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Alimentos Funcionais

GNU111
Michel C. De Angelis Pereira
Juciane A. Ribeiro Pereira
 Alimentos funcionais com ações antioxidantes e de modulação
de atividades celulares
Reações de oxidação
Liberação
de energia
Transferência de e-
entre substâncias
Reações de oxirredução

Energia + Oxidação
Água + CO2 aeróbica
Reações de oxidação
Radical livre
Radical livre (RL) é qualquer espécie química capaz de existência independente, mesmo que

fugaz, que contenha um ou mais orbitais atômicos com elétrons não pareados ou que

quimicamente, se comporte como tal. São altamente reativos e capazes de atacar qualquer

biomolécula.

(Rabay & Torres, 1997)


Formação de radicais livres
 A partir de compostos endógenos

Exemplo: cadeia de transporte de e-, fosforilação oxidativa, responsável pela geração de

energia através do ATP na mitocôndria

 A partir de compostos exógenos

Exemplo: Tabagismo, dieta desbalanceada, estresse...


Papel benéfico dos RLs
Em concentrações baixas/moderadas:

 Mediadores em processos de sinalização

 Proteção celular – homeostase redox

 Regulação do tônus vascular

 Monitoramento da tensão de oxigênio

 Controle da respiração

 Síntese de substâncias biológicas importantes


Formação de espécies reativas de oxigênio (ROS)

 O2- (Radical superóxido)

 OH- (Radical hidroxila)


Espécies reativas de nitrogênio (NOS)
NO-: óxido nítrico
 H2O2 (Peróxido de hidrogênio)
N2O3: óxido nitroso
HNO2: ácido nitroso
 LOO2- (Radical peroxil) NO2-: nitritos
NO3-: nitratos
ONOO-: peroxinitritos
Peroxidação lipídica
Estresse oxidativo

ROS

Antioxidantes
Estresse oxidativo - Consequências

 Adaptação, por aumento da resposta antioxidante

 Dano tecidual por agressão à lipídeos, carboidratos e proteínas

 Morte celular ou apoptose


Danos causados pelos RLs
Antioxidantes – Mecanismos de ação
 Enzimáticos e não-enzimáticos

 Removem oxigênio do meio

 Varredura de ROS (scavenger e quencher)

 Sequestro de metais catalizadores da formação de ROS

 Aumento da geração de antioxidantes endógenos

 Interação entre esses mecanismos


Sistema antioxidante enzimático
Sistema antioxidante não-enzimático

 Antioxidantes hidrofílicos (glutationa, vitamina C, indóis, catecóis)

 Antioxidantes lipofílicos (bioflavonas, vitamina A, vitamina E)

 Compostos fenólicos e carotenoides

 Estrógenos
Dietas ricas em frutas e hortaliças

Retardam

Processo de envelhecimento

Previnem as doenças crônicas não transmissíveis

Artrite reumatóide
Aparelho circulatório
Catarata
Cânceres
Doença de Parkinson e Alzheimer

(NARWOJSZI & BOROWSKA, 2010)


SUBSTÂNCIAS FUNCIONAIS COM AÇÕES ANTIOXIDANTES E
DE MODULAÇÃO DE ATIVIDADES CELULARES:

COMPOSTOS FENÓLICOS e CAROTENÓIDES


CAROTENÓIDES
 -CAROTENO

 LICOPENO

 CAPXANTINA

 NEOXANTINA

 BIXINA

 LUTEÍNA

 VIOLOXANTINA
violoxantina
COMPOSTOS FENÓLICOS
http://www.ugr.es/~quiored/pnatu/secundario.htm
Conceito
Compostos fenólicos compreendem uma das principais
classes de metabólitos secundários vegetais com ampla
variedade de estruturas e funções, que possuem, em
geral ao menos um anel aromático com um ou mais
substituintes, derivados do metabolismo do chiquimato
e dos poliacetatos.
Características e funções
• estrutura e • cor • antioxidante: inativa
crescimento • aroma ROS e RNS
• desenvolvimento e • sabor • eficácia
reprodução • adstringência quimiopreventiva
• resistência à • textura • modula ação de
patógenos enzimas
• processos • inibe a função
germinativos plaquetária...
• polinização
Vegetais Alimentos Saúde
Classificação
De acordo com a sua distribuição na natureza
Baixa ocorrência: hidroquinonas, resorcinol, aldeídos derivados dos
ácidos benzoicos que compõem óleos essenciais: biomarcadores

Amplamente distribuídos: fenólicos simples, flavonoides e seus


derivados, cumarinas, ácidos fenólicos

Polímeros: taninos e ligninas


Classificação
De acordo com a sua localização nos vegetais

Solúveis: fenólicos simples, flavonoides e taninos de baixo a médio peso


molecular não ligado a componentes da membrana

Insolúveis: taninos condensados, ácidos fenólicos e outros compostos


fenólicos de baixo peso molecular ligados a polissacarídeos e proteínas da
parede celular formando complexos insolúveis estáveis
Solubilidade -
Importância
funcional
 Os flavonoides ingeridos
passam pela hidrólise e
conjugação
 Os metabólitos formados são
transportados para o fígado
via veia portal e sofrem
modificações
 Os metabólitos hepáticos
podem ser transportados
para as células e tecidos
alvos, excretados via biliar
para reabsorção entero-
hepática ou eliminado via
urina ou fezes
Pereira & de Angelis-Pereira (2016)
Classificação Esqueleto básico
Estrutural 1 C6
Ácidos
2 C6-C1
Hidroxibenzoicos
3 C6-C2
 De acordo com o número
de carbonos constituintes 4 C6-C3 Ácidos
em conjunto com a Hidroxicinâmicos
estrutura básica do 5 C6-C4
composto
6 C6-C1-C6
 Variam de moléculas
simples como o fenol, até 7 C6-C2-C6 Estilbenos
estruturas altamente
polimerizadas, como os 8 C6-C3-C6 Flavonoides
taninos
9 (C6-C3)2
10 (C6-C3-C6)n Taninos
2. Esqueleto C6 – C1

Ácidos Fenólicos - Hidroxibenzoico


ác. gálico, ác. elágico, ác. vanílico,
ác. siringico e ác. p-hidroxibenzoico
4. Esqueleto C6 – C3

Ácidos Fenólicos - Hidroxicinâmicos

ác. p-cumárico, ác. caféico e ác.


ferúlico, ác. clorogênico
7. Esqueleto C6 – C2 – C6

Estilbenos
resveratrol, astringina, viniferínas
8. Esqueleto C6 – C3 – C6

Flavonoides

flavonas, flavonóis, flavanonas,


flavanóis, antocianidinas, isoflavonas
9. Esqueleto (C6-C3)n

Ligninas
10. Esqueleto (C6-C3-C6)n

taninos condensados
taninos hidrolisáveis
Subclasse dos flavonoides

1. Flavonas
2. Flavanonas
3. Flavonóis
4. Isoflavonas
5. Flavanóis
6. Antocianidinas
1. Flavonóis
1. Flavonóis
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Miricetina Cajú 28,640
Salsa 21,600 Kaempferol Ginkgo 75,600
Amora 20,850 Chia 24,360
Batata roxa 15,587 Couve 21,100
Dill 20,000
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Rutina Funcho 255,000 Quercetina Levístico 170,000
Aspargo 39,820 Sabugueiro 108,160
Ginkgo 22,400 Maçã 82,000
Vinho tinto 9,980 Dill 79,000
2. Flavonas
2. Flavonas
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Apigenina Salsa 570,000
Menta 58,500
Hortelã-pimenta 14,650
Aipo 9,000

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Luteolina Hortelã-pimenta 85,575
Tomilho 45,250
Sálvia 33,400
Menta 28,500
3. Flavanonas
3. Flavanonas
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Hesperidina Laranja 439,250
Naringenina Alecrim 53,100
Tangor Murcott 136,333
Toranja 26,500
Limão 97,520
Uva roxa 11,600 Tangerina 15,971
Tomate 4,550

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Eriodictiol Hortelã-pimenta 252,828
Toranja 0,160
4. Isoflavonas
4. Isoflavonas
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Farinha de soja 15,533 Kinako 82,330
Daidzeína e Farinha de soja 81,210
Gliciteína e formas IPS 9,530
formas
glicosiladas Soja, grão 8,350 Soja, grão 73,800
glicosiladas
Ervilha 6,700 IPS 40,733
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Soja, grão 166,200
Genisteína e formas Kinako 130,600
glicosiladas Farinha de soja 105,193
Tofu 55,670
5. Flavanóis
5. Flavanóis
5. Flavanóis
Conc. média
Substância Alimento
Conc. média (mg/100g)
Substância Alimento
(mg/100g) Chá verde 5165,000
Mirtilo 387,480 Epicatequina e Cacau 4464,400
Catequina e ésteres de ácido
Amora 312,860 gálico Chá oolong 1920,000
ésteres de
ácido gálico Chá preto 267,500 Chá preto 1556,000
Uva roxa 244,000
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Teaflavinas e
Chá preto 1075,000
ésteres de ácido
gálico Chá oolong 264,500
6. Antocianidinas
6. Antocianidinas
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Figo 503,100
Cianidina e Uva roxa 75,000
Cacau 411,400 Malvidina e
formas Mirtilo 71,000
Sabugueiro 231,610 formas
glicosiladas Vinho tinto 18,250
Arônia 211,400 glicosiladas
Framboesa 15,010
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Amora 201,280
Delfinidina e
Groselha 157,580
formas
Mirtilo 97,310
glicosiladas
Uva roxa 66,000
6. Antocianidinas
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Morango 68,155 Oxicoco 36,800
Pelargonidina e Peonidina e
Figo 35,200 Mirtilo 33,580
formas formas
Raddichio 25,000
glicosiladas glicosiladas Cajú 33,400
Framboesa 8,770
Uva roxa 29,000
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Mirtilo 76,640
Petunidina e
Maçã 29,600
formas
Framboesa 14,300
glicosiladas
Groselha 6,840
Ácidos Hidroxicinâmicos
Ácidos Hidroxicinâmicos

Ácido clorogênico
Ácidos Hidroxicinâmicos
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Ácido ferúlico Beterraba 39,000 Ácido cumárico Amendoim 77,000
Arroz 36,200 Mel 29,000
Açaí 21,200 Arroz 15,200
Mirtilo 16,970 Vinho tinto 13,900

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Ácido caféico Alface 49,000
Ginkgo 39,800
Chia 28,135
Cenoura 26,000
Ácidos Hidroxicinâmicos
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Ácido sinápico Repolho roxo 22,000
Amendoim 14,000
Soja 12,000
Brócolis 8,000
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Ácido clorogênico Café expresso 403,441
Ameixa 215,400
Funcho 210,500
Cereja 196,000
Ácidos Hidroxibenzoicos
Ácidos Hidroxibenzoicos
Conc. média Conc. média
Substância Alimento Substância Alimento
(mg/100g) (mg/100g)
Ácido elágico Framboesa 323,500 Ácido gálico Chá preto 385,000
Araça 63,404 Mirtilo 258,900
Camu-camu 45,080 Chá oolong 200,000
Amora 33,810 Chá verde 90,000

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Açaí 8,050
Ácido p- Cenoura 5,000
hidroxibenzoico Mel 2,710
Vinho tinto 2,000
Ácidos Hidroxibenzoicos
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g) Conc. média
Vinho tinto 8,800 Substância Alimento
(mg/100g)
Ácido Vinho branco 1,420
Ácido siríngico Soja 25,000
protocatequínico Açaí 6,440
Alface 1,500 Vinho tinto 2,520
Mel 2,510
Manjericão 0,940

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Ácido vanílico Vinho tinto 13,310
Soja 10,000
Oxicoco 4,930
Orégano 3,590
Estilbenos
Conc. média
Substância Alimento

Trans-piceatanol Cacau em pó
(mg/100g)
0,714 Estilbenos
Chocolate amargo 0,404

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Cis-resveratrol Vinho tinto 9,750
Uva 0,140

Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Trans-resveratrol Vinho tinto 10,550
Cacau 0,185
Chocolate amargo 0,124
Uva, suco 0,041
Taninos condensados -
Proantocianidinas
Taninos condensados - Proantocianidinas
Conc. média
Substância Alimento
(mg/100g)
Proantocianidinas Canela 8108,200
Uva, semente 3532,300
Cacau 1547,000
Arônia 1271,850
Taninos hidrolisáveis
Taninos
hidrolisáveis

 Frutas vermelhas (morango)


 Apesar de estarem presentes nas plantas essencialmente
nas partes não comestíveis como ramos e raízes, estes
compostos podem ser introduzidos na dieta através de
operações de processamento dos alimentos
Variações no perfil e na concentração de
fenólicos nos vegetais
Variações Gênero
Espécie
Cultivar/Genótipo
Maturação
Idade da Planta
Estação do Ano
Localização Geográfica
Manejo no Cultivo
Processamento
Condições de Estocagem
Cultivar
Kim et al. (2003)
Ameixa – 6 cultivares
Cianidina-3-glicosídeo = 1,90 – 7,0 mg/100g

Aipo branco – 3 cultivares Crozier et al. (1997)

Apigenina = 0,33 – 9,00 mg/100g


Luteolina = 3,30 – 5,20 mg/100g

Bilyk e Sapers (1985)


Alface – 4 cultivares
Quercetina = 0,00 – 2,80 mg/100g
Método de cultivo
CENOURA Orgânica Convencional
Ácidos Fenólicos Concentração (mg/100g)
Ácido vanílico 1,20 0,98
Ácido clorogênico 17,00 10,00
Ácido ferúlico 2,70 1,50
Ácido p-cumárico 0,71 0,69

Matilla e Hellstrom (2007)


Local de cultivo
 Flavonois em casca e polpa de caju
 Casca: Africano > Brasileiro
 Polpa: Brasileiro > Africano

Michodjehoun-Mestres et al. (2009)


Amadurecimento Raffo et al. (2002)

Tomates Naomi em diferentes estágios de maturação


Ácidos hidroxicinâmicos Flavanonas Flavonois
Estágio de
maturação Concentração (mg/100g)
caféico clorogênico ferúlico p-cumárico naringenina quercetina
Imaturo (30%
0,740 4,190 0,200 0,370 3,660 0,460
amarelo)
Imaturo (50%
0,510 3,260 0,160 0,310 4,550 0,450
laranja)
Maduro 0,350 2,730 0,140 0,260 4,270 0,370
Processamento
Sementes de cacau submetidas a diferentes processos fermentativos
Diferenças quantitativas: epicatequina, catequina e cianidina
*Condições de cultivo: microclima e posição do fruto na árvore
Niemenak et al. (2006)

Ameixa in natura: cianidina = 12,50 mg/100g; quercetina = 1,77 mg/100g


Ameixa desidratada: cianidina = 0,30 mg/100g; quercetina = 2,30 mg/100g
Harnly et al. (2006)

Malvidina
Brócolis in natura = 6,00 mg/100g
Brócolis cozido = 0,00 mg/100g Harnly et al. (2006)
Condições de armazenamento

• Arroz de 3 • Resveratrol em
Zhou et al. (2004)

Espin et al. (2007)


cultivares vinho
• Temperatura de • Método de
armazenamento envelhecimento
• Ácidos Fenólicos • Tempo de
envelhecimento
• Safra
Metodologias analíticas
 Como os fenólicos são um grupo estruturalmente diverso de
substâncias, um método específico não permite quantificá-los.

 Devido à ausência de um padrão científico que determine as


condições adequadas para armazenamento, preparo, extração,
purificação e análise de fenólicos individuais, resultados diversos
são obtidos o que muitas vezes leva a equívocos quando se compara
dados de diferentes literaturas

(Lee et al., 2012; Dossett et al., 2011)


Biodisponibilidade
 Os flavonoides ingeridos
passam pela hidrólise e
conjugação
 Os metabólitos formados são
transportados para o fígado
via veia portal e sofrem
modificações
 Os metabólitos hepáticos
podem ser transportados
para as células e tecidos
alvos, excretados via biliar
para reabsorção entero-
hepática ou eliminado via
urina ou fezes
Pereira & de Angelis-Pereira (2016)
Biodisponibilidade

ácido gálico

taninos condensados
Biodisponibilidade
Facilmente absorvidos:

Quercetina – cebola, maçã

Catequinas – chás, frutas vermelhas

Isoflavonas – genisteína, daidzeína (formas agliconas)


Biodisponibilidade - Interações
Quercetina – lipídeos (Guo et al., 2013)

Isoflavonas – probióticos (Bohn, 2014)

Isoflavonas – fibras (Nielsen & Williamson, 2007)

Alimentos líquidos x Alimentos sólidos (Bohn, 2014)


Propriedades funcionais
Quercetina
Atividade anti-inflamatória: ligação com fatores de transcrição
Inibição proliferação de celular e proteínas ativadoras da transcrição
Inibição da produção de IL-1β, TNF-α...
[350 mg/dia]
Efeito aterosclerótico – melhora disfunção endotelial induzida pela oxidação (↑ atividade NO)
além de modular processos anti-inflamatórios

CAO et al., 2014; RAMYAA, KRISHNASWAMY E PADMA (2014); NAPIMOGA et al., 2013; SHEN
et al. (2013)
Propriedades funcionais
Kaempferol e miricetina (FILOMENI et al., 2010; KIM et al., 2014; PARK et al., 2011)

Ação quimiopreventiva – apoptose


Inibição COX-2 (mediadora de processos inflamatórios)

Flavanóis (DANGLES, 2012; MURPHY et al., 2003; XU et al., 2011)


Inativar radicais livres
Complexar íons metálicos
Regenerar o α-tocoferol
Propriedades funcionais
Isoflavonas (VINCENT; FITZPATRICK, 2000)
Similar ao estradiol
Moduladoras dos receptores estrogênicos
↓ colesterol

Ácido clorogênico (ONG; HSU; TAN, 2012)


Retardar absorção de glicose intestinal
Inibir gliconeogênese
Prevenção de doenças hepáticas – redução da síntese de enzimas aspartato aminotransferase (AST),
glutamiltransferase (GGT) e alanina aminotransferase (ALT)
Resveratrol

Composto fenólico, encontrado em alguns produtos alimentícios, mas principalmente no vinho


tinto. É uma fitoalexina: do grego phyton = planta e alexin = composto que repele
ataque fúngico (Botrytis cinerea, Plasmopora vitcula), dano mecânico ou por irradiação de luz ultravioleta.
Resveratrol
Inibe a dioxigenase da lipoxigenase que por sua vez contém um íon ferro no seu centro
Antioxidante ativo e catalisa as reações de hidroperoxidação.
Chem. Pharm. Bull. v. 30, n. 5, p. 1766-1770, 1982;
J. Agric. Food Chem. v. 47, p.4842-4846, 1999

A similaridade entre o trans-resveratrol e o estrogênio sintético, o faz atuar de forma


Repositor
Hormonal similar no organismo, substituindo em parte o tratamento de reposição hormonal no pós
menopausa.
Life Sciences. v. 70, p. 1577-1589, 2002.

Antiinflamatório Inibição da transcrição e atividade da COX-1 e COX-2.


Journal of Biological Chemistry, v. 273, n. 34 (Aug. 21), p. 21875-21882, 1998.

Inibe a cascata do ácido araquidônico, rota metabólica que pode induzir a gênese de
Antitumorigênico
tumores.
Inibição da PkC (efeito quimiopreventivo). Biochemical Pharmacology, v. 60, n. 9, p. 1355-1359, 2000.
Indutor de apoptose (agente antiproliferativo). Cancer Letters, v. 158, p. 85-91, 2000. Life Sciences. v. 70, p.
1577-1589, 2002.
Produção de Glicose e Insulina

Metabolismo Lipídico
SIRT 1
Sobrevivência Celular

Restrição Calórica em Mamíferos (especulação).

Screening de 20.000 moléculas

 25 que aumentam a atividade da SIRT 1

Resveratrol
Resveratrol Aumento da Expectativa de Vida

Espécies evolutivamente distantes

Saccharomyces cerevisiae

C. elegans
Aumentou em 59% a expectativa de vida Drosophila
em peixes vertebrados.

Em células de mamíferos, o resv. produz através da SIRT 1


efeitos consistentes com a melhora da função celular e da
saúde do organismo.

SIRT 2?
Hipótese

Dieta Hiper
+
Resveratrol
Comportamento fisiológico
Dieta Padrão
Metodologia
Camundongos C57BL/6NIA
+
Dieta Padrão (SD)

Camundongos C57BL/6NIA
28 meses +
Dieta Hiper (60% Kcal = lipídios) (HC)

Camundongos C57BL/6NIA
+
Dieta Hiper (60% Kcal = lipídios)
+ 5,2 mg/Kg/dia
Resveratrol
(HC + R) 22,4 mg/Kg/dia

1 Kg de uva  2 mg de resv.!
Avaliação da Evolução Ponderal
Consumo Alimentar Ingestão Calórica
Excreção Fecal Excreção de
(Massa) Lipídios Fecais
Curva de Mortalidade
(Kaplan Meier)

42% morreram
SD

42% morreram
HC + R
58% morreram
HC
Freqüência de queda (Rota-rod)
Testados a cada 3 meses;
Período de adaptação (1 dia/ 4 rpm/ 60 s);
3 chances para cada animal (4 a 40 rpm / 5 min).

* P<0,05
HCR x HC

# P<0,05
todos x SD

N = 15 N=6 N=9
Rota-rod

Testes de
coordenação
motora
e de balanço.
High calorie + Table 1. Effects
Parameter Standard diet High calorie
resveratrol
of a high-fat diet
Free fatty acids (mequiv.) 0.83 (0.10) 0.45 (0.20) 0.54 (0.05)
and resveratrol
Triglycerides (mg dl-1) 76.6 (6.8) 81.4 (6.6) 88.2 (10.8)
on various
Cholesterol (mg dl-1) 135 (7) 183 (20)† 204 (16)†
biomarkers in
Insulin (ng ml-1) 0.73 (0.14) 2.70 (0.36)† 1.06 (0.30)*
plasma.
Glucose (mg dl-1) 94.5 (3.3) 125.3 (11.6)† 85.6 (10.3)*
IGF-I (ng ml-1) 625 (33) 999 (102)† 929 (81)†
IGFBP-1 (AU) 1.0 (0.2) 0.5 (0.3) 0.3 (0.1)†
IGFBP-2 (AU) 1.0 (0.2) 0.7 (0.04) 0.9 (0.1)
Leptin (ng ml-1) 2.0 (1.1) 21.6 (7.2) 11.6 (6.5)
Adiponectin (g ml-1) 12.1 (1.6) 9.5 (0.5) 9.0 (0.8)
Amylase (U l-1) 2,060 (150) 2,960 (320)† 2,190 (230)*
Ala aminotransferase (U l-1) 347 (119) 390 (61) 446 (88)
Asp aminotransferase (U l-1) 448 (85) 425 (90) 512 (46)
Creatine phosphokinase (U l-1) 4,260 (1820) 2,010 (810) 2,520 (680)
Lactate dehydrogenase (U l-1) 1,530 (240) 1,610 (170) 2,020 (180)
Alkaline phosphatase (U l-1) 43.8 (3.4) 44.6 (6.0) 34.2 (1.4)
Bilirubin (mg dl-1) 0.16 (0.02) 0.10 (0.03) 0.16 (0.02) Values shown are mean
(plusminuss.e.m.). AU, arbitrary
Albumin (g dl-1) 2.78 (0.16) 2.88 (0.19) 2.66 (0.14) units; U l-1, units per litre.
Creatinine (mg dl-1) 0.54 (0.02) 0.48 (0.04) 0.46 (0.04) * P < 0.05 versus high calorie.
† P < 0.05 versus standard diet.
Cyclo-oxygenase (liver, AU mg-1) 1.00 (0.14) 0.80 (0.11) 0.83 (0.11) ‡ P < 0.05 versus high calorie by
one-tailed Student's t-test.
Citrate synthase (liver, AU mg-1) 141 (14) 128 (21) 138 (11)
Body temperature (°C) 34.71 (0.14) 35.52 (0.17)† 35.57 (0.15)†
Histologia do
Músculo Cardíaco
Conclusão
O resveratrol surge como instrumento efetivo na busca por soluções de problemas como
balanço energético, longevidade e manutenção da saúde como um todo.

A administração da substância foi capaz de alterar a fisiologia dos animais que receberam
dieta hiperlipídica para um perfil mais semelhante aos animais que receberam dieta padrão.

A ingestão do resveratrol em quantidades seguras para o consumo humano pode reduzir os


efeitos negativos que uma dieta hiperlipídica pode ocasionar.
Carotenoides
Visão Geral
 Pigmentos naturais com coloração que varia do amarelo ao
vermelho

 Lipossolúveis

 Encontrados em vegetais, microrganismos e animais

 Provitamínicos A (alguns) e antioxidantes


Ação funcional dos carotenoides sobre o organismo
Fonte: RODRIGUEZ-AMAYA, 1997
Conceito e biossíntese
 Metabólitos secundários derivados do isopreno

 No vegetal atuam como pigmentos, hormônios, protetores contra


patógenos, polinização

 Terpenoides de 40C, formados pela união de oito unidades isoprenoides


de 5C

 Molécula linear e simétrica, com a ordem invertida na posição central


Fonte:
http://nptel.iitm.ac.in/courses/102103016/module4/lec31/2.html

Fitoeno
Diversidade hidrogenação

rearranjo desidrogenação

isomerização
Estrutura
ciclização
básica
introdução de grupos
oxigenados

migração/adição de duplas
OH, 5,6 ou 5,8 epóxidos, CHO, C=O, CO2H, ligações
CO2Me, OMe
dessaturações

hidroxilação

hidroxilação

epoxidação
Síntese do licopeno

fitoeno

licopeno
Síntese dos
demais
carotenoides

Fraser e Bramley (2004)


Grupos terminais da molécula

Fonte: Meléndez-Matínez et al. (2007)


Nomenclatura
 Baseada, tradicionalmente, no nome da espécie em que o composto
foi extraído pela primeira vez:

 Cenoura – Dacus carota: β-caroteno

 Nomenclatura sistemática: apresenta informações sobre a


estrutura da molécula

 Evita que uma mesma substância receba nomes diferentes ou que


duas ou mais substâncias apresentem nomes iguais
Fitoeno β-criptoxantina
7,8,11,12,7’,8’,11’,12’- (3R)-β-β-caroteno
octahidrolicopeno

α-caroteno Violaxantina
(6R)-β-ε-caroteno (3S, 5R, 6S, 3’S, 5’R, 6’S)-5,6,5’,6’-diepoxi-5,6,5’,6’-
tetrahidro-β-β-caroteno

β-caroteno Luteína
β-β-caroteno (3R, 3’R, 6’R)-β-ε-caroteno-
3,3’-diol
Estrutura
 Extensa cadeia de ligações duplas conjugadas: alta reatividade e
capacidade de absorção de luz na região do visível – cromóforo

 São encontrados, principalmente na forma mais estável: all-


trans

 Isomerização (cis ou epóxidos) e oxidação: exposição ao calor,


luz, oxigênio e enzimas como a lipoxigenase e/ou ácidos
Atividade provitamina A

retinol
β-caroteno

 Requerimento mínimo: presença de um anel β e cadeia C11


 α-caroteno, β-criptoxantina, α-criptoxantina e apresentam um anel β -
50% atividade provitamínica A do β-caroteno
 Carotenoides acíclicos, que não apresentam anel β, e xantofilas em que o
anel contém substituintes hidroxi, epóxi e carbonil não apresentam
atividade provitamínica A
Capacidade antioxidante

 Altamente eficazes no combate aos radicais livres

 O poder antioxidante aumenta com o aumento do número de


ligações duplas conjugadas da molécula

 Carotenoide de maior poder antioxidante: licopeno


Cromóforo
Mínimo requerido para uma molécula apresentar
coloração no espectro do visível: 7 ligações duplas
conjugadas
 α-caroteno - 7 duplas conjugadas - amarelo

 Licopeno - 11 duplas conjugadas – vermelho

 Fitoeno - 3 duplas conjugadas – incolor


Classificação

Carotenos
Grupos químicos
presentes na molécula
Xantofilas
Classificação
Acíclicos
Fase terminal da
Monocíclicos
molécula
Bicíclicos
Classificação

Inativos
Nutricionalmente
Provitamínicos A
Composição em alimentos:
Níveis insignificantes Perfis
Baixo Predominância de β-
conteúdo caroteno Hortaliças verdes e
folhosas

Combinações
destes perfis Frutas e β-criptoxantina
principal β-caroteno, luteína,
hortaliças
violaxantina

Quantidade Quantidade
expressiva de substancial de
licopeno epóxidos Grãos/Raízes

Predominância de carotenoides raros Xantofilas/Carotenos


ou específicos
Dados da composição de carotenoides nos alimentos
violaxantinazeaxantina licopeno α-caroteno
5% 6% 5% 10%

luteína
28%

β-caroteno
34%

β-criptoxantina
12%
α-caroteno
Encontrado junto com o β-caroteno, porém em
baixas concentrações
Conc. média
Alimento
mg/100g
Cenoura, crua, in natura 2,575
Cenoura, crua, congelada 3,268
Cenoura, cozida 3,303
Moranga, in natura 3,867
β-caroteno

Conc. média
Alimento
mg/100g
Agrião, folha, in natura 4,098
Canistel, maduro, in natura 30,232
Cenoura, in natura 8,268
Pimentão, vermelho in natura 2,900
β-criptoxantina
Carotenoide minoritário: presentes em baixas
concentrações com algumas exceções
Conc. média
Alimento
mg/100g
Cajá, polpa congelada 2,502
Caqui, maduro, in natura 2,390
Canistel, maduro, in natura 25,037
Pequi, maduro, in natura 9,367
Mamão, maduro, in natura 2,155
Licopeno
Não está distribuído Conc. média
amplamente nos alimentos. Alimento
mg/100g
Se apresenta em altas Tomate, in natura 3,548
concentrações em frutos
Tomate, ketchup 7,463
como o tomate, goiaba,
Tomate, molho, enlatado 17,355
caqui, melancia e mamão
Tomate, molho, garrafa 16,415
Tomate, suco 6,16
Goiaba, vermelha, madura 6,99
Luteína
Presentes em uma ampla variedade de alimentos em
concentrações variáveis
Conc. média
Alimento
mg/100g
Abóbora, madura, in natura 4,277
Aipo (salsão), in natura 7,200
Chicória, folha, in natura 5,370
Rúcula, folha, in natura 3,000
Violaxantina
Ocorrente em hortaliças e está presente
juntamente com o β-caroteno e a luteína
Conc. média
Alimento
mg/100g
Agrião, folha, in natura 2,610
Chicória, folha, in natura 3,170
Rúcula, folha, in natura 2,970
Zeaxantina
Considerados carotenoides minoritários. Presente
em baixas concentrações nos alimentos
Conc. média
Alimento
mg/100g
Pequí, cozido 7,973
Milho-verde, in natura 1,092
Banana, madura, in natura 0,040
Laranja, Valência, madura, in natura 0,050
FITOESTERÓIS
Fitoesteróis
 Componentes que atuam em funções fisiológicas associadas ao
metabolismo dos vegetais

 Mais de 250 tipos já identificados

 Formas:
 Livre
 Esterificado a ácidos graxos, açúcares ou ácidos fenólicos
Aspectos estruturais
 Constituinte estruturalmente relacionado ao
colesterol

 Quando consumido em quantidades suficientes


apresenta capacidade de reduzir absorção do β-sitosterol
colesterol no intestino e, consequentemente,
reduzir os níveis de colesterol sanguíneo

colesterol
Benefícios à saúde

Conhecer a distribuição e a
concentração dos
fitoesteróis nos alimentos
Necessidade de
consumo em
quantidades
necessárias
Composição nos alimentos
 130 alimentos: frutas, vegetais e derivados

 8 fitoesteróis:
 Insaturados: β-sitosterol, campesterol, estigmasterol
 Saturados: β-sitostanol, campestanol, estigmastanol
 Minoritários: brassica esterol e Δ5-avenasterol

 890 dados
Distribuição dos fitoesteróis nos alimentos

7% 4% 3%
10% 23%

11%
22%
20%

β-sitosterol Campesterol Estigmasterol β-sitostanol


Campestanol Δ5-avenasterol Estigmastanol Brassica esterol
Β-sitosterol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g-¹)
Aveia, grão, óleo 411,000 - - - 12
Milho, gérmen, óleo 519,000 - - - 12
Milho, grão, óleo 322,933 172,200 586,000 175,378 16, 12
Prímula, semente,
373,300 368,900 377,700 4,400 12
óleo, extra virgem
Trigo, gérmen, óleo 613,000 - - - 12
Campesterol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g-¹)
Canola, grão, óleo 115,360 63,200 279,000 65,456 12
Gergelim, semente, óleo 100,000 - - - 12
Milho, gérmen, óleo 184,000 - - - 12
Milho, grão, óleo 111,367 53,200 215,000 69,089 16,12
Trigo, gérmen, óleo 239,000 - - - 12
Estigmasterol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g-¹)
Feijão manteiga, grão, in natura 86,200 - - - 17
Feijão, grão, in natura 41,400 - - - 17
Ginseng, semente, óleo 86,871 7,758 118,810 31,645 1
Milho, gérmen, óleo 56,000 - - - 12
Soja, grão, óleo 48,117 30,700 59,000 7,617 16, 12
β-sitostanol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g ¹)
-

Abóbora, semente 39,400 - - - 12


Milho, gérmen, óleo 27,000 - - - 12
Trigo, gérmen, óleo 20,000 - - - 12
Cártamo, óleo 13,950 6,900 21,000 7,050 16, 12
Trigo, farelo, grosso 44,000 - - - 11
Campestanol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g-¹)
Milho, gérmen, óleo 13,000 - - - 12
Milho, grão, óleo 4,100 14,000 7,867 4,089 16, 12
Pão de trigo, integral 8,800 - - - 11
Trigo, gérmen, óleo 11,000 - - - 12
Trigo, farelo 38,000 - - - 11
Δ5-avenasterol

Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g ¹)
-

Gergelim, semente 41,900 40,400 43,400 1,500 15, 12


Milho, gérmen, óleo 41,400 - - - 12
Nozes, óleo 30,700 - - - 12
Pinhão, semente, in 15
40,300 - - -
natura
Trigo, gérmen, óleo 46,900 - - - 12
Estigmastanol
Conc.
Alimento Mín Máx DP Ref.
(mg.100g ¹)
-

Amendoim, semente 6,900 - - - 9


Alho, bulbo, in natura 12,900 - - - 9
Azeite de oliva, refinado 10,600 - - - 9
Grão de bico, grão, in natura 10,500 - - - 9
Lentilha, grão, in natura 8,400 - - - 9
Brassica-esterol
Conc.
Alimento (mg.100g- Mín Máx DP Ref.
¹)
Canola, óleo 58,100 35,700 81,000 22,654 12, 16

Coco, fruto, óleo 6,300 - - - 12


Linhaça, semente, in
4,900 - - - 12
natura
Linhaça, semente, óleo 13,000 - - - 12
Milho, grão, óleo 6,700 - - - 12
Substâncias
Estrogênicas em
Alimentos
Estrógenos ou estrogênios
Designação genérica dos hormônios responsáveis pelo
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários na
mulher e pelo aparecimento, durante o ciclo menstrual, das
condições adequadas, na genitália feminina, à fertilidade,
implantação e nutrição do embrião.

De acordo com a ocorrência e estrutura química são


classificados como:
Naturais ou sintéticos: estradiol, estrona e estriol;
estrogênios equínos e estrogênios conjugados.
Esteróides e não esteróides.
Naturais

Naturais Sintéticos

Esteróides
Micoestrógenos
ovarianos Promotores de
Zearalenona e Fitoestrógenos Xenoestrógenos
Estradiol, estrona e crescimento
estriol Zearalenol

Lignanas

Isoflavonas

Genisteína

Daidzeína

Coumestanas
Classificação de fitoestrógenos
Classe Exemplos Principal fonte
Lignanas Enterolactona Óleo de sementes
Enterodiol Linhaça
Cereal (farelo e
inteiro)
Vegetais
Frutas
Legumes
Isoflavonas Genisteina Soja
Daidzeina Trevo
Equol
Coumestanas Coumestrol Trevo
ESTRUTURA

Genisteina, daidzeina e gliciteina estão comumente presentes em plantas e alimentos como


glicose conjugada (glicosídeos).
O grupo glicosil é conjudado, por uma ligação éster, na posição 7-isoflavona e o açúcar é
geralmente esterificado com grupos acetil ou malonil na 6”-posição. 7-Glicosilgenisteina é
conhecido como genisteína, 7-glicosildaidzeina é conhecido como daidzina e 7-
Glicosilgliciteina é conhecido como glicitinna. Quando o açúcar utiliza grupos acetil ou
malonil estes termos são prefixados com 6”-acetil ou 6”-malonil.
Estudos mostram os efeitos benéficos dos fitoestrógenos na
prevenção de doenças crônicas (câncer de colo, mama e
próstata, doenças cardiovasculares) e, em pacientes na pós-
menopausa (redução dos sintomas e prevenção)

Produzem efeitos do estrógeno, porém não são carcinogênicos.

A genisteína funcionaria como um inibidor da oncogênese, pois


inibe a tirosina-quinase (PTK), o fator de crescimento epidermal
(EGF-R), a DNA topoisomerase I e II, a ribossomal S6 quinase,
assim como a angiogênese e a diferenciação celular in vivo. A
genisteína, por sua vez, inibe a produção de radicais livres,.
os fitoestrógenos reduzem os níveis de LDL e a
taxa total de colesterol sanguíneo em animais e
em humanos.

A incidência de coronariopatias na população


asiática, comparada com a população dos EUA é
dez vezes menor.
Estrógenos derivados de plantas

Fitoestrógeno: substâncias vegetais com


atividade biológica semelhantes ao estrogênio.
São compostos fenólicos heterocíclicos
(estrutura similar aos estrógenos naturais e
sintéticos).
Descoberto na década de 20 e nos anos 40
assumiram importância biológica e econômica,
na Austrália, com a redução de fertilidade
induzida em ovelhas alimentadas com trevo.
Atualmente classificam-se em: lignanas,
isoflavonas, e coumestanas
Ação dos fitoestrógenos no organismo:
“imitadores” de estrogênio: atuam de forma análoga ao
estrogênio em pequenas doses (efeito estrogênico)
Podem bloquear o efeito do mesmo em doses elevadas.
Podem estar relacionados com o aparecimento de
tumores em doses elevadas.
Ativam uma família de proteínas (receptores de estrogênio).
Podem afetar:
a produção e/ou quebra de estrogênios pelo corpo; os
níveis de estrogênios carreados na circulação sanguínea e
a comunicação de vias metabólicas entre as células,
prevenindo a transformação de vasos sanguíneos em
tumores ou alterar processos envolvidos no
processamento de DNA para a multiplicação celular.
•Diagrama simplificado
ilustrando os receptores
estrogênicos
As propriedades estrogênica e anti-estrogênica decorre da
interação com os receptores de estrogênios.

Os estrógenos derivados de plantas se ligam


competitivamente aos receptores de estrogênio – α (ERα ) e β
(ERβ ) - e os ativam.

ERα é chamada um receptor de estrogênio clássico e tem sido


conhecido por décadas, enquanto que ERβ foi descrito e
caracterizado a poucos anos atrás.
MECANISMO DE AÇÃO DO
FITOESTRÓGENO
 Tem sido proposto que Fitoestrógeno inibe o
crescimento celular por:

Interferir com a atividade de tirosinaquinase para a


ativação de receptores tanto do fator de crescimento
quanto da tirosinaquinase citoplasmática, os quais
são essenciais para a transdução de sinais mitogênicos
Afinidade relativa de ligação de vários compostos
aos receptores estrogênicos α e β
Composto ERα ERβ
Estradiol-17β 100 100
Estrona 60 37
Estriol 14 21
Progesterona <0.001 < 0.001
Testosterona <0.01 < 0.01
Coumestrol 94 185
Genisteina 5 36
β -Sitosterol <0.001 <0.001
Tamoxifen 7 6
Coumestrol: tem o mais potente efeito estrogênico, entretanto, é
raramente encontrada na dieta humana
Ele se liga ao ERα com uma afinidade dez vezes mais baixa,
mas a dissociação é mais fechada do que o estradiol-17 β.

Biochanina A: derivado metoxi da genisteina, não se liga aos


receptores de estrogênio, mas é estrogênico in vivo.

Daidzeina: tem uma afinidade de ligação mais alta aos receptores


de estrogênio do que seu derivado metoxi, formononetina.
Fontes de fitoestrógenos
Isoflavonóides: grãos da família leguminosa; soja e produtos a
base de soja são as maiores fontes dietéticas deste tipo de
fitoestrógeno.

Lignanas: alimentos ricos em fibras como farelo de cereais e


grãos; sementes de linhaça

Coumestana: grãos como ervilhas; brotos de alfafa e trevo.


As fontes mais ricas de daidzeína (mg/100 g de peso
seco) são tofu, ervilhas, alfalfa, nozes, chá e café.
Genisteina, e outras isoflavonas são encontradas em
tofu, nozes, feijão, pão escuro e café.

Formononetina: broto de alfalfa, nozes e cerveja.

Biochanina A: broto de alfalfa e nozes, entretanto em


uma concentração menor comparada com
formononetina.

Coumestrol: broto de alfafa e brócolos.


Lignanas: frutas silvestres e alguns vegetais; matairesinol é
encontrado principalmente em brócolos, morango, pão escuro
e chá, e as fontes mais ricas de secoisolaresinol são toronja,
amora, abobrinha, café e chá.

Kleijn et al., (2001)


As isoflavonas podem ser divididas em:

Agliconas: daidzeína, gliciteína, formononetina e


biocanina A

Gliconas: daidzina, genistina, glicitina, ononina e


sissotrina

Acetilgliconas: 6-acetildaidzina, 6-acetilgenistina

Malonilgliconas: 6-malonildaidzina, 6-
malonilgenistina
Utilização dos fitoestrógenos Nutrição e
suplementos nutricionais
Soja: alimento mais estudado. É conhecida há milênios na Asia,
constituindo a base da alimentação do povo.
Fermentada: produz diferentes molhos
Preensada: obtém-se um óleo utilizado na cozinha
Germinada: é um vegetal fresco rico em proteínas e vitaminas.
Moída: forma farinha (seca) e provê o queijo de soja (úmida como
leite)
Consumida em excesso pode provocar descalcificação (ácido fítico)
Utilização dos fitoestrógenos
Fitoterapia – plantas medicinais
Remifemin (comprimidos) é o mais utilizado na Alemanha, Estados
Unidos e Austrália e estudado, é um extrato da Cimífuga racemosa, e
utilizado como alternativa natural à TRH. Ele contém diversos
fitoestrogênios sendo o mais importante a formononetina, que tem
propriedades anticancerosas no endométrio e na mama (tem efeito
antiestrogênico ao ocupar o receptor estrogênico).

Alfafa (Medicago sativa) pode ser encontrada em comprimidos; foi


demonstrado que animais alimentados com alfafa podem exibir estro
persistente sem ovulações
O vitex (Vitex agnus-castus): utilizado como medicamento no
tratamento da tensão pré-menstrual e da hiperprolactinemia. Era
também utilizada por frades, por seu efeito de diminuir o desejo
sexual.

O alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) além de conter estriol, formononectina


e várias isoflavonas, reduz a carcinogênese.

O Dong Quai (Angelica sinensis) é antídoto efetivo contra a ansiedade,


depressão, nervosismo e insônia da menopausa

Panax ginseng (ginseng) ou ginseng siberiano (Eleutherococcus


senticosus) : os efeitos estrogênicos estão na estimulação da adrenal,
com aumento da produção de androstenediona que é posteriormente
transformada em estrona.
Propriedades físicas e químicas
As isoflavonas agliconas: estáveis sob condições
fisiológicas.
A ligação éster de acetil– e malonil– glicose são lábeis
à variações de pH e temperaturas elevadas.
As ligações glicose–isoflavona são mais fortes, mas são
quebradas sob condições acidicas e/ou altas
temperaturas.
A solubilidade das isoflavonas agliconas é baixa.
A conjugação de resíduos de glicose aumenta a
solubilidade. A acetilação e a malonilação reduz a
solubilidade.
Biocanina A e formononetina são menos solúveis do
que a genisteina e a daidzeina.
COUMESTANAS
Coumestanas

Coumestanas: estruturalmente e biossinteticamente


relacionadas às isoflavonas.
Elas são encontradas predominantemente em trevo e
alfafa e em menor extensão em broto de soja - são
raros componentes da dieta humana.
FITOESTRÓGENOS nas DCC
 Isoflavonas (genisteína e daidzeína)
 -Sitosterol
 Campesterol
 Sigmasterol
 Estigmasterol
 Lanosterol
 Tirosol
Mecanismo de ação dos fitoestrógenos
Mecanismo de ação dos fitosteróis
Os fitoestrogênios absorvidos entram na circulação enteroepática e
podem ser excretados na bile, desconjugados pela microbiota intestinal,
reabsorvidos, reconjugados pelo fígado e excretados pela urina.
ISOFLAVONAS
ISOFLAVONAS - Fitoestrógenos
Os fitoestrogênios absorvidos entram na circulação enteroepática e
podem ser excretados na bile, desconjugados pela flora intestinal,
reabsorvidos, reconjugados pelo fígado e excretados pela urina.

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