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Thomas Kuhn - A estrutura

das revoluções científicas

José Alcides Gobbo Jr.


Introdução
• Thomas Kuhn tenta demolir os conceitos
que haviam sobre o que é fazer ciência.
• Havia uma idéia de que o conhecimento é
uma coisa cumulativa, como se fosse uma
escada.
• O processo de conhecimento não é linear, às
vezes há ganhos e às vezes há perdas.
Introdução
• Kuhn tenta entender o que parece ser a
dinâmica da produção do conhecimento.
• Aparentemente, cada um olha do ângulo que
quer e, com o tempo, algumas disciplinas,
pessoas começam a entrar em acordo, sobre
determinados pontos para a prática daquela
coisa, tornando-se paradigmática (Ciência
Normal).
Paradigma
• É uma constelação de crenças, valores e técnicas
partilhadas pelos membros de uma comunidade
determinada. É a grande referência dentro da qual
se movem as teorias, as técnicas, conceitos, etc.
• Um paradigma incorpora um arcabouço conceitual
específico através do qual o mundo é visto, e um
conjunto específico de técnicas experimentais e
teóricas.
Paradigma
• Os paradigmas têm limites, quando entram em
crise implodem. Uma das razões pelas quais o
paradigma entra em crise, é por não conseguir
explicar certos fenômenos.
• Neste momento pode surgir um novo paradigma,
que deverá explicar não só aquilo que o
paradigma anterior não estava conseguindo, mas
também tudo aquilo que já explicava.
Paradigma
• Uma das razões pelas quais o paradigma
entra em crise, é por não conseguir explicar
certos fenômenos.
• Neste momento pode surgir um novo
paradigma, que deverá explicar não só aquilo
que o paradigma anterior não estava
conseguindo, mas também tudo aquilo que já
explicava.
Paradigma
• O novo paradigma será diferente do antigo e
incompatível com ele.
• Não se abandona um paradigma sem ter um
outro.
• Partidários de paradigmas rivais não aceitarão as
premissas uns dos outros e assim não serão,
necessariamente, convencidos pelos seus
argumentos.
Ciência Normal
• Kuhn retrata a ciência normal como uma
atividade de resolução de problemas
governada pelas regras de um paradigma.
• Um fracasso em resolver um problema é visto
como um fracasso do cientista e não como
uma falta de adequação do paradigma. Este
seria um erro grave, do ponto de vista
kuhniano.
Crise / revolução
• Se dificuldades deste tipo fugirem ao
controle, um estado de crise se manifestará.
• Uma crise é resolvida quando surge um
paradigma inteiramente novo que atrai a
adesão de um número crescente de cientistas
até que eventualmente o paradigma original,
problemático, é abandonado.
Crise / revolução
• Kuhn reconhece que os paradigmas
sempre encontrarão dificuldades.
Anomalias haverá sempre.
• É somente sob conjuntos especiais de
condições que as anomalias podem se
desenvolver de maneira a solapar a
confiança num paradigma.
Crise / revolução
• Na ciência normal o conhecimento vai se
acumulando, sempre dentro de um
paradigma em vigor.
• Ao surgir anomalias demais, entra-se em
crise e surge a ciência extraordinária.
Haverá por um tempo uma luta entre os
defensores do velho e do novo.
Revolução científica
• Kuhn considera revolução científica
aqueles episódios de desenvolvimento
não-cumulativo, nos quais um paradigma
mais antigo é total ou parcialmente
substituído por um novo, incompatível
com o anterior.
Revolução científica
• Uma revolução científica corresponde ao
abandono de um paradigma e adoção de
um novo, não por um único cientista
somente, mas pela comunidade científica
relevante como um todo, deixando apenas
alguns poucos dissidentes, que serão
excluídos da nova comunidade científica.
Cumulativo
• O progresso através de revoluções é a
alternativa de Kuhn para o progresso cumulativo
característico dos relatos indutivistas da ciência.
• Exatamente porque os paradigmas possuem
uma influência tão persuasiva sobre a ciência
praticada no interior deles é que a substituição
de um por outro precisa ser revolucionária.
Karl Popper - A lógica das
Ciências Sociais

José Alcides Gobbo Jr.


Introdução

A oposição entre conhecimento e ignorância


e o papel da crítica
Estrutura
• Popper desenvolve seu raciocínio através da
apresentação de teses:
• 27 teses - facilitar a crítica

• Ao final, nos é apresentada uma sugestão e


uma pequena nota conclusiva.
Conhecimento e ignorância
 A discussão da tensão entre conhecimento e
ignorância
– relações entre o incremento de conhecimento e
o acrescido discernimento de que realmente
nada conhecemos.
O conhecimento
• O Conhecimento se inicia com problemas
– Não há nenhum problema sem ignorância e
nenhum problema sem conhecimento.

• O caráter, a qualidade do problema e a


audácia e a originalidade da solução
sugerida determinam o valor ou a ausência
de valor de uma proposta científica.
científica
A observação e o conflito
 Uma observação cria um problema
somente se ela apresenta conflito com
determinadas expectativas.
 Esse conflito suscita a proposição de
soluções que se sujeitarão à crítica.
A crítica

 O método científico consiste em


tentativas experimentais para resolver
nossos problemas por conjecturas.
 A crítica consiste na tentativa de
refutação dessas conjecturas.
A objetividade

• A isenção de valores necessária para a


obtenção de objetividade nas ciências
sociais é praticamente inatingível.
• Objetividade da ciência repousa na
objetividade do método crítico
A objetividade

• Tanto nas ciências naturais quanto nas


ciências sociais é impossível evitar a
influência de interesses extra-científicos
no curso da pesquisa científica.
• A objetividade de uma ciência não
depende da objetividade do cientista mas
sim da objetividade da crítica.
A teoria

• A teoria é a tentativa de solução de um


problema científico
• A teoria se apresenta como sistemas
dedutivos e pode ser criticada de forma
racional através de suas conseqüências
Verdade e Explicação

• A análise e crítica de uma teoria envolve


a avaliação de sua aproximação da
verdade e do seu poder explicativo.
Observações finais
• O conhecimento se estabelece através do
desenvolvimento de teorias provisórias
criticáveis e detentoras de lógica intrínseca
• A crítica de uma teoria é efetuada através
da análise de seu poder explicativo e de
sua aproximação com a verdade.
CIÊNCIA – TEORIA E FATO

José Alcides Gobbo Jr.


Observações finais
• O conhecimento se estabelece através do
desenvolvimento de teorias provisórias
criticáveis e detentoras de lógica intrínseca
• A crítica de uma teoria é efetuada através
da análise de seu poder explicativo e de
sua aproximação com a verdade.
TEORIA

• A teoria define as principais orientações de uma


ciência, fornecendo um sistema conceitual e
restringindo os fatos a serem estudados.
• É um conjunto articulado de proposições a
respeito da realidade, algumas mais
permanentes ou básicas ou derivadas etc.
• Entre outras coisas, ordena e relaciona fatos,
faz conjecturas.
CIÊNCIA

• A ciência é um método de abordagem do


mundo, que é suscetível de ser experimentado
pelo homem.
• Não visa à persuasão, a alcançar a “verdade
última”, ou a convencer. É somente um modo
de analisar que permite ao cientista apresentar
proposições sob a forma de “se - então“. O
único propósito da ciência é o de compreender
o mundo empírico no qual o homem vive.
TEORIA

• A teoria define as principais orientações de uma


ciência, fornecendo um sistema conceitual e
restringindo os fatos a serem estudados.
• É um conjunto articulado de proposições a
respeito da realidade, algumas mais
permanentes ou básicas ou derivadas etc.
• Entre outras coisas, ordena e relaciona fatos,
faz conjecturas.
O papel da teoria

• Teoria como orientação


• Teoria como conceptualização e classificação
• Resumir
• Teoria prevê fatos
• Teoria indica lacunas no nosso conhecimento
FATOS

• Um fato é considerado como uma observação


empiricamente verificada.
• Fatos são vistos dentro de um quadro de referências e
não isoladamente. Construção lógica (não o
fenômeno, aquilo que ocorre), mas sim uma
observação sistematizada de um fenômeno,
formulado pela ciência.
• Um fato não é somente uma observação ao acaso,
mas uma afirmativa empiricamente verificada sobre o
fenômeno.
FATOS

• Os fatos também produzem teoria, das


seguintes maneiras:
– auxiliam a iniciar teorias
– conduzem à reformulação e rejeição de teoria
existente
– mudam a focalização e a orientação da teoria
– esclarecem e redefinem a teoria
FENÔMENO

• É o que acontece na realidade. O universo


apresenta uma variedade infinita de
fenômenos a serem estudados, mas a ciência
abstrai da realidade, selecionando certos
aspectos do fenômeno (como massa,
velocidade, valência, intensidade de atitude
etc.), não estudando assim todo o fenômeno.
Na verdade, separar qualquer fenômeno de
tudo aquilo que está relacionado é um ato de
abstração.
CONCEITO

• é uma abstração, não um fenômeno; simboliza; provê


a definição; é uma construção lógica; descreve as
propriedades do objeto; está referido a uma teoria.
• Conjunto de proposições que descreve as
características essenciais do objeto, sem o qual ele
não existe. São as características essenciais.
• É a descrição dos atributos ou características
principais que resumem o objeto, deixando claro seu
significado
Operacionalização do conceito

• Significa a maneira pela qual o conceito será


reconhecido na hora da pesquisa. Ex: escolha
de variáveis ou de indicadores para identificar
alguma coisa.
• Definição operacional – ponto entre o conceito
teórico e o observável, reconhecível.

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