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Índios no Brasil

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES

 “Eram pardos,
todos nus, sem
coisa alguma que
lhes cobrissem
as suas
vergonhas.
Traziam nas
mãos arcos e
setas” .
OS TUPI-GUARANI
 Os povos Tupi-guarani, agricultores pouco
sedentários e de muita rivalidade intertribal, que
dominavam a costa brasileira de São Paulo ao
Pará,foram os primeiros a entrar em contato com
os europeus.
 Os Tupi-guarani estavam mais bem organizados
que as outras nações.Eram extremamente
preconceituosos,tanto que chamavam os Jês de
Tapuia, ou seja,”selvagens”. Este menosprezo dos
Tupi-guarani pelos outros povos acabou depois
sendo assimilado pelos conquistadores.
MODO DE VIDA
 O tipo de sociedade em
que estavam organizados
esses indígenas é
chamado pelos
antropólogos de sistema
tribal.
 O que domina na
organização tribal é a
relação de
parentesco,definida pela
cooperação entre
membros descendentes de
um ancestral comum.
 Nas aldeias não existia
uma autoridade formal,
responsável pelo controle
do grupo.O chefe de
cada aldeia não tinha o
poder de um rei.Ele
trabalhava como os
outros do grupo, e seu
poder de liderança era
exercido durante as
reuniões, nos períodos de
guerra ou em situações
de calamidade. Era
chamado de cacique ou
morubixaba.
 Outra figura importante
na organização das
tribos era o Pajé,
também conhecido por
xamã, mediador entre o
plano dos homens e o
dos espíritos.
 Os Tupi-guarani
acreditavam na vida
futura e na
reencarnação dos
antepassados em uma
criança.
 Temiam os espíritos do
mal e as almas dos
mortos.
A ANTROPOFAGIA
O RITUAL DE ANTROPOFAGIA DOS
GUARANIS
 As principais vítimas desse tipo de ritual eram os
inimigos de prestígio, pois esses povos acreditavam
que incorporariam a força e o poder daquele que
fosse devorado. O responsável pelo aprisionamento,
ou aquele que tinha recebido a vítima como
presente, ganharia mais prestígio na comunidade.
 O ritual também poderia significar um ato de
vingança contra os inimigos.Mas, em qualquer uma
dessas circunstâncias,não se pode afirmar que a
antropofagia estivesse relacionada com uma atitude
selvagem, pois o ato de comer carne humana não
estava ligado simplesmente ao desejo de saciar a
fome ou a um impulso instintivo. Ao contrário,
tratava-se de um ato cultural, carregado de
manifestações simbólicas.
SEMELHANÇAS ENTRE OS INDÍGENAS
 Cada grupo indígena se identifica como uma sociedade
específica(caiapó,guarani,ianomâmi, botocudo, kalapalo e outras).

 A posse da terra e dos recursos nela existente é coletiva. Nas sociedade


indígenas a terra é de quem trabalha nela. Enquanto um grupo estiver
plantando, colhendo, caçando e pescando numa determinada área, seus
recursos e frutos lhe pertencem. Depois, outro grupo pode vir a ocupar essa
área e se beneficiar dela.

 A divisão do trabalho é feita por sexo e idade. Isto é, há tarefas que são
masculinas, como pescar, construir moradias; e outras que são femininas,
como plantar, colher, transportar fazer farinha cestos, redes, cozinhar e
cuidar das crianças. As crianças ajudam os adultos, em tarefas compatíveis
com sua idade;

 Todos os indivíduos de um povo têm acesso às condições e aos


conhecimentos necessários à sua realização pessoal e sobrevivência, ou
seja, nas sociedades indígenas, o conhecimento é socializado.
O ENCONTRO ENTRE
CULTURAS
INFERNO E PARAÍSO
A leitura cristã feita do encontro dos
europeus com os habitantes da América
tinha forte conotação maniqueísta. De um
lado, estava o “bem” , simbolizado por
Deus e pela busca do paraíso; de outro, o
“mal” , representado pelo Diabo e o
inferno. Assim, a idéia da conquista de
novas terras vinha acompanhada pelo
desejo de levar a palavra de Deus para as
“criaturas demonizadas” do Novo Mundo,
por meio da catequese.
 A política indigenista do
Estado português teve a
preocupação de submeter a
população nativa ao esforço
de defesa e exploração de
seus domínios no continente
americano. Esse processo
acompanhou o
desenvolvimento da política
colonial.Dessa forma, nos
primeiros anos da
conquista, durante breve
período, os índios foram
tratados como parceiros
comerciais no escambo do
pau-brasil ao longo da
costa.
 Quando a colonização
ganhou força, a partir
de meados do século
XVI, as tentativas de
convívio iniciais deram
lugar a tensões e
conflitos entre o
conquistador e os
indígenas. A possibilidade
de parceria entre
europeus e nativos
acabou, assim, anulada
pela perspectiva da
colonização dominadora.
 Os portugueses procuraram
dominar os índios através
da “guerra justa” , do
“resgate” ou do
“descimento”
 “guerra justa” – designava
a luta contra grupos que
não aceitavam a conquista
portuguesa e resistiam à
catequização. Os índios
aprisionados nessas
guerras podiam ser
escravizados com
autorização do rei.
 Além dos índios
aprisionados em “guerras
justas” , os colonos
estavam autorizados a
escravizar também os
nativos “descidos” –
aqueles que eram
trazidos das suas aldeias
para novos aldeamentos
organizados pelos
colonizadores, próximos
às vilas – e os
“resgatados”, ou seja,
índios obtidos entre os
prisioneiros de outros
índios.
A RESISTÊNCIA INDÍGENA
 Com a colonização, os nativos da América
portuguesa tinham duas escolhas : submeter-
se ou resistir.
 No plano social e político, isso significava
aderir a uma sociedade não-igualitária,
utilitarista e hierarquizada, inteiramente
diversa da sua, ou opor-se a ela.
 No plano cultural, implicava preservar ou
abandonar as tradições, crenças e ritos
seculares pelos costumes, valores e doutrinas
do mundo cristão, apresentados como os únicos
verdadeiros e superiores a todos os demais.
 Alguns povos não
tiveram escolha
senão deixar-se
catequizar e
colocar-se sob o
abrigo das ordens
religiosas para
escapar à
escravidão ou ao
extermínio
impostos pelos
colonizadores.
 Nas diversas missões, os caminhos da
catequese e da exploração do trabalho
indígena seguiram processo e diretrizes
semelhantes. Os descimentos e depois, a
redução dos indígenas marcavam o passo
inicial do empreendimento religioso.
Reduzir,significa “reconduzir” , devolver os
índios à fé cristã e à vida policiada.
 Na atuação missionária, os descimentos
estavam atrelados às reduções, ou seja,
desciam-se índios para depois reduzi-los.
 Reduzir significava fixá-los nas missões, sob
formas de organização diferentes das
tribais.
Outros povos empreenderam lutas
ferozes em defesa da liberdade.
 Um terceiro grupo optou
por fugir para regiões
cada vez mais distantes
dos núcleos formados
pelos colonizadores.Entre
esses grupos, o mais
numeroso parece ter sido
o dos tupinambás. Após a
chegada dos portugueses
em 1500, milhares deles
retiraram-se do litoral,
procurando na Amazônia o
que chamavam de “terra
sem males”.
CONCLUSÃO
 Como solução econômica principal, a escravidão
indígena fracassou no contexto da vida colonial
centrada na exploração mercantilista. Não pela
indolência, mas sim pela resistência dos índios ao
cativeiro e a um regime de trabalho para eles
opressivo, estranho e sem sentido. Com o
conhecimento que tinham do território, podiam
contra-atacar, fugir ou migrar em massa para o
interior
 Como solução econômica secundária, a escravidão
indígena continuou a ser usada em toda a
colônia. Seria sempre menos importante nas
áreas mais prósperas da produção e exportação
açucareira. Mas teria muita importância para
áreas menos prósperas, sem recursos para
comprar escravos africanos .
 “ A maioria dos que ali estavam trazia
aqueles bicos de ossos nos lábios. E
dentre os que andavam sem eles, alguns
tinham os lábios furados e nos buracos
uma espécie de rolha de madeira; outros
traziam três daqueles bicos : um no meio
e os dois outros nos lados da boca. E
andavam outros por ali, pintados, metade
de sua própria cor e metade de tintura
preta, meio azulada; outros ainda tinham
o corpo pintado de xadrez.”
 ( Pero Vaz de Caminha )

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