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Paciente Deprimido

PSICOPATOLOGIA E PSICODINÂMICA

 A depressão refere-se: SINTOMA e GRUPO DE ENFERMIDADES


que possuem TRAÇOS EM COMUM

Caracteriza-se por um tom afetivo de TRISTEZA acompanhado de


sentimentos de DESAMPARO e REDUÇÃO da AUTO-ESTIMA.

Experimenta sentimentos de SEGURANÇA AMEAÇADA, falta de


CAPACIDADE para enfrentar seus problemas.

Todos os aspectos da vida: EMOCIONAL,


COGNITIVA, FISIOLÓGICA, COMPORTAMENTAL e SOCIAL
podem ser afetados.
Paciente Deprimido

PSICOPATOLOGIA E PSICODINÂMICA

 Nos DEPRESSIVOS MODERADOS, ou em FASE INICIAL,


o paciente tenta ativamente ALIVIAR seu sofrimento.

Nos DEPRESSIVOS CRÔNICOS, o paciente se entrega. Sente que


os outros NÃO PODEM ou NÃO QUEREM ajudá-lo.

Os síndromes clínicos da depressão oscilam de graves psicoses a


neuroses moderadas e reações de ajustamento.

O SUICÍDIO é fenômeno de importância crucial na COMPREENSÃO


do funcionamento psicológico da pessoa deprimida.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 AFETO:

 O paciente deprimido PERDE O INTERESSE PELA VIDA. Seus


apetites diminuem antes de ser afetada sua conduta manifesta e,
nas depressões moderadas, passa pelos mecanismos da:
ALIMENTAÇÃO, SEXO, ATIVIDADE, mas com pouco entusiasmo.

A ANSIEDADE constitui RESPOSTA PSICOLÓGICA ao perigo e é


notada com frequência quando o indivíduo sente existir contínua
ameaça ao seu bem-estar.

Nas depressões graves a ansiedade pode ser substituída por


APATIA E AFASTAMENTO.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 AFETO:

 O paciente APÁTICO não faz qualquer tentativa para ajudar a si


próprio e consegue pouca simpatia ou assistência.

O AFASTAMENTO protege-o do sofrimento causado pelos próprios


sentimentos internos.

A DESPERSONALIZAÇÃO desempenha função DEFENSIVA – não


sente mais seu corpo ou suas reações emocionais como parte de si.

A CÓLERA é elemento PREDOMINANTE no afeto de pacientes


depressivos – modos: DIRETAMENTE ou SUTIL.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 PENSAMENTO:

 Há preocupação consigo e com seu estado, ATORMENTANDO-SE


com seu infortúnio e com o efeito causado em sua vida.

 Rumina sobre seu PASSADO e cobre-se de REMORSO,


imaginando SOLUÇÕES MÁGICAS para seus problemas presentes.

Os temas que NÃO chegam à mente do paciente são tão


importantes quanto aqueles que o preocupam.

Os PROCESSOS COGNITIVOS do paciente estão perturbados,


os pensamentos estão reduzidos em quantidade, pouca variedade.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 COMPORTAMENTO:

A LENTIDÃO caracteriza não somente os processos mentais do


paciente deprimido como também sua vida toda.

Seus movimentos exigem mais tempo, e mesmo quando parece


agitado e hiperativo, a conduta determinada ou intencional é
reduzida.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 SINTOMAS FÍSICOS:

Queixas mais comuns:

Conciliar o sono Constirpação


Despertar de madrugada Perda da libido
Dor de cabeça, pescoço e costas Fadiga
Secura e ardor na boca

A escolha específica dos sintomas somáticos possui significado


simbólico para o paciente.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 RELAÇÕES SOCIAIS:

A pessoa depressiva ALMEJA O AMOR DOS OUTROS, mas falha


em corresponder de modo a RECOMPENSAR o companheiro ou em
reforçar a relação.

Nos estados LEVES ou BENIGNOS, pode haver AUMENTO da


atividade social.

No indivíduo MODERADAMENTE deprimido pode ser um


COMPANHEIRO FIEL E DE CONFIANÇA, mas subordinará os seus
próprios desejos e interesses aos da outra pessoa.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

 PSICÓTICA E NEURÓTICA E TRISTEZA NORMAL:

O contato do indivíduo PSICÓTICAMENTE deprimido, com o mundo


real está PREJUDICADO.

REGRIDE a um nível em que suas mais amadurecidas e


independentes funções do ego podem ser sacrificadas,
se necessário, para MANTER O AMOR PRÓPRIO FALIDO.

O paciente NEUROTICAMENTE deprimido CONTINUA a funcionar


no mundo real e seus sentimentos depressivos ou são moderados,
ou parecem adequados aos desencadeantes externos.
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• FATORES DESENCADEANTES

• Depressões EXÓGENAS ou REATIVAS são vistas como


resposta a experiências traumáticas desencadeantes na
vida do paciente.

• Depressões ENDÓGENAS vêm-se como a expressão


padronizada de uma reação constitucionalmente
condicionada, POUCO AFETADA por acontecimentos
externos.

• As depressões neuróticas podem ser ligadas a FATORES


DESENCADEANTES ESPECÍFICOS com mais facilidade do
que qualquer outro tipo de sintoma neurótico.
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• FATORES DESENCADEANTES | Tensões Específicas

• PERDA: A perda de um objeto de amor é o desencadeante


mais comum da depressão.

• Traduz-se, em geral, pela MORTE ou SEPARAÇÃO do


OBJETO.

• Ou ainda, da PERDA PSICOLÓGICA INTERNA, resultante


da suposição de ser rejeitado pela família e pelos amigos.

• Essa perda pode ser REAL ou IMINENTE.


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• FATORES DESENCADEANTES | Tensões Específicas

• AMEAÇAS À AUTOCONFIANÇA E À AUTO-ESTIMA

• A REDUÇÃO da autoconfiança e da auto-estima são


sintomas primordiais da depressão.

• O AMOR-PRÓPRIO da maior parte dos indivíduos com


tendência à depressão fundamentou-se na CONTÍNUA
absorção de amor, respeito e aprovação das outras figuras
importantes da sua vida.

• A RUPTURA de uma relação com dita pessoa representa


AMEAÇA à fonte de amor a gratificação dependente do
pacientem, que supre seus sentimentos narcisistas.
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• FATORES DESENCADEANTES | Tensões Específicas

• SUCESSO: Algumas pessoas tornam-se paradoxalmente


deprimidas em resposta a aparente sucesso.

• 1) O paciente SENTE QUE NÃO MERECE tal êxito, a


despeito de provas objetivas em contrário. Crê que o
AUMENTO DA RESPONSABILIDADE irá mostrá-lo
INCAPAZ.

• 2) O paciente TEME À REPRESÁLIA por afirmação e


agressão. Ele LUTOU frequentemente para alcançar alta
posição, porém equipara a confirmação de sucesso à
agressão hostil, SENTINDO-SE CULPADO por qualquer
conduta que tenha favorecido seu próprio avanço.
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• PADRÕES PSICODINÂMICOS

• Identificação e Projeção

• INTROJEÇÃO é quando a representação mental do objeto


perdido torna-se parte permanente da personalidade.

• IDENTIFICAÇÃO é quando o indivíduo modifica sua auto-


imagem de acordo com a imagem que faz da pessoa
importante que perdeu, modificando somente em áreas
escolhidas.

• Estas duas defesas servem para recapturar o objeto


perdido, pelo menos nos termos da vida psicológica do
paciente.
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• PADRÕES PSICODINÂMICOS

• Depressão e Cólera

• O paciente deprimido DESLOCA sua cólera para pessoas


substitutas que, ele espera, SUBSTITUIRÃO sua perda e
CONTINUARÃO a gratificar suas necessidades.

• Esta hostilidade coercitiva manifesta-se frequentemente


CONTRA O TERAPEUTA.
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• PADRÕES PSICODINÂMICOS

• Isolamento e Negação

• O indivíduo deprimido luta com frequência para


CONSERVAR seus sentimentos FORA DA CONSCIÊNCIA e
para IGNORAR suas origens do mundo externo.

• O isolamento e a negação são defesas características da


personalidade obsessiva.
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• PADRÕES PSICODINÂMICOS

• Síndromes Maníacos

• Apesar de sua APARENTE EXALTAÇÃO, a mania é melhor


compreendida como DEFESA contra a depressão.

• É PRODUTO da negação e da inversão do afeto.


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• PADRÕES PSICODINÂMICOS

• Projeção e reações paranóides

• Se utiliza a defesa da projeção, a fim de PROTEGER-SE de


sua dolorosa auto-recriminação, sente que os outros não
somente FRACASSARAM EM AUXILIÁ-LO como também
são a CAUSA de sua dificuldade.
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• MASOQUISMO E CARÁTER DEPRESSIVO

• É traço central de caráter dos indivíduos depressivos.

• 1)Para alguns, a dor é pré-requisito necessário para o gozo


do prazer; TRANSFORMA-SE em meio de aplacar o
superego e expiar a culpa.

• Evita, ou pelo menos diminui, os tormentos da consciência


procurando punição do mundo real.

• 2) Tem relação com o desejo infantil de MANTER O


CONTROLE onipotente sobre o universo.
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• MASOQUISMO E CARÁTER DEPRESSIVO

• 3) Relaciona-se com a segurança e o conforto


proporcionado por tudo que é familiar.

• A conduta masoquista pode proporcionar grande benefício


secundário, pois as pessoas costumam compadecer-se dos
miseráveis e dos infelizes e o paciente pode tirar satisfação
da simpatia dos demais.

• Nem todos os pacientes masoquistas são clinicamente


deprimidos.
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• SUICÍDIO

• Gestos suicidas = conduta tentada conscientemente como


dramática comunicação.

• Tentativa de suicídio = ato autodestrutivo

• 1) Dentre os motivos, temos que algumas pessoas


deprimidas sentem-se incapazes de controlar de outra
maneira suas próprias vidas.

• 2) Um impulso para cometer suicídio pode estar relacionado


com um impulso de matar alguém. Serve como meio de
controlar a própria agressividade.
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• PSICODINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO

• O depressivo vem, freqüentemente, de família com história


de depressão e suas altas aspirações e auto-imagem
medíocre têm sido transmitidas de geração para geração.

• O paciente predisposto à depressão não sente alegria de


viver. Seu superego é punitivo e sádico, originando-se de
suas próprias fantasias agressivas e da incorporação das
exigências de progenitores perfeccionistas.

• Concede pouco prazer a sí próprio e julga constantemente


seus desempenhos a fim de determinar se tem vivido de
acordo com seus modelos internos, achando-se sempre
devedor.
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• CONDUÇÃO DA ENTREVISTA

• Exige participação ativa do médico (terapeuta).

• APRESENTAÇÃO INICIAL

• Não costuma vir desacompanhado ao consultório médico.

• Ao prosseguir a entrevista, o paciente gravemente deprimido


esperará que o médico fale primeiro.

• O paciente responde com lentidão e suas réplicas são curtas


e repetitivas, revelando a constrição de seus processos
mentais.
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• EXPLORAÇÃO DOS SINTOMAS DEPRESSIVOS

• É importante o médico organizar a entrevista e proporcionar


constante apoio e aprovação pela participação do paciente,
para que possa ter efeito terapêutico.

• EXAME DO SUICÍDIO NA ENTREVISTA

• É de grande importância para aferir a gravidade e o perigo


da depressão do paciente, assim como para o planejamento
de um programa terapêutico.
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• TRATAMENTO

• PSICOTERAPIA DE APOIO – objetivo de aliviar a dor e o


sofrimento.

• TERAPÊUTICA ORGÂNICA - tratamentos farmacológicos e


organicos.

• ENTREVISTA COM A FAMÍLIA - não raro, a família


proporciona informação importante a respeito dos
desencadeantes ou estresses da vida do paciente, que este
tivesse negado tão completamente a ponto de não
aparecerem nas primeiras entrevistas.
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• TRANSFERÊNCIA

• O paciente deprimido desenvolve uma relação sem iniciativa


e dependente, esperando que o terapeuta detenha o poder
onipotente e mágico de efetuar a cura.

• O terapeuta precisa atentar para que, sem que se dê conta,


esteja orientando não apenas a entrevista, mas também a
vida do paciente, oferecendo conselhos, implícita ou
explícitamente.

• O terapeuta é colocado em posição de assumir a


responsabilidade da decisão do paciente ou de privá-lo de
valioso conselho e orientação.
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• TRANSFERÊNCIA

• Muitas vezes, frustração e rejeição parecem mais cômodas


que a gratificação, pois tendo seus desejos satisfeitos sua
cólera mostra-se inadequada e a culpa persiste.

• O paciente pode, com sua conduta autodestrutiva, tentar


desafiar a auto-estima do terapeuta demonstrando sua
impotência.
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• CONTRATRANSFERÊNCIA

• Depressão empática = a pessoa deprimida provoca fortes


sentimentos naqueles que possui contato íntimo.

• O terapeuta pode ter seu estado de ânimo diminuído durante


a entrevista => não é contratransferência, mas identificação
do entrevistador .

• MANIFESTAÇÕES

• 1) Dá certeza ao paciente e este compreende que o médico


está prometendo mais do que pode cumprir. (exemplo)
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• CONTRATRANSFERÊNCIA

• 2) Sentimentos de culpa e cólera do terapeuta (exemplo)

• 3) Aborrecimento e impaciência comuns ao tratar de


pacientes deprimidos.

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