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Coesão Textual

Ingedore Villaça Koch


CONCEITO DE COESÃO TEXTUAL
… elementos da língua que têm por função precípua estabelecer relações
textuais: são recursos de coesão textual (p. 14-15).

É por meio de mecanismos como estes que vai tecendo o “tecido” (tessitura)
do texto. A este fenômeno é que se denomina coesão textual (p. 15)

Halliday & Hasan (1976) apresentam o conceito de coesão textual, como um


conceito semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior
do texto e que o definem como um texto.
Segundo eles, “a coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento
no discurso é dependente da de outro. Um pressupõe o outro, no sentido de
que não pode ser efetivamente decodificável a não ser por recurso ao outro”
(p. 4) (p. 16).

Consideram a coesão como parte do sistema de uma língua: embora se trate


de uma relação semântica, ela é realizada - como ocorre com todos os
componentes do sistema semântico - através do sistema léxico-gramatical.
Há portanto, formas de coesão realizadas através da gramática e outras,
através do léxico.
Para esses autores, a coesão é, pois, uma relação semântica entre um
elemento do texto e algum outro elemento crucial para a sua
interpretação.

A coesão, por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de


recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que veio
antes, aos recursos semânticos mobilizados com o propósito de criar textos. A
cada ocorrência de um recurso coesivo no texto, denominam “laço”, “ele
coesivo”. (p. 16)
● Para Beugrande & Dressler (1981), a coesão concerne ao modo como os
componentes as superfície textual – isto é, as palavras e frases que
compõe um texto – encontram-se conectadas entre si numa sequência
linear, por meio de dependentes de ordem gramatical.

● Marcuschi (1983) define os fatores de coesão como “aqueles que dão


conta da estruturação da sequência superficial do texto”, afirmando que
não se trata de princípios meramente sintáticos, mas de “uma espécie de
semântica da sintaxe textual”, insto é, dos mecanismos formais de uma
língua que permite estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto,
relações de sentido. (p. 16-17)
Coesão referencial
FORMAS REMISSIVAS GRAMATICAIS PRESAS
São elas:
● Os artigos definidos e indefinidos

● Pronomes adjetivos (exercem a função de artigo)


- demonstrativos, possessivos, indefinidos, interrogativos, relativo.

● Numerais cardinais e ordinais


Formas remissivas gramaticais livres
● Pronomes pessoais de 3ª pessoa: ele, ela, eles e elas

● Elipse

● Pronomes substantivos: demonstrativos, possessivos, indefinidos,


interrogativos, relativos;

● Numerais: cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários;

● Advérbios “pronominais”

● Expressões adverbiais do tipo: acima, abaixo, a seguir, assim, desse modo


etc.
● Formas verbais remissivas (pro-forma verbais)
Formas remissivas lexicais
● Expressões ou grupos nominais definidos
● Nominalizações
● Expressões sinônimas ou quase-sinônimas
● Hiperônimos pu indicadores de classe
A coesão sequencial
1. Sequencia parafrástica: quando na progressão do texto, utilizam-se
procedimentos de recorrência, tais como:

a) Recorrência de termos;
b) Recorrência de estrutura (paralelismo sintático);
c) Recorrência de conteúdos (semânticos – paráfrase)
d) Recorrência de tempo e aspecto verbal
2. Sequenciação frástica: a progressão se faz por meio de sucessivos
encadeamentos, assinalados por uma série de marcas linguísticas através
das quais se estabelecem, entre os enunciados que compõem o texto,
determinados tipos de relação.

a) Procedimentos de manutenção temática;


b) Progressão temática: linear, com tema constante, com tema derivado, por
desenvolvimento de um rema subdesenvolvido, com salto temático
c) Encadeamento: justaposição: nível inter-sequencial, nível conversacional;
d) Conexão: relações logico-semânticas, relações discursivas ou
argumentativas

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