Você está na página 1de 24

PERÍODO MODERNO

INTRODUÇÃO
 Enquanto os medievais estão preocupados com
a lógica, os modernos se concentraram no
problema do conhecimento.

 Obras:

1. Ensaio acerca do entendimento humano, de


1690, de John Locke;
2. Ensaio sobre o entendimento das línguas, de,
1781, de Jean-Jacques Rousseau.
3. O problema da linguagem em Thomas Hobbes,
em Descartes e na lógica de Port Royal.
RENÉ DESCARTES

A linguagem
Como expressão
imperfeita do
pensamento
 Descartes considera a linguagem como expressão imperfeita
do pensamento e sem valor decisivo para o conhecimento.
Ao comparar os ouvintes com os surdos-mudos, Descartes
conclui que não há um mérito exclusivo na palavra para
expressão do pensamento visto que os surdos-mudos criam
signos para se comunicarem. A preocupação de Descartes se
volta para o pensamento e a razão. Ele chega até rejeita a
ideia de criar uma língua universal para corrigir as
imperfeições das línguas naturais. Ela para uso nas ciências
(MARCONDES, 2010, p. 37).
ESCOLA DE
PORT ROYAL

A dupla função
da linguagem
Os pensadores Antoine Arnauld e Lancelot da escola de Port
Royal, a linguagem tem a dupla função de representar a
realidade e tornar a comunicação possível. As palavras
correspondem às ideias e estas representam a realidade. Ao
convencionalismo, há que se entender que os significados não
são arbitrários (MARCONDES, 2010, p. 42).

[…] language has a grammatical structure in


common with the universal structure of thought.
JOHN LOCKE
John Locke entende que para estabelecer um conhecimento
claro é necessário entender a linguagem. Ele considera que um
dos ramos da ciência deve ser a semântica.

A função da linguagem é a comunicação e o intercâmbio de


ideias. Mas a função instrumental da linguagem é imperfeita e
perigosa.

A referência na linguagem depende das ideias da mente. A


criança tem primeiro contato com ideias simples, individuais,
depois com a abstração chega às ideias gerais.
Os sons articulados são sinais das ideias que estão na mente.
A linguagem se dá em 3 estágios:

 Sons articulados;

 Sinais para ideias individuais;

 Sinais para ideias gerais.


THOMAS HOBBES

Contexto,
lugar e gestos
 Thomas Hobbes trata do nominalismo afirmando
que não há entidades universais reais; universal é a
denominação do conjunto de todas as coisas; as
coisas são individuais; discurso mental e discurso
verbal; a linguagem serve para expressar
pensamentos; o significado das palavras não basta.
Na expressão, valem o contexto, o lugar e os
gestos.
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU

Questão retórica
 O filósofo Rousseau escreve a linguagem procurando
descrever o seu processo evolutivo. Ele diz que a linguagem
surgiu como necessidade de expressão das emoções e que
evoluiu desde um grito instintivo até formas mais evoluídas
de expressão como as palavras. A linguagem tem a função
de encurtar distâncias.
 As línguas possuem a mesma origem da música. A
sofisticação da linguagem a fez perto o nexo com a
natureza. A linguagem original se assemelha a música e era
capaz de tocar as emoções do interlocutor. Depois, ela passa
para uma fase de normatização por influência dos
acontecimentos sociais.
 Para Rousseau, então, a linguagem está associada às
paixões; na sua origem estão a palavra, a poesia e o canto; a
primeira linguagem é o grito da natureza; para as coisas
distantes, o homem primitivo usava o gesto; a abstração é
um processo penoso; primeiro veio a fala, depois as ideias
gerais. Rousseau deslocou o debate da linguagem da lógica
para retórica.
PERÍODO CONTEMPORÂNEO
BERTRAND
RUSSELL

A linguagem
Como convenção
 Filósofo, lógico e matemático, defendia que os conceitos de
linguagem refletem um pouco de casa uma dessas áreas.

 Afirmava que o homem se esquecia de analisar separadamente


o sentido e o significado das proposições que faz no dia a dia.
Tal ação poderia levá-lo a cometer erros e confusões nas
interpretações.

 A solução seria empregar o atomismo lógico: Possibilidade de


fazer uma análise lógica da linguagem, da mesma maneira que
se analisa o átomo, a fim de estabelecer uma linguagem
simples de interpretação clara.
 As ideias de Russell sofreram críticas, pois o conceito se aplicava em
proposições simples. (A tinta é verde!) A linguagem humana
apresenta uma série de possiblidades que não se restringem às
especificações do atomismo lógico.

 Entretanto a lógica não conseguiria explicar as possibilidades da


linguagem comum. Tentativa de limitar o que é uma característica do
ser humano se viu frustrada.
WITTGENSTEIN

Jogos
de linguagem
 Dedicou-se à construção de uma estrutura lógica que pudesse definir,
organizar e solucionar os problemas próprios desse campo de estudo.
A linguagem não seria uma tradutora fiel do mundo real, ela deve ser
entendida no seu contexto social. Muito do que era real, nem sempre
seria perfeitamente traduzido na linguagem, que passou a ser
encarada e analisada no seu contexto social.

 O filósofo dedica-se ao uso correto das palavras, sendo passível de


acusação de usá-las em benefício próprio (retórica), confundindo os
outros. “ A linguagem é como uma caixa de ferramentas.”
GILBERT RYLE

Conceitos e
ideias
 Seus estudos visam às análises de conceitos mentais. Para ele, a tarefa
da filosofia é tornar claros os conceitos e ideias. Para o filósofo há
mais de uma forma de descrever as coisas, não se pode impor apenas
uma descrição. Enigmas filosóficos: quando a identificação não é
fácil, e exige-se uma análise, surgem os enigmas.
REFERÊNCIAS:
FREGE, Gottlob. Sobre o sentido e a referência. In:
FREGE, Gottlob. Lógica e Filosofia da Linguagem.
São Paulo: Edusp, 2009.

COSTA, Cláudio. Filosofia da linguagem. Rio de


Janeiro: Zahar, 2007.

MIGUENS, Sônia. Filosofia da Linguagem: uma


introdução. Porto: SerSilito, 2007.

SILVA, Lucas Duarte. Filosofia da Linguagem.


Indaial: Uniasselvi, 2013.

Você também pode gostar