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SÍNTESE DE FILOSOFIA DA LINGUAGEM

1.LINGUAGEM COMO FATO HUMANO


1.1.HOMEM, SER QUE FALA
• Aristóteles – homem, animal racional
• Temos o logos (palavra) pois temos razão
• Homem é o único ser vivo que possui o logos

1.1.1.Linguagem humana e linguagem animal


• Existe a comunicação animal – animal e animal – ser-humano
• Chimpanzé não conseguiu usar mais de 300 sinais
• Distinções qualitativas e quantitativas
• Linguagem humana não tem base instintiva apreciável
• Linguagem animal é instintiva e involuntária
• Linguagem humana é racional
• Linguagem animal é a mesma nos isolados e nos em grupo
o Transmite-se de modo biológico
• Ser-humano fala sempre uma língua concreta que é produto cultural e se transmite
socialmente
• Linguagem animal não é veículo de comunicação
o Cada signo é a mesma mensagem
• Animais não dialogam
• Linguagem animal é icônica
o Homem possui essa linguagem, mas em menor intensidade
• Linguagem propriamente humana é digita
o Significado possui conotação arbitrária
• Linguagem humana possui universalidade semântica
o Emitir e compreender ilimitado de mensagens
• Linguagem humana possui reflexividade ou capacidade metalinguística
o Usar linguagem para falar da linguagem

Não é instintiva; icônica e digita; universalidade semântica; capacidade metalinguística.

1.1.2.A capacidade simbólica do ser humano


• Homem é capaz de transformar em símbolo tudo o que ele toca
• Enst Cassirer – o homem é um animal simbólico
o Animal simbólico – converter em símbolo tudo o que toca
• Homem não é obrigado a responder instintivamente o mundo
• Linguagem tem poder de construir mundo simbólico
• Linguagem reproduz síntese entre materialidade e espiritualidade
o Material – espaço-tempo
o Espiritual – reflexividade
o Infinita – nomear e apreender tudo
o Reflexiva – diz-se a si mesma

1.2.LINGUAGEM E CULTURA
• Linguagem e cultura têm relação de intercâmbio
• Linguagem é produto cultural, mas condição para a cultura
• Linguagem é fenômeno cultural – atividade livre do homem
• Todo ato linguístico é criador
• Linguagem – criação do espírito livre
o Manifestação da cultura
• Linguagem cristaliza o que as gerações foram acumulando
• Linguagem é condição da cultura pois funda a comunidade

1.3.A ORIGEM DA LINGUAGEM


1.3.1.O surgimento da linguagem
• Se remonta a 3000 anos
• Não se tem conhecimento direto das origens

1.3.2.Aquisição da linguagem
• Origem divina – herdamos a linguagem
• Primeiras teorias filosóficas – naturalistas
o Platão Crátilo – linguagem é espelho da realidade
▪ Palavras são imitações das coisas
o Aristóteles – linguagem surge por convenção
• Teorias dominantes têm acento empirista
o Linguagem digita como evolução da icônica
o Imitações do som do ambiente
o Otto Jespersen
▪ Au au – imitação dos sinais dos animais
▪ Aiai – sons instintivos provocados por emoções
▪ Ding-dong – reagiam aos estímulos do mundo e produziam sons
▪ Aaaah tu – emitiam grunhidos devido ao trabalho
▪ La-la – surge do lado romântico da vida
o Grave dificuldade da evolução digita para icônica
▪ Possibilidade dos animais o fazerem
• Teoria de caráter racionalista
o Há universais da linguagem e estruturas básicas que aparecem de imediato

1.3.3.O aprendizado da linguagem


• Desenvolvimento intelectual da criança
• Tema aberto
2.A FILOSOFIA E OUTRAS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
2.1.GIRO LINGUÍSTICO DA FILOSOFIA
• Ser – saber – linguagem
• Tratar problemas filosóficos a partir da linguagem
• Origem do giro em Frege
o Encontrar linguagem que exprimisse a estrutura dos raciocínios matemáticos
o Preocupação maior com o pensamento
• Círculo de Viena se preocupou com a análise lógica da linguagem
o Divisão – membros vão para EUA e Inglaterra
o Tratado Lógico-Filosófico de Wittgenstein
• Analíticos – solução na ciência – 1º Wittgenstein – Tratado
• Continentais – preocupação com linguagem do cotidiano – 2º Wittgenstein – Investigações
Filosóficas

2.2.AS DIVERSAS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM


2.2.1.As tradições do estudo da linguagem
• Teológica – religiosa
o Deus cria o mundo com a palavra
• Filosófica
o Crátilo de Platão é o debate filosófico acerca da linguagem mais antigo que
conservamos
o Discussão sobre origem da linguagem
o Hermógenes – nomes são convencionais
o Crátilo – há um nome natural para cada coisa
• Científica
o Primeiro enfoque na linguagem por especialistas
• Filosofia deve promover aproximação entre tradições

2.2.2.Relação da filosofia da linguagem com demais saberes


• Lógica tem a relação mais antiga e estreita
• Desta relação pontuam-se duas atitudes
o Círculo de Viena – formular logicamente a sintaxe; resolver problemas semânticos das
línguas naturais; linguagem totalmente filosófica, nova.
o Wittgenstein – linguagem ordinária em perfeita ordem lógica; compreender essa
ordem;

2.3.FILOSOFIA DA LINGUAGEM COMO DISCIPLINA


• A partir de 1930 – disciplina central da filosofia
o Auge do positivismo lógico
▪ Reduzir filosofia à filosofia da linguagem
• Filosofia analítica e modernismo rechaçam a tradição
2.4.FIGURAS CHAVE
• Frege, Peirce e Wittgenstein
• Filosofia analítica
o Desejo de claridade
o Exigência de que toda opinião se submeta ao rigor da discussão e avaliação críticas
o Frege é considerado o pai
• Filosofia continental
o Husserl é representante
o Europeus
o Preferiram Wittgenstein
o Frege
• Frege – pai da analítica
• Peirce – considerava fazer algo similar à filosofia contemporânea (antecipar o giro)
• Wittgenstein
o Tratado lógico-filosófico
▪ O que pode ser dito, o seja com clareza; do contrário, é melhor calar-se
o Investigações filosóficas
▪ Póstumo; maduro
▪ Linguagem está bem como está
▪ Confusões filosóficas se dão pois transpõem-se métodos científicos para a
filosofia
▪ Filosofia não tem que explicar, mas aclarar pensamento

2.5.TAREFA DA FILOSOFIA
• Problemas da filosofia da linguagem
• Interpretação de pensamento, linguagem e mundo
• Na linguagem se encerra chave para resolver ou enfocar grandes problemas da filosofia
• C.V. tentou resolver problemas na ciência
• Wittgenstein rechaça respostas simplistas
• Wittgenstein – em filosofia ganha quem chega por último
o Não dá soluções definitivas
PRIMEIRA PARTE – SEMIÓTICA
• Semiótica trabalha com a estruturação dos sinais
o Imersos em signos
o À dimensão ontológica, adicionamos a semiótica

1.TEORIA DOS SIGNOS


• Semiótica é o estudo do dar sentido
o Som – referente – pessoa
▪ Base semiótica tridimensional

1.1.SEMIÓTICA E FILOSOFIA DA LINGUAGEM


• Estudo dos signos é o objeto da semiótica
• Locke – semiótica é o estudo da natureza dos signos
• Agostinho – semiótica já definida
o Desenvolvida na escolástica e culmina em João de Santo Tomás
• Peirce começa a estudar de forma mais filosófica e sistemática
o Usa método científico
• Semiose – ação do signo
• Os que interpretam, incrementam
• Três palavras caracterizam vivacidade do signo
o Enciclopédia – cascata – cadeia

1.2.A CONCEPÇÃO TRIÁDICA DO SIGNO


• Peirce – estrutura triádica:
Interpretante

Signo Objeto

• Interpretante – interpreta o signo


• Signo – algo que está no lugar de algo, para alguém, sob algum aspecto ou capacidade
• Objeto – é aquilo no lugar do qual o signo está, ou aquilo que representa
• Texto – O interpretante – Piccolo
o Interpretante é resultado de operação semiótica sobre o objeto
o Transforma 1ª ideia em 2ª
o Nova ideia relança a 1ª
o Existência semiótica do objeto implica existência material
• Todo signo é um representamen
o Ocupa lugar da coisa no pensamento
1.3.CLASSIFICAÇÃO DOS SIGNOS
• Em relação ao sujeito – voluntários, involuntários; intencionais e não-intencionais
• Intérprete – signos-função e signos-históricos
• Santo Agostinho
o Signos naturais – capacidade de significar procede da mesma natureza do significante
o Signos convencionais – relação com o objeto é estabelecida pela pessoa concreta ou
comunidade
• Peirce
o Ícone – relação com objeto se baseia na semelhança figurativa (imagem) ou na
igualdade de distribuição de suas partes (diagrama)
o Índices – signos que apontam fisicamente ao seu objeto
o Símbolos – signos que são o resultado de uma convenção

1.4.A LÍNGUA COMO SISTEMA DE SIGNOS


• Ferdinand Saussere
o Se ocupa só com o signo linguístico
▪ Sem espaço para o objeto
o Comunidade é fundamental
o Exclui objeto mesmo
o Língua como instituição social
o Texto – Reale – Saussere
▪ Sinal linguístico une conceito e linguagem acústica
• Mais abstrato – mais material
▪ Arbitrariedade – laço que une significante e significado é arbitrário
▪ Linearidade – significante se desenvolve somente no tempo
▪ 1ªoposição – língua X palavra
• Língua é produto social
o Imposta ao indivíduo
• Palavra é ato individual
o Faz a língua evoluir
▪ 2ª oposição – sincronia X diacronia
• Privilegia sincronia
• Linguística sincrônica – língua vista como sistema
• Linguística diacrônica – relações que ligam termos sucessivos
• Sincronia – estado da língua
• Diacronia – fase de evolução
• Linguística externa – não é aprisionada por sistemas
• Linguística interna – língua é sistema
• Xadrez – externo. Regras – interno
1.5.SEMIÓTICA CONTEMPORÂNEA
• Legado – convicção que teoria que explica condições da experiência humana que fazem
possível o conhecimento e desenrolar dos saberes supera limitações do empirismo e
racionalismo

2.SIGNOS, CONCEITOS E COISAS


2.1.INTENCIONALIDADE DO SIGNO LINGUÍSTICO
• Signo é sempre intencional e é onipresente
o Derrida – tudo é signo
▪ Linguagem nunca remeteria à realidade
• Superar linguagem cética – definir palavra e conceito
o Palavra é veículo do conceito
o Conceito está no intelecto, palavra o exterioriza
• Problema – objetivação do conceito (signo instrumental)
o Nominalismo – conceito objetivo
o Descartes se apropria: realidade – conceito – pensamento
▪ Objetivação do conceito – perda da realidade
• Deve-se compreender conceito como signo formal
o Via ad res – caminho para a coisa
o Remete intencionalmente à realidade
o Tomás – conceito é aquilo por meio do qual conhecemos
▪ Conceitos – palavras – coisas

2.2.PENSAMENTO E LINGUAGEM
• Linguagem como tradução do pensamento
o Dualista – separação radical
o Linguagem não é mais do que signo do pensamento
o Falante A – traduz seu pensamento a uma linguagem e o transmite ao falante B que
traduz e descodifica o pensamento
o Como saber se falante B entendeu?
o Wittgenstein – ninguém pode olhar a caixa do outro
▪ Não há linguagem privada
• Linguagem como determinante do pensamento
o Tese monista
o Total dependência do pensamento acerca da linguagem
o Pensamento é empobrecido
o Sapir – linguagem de uma comunidade é organizadora de sua experiência e configura
seu mundo e realidade social
o Whorf – princípio de relatividade linguística
▪ Sistema linguístico forma ideias
▪ Indivíduo está marcado por modos de interpretação
▪ Críticas
• 1- não conseguiríamos entender o próprio Whorf
• 2- metalinguisticidade não existiria
• 3 – linguagem não é única formadora
• 4 – possível diferentes modos de interpretar a realidade
• Linguagem como veículo do pensamento
o Tese apresenta dualidade – dois polos interdependentes
o Wittgenstein – linguagem é veículo do pensamento
o Pensamento e linguagem possuem relação intrínseca
o Linguagem contém e expressa pensamento
o Wittgenstein – entender linguagem significa dominar uma técnica
▪ Linguagem é poiésis primordial – obra mais característica e mais humana do
homem

SEGUNDA PARTE – SEMÂNTICA


3.PROBLEMA DO SIGNIFICADO
3.1.DISTINÇÃO ENTRE SENTIDO E REFERÊNCIA
• Ponto de partida de Frege é o estudo da relação de identidade
• A=A – analíticos (nada de novo)
• A=B – científicos e sintéticos
• Se A=B é verdadeiro, no que se diferencia A=A?
o Solução – distinguir referência e sentido
▪ Referência – objeto nomeado pelo termo
▪ Sentido – modo de dar-se do objeto
o Assim, A=B afirma que duas expressões com sentido diferente, A e B, têm a mesma
referência, se referem ao mesmo objeto
o A representação é imagem interna formada a partir de recordações de impressões
sensíveis e é subjetiva

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