recursos ao atingimento de
finalidades públicas.
O Termo Aditivo ao Contrato de Gestão é um instrumento utilizado para
alterar o contrato de gestão, sobre a inclusão ou exclusão de cláusulas, a
revisão de metas, indicadores e prazos, assim como sobre alterações nos
valores originalmente pactuados e autorizações do repasse desses recursos.
As organizações sociais, consideradas entidades de interesse social
e utilidade pública, para todos os efeitos legais, poderão receber recursos
orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato
de gestão (arts. 11 e 12 da Lei 9.637/1998).
É dispensada a licitação para cessão de bens públicos às
organizações sociais, que será formalizada por meio de cláusula de permissão
de uso no contrato de gestão (art. 12, § 3.º).
IV – Terceiro Setor – Entidades do Terceiro Setor – Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público - OSCIP (Lei 9.070/1999 e 13.019/2014)
A qualificação “Organização da Sociedade Civil de Interesse Público”
(“OSCIP”), na forma do art. 1.º da Lei Federal 9.790/1999, alterada pela Lei
13.019/2014, será conferida às entidades privadas, não idealizadas para
substituir órgãos (mas sim colaborar com eles), constituídas e em regular
funcionamento há, no mínimo, três anos, que não exercerem atividades
lucrativas e desempenharem as atividades especialmente citadas pela Lei (art.
3.º da Lei 9.790/1999 – ex: promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais; assistência social;
cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção
gratuita da educação de forma complementar; defesa, preservação e conservação
do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; etc...).
Existem algumas sociedades, organizações e instituições que não são
elegíveis para se tornar uma OSCIP, de acordo com o artigo Art. 2º: Não são
passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art.
3o desta Lei: I - as sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de
classe ou de representação de categoria profissional; III - as instituições religiosas
ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e
confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas
que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições
hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; (Continua...)
(...)VIII-asescolasprivadasdedicadasaoensinoformalnãogra
tuito
esuasmantenedoras;IX
- asorganizaçõessociais;X-ascooperativas;XI
- as fundaçõespúblicas; XII - as fundações,sociedadescivis ou
associaçõesdedireitoprivadocriadasporórgãopúblicoou
porfundações
públicas;XIII-asorganizaçõescreditíciasquetenham
quaisquertipode
vinculaçãocom
osistemafinanceironacional.
Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de
direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei,
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com
cópias autenticadas de documentos.
Observemos, no dispositivo acima, que apenas o Ministério da Justiça tem a
competência para analisar e definir que uma pessoa possa ser qualificada como
OSCIP. É imperativo ressaltar, que a decisão do referido Ministério será de natureza
vinculada, visto que, só será negada a qualificação se não cumprir os itens elencados no
artigo 6, parágrafo 3: § 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando: I - a
requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei; II - a requerente não
atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei; III - a documentação
apresentada estiver incompleta. (Checagem de documentação e/ou impedimentos
legais).
Vínculo Jurídico: São cláusulas essenciais do Termo de
Parceria (Natureza Vinculada) (art. 10, § 2.º, da Lei 9.790/1999):
a) objeto do ajuste: programa de trabalho proposto pela
OSCIP (inciso I);
b) estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos
e os respectivos prazos de execução ou cronograma (inciso II);
c) critérios objetivos para avaliação de desempenho (inciso
III);
d)previsão das receitas e despesas a serem realizadas em seu
cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas
pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de
pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo
de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores (inciso IV);
e)prestação de contas periódicas (inciso V); e
f) publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou
da União, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua
execução física e financeira, sob pena de não liberação dos recursos
previstos no Termo de Parceria.
Os bens imóveis adquiridos pela OSCIP com recursos
provenientes do Termo de Parceria serão gravados com cláusula de
inalienabilidade (art. 15 da Lei 9.790/1999).
As OSCIPs não podem participar de campanhas de interesse
político-partidário ou eleitorais (art. 16 da Lei 9.790/1999).
Por fim, é importante ressaltar que a Lei 13.019/2014, em seu artigo
3º, VI, apontou que são inaplicáveis, suas exigências, aos termos de
parceria celebrados com Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIPs), desde que cumpridos os requisitos
previstos na Lei 9.790/1999;
V – Terceiro Setor – Entidades do Terceiro Setor – Organizações da Sociedade
Civil - OSC (Lei 13.019/2014, alterada pela Lei 13.204/2015)
A Lei 13.019/2014, alterada pela Lei 13.204/2015, estabelece o novo marco
regulatório das parcerias entre a Administração Pública e as organizações da sociedade
civil (OSCs).
Vínculo Jurídico: As OSCs são entidades privadas sem fins lucrativos que
desempenham atividades de relevância pública, mediante a celebração de termos
de colaboração, termos de fomento ou acordos de cooperação.
A legislação tem por objetivo regular, em âmbito nacional, o regime jurídico das
parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros,
firmadas entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil sem
fins lucrativos.
V – Terceiro Setor – Entidades do Terceiro Setor – Organizações da
Sociedade Civil - OSC (Lei 13.019/2014, alterada pela Lei 13.204/2015)
Atenção: A Lei 13.019/2014 deve ser interpretada em conformidade
com a Constituição para ser considerada, em princípio, lei federal (e não
nacional) aplicável à União, não obstante seja recomendável que os
demais entes federados adotem, em suas respectivas legislações, as
exigências, os princípios e as demais ideias consagradas pela lei.
Aplicabilidade: parcerias entre a Administração Direta e Indireta
(exceto estatais prestadoras de serviços públicos não dependentes de
orçamento público e estatais econômicas) e organizações da sociedade
civil (entidades privadas sem fins lucrativos).
A Lei 13.019/2014, atualizada pela 13.204/2015, cita em sua parte
inicial: Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a
administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de
mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração,
em termos de fomento ou em acordos de cooperação.

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