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Prof.

: Gleison Paulino
2017
Com o processo de urbanização surgiu a necessidade de produzir e estocar quantidades
de alimentos, disponibilizando-os a todos e em diferentes lugares e distâncias.

A indústria de alimentos surgiu a partir do aperfeiçoamento de técnicas caseiras que já


utilizavam conservantes para retardar a decomposição de alimentos

A maioria das reações que provocam deterioração de alimentos é resultado da ação de


micro-organismos ou de substâncias existentes no ambiente, como o oxigênio.

Daí a necessidade de se conhecer os processos para propor formas de evitar essa


deterioração.
O que é a conservação?

 Conjunto dos métodos que evitam

a deterioração dos alimentos

durante um período mais ou

menos longo, que é conhecido

como o tempo de prateleira.


Contextualização
 Técnicas mais antigas:
 secagem dos grãos de cereais ou legumes a
seguir à colheita.
 Técnicas culinárias:
 Conservação de frutas com açúcar
 preparação de enchidos
 pickles.
 Processos industriais:
 pasteurização do leite
 enlatamento
 vácuo
Qual o objectivo da conservação?

 Evitar alterações provocadas pelas


enzimas próprias dos produtos naturais ou
por microrganismos que, para além de
causarem o apodrecimento dos alimentos,
podem produzir toxinas que afectam a
saúde dos consumidores.
 Preocupação em manter a aparência, o
sabor e conteúdo nutricional dos
alimentos.
Tipos de conservação:

 Conservação por calor

 Desidratação ou secagem

 Pasteurização

 Conservação pelo frio

 Substituição por gorduras saturadas

 Adição de químicos
Conservação por calor
Os processos de conservação dos alimentos pelo calor
consistem em tratá-los a uma temperatura elevada para
eliminar micro-organismos ou inactivar as enzimas.

- Pasteurização - o alimento é aquecido por


um tempo relativamente curto, sem alterar
as suas propriedades; foi inventada pelo
químico francês Louis Pasteur.

- Esterilização - aquecimento mais forte e


mais prolongado, para eliminar todos os
micro-organismos do alimento, como na
fabricação de comida enlatada; foi inventada
pelo químico francês Nicolas Appert.
Conservação por calor
Os processos de conservação dos alimentos pelo calor
consistem em tratá-los a uma temperatura elevada para
eliminar micro-organismos ou inactivar as enzimas.

-Branqueamento - é um tratamento
térmico destinado principalmente a
inactivar as enzimas e é usado antes de
outro processo de conservação ou
armazenamento, como a congelação.
Desidratação ou secagem
 Remoção ou diminuição da quantidade
de água no alimento.

 O processo de secagem e desidratação


consiste em colocar o produto num local
onde passe um volume de ar seco e
quente. O produto é aquecido, o que
promove a transferência de humidade
para o ar.
Desidratação ou secagem
 Utilizado na conservação de carnes, peixes
e grãos. Pode ser feito naturalmente,
deixando o alimento ao sol ou num local
seco, ou adicionando previamente sal de
cozinha (cloreto de sódio) ao alimento.

 O sal também desidrata o alimento por


osmose e cria um ambiente desfavorável à
sobrevivência dos microrganismos
Desidratação ou secagem
 O bacalhau e a carne-seca são conservados por
este processo.

 Um tipo de secagem extrema, utilizando


tecnologia moderna, é a liofilização:

 Remoção total da água dos alimentos, muito


utilizada para flocos de batata, café e outros
alimentos;

 Esta secagem consegue-se congelando


rapidamente o produto e colocando-o a seguir
num ambiente de vácuo, o que promove a
sublimação do gelo, ou seja, a passagem da água
do estado sólido para o estado de vapor.
Por Defumação
 Exposição do alimento ao fumo,
proveniente da queima incompleta
de madeira, serrim, carvão, etc.

 Processo é utilizado,
principalmente, para carnes
bovinas, pescado e enchidos.
Por Defumação
 O fumo resultante da queima da madeira
contém compostos químicos formados
durante o processo, como os aldeídos,
fenóis e ácidos ali fáticos, que têm poder
bactericida.

 A exposição do alimento a altas


temperaturas diminui o teor de água dos
alimentos. Ocorre também a formação de
uma “casca” externa que atua como um
“isolante” que dificulta a entrada de novos
contaminantes.
Pasteurização
 O método da pasteurização leva este nome em
homenagem a Louis Pasteur, o primeiro a
perceber que havia a possibilidade e inactivação
de micro-organismos responsáveis pela
deterioração do vinho por meio da aplicação de
calor.

 Tem como objectivo principal a destruição de


microorganismos patogénicos associados ao
alimento em questão. Outro objectivo é
aumentar a vida de prateleira do alimento,
reduzindo as taxas de alterações microbiológicas
e enzimáticas.
Pasteurização
 Os produtos pasteurizados podem conter,
ainda, muitos organismos vivos capazes
de crescer, o que limita a sua vida na
prateleira.

 A pasteurização é, muitas vezes,


combinada com outros métodos de
conservação e muitos produtos
pasteurizados são armazenados sob
refrigeração.
Tipos de Pasteurização
 Pasteurização lenta: baixas temperaturas

durante maior intervalo de tempo. Usado para

conservação de leite.

 Pasteurização rápida: altas temperaturas

durante curtos intervalos de tempo. Usado para

conservação de leite empacotado.

 Pasteurização muito rápida: temperaturas muito

altas, este tipo é mais conhecido como UHT

(Ultra High Temperatura) ou longa vida.


Conservação pelo frio

o A conservação dos alimentos pelo


frio consiste em arrefecer o
produto, por meio do seu
congelamento ou refrigeração. O
frio dificulta a reprodução e acção
dos microorganismos e também
das enzimas, promovendo assim a
conservação dos alimentos.
Substituição por Gorduras
saturadas
o A gordura eleita pela indústria é a gordura
transferida, devido ao menor custo de produção,
no entanto, devido ao maior controle dos
organismos de saúde e aversão por parte do
consumidor , a este tipo de gordura, a indústria
tem vindo a substituir a mesma por outro tipo de
gordura saturada (como os óleos de girassol e
amendoim ) ou reduzindo o percentagem de
gordura nos alimentos.
Conservantes por aditivos
químicos
o A acção anti-microbiana dos conservantes
baseia-se em efeitos sobre um ou mais dos
seguintes componentes/actividades: DNA,
membrana plasmática, parede celular,
síntese proteica, actividade enzimática,
transporte de nutrientes.
Conservantes por aditivos químicos

Os conservantes mais utilizados são os ácidos orgânicos,


porém os nitritos e nitratos e os sulfito também são
utilizados em menor escala.

Os ácidos orgânicos são compostos que inibem o


crescimento tanto de bactérias quanto de fungos .
Blocher & Busta (1985) referem a existência de
relatórios sobre a inibição de germinação e do
crescimento de esporos .
Corantes

o A função dos corantes é “colorir” os alimentos,


fazendo com que os produtos industrializados
tenham uma aparência mais parecida com os
produtos naturais e mais agradável a olhos do
consumidor. Eles são extremamente comuns já
que a côr e aparência têm um papel
importantíssimo na aceitação dos produtos
pelo consumidor.

o Os corantes são encontrados em maior parte


dos produtos industrializados como: as
massas, bolos, gelados, gelatinas, entre
muitos outros.
Descrição completa
Aromatizantes
Os aromatizantes têm como função dar gosto e
cheiro aos alimentos industrializados, realçando o sabor e
aroma. Assim como os corantes, os aromatizantes também
fazem com que os alimentos industrializados se pareçam
mais com os produtos naturais.
Conservantes
o Ao contrário dos corantes e aromatizantes, os chamados
conservantes não possuem funções de fazer com que os
produtos industrializados pareçam ser o que na realidade não
são, ou seja, naturais.

o O seu objectivo é evitar a acção dos microorganismos que


agem na deterioração dos alimentos, fazendo com que durem
mais tempo sem estragar.
Conservantes

o É impossível reconhecer o
uso de conservantes nos
alimentos, se estes não
estiverem identificados nos
rótulos.

o Eles são caracterizados


pelos códigos que vai de P1
até P10 e são encontrados
em todos, ou quase todos
os produtos
industrializados.
Antioxidantes
o Assim como os conservantes, os antioxidantes procuram
manter os alimentos em boas condições de consumo por mais
tempo.

o Eles têm a principal aplicação em óleos e gorduras, impedindo


ou retardando a deterioração, evitando a formação de crosta
por um processo de oxidação.
Estabilizantes
o São utilizados para manter a aparência dos produtos, tendo
como principal função estabilizar as proteínas dos alimentos.
É possível identificá-los nos rótulos das embalagens pelo
código ET1 até ET29.
Acidulantes
São utilizados nas bebidas com a função parecida com a
dos aromatizantes.
Os acidulantes podem modificar a doçura do açúcar, além
de conseguir imitar o sabor de certos frutos e dar um sabor
acido ou agridoce nas bebidas. Estes são identificados na
embalagens como I e H.
Aditivos / códigos Função Exemplos
Conferir ou intensificas o sabor Ácido benzoico, ácido bórico,
Acidulantes/ H
ácido e conservar ácido cítrico, ácido fosfórico.
Antioxidantes/ A Evitar a oxidação dos alimentos EDTA, ácido ascórbico
Aromatizantes/ F Conferir ou realçar aroma Álcool isoamílico, óleo de laranja
Conferir ou realçar aroma e o Acetaldeído, acetato de etila,
Flavorizantes/ F
sabor glutamato de sódio
Conservantes/ P Impedir a deterioração Ácido benzoico, antibióticos,
nitritos, nitratos, ácido sórbico
Corantes/ C Conferir ou intensificar a cor dos Clorofila, carotenoides,
alimentos curcumina, óxido de ferro (III)
Espessantes/ EP Aumentar a viscosidade e o Ágar-ágar, carboximetilcelulose
volume, mantendo sua textura e
consistência
Estabilizantes/ ET Dar cremosidade, não deixar que Fosfolipídeos, polifosfatos, citrato
os componentes se separem de sódio
Edulcorantes/ D Adoçar (sem açúcares naturais Sacarina, ciclamatos, aspartame
como sacarose e frutose)
Umectantes/ U Evitar a perda de umidade Glicerol, sorbitol, propilenoglicol
Antiumectantes/ AU Evita a absorção de água Carbonato de cálcio, carbonato de
magnésio, silicato de cálcio
Ácido benzoico
Curiosidade
Muitos aditivos são reconhecidos por siglas. É o caso do 2-terc-butil-4-metoxifenol, o BHA, e
do 2,6-terc-butil-4-metilfenol, o BHT.

Estes derivados do fenol inibem reações oxidativas que podem acontecer nos
alimentos, capazes de alterar suas qualidades. Ambos são muito utilizados; confira, por
exemplo, uma embalagem de margarina: na certa um deles estará presente.
Evidências indicam que, além de antioxidantes, estes compostos auxiliam na prevenção
do câncer.
Andrew Dannenberg, do Cornell Medical College, recentemente publicou um estudo
demonstrando que tanto o BHA como o BHT podem reduzir o risco de câncer, em
humanos, da mesma forma de alguns vegetais fazem (brócolis, repolho, couve).
Fármacos, cosméticos e a Química desses produtos que atuam no organismo ora
como remédio ora como veneno...

Desde o início das civilizações o ser humano usava algumas substâncias para curar males
do corpo e da mente... Na maioria das vezes, essas substâncias era, extraídos de plantas.

Galeno (129 – 199) considerado o pai da farmácia, divulgou o uso de extratos de plantas
para tratar inúmeras enfermidades.

Diversas culturas pelo mundo desenvolveram técnicas para extrais substâncias que eram
utilizadas em cerimônias religiosas.

Tanto num caso como no outro, essas substâncias são normalmente denominadas drogas.

O conceito de droga é muito amplo e assume diferentes significados em função de


diferentes grupos de uma mesma sociedade.
Do ponto de vista farmacológico, drogas são substâncias ou materiais que, depois de
introduzidos num organismo vivo, alteram processos bioquímicos, causando mudanças
fisiológicas ou comportamentais.
As drogas que objetivam a cura são chamadas MEDICAMENTOS.

As drogas que buscam atenuar os sintomas de uma doenças são chamados REMÉDIOS.

Para a farmacologia, ramo da ciência que estuda as drogas utilizadas com finalidades

preventiva, diagnóstica ou terapêutica são denominadas fármacos ou medicamentos.


Os medicamentos podem ser classificados em naturais e sintéticos.
Os naturais são aqueles extraídos de fontes minerais, animais ou vegetais.
Os sintéticos são os produzidos em laboratórios por meio de processos químicos, e
atualmente representam cerca de 85% do mercado.
As substâncias contidas num medicamento podem ter ações terapêuticas:
Curativas: como os antibióticos, que removem o agente causador da doença;

Paliativas: que aliviam um sintoma da doença, como os analgésicos;

Substitutivas: quando repõem outra substância, como a insulina insuficiente ou

ausente.
Uma substância eficiente como remédio também pode causar danos à saúde,
dependendo da dose utilizada...

O cientista Paracelso foi um dos primeiros cientistas a relacionar a cura de certas


doenças a substâncias específicas.

Theophrastus Philippus Aureolos Bombastus von


Hohenheim, com nome de Paracelso (1493 –
1541), ficou eternamente conhecido como o pai
da ciência que estuda os efeitos das substâncias
sobre os seres vivos: a Toxicologia, batizada por ele
de Iatroquímica ou Química Medicinal.
Sua frase mais célebre: A diferença entre o
remédio e o veneno é apenas a dose.
A toxicidade de uma substância pode ser classificada em aguda e crônica

Aguda: é decorrente de um único contato ou de vários contatos num período de 24 horas.

Crônica: Surge por contatos frequentes durante meses ou anos.

* Muitas substâncias que não causam danos de imediato podem, em longo prazo, provocar
até mutações genéticas, além de vários tipos de câncer.
Venenos: substâncias que, ministradas por qualquer via ou desenvolvidas no próprio corpo,
podem causar doenças ou matar.
Essas substâncias podem ser sintéticas (substâncias ativas nos inseticidas) ou produzidas por
organismos vivos, como as liberadas nas ferroadas de abelhas e picadas de cobras, chamadas
toxinas.
As toxinas podem ser definidas, grosseiramente, como um veneno biológico: são proteínas
produzidas por animais ou presentes em alimentos estragados, ou resultante de doenças
infecciosas.
Tanto as toxinas quanto os venenos são capazes de matar, podendo ser tratadas como
sinônimos.
Os venenos estão em toda parte: Nos alimentos, nos produtos de limpeza doméstica, nos
medicamentos...
Exemplos: sal de cozinha, água...

No entanto, há mais riscos com substâncias presentes nos alimentos e que tem efeitos
nocivos à saúde.

Na Química dos alimentos essas substâncias são classificadas em:


TOXINAS Componentes naturais dos alimentos;
ENDÓGENAS
TOXINAS Oriundas da atividade de fungos ou bactérias;
MICROBIANAS
RESÍDUOS Produtos e substâncias que são incorporados aos
TÓXICOS alimentos, como agrotóxicos e medicamentos dados aos
animais;
CONTAMINANTES Produtos e substâncias que contaminam alimentos
TÓXICOS durante o processamento industrial e a manipulação, no
transporte ou no preparo culinário.
Nesses casos, e em milhares deles, o problema é o excesso
Toxidez de substâncias:
DL50: dose que, quando aplicada a um grupo de cobaias de laboratório, causa a morte
de metade delas. (dose letal para 50% do grupo)
É dada em miligramas de substâncias por quilograma de massa corporal para o animal
de teste. (mg/Kg)
Curiosidade:
Entre os mais poderosos venenos está a toxina botulina, com uma DL50 para ratos de
aproximadamente 3.10-8 mg/kg.
É produzida por um micro-organismo presente no solo, denominado Clostridium
botulinum, encontrado em frutas e vegetais mal lavados ou conservados de forma
inadequada.
Esse micróbio não resiste a altas temperaturas nem sobrevive em alimentos com pH
abaixo de 4,6.
Uma variedade dessa substância tem sido empregada na medicina por cirurgiões
plásticos e dermatologistas no intuito de suavizar rugas faciais, curar dores de cabeça e
torcicolos.
Será mesmo necessário injetar propositadamente uma toxina no organismo?
O nome vem do grego kosmetikós: “o que serve para enfeitar”
Hoje os cosméticos são produtos usados para limpar, embelezar, perfumar, mudar o
aspecto visual, impedir a ocorrência de odores desagradáveis...
Os cosméticos são utilizados desde a antiguidade...
* Na Grécia antiga, as mulheres pintavam os lábios com cinabre (sulfeto de mercúrio),
uma substância tóxica.
* Em Roma, inventou-se um creme dental à base de pedra pomes moída e vinagre e, para
deixar os dentes mais brancos, era incluída urina humana na fórmula.
* Na Idade Média, usava-se fuligem para escurecer os cílios.
*No século XVIII, muitos homens e mulheres morreram devido ao pó branco que usavam
para empoar o rosto – que era feito à base de chumbo.
Mercúrio e chumbo, denominados metais pesados, acumulam-se no corpo,
afetando o sistema nervoso e provocando graves intoxicação que podem levar à
morte.
* Civilizações do Oriente e povos indígenas da América e da África também faziam amplo
uso de cosméticos e perfumes.
No século XIX, surgiu a chamada cosmética tecnológica, que, além da beleza, se preocupa
com a toxicidade dos produtos.
Para fabricar todos os produtos de higiene e cuidados pessoais que existem é necessário
conhecer e estudar muitos aspectos de corpo – a Farmacologia, um ramo da Química, faz
isso muito bem.
Significa odor natural ou artificial agradável. Deriva da palavra “fumo”, pois os
método utilizado para perfumar ambientes consistia em queimar materiais em
defumadores. Isso era feito para invocar deuses, curar doenças ou, simplesmente,
para seduzir.
Os perfumes são soluções de essências dissolvidas em um ou mais solventes,
geralmente água e álcool.
As principais fontes de perfumes são as plantas, mas também podem ser utilizados
essências de origem animal.
Felizmente as essências sintéticas estão substituindo, gradativamente, as essências
naturais, evitando o sacrifício e extinção de espécies vegetais e animais.
São a base para vários outros tipos de cremes de tratamento de beleza, tendo como
principal função proteger a pele contra o ressecamento e manter a sua adequada
elasticidade.
O ingrediente básico é a lanolina, que é uma mistura de ácidos graxos (gorduras) e seus
ésteres, que tem aspecto de massa branca amarelada e consistência pastosa.
É sintetizada pelas glândulas foliculares da pele e tem propriedades hidrofílicas, ou seja,
apresenta grupos funcionais que interagem fortemente com moléculas de água, o que
lhe confere um eficiente poder hidratante e amaciante.
Atualmente as indústrias, no intuito de ampliar o mercado de consumidores e criar
novidades, adicionam vitaminas, substâncias fitoterápicas e outros componentes, para
criar diferentes cremes de tratamento de beleza que, além de promover a hidratação,
possam combater o envelhecimento e amenizar efeitos desagradáveis à pele.
Colesterol
O suor, aquele líquido desagradável e incômodo que muitas vezes pode nos deixar
desconfortáveis e não muito cheirosos, tem importantes funções para o metabolismo
humano, como conduzir água para a superfície da pele a fim de manter a temperatura
corporal e a manter sua hidratação.
A composição química do suor é, basicamente, 99% de água e, em ordem de
concentração do maior para o menor, íons cloreto, sódio, potássio, ureia, amoníaco, ácido
lático e proteínas.
A transpiração corporal é proveniente do trabalho de 2 a 5 milhões de glândulas
sudoríparas espalhadas por quase todo o corpo.
O suor humano é uma solução quase inodora (não tem cheiro), porém as associações com
micro-organismos existentes normalmente na pele, que interagem com os componentes
do suor, é que causam odor desagradável e algumas doenças da pele, como a acne.
O odor de uma pessoa não está associado com a quantidade de suor que ela produz, mas
com a quantidade de bactérias existentes em sua pele.
Os cosméticos antissudorais apresentam-se no mercado como desodorantes, que são

compostos por substâncias capazes de favorecer as atividades microbianas, e os

antitranspirantes, que agem diminuindo a produção de suor pelas glândulas sudoríparas, e

a adstringência e outras funções que impeçam o metabolismo dos micro-organismos.

Quimicamente pode-se destacar algumas substâncias que fazem parte da composição dos

desodorantes como sulfato de zinco, cloreto de zinco, sulfofenato de zinco, sulfofenato de

alumínio, cloridróxido de alumínio, bicarbonato de sódio, triclosan, brometo de

cetiltrimetilamônio, éster trietílico do ácido cítrico.


Os dentifrícios possuem a função de remoção da placa bacteriana e garantem a limpeza e

polimento dos dentes.

Existem três tipos: a anticárie, que contém flúor; a antitártaro, que contém substâncias

que reduzem a formação de tártaro; e as antiplacas, que contém substâncias

antimicrobianas.

A composição dos cremes dentais inclui algumas substâncias que permitem atuar

conforme a necessidade, como o bicarbonato de sódio, substância alcalinizante capaz de

neutralizar os ácidos produzidos pela placa bacteriana durante a metabolização do açúcar.

Os tipos de flúor e sua concentração variam de acordo com o tipo de abrasivo que a pasta

contém. A ação clareadora da pasta de dente é muito discutida e pode ser contraindicada.
O xampu, palavra que em sua origem significa amassar ou massagear os cabelos, nasceu na
Indonésia. Os ingleses levaram a novidade para seus país e a palavra sofreu influências de lá.
Aqui, usa-se a grafia própria, que é xampu, apesar do mundo comercial preferir a de origem
inglesa.
Os xampus são detergentes, ou seja, substâncias capazes de desengordurar. Possuem em
sua formulação os surfactantes ou tensoativos, substâncias que apresentam de fato a ação
detergente, limpando sujeiras associadas a óleos e graxas.
Quando o cabelo está sujo, ele contém óleo proveniente do próprio corpo, insolúvel em
água, associado às sujeiras provenientes de poeiras existentes no ambiente. O xampu,
associado à água da lavagem, possibilita a dispersão da sujeira e gordura do cabelo em água.
O cabelo é constituído, basicamente, de uma proteína chamada queratina. Em cada fio
existem milhares de cadeias de queratinas entrelaçadas em forma de espiral, gerando placas
que se sobrepõem, resultando em um longo e fino “cordão” proteico. Essas proteínas
interagem fortemente entre si, por várias maneiras, o que resulta na forma característica de
cada cabelo: liso, enrolado, ondulado...
Existe na formulação dos xampus basicamente dois tipos de substâncias: o tensoativo

aniônico (um tipo de detergente) e a alcanolamida (ou amida). O primeiro retira gordura e

sujeira mas resseca o cabelo e promove uma ação eletrostática nos fios, deixando-os

rebeldes, por causa da repulsão entre as moléculas do tensoativo aniônico (negativos) que

permanecem no cabelo mesmo depois do enxágue. A alcanolamida repõe um pouquinho da

oleosidade retirada pelo detergente, para diminuir o ressecamento.

Portanto, xampu para cabelos oleosos contém pouca alcanolamida e mais tensoativo; e os

xampus para cabelos secos possuem uma quantidade maior de alcanolamida e menor de

tensoativo.

Dietanolamida de ácido graxo


Além dos xampus usados para o banho,

você utiliza condicionadores. Eles são

feitos a partir de surfactantes catiônicos e

em sua composição existem também

outros produtos para repor a oleosidade

retirada pelo xampu.


Quando os cabelos são lavados pelos xampus, os surfactantes

aniônicos se associam à queratina dos fios de cabelo, que ficam

carregados eletricamente, e as escamas de queratina que

formam os fios de cabelo ficam levantadas, com aspecto mais

quebradiço e sujeito a agressões.

Os condicionadores tem a unção de eliminar a eletricidade do

cabelo porque interagindo fracamente com polímeros e

proteínas neutras, são capazes de agregar e arrastar moléculas

de xampu que ainda estão no cabelo.

Assim as escamas do cabelo se fecham, o pH do cabelo fica

equilibrado e os cabelos ganham maleabilidade.


Falar de saúde é também falar de doença e até mesmo de morte.
Falar de saúde é falar da vida humana, e lidar com algo tão precioso e frágil envolve
questões éticas.
A Medicina, como qualquer ciência, tem se estabelecido com métodos confiáveis, mas
não infalíveis.
O tratamento ortodoxo em medicina sempre foi baseado em intervenção direta no
organismo, seja fisicamente – com manipulação ou remoção de tecidos ou órgãos
afetados – ou quimicamente – com a utilização de substâncias ativas presentes em
ervas, animais, materiais minerais, ou de substâncias sintetizadas pela indústria
farmacêutica.
Como muitas doenças surgiram, no século XX, justamente em decorrência de
tratamentos ortodoxos com produtos farmacêuticos, quer pelo seu uso prolongado ou
até mesmo por efeitos colaterais que só se manifestaram anos mais tarde, pois não
puderam ser identificados na fase de testes de medicamentos, a busca por tratamentos
médicos menos ortodoxos – terapias de tradição secular como a acupuntura e a
homeopatia, só tem aumentado.
Fármaco vem do grego phármakon = droga.

Substâncias produzidas pelo próprio organismo = endógenas (como a serotonina)


Substâncias externas ao organismo = exógenas (como ácido acetilsalicílico)

Para explicar a ação dos medicamentos no organismo, o químico alemão Hermann Emil
Fischer (1852 – 1919) formulou um modelo conhecido como chave-fechadura, utilizado até
os dias atuais.
Simplificadamente, esse modelo define que as moléculas das substâncias ativas no
organismo seriam como chaves específicas.
Essas chaves interagem com as macromoléculas do organismo, chamadas biorreceptores,
como se elas fossem fechaduras.
É dessa interação chave-fechadura que resulta a resposta farmacológica de substâncias
ativas presentes em medicamentos.

Todo medicamento possui um princípio ativo (fármaco), que é a principal substância da sua
fórmula, responsável pelo seu efeito terapêutico.
Morfina

Quinina
Sua síntese foi feita pela primeira vez em 1853 por um químico francês, que descobriu a
estrutura química do ácido salicílico, substância de origem natural a partir da qual o ácido
acetilsalicílico foi obtido. 1899 a indústria Bayer obteve o registro da patente da aspirina.
A aspirina foi o primeiro comprimido produzido, visto que seu pó é pouco solúvel em
água.
Um século depois, apesar do surgimento de tantas novas drogas, a aspirina ainda é o
medicamento mais vendido no mundo. E atualmente, além de analgésico, é indicada para
o tratamento de muitas doenças, incluindo as cardíacas.
Úlceras e dores no estômago costumam ser os
efeitos colaterais do ácido acetilsalicílico após
utilização prolongada.
Paracetamol ou acetaminofen provocam menos
efeitos colaterais com o uso contínuo.
Medicamentos como os antigripais,
Ácido acetilsalicílico descongestionantes e antitussígenos possuem
princípios ativos derivados de aminas. Acetaminofen
Os antibióticos forma descobertos em 1932, quando descobriu-se um pigmento
vermelho chamado prontosil, que curava certas infecções.
Antes disso, as pessoas não tinham com tratar infecções bacterianas.

A degradação do prontosil pelo processo in vivo gera a sulfanilamida, que combate as


infecções bacterianas.
Outros derivados de
sulfanamidas foram
sintetizados e receberam
o nome de sulfas.
Estas agem como agentes
anti-infecciosos,
impedindo a multiplicação
de muitas bactérias.
Em meados de 1928, o escocês Alexander Fleming, em seus estudos, pesquisava uma
colônia de bactérias causadoras de infecções no organismo humano.
E observou que suas bactérias foram contaminadas por um fungo (Penicilium notatum),
por descuido.
Em vez de descartar o sistema, continuou a observação e observou que o fungo passou a
produzir substâncias que destruíam as bactérias à sua volta. Após identificar e isolar essa
substância, nomeou-a de penicilina – um poderoso antibiótico que revolucionou a
medicina.
A elucidação da estrutura da penicilina
e do seu modo de ação impulsionaram
as pesquisas em busca de novos
antibióticos, mais eficientes e com
menos efeitos colaterais. Hoje são
conhecidos mais de mil antibióticos,
variando em fórmula e estrutura.
Os antibióticos devem ser usados apenas quando necessário, e são eficazes somente se

usados de maneira adequada.

Alguns são administrados durante 5, 10 ou 14 dias, e uma vez iniciado o tratamento, não se

deve interrompê-lo, mesmo se os sintomas passarem, pois a infecção pode não estar

completamente eliminada, restando os micro-organismos mais resistentes da colônia.

Ao longo dos anos, as bactérias também se tornam mais resistentes em decorrência do

abuso e do uso incorreto do medicamento. Elas ficam resistentes ao antibiótico ministrado

com frequencia, forçando o paciente a optar por algum outro tipo. O perigo é não haver

um substituto mais potente.


Em 1984, o agente etiológico da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foi
identificado e denominado HIV (Human Immunodecience Vírus, ou vírus da
imunodeficiência humana).
Em 1986 surgiram as primeiras drogas do grupo AZT (azidotimidina ou zidovudina) usadas
no tratamento da AIDS, diminuindo a mortalidade de pacientes com a síndrome. Mais
tarde surgiram novos medicamentos com menos efeitos colaterais.
Muitas drogas atuam no sistema nervoso central, como os analgésicos, que bloqueiam a

sensação de dor.

Essas drogas podem ser classificadas como: depressoras, perturbadoras ou estimulantes.

Todas elas alteram a comunicação química mediante a ativação ou desativação de certos

neurotransmissores, que são as substâncias que transmitem sinais elétricos no sistema

nervoso central, mas produzem resultados diferentes no comportamento de quem as

ingere.

Com as drogas estimulantes, há um aumento na atividade cerebral, deixando a pessoa

elétrica, ao passo que as drogas depressoras deixam seus usuários mais aquietados, pois

reduzem a atividade do cérebro.


É uma droga depressora do SNC, ou seja, não atua num neurotransmissor específico, mas
diminui a transmissão dos sinais nervosos, provocando distúrbios na capacidade de
percepção e nas habilidades.
Seu efeito no organismo produz, em princípio, sensação de euforia, relaxamento, torna a
pessoa mais efusiva, diminui a tensão, a ansiedade e o tédio, mas reduz o reflexo a
estímulos externos.
Essa é a principal razão para que seja proibido dirigir após o consumo de bebidas
alcoólicas.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, no
Brasil morrem mais de 35 mil pessoas a
cada ano em acidentes de trânsito e,
metade dessas mortes é provocada por
condutores alcoolizados.
Ao ser ingerido em grandes quantidades,
o álcool atua como veneno, causando
intoxicação, e morte.
O fígado humano consegue metabolizar cerca de 15 mL de álcool por hora, porém,
enquanto trabalha na eliminação do álcool deixa de metabolizar outras substâncias tóxicas
produzidas pelo organismo. Então, a permanência do álcool por longo tempo no
organismo afeta uma série de outras funções do corpo.
Está comprovado que o consumo constante de bebidas alcoólicas favorece o
aparecimento de doenças como hepatite, distúrbios do coração., do pâncreas e alguns
tipos de câncer, tais como de garganta, de boca, de esôfago e de cordas vocais.
Ingerido em pequenas quantidades é metabolizado de acordo com o esquema:
No cigarro encontra-se uma enorme

quantidade de substâncias. A começar por

sua fumaça, que já é considerada um

grande poluente atmosférico, diversas

doenças são provocadas por substâncias

tóxicas inaladas pelos fumantes, como

problemas de visão, câncer de bexiga,

problemas estomacais e intestinais, câncer

de rim, do pâncreas, entre outros.


As substâncias presentes na fumada dos
cigarros podem até branquear os cabelos e
causar calvície.
O alcatrão de fumo é uma mistura gasosa

liberada durante a queima e que contém

mais de 4000 substâncias. Dessas, pelo

menos 60, como o benzopireno e alguns

metais, são cancerígenos e causam

alterações nos genes das células

comprometidas com a divisão celular,

favorecendo a multiplicação celular

descontrolada e a consequente formação de

tumores.
A causadora da dependência em

cigarros é a nicotina, que atua

diretamente no SNC e provoca uma

sensação de bem-estar agradável e

passageira. E quanto mais se fuma,

mais o organismo se adapta à droga.

A nicotina aumenta a capacidade de

circulação sanguínea, aumenta a

deposição de gorduras nas paredes

dos vasos sanguíneos e sobrecarrega

o coração, podendo levar a infarto.


Uma estratégia adotada pelas companhias de tabaco é seduzir os jovens.

A estratégia visa reabastecer as fileiras daqueles que deixam de fumar ou morrem, pelos

consumidores que serão regulares amanhã.


O cigarro promove o envelhecimento precoce da pele. A fumaça libera radicais livres,

espécies químicas muito reativas, que promovem morte celular contribuindo para o

aparecimento de rugas e para o aumento da predisposição do câncer de pele e de boca.

A elevada temperatura da ponta do cigarro também contribui para o envelhecimento

precoce da pele e dos cabelos; a cor amarelada nos dentes, unhas e pele do rosto vem

do alcatrão presente na composição do cigarro.


Algumas drogas atuam no hipotálamo, parte do cérebro que regula o apetite, inibindo
a fome e provocando sensação de saciedade. Outras inibem a absorção de gorduras
pelo intestino. Genericamente chamadas de “remédios para emagrecer”, essas drogas
, se não forem bem administradas, podem até matar.
As anfetaminas são drogas de uso controlado por causarem dependência e alteração
do comportamento do indivíduo, provocando diminuição ou perda de apetite, insônia,
falta de afetividade, agressividade, taquicardia, sudorese, etc.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a benzidrina foi largamente utilizada por soldados
que queriam evitar a fadiga, aumentar a coragem e diminuir a consciência do perigo,
acarretando pelo uso indiscriminado, dentre outros, erros fatais nas aterrissagens por
parte dos pilotos.
Os Esteroides Anabólicos Androgênicos (EAA), ou anabolizantes, são hormônios
sintéticos derivados da testosterona.
Eles possuem propriedades que favorecem o aumento da massa muscular e
desenvolvem características masculinas.
Na medicina são usados para tratar pacientes com distúrbios que provoque queda nos
níveis de testosterona ou tratamentos de obesidade, pois o hormônio masculino
provoca um aumento do metabolismo do organismo, aumentando a “queima” de
gorduras.
Os anabolizantes tem sido usados, com bons resultados, no tratamento de pessoas
com AIDS, pois o hormônio reforça o sistema imunológico.

Testosterona

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