UEA – Curso de Letras

Filosofia da linguagem
Aula 1. Campos e especificações
(Filosofia da linguagem e filosofia)
Profa. Dra. Juciane Cavalheiro
 Problemática da filosofia – subdivisão
convencional do horizonte de investigação filosófica

• Filosofia teórica ou geral • História da filosofia (antiga,

(filosofia moral e todas que se
ocupam da ética, com o
comportamento prático, individual
ou coletivo)
 Filosofia da linguagem (uma
das filosofias teóricas)
 Interesse pelos princípios,
na busca dos fundamentos,
ou das condições de
possibilidades (todas as filosofias
teóricas).
medieval, moderna, contemporânea, moral)
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 Disciplinas que se
interessam por colocar em
evidência o que é que
caracteriza as diversas
atividades do humano e
quais os princípios com
base nos quais legitimamos
nossas atividades.
Ex. Literatura e História
 Comportamento humano orientado
por princípios
Conscientes ou não conscientes
• Ex. Arte rupestre
 Animal visto e reproduzido no interior de uma
caverna.
 Objeto: animal visto.
 Produto: animal representado.
 Sujeito: inserido entre o objeto e o produto.

ARTE COMO TÉCNICA E ARTE COMO CRIAÇÃO =

REPRESENTAÇÃO.
 "La Familia de Felipe IV"  ou "Las Meninas"
Óleo sobre tela: 3,18 x 2,76 mts. Pintura
Espanhola (Século XVII) 1656 – Diego Velásquez

• Esta pintura, de 1656, ficou nas dependências do Alcázar de Madri até o

incêndio de 1734. Voltou ao Palácio Novo edificado sobre o solar
incendiado. Veio para o  Real Museu de Pintura e Escultura (atual Museu
do Prado) no começo do século XIX, com obras procedentes da coleção
real.
• A pintura teve vários nomes, mas no Museu do Prado, no catálogo
redigido por Pedro de Madrazo, em 1834, a obra foi chamada pela
primeira vez "Las Meninas“ - expressão de origem portuguesa com que se
designava as acompanhantes de crianças reais no século XVII.
 “Las meninas” – Velásquez - último e mais
belo de todos os seus auto-retratos
• Pintado durante a fase chamada "La Familia", onde o artista representava
cenas do cotidiano.
•  Na cena, a jovem infanta Margarita, da Áustria, encontra-se cercada 
por sua pequena corte de damas e empregados.
• Não é um quadro estático, mas uma cena em movimento. Reis refletidos
no espelho, fazendo pose, exigindo mais um retrato de Velásquez que,
frente ao grande cavalete (à esquerda), simula copiar o casal de soberanos.
• A cena transcorre dentro de uma estância do Alcázar de Madri, decorada
com uma série de quadros. Os personagens se agrupam em um primeiro
plano juntamente com a figura principal, a infanta Margarita, que ocupa a
parte central do grupo; a seu lado, Isabel Velasco e Agustina Sarmiento -
las "meninas" - junto a esta última os irmãos María Bárbola e Nicolás
Pertusato perto de um mastím que descansa com os olhos cerrados. 
• Atrás deles, na penumbra, aparecem Marcela de Ulloa e, segundo algumas fontes, Don Diego Ruiz
de Azcona.
• Na esquerda se encontra a figura de Velásquez com seus 
instrumentos de trabalho em frente de um grande cavalete que ocupa  o 
ângulo do quadro.
• No fundo da habitação, junto a uma porta aberta, encontra-se Don José Nieto de Velásquez,
camareiro da rainha, que é o centro perspectivo da obra. 
• Ressalta na parede de fundo um espelho onde aparecem refletidas as figuras dos reis Felipe IV e
Mariana da Áustria.
• A harmonia e a disposição das figuras é perfeita, a luz que banha a sala parece difusa, refletida,
como deveria ser a luz para a execução de uma boa pintura. O clima é tranquilo e a menina, a
princesa, ainda muito jovem, com cinco anos aproximadamente, está muito concentrada em algo
externo ao quadro, a ponto de negligenciar o gesto da dama de honra que lhe oferece algo para
beber.

   
Papa Inocêncio X - Velásquez
 Filosofia da Linguagem
Não é uma disciplina filosófica
como as outras
• Porque não é somente um
setor de investigação
filosófica, mas sim uma
dimensão fundamental da
própria filosofia.
Não é um ramo específico –
muita pretensão
• Porque
a) Toda filosofia teria como
objeto a linguagem;
b) Por outro lado, é
perceptível que toda forma
de conhecimento tenha por
objeto a linguagem, seja
verbal ou não-verbal.
Linguagem não-verbal Linguagem verbal
• Linguagem das cores (é • “Teoria das cores” de
visual). Goethe

 Tradução de uma linguagem

visual/visível em linguagem
verbal.
 A filosofia da linguagem
• Investigação filosófica se desenvolve mediante o uso da linguagem, ou melhor, na linguagem.

 Não é possível prescindir do comportamento linguístico.

 Por outro lado, há a especificidade da investigação filosófica: atitude radicalmente metalinguística
sobre a linguagem (além dos limites da linguística).
 Sem delimitações,
 Sem limites previamente fixados,
 Sem pressuposições preestabelecidas .

Porque se dirige precisamente aos princípios, às condições de possibilidade. Busca do significado e do

sentido para o ser humano.

Contrário ao que acontece no interior das diversas ciências. A ciência, a cientificidade, encontra sua
condição de possibilidade na linguagem e na refelxão sobre a linguagem.

A filosofia da linguagem se caracteriza pela exploração de margens exteriores, de extensões, de

elementos que extrapolam o campo semiótico, ou da ciência, dos signos.

Poderia ser caracterizada como uma metassemiótica.

 Filosofia da linguagem
• Tem consciência ou assume que a linguagem está
no cerne de qualquer investigação filosófica.
(Kant = a razão).

• Heráclito – Tempo é o rio.

(não se pode banhar no mesmo rio duas vezes,
porque a água corre, e o rio, portanto, não é o
mesmo. Ainda que o rio seja o mesmo, o sujeito
não será. Em ambos os casos, a corrente do rio é
metáfora, portanto, linguagem para o tempo).
 Filosofia da linguagem e semiótica
Filosofia da linguagem
• Analisa processos de comunicação;
• Limita-se a analisar usos concretos;
• Caracteriza-se pela exploração de
margens exteriores, de extensões,
de elementos que extrapolam o
campo semiótico ou o âmbito da
ciência dos signos.
• Para Bakhtin, linguagem é uma
metalinguística (além dos limites da
linguística). Nesse sentido, a FL
poderia ser uma metassemiótica.
Semiótica = ciência geral dos signos
• Ocupa-se com sistemas de signos;
• Tende a ser sistemática;
• Uma ciência positiva;
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 Esferas limítrofes – disciplinas
que se ocupam com a linguagem
e os signos. As considera de um
ponto de vista outro – do ponto
de vista da filosofia – alteridade
dialógica.
 Para Sebeok – modelização: modelo do mundo
exterior
• Linguagem: constitui o sistema primário da modelização (próprio
do ser humano – simular o mundo) – não nasce como mecanismo
de comunicação.

A linguagem é a primária adaptação evolutiva que caracterizou o hominídeo. A

linguagem verbal, o falar, se desenvolveu com funções comunicativas a partir da
linguagem como dispositivo modelizador, após a evolução das capacidades
físicas e neurológicas que possibilitaram o emprego da linguagem para a
comunicação vocal.

• Língua (fala): sistema secundário da modelização.

• Sistemas sígnicos culturais (que pressupõem a linguagem e a
língua) – terciário.