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2: CAROTENÓIDES
• Características gerais
• Classificação
• Fontes naturais
• Principais aplicações
• Principais funções biológicas
• Aspectos ecológico-químicos
• Propriedades químicas e físicas
• Biossíntese
• Conceitos básicos sobre métodos
clássicos e
modernos de isolamento, purificação e
caracterização.
Os carotenóides são pigmentos naturais que foram
descobertos no século 19 e até ao momento foram descritos
750, dos quais caracterizados satisfatoriamente cerca 500.
Licopeno
β-Caroteno
Com poucas exceções os carotenóides são lipofílicos,
têm pouca (ou nenhuma) solubilidade em água e têm boa
solubilidade em solventes orgânicos apolares. A sua cor
varia desde o amarelo (p.e. o β-caroteno) até o vermelho
(p.e. o licopeno).
Os carotenóides contêm, na sua grande maioria, 40 átomos
de carbonos (tetraterpenóides) com ligações duplas conjugadas
Estes têm oito unidades isoprénicas ligadas de forma tal que
a disposição destas encontra-se invertida em relação ao centro
da molécula.
Os dois grupos metilos centrais encontram-se em uma posição
1,6- e os restantes grupos metilos não terminais estão situados
numa posição 1,5-.
Modificações químicas e a introdução de funções
oxigenadas dão lugar a uma grande diversidade de estruturas
carotenóides na natureza.
8´-apoaloxantinal
Os carotenóides existem preferencialmente na forma isomérica
mais estável (todo-trans), embora haja pequenas quantidades
de isómeros cis ou que se transformam das formas todo-trans
durante o procesamento.
Os carotenóides podem conter além de hidrocarbonetos,
oxigénio (xantofilas), mas em nenhum caso dos
naturais encontra-se a presença directa de
nitrogénio, enxofre ou halogénios!!!!!!!
Tradicionalmente os carotenóides são conhecidos pelos
seus nomes triviais derivados da fonte biológica de onde
foram descobertos. Entretanto tem-se desenvolvido um
esquema semi-sistemático que permite nomear os
carotenóides de forma exacta e que define suas estruturas.
Os nomes específicos têm como sustento o nome base ¨caroteno
precedidos pelos prefixos da do alfabeto Grego para designar os
dois grupos terminais.
Por exemplo: o β-caroteno é referido correctamente como
β,β–caroteno e o α-caroteno como β,ε-caroteno.
Prancha →
→
de nomes
triviais e
semisistemá
-ticos de
carotenóides
que estão
nos
alimentos:
Figura: Alguns exemplos de carotenos
Estruturas de algumas xantofilas comuns presentes nos
alimentos
Classificação:
Os carotenóides em geral classificam-se em dois grandes
grupos:
• Carotenos (Carotenóides hidrocarbonetos)
• Xantofilas (Carotenóides oxigenados)
Xantofila
Raízes:
Os carotenóides não aparecem em geral de forma apreciável nas
raízes, mas há alguns exemplos bem conhecidos como p.e. na
Cenoura (Daucus carota) e a batata-doce ( Ipomoea batata), de
onde se concentran grandes quantidades de β-caroteno.
Sementes:
Algumas sementes ou revestimento de sementes são
coloridas devido aos carotenóides p.e. a zeaxantina em
milho doce (Zea mays ). O revestimento das sementes de
Bixa orelana contêm uma concentração muito alta (até um
10%) da apocarotenóide bixin (Orelana).
Nas algas:
Tanto nas microalgas como nas algas marinhas os carotenóides
estão presentes de forma universal como pigmentos dos
cloroplastos com funções essenciais na fotossíntese.
As algas verdes (Clorofitas) têm um carotenóide de similar
composição aos das folhas verdes, ainda de forma frequente
com outras xantofilas como a oroxantina.
A presença de certos carotenóides tem-se utilizado como um
marcador sistemático para a classificação das algas.
A variedade de estruturas carotenóides encontradas nas
algas é grande e inclui compostos que contêm grupos
acetilénicos e alénicos, p.e. aloxantina, fucoxantina, e
C37 nor-carotenóides, notavelmente peridinina, a xantofila
característica dos dinoflagelados.
Algumas algas verdes quando estão sujeitas a stress
ambiental ou nutricional são responsáveis da síntese em
grandes quantidades de carotenóides extraplastídicos.
Prevenção de cancro:
Foram realizado muitos estudos preclínicos e clínicos nos que
avalia-se com resultados satisfatórios a influença dos caroteno
na proteção de diversos tipos de cancro. p.e. altos níveis de
β-caroteno correlaciona-se com bajos índices do cancro de
pulmão (2000).
Presença de níveis de Licopeno no sangue reduz o risco de
cancro de próstata (2008), de vias digestivas ( 2008), de
pâncreas (1989) e neoplasias intra-epiteliais cervicais
(1991).
Prevenção de enfermidades cardiovasculares : Através de
β-Caroteno é possível reduzir a peroxidação lipídica no LDL,
um processo que probablemente este incluído na patogêneses
da arterioscleroses.
Protecção da pele:
Vários estudos em humanos têm demonstrado que os níveis
de carotenóides em plasma e pele decrescem depois da
exposição das radiações UV. É por isso que se tem
proposto um mecanismo de protecção no que estão
envolvidos os carotenóides. Os efeitos de protecção de β-
caroteno podem estar relacionados com suas propriedades
Actividade provitamina A:
A deficiência de vitamina A afecta a mais de 100 milhões de
crianças em todo o mundo (2002) e assim mantém-se como
um dos grandes problemas de saúde pública em muitos
países.
Por tanto se espera que está limitada a sua presença nas áreas
hidrofóbicas da célula, tais como os núcleos internos das
membranas, exceto quando estão associados a proteínas, que
lhes permite ter acesso a meios aquosos.
Licopeno
Os grupos hidroxílicos exercem uma grande influência sobre a
absorção entretanto que a metilação, acetilação e sililação
reduzem marcadamente este efeito.
Por ser altamente insaturados os carotenóides são propensos
à isomerização e oxidação.
O calor, a luz, os ácidos e a adsorção sobre superfícies
activas como o alumínio promuevan isomerização de tudos
os carotenóides tudos-trans à forma cis. Este resultado faz
que em alguns casos perda cor e a actividade provitamina
A.
A degradação oxidativa, principal causa da perda de
importância dos carotenóides depende da disponibilidade
pelo oxigênio e se vê estimulada pela luz, as enzimas e a
co-oxidação por hidroperóxidos lipídicos.
Os carotenóides mostram diferentes susceptibilidades à
oxidação. A luteína e a violaxantina parecem ser mais
lábeis que os outros.
A formação de epóxidos e apocarotenóides, é dizer,
carotenóides com esqueletos carbonados mais curtos,
parecem ser os passos iniciais.
Licopeno
β-Caroteno