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PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO

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AULA 3
A FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS DE GÊNERO.

AULA 3
VÍDEO:
http://www.youtube.com/watch?v=ktoZ8QmDyUQ

AULA 3
GÊNERO
 Maior parte do século XX - sexualidade humana ignorada
como uma questão de reflexão e pesquisa social.
 Delegação do estudo sobre a sexualidade, até então –
Medicina.

AULA 3
Conseqüências deste predomínio
marginalização da sexualidade;
submissão à racionalidade médica

AULA 3
Razões para a explosão de estudos sobre a
sexualidade nas Ciências Sociais
( final do século XX)
 crescimento dos movimentos feministas;
 busca de novas compreensões para
as transformações do mundo pós-moderno.

AULA 3
MOVIMENTO FEMINISTA
 Importante contribuição para a discussão sobre a
questão dos gêneros , especialmente , a desigualdade
entre eles.

 1960-centrava suas lutas e reivindicações na “ mulher”


(branca, burguesa) pela igualdade de direitos.

 A partir da metade da década de 1970 – o estudo


passou para “mulheres” – na tentativa de dar conta de
diferentes situações culturais e sociais e responder as
questões de opressões de raça e classe social.

AULA 3
 Marca que as diferenças entre homens e mulheres não
apenas de ordem física, biológica.
 SEXO ≠ GÊNERO

Como não existe natureza humana fora da cultura, a


diferença sexual anatômica não pode mais ser pensada
isolada da cultura na qual sempre está imersa.
AULA 3
 Sexo – distinção biológica entre homem e mulher.
 Gênero – série de significados culturais atribuídos a
essas diferenças biológicas.
 Atributos, funções e relações que transcendem o
biológico.
 Construção social e cultural.

AULA 3
VARIAÇÕES:
 Espacial – de uma cultura para outra.
 Temporal – em uma mesma cultura em
diferentes tempos históricos.
 Longitudinal – ao longo da vida de um indivíduo.

AULA 3
PERSPECTIVA ECOLÓGICA:
 Reconhece o grau em que as condutas e os
valores são influenciados ,diretamente ou não,
por aspectos dos diversos contextos onde estão
incluídas as pessoas, suas famílias e suas
comunidades.

 Os processos de desenvolvimento humano


englobam a interação entre os fatores biológicos
e as influências socioculturais que determinam
as diferenças entre os sexos.
AULA 3
Mais apropriado falar em:
MASCULINIDADES E
FEMINILIDADES

AULA 3
MASCULINIDADE
Formas predominantes de masculinidade
Contemporânea:
 Poder;
 Exercício do controle;
 Auto-aprovação;
 Aprovação dos outros homens;
 Esforço para se definirem como diferentes de suas mães.

AULA 3
 Papéis de gênero são interiorizados
 Homens aprendem a desprender-se de qualidades
identificadas , em geral, como femininas :
passividade, dependência, sensibilidade...

O desejo e a capacidade de
cuidar desaparecem durante a
sua socialização.
Modelo : ter poder, autonomia,
força, racionalidade e repressão
das emoções.

AULA 3
FORMAS DE APRENDIZADO:
1- Pelos meios de comunicação – invulneráveis,
insensíveis e emocionalmente fechados;
2- Pelo grupo de amigos ou iguais;
3- Por reação.

AULA 3
Homens em vantagem de oportunidades:

Maiores salários para os mesmos cargos desempenhados por


mulheres;
Têm liberdade sexual sem serem rotulados;
Quando resolvem trabalhar em áreas rotuladas de femininas, têm
maior ascensão: chefes de cozinha, costureiros de renome ,
cabeleireiros famosos.

As organizações são machistas em suas


expressões :

Ordem dos Advogados do Brasil;


Na carteira de identidade profissional de Psicologia temos :
assinatura do psicólogo.

AULA 3
FEMININO:
 Final da década de 80 – primazia dos estudos de
gênero sobre os estudos de mulheres.
 Primeiramente , em oposição a sexo – questionar
“biologia é o destino”
 Posteriormente – categoria múltipla e relacional

AULA 3
O que é ser mulher numa sociedade
machista onde há o predomínio de
construções patriarcais , mantidas pelos
homens e pelas próprias mulheres ?
Vários exemplos de comportamentos
machistas perpetrados por mulheres:

Vá lavar a louça do seu irmão porque ele está ocupado;


 Arrume a casa porque seu irmão vem com a namorada;
Quando você chegar em casa do trabalho, não esquece de
fazer o jantar do seu marido que chega cansado do
trabalho...

AULA 3
“ O feminino está vinculado a uma estrutura de
consciência, o que quer dizer que ele pode
ser vivido sem se identificar com o masculino,
como uma forma de funcionar. Também não
precisa atuar de forma reativa para se
defender e não tem que compensar alguma
coisa que lhe falta para poder existir”
(SANABRIA, M.).

AULA 3
PARA A PSICOLOGIA:

A partir de uma perspectiva de gênero, homens e


mulheres assumem comportamentos e papéis
normativos culturalmente estabelecidos e desiguais em
termos de poder e importância.
A Psicologia tem o compromisso social com a
sociedade e os direitos humanos ,quanto às questões de
gênero, não permitir o discurso dominante e opressivo às
mulheres, identificando e desconstruindo estruturas
sociais e práticas pessoais e profissionais que sustentam
o sexismo e funcionam como controle social. (GT-
Relações de Gênero e Psicologia- CRP-03).

AULA 3
ALGUMAS ESTRATÉGIAS A SEREM
REALIZADAS:
1- Para poder definir novos paradigmas e propor modos de
avançar nesta questão, interessa determinar a maneira em que os
velhos paradigmas da masculinidade foram criados e se
multiplicaram;
2- examinar de onde , como e quando se bloqueia nos homens,
certas capacidades humanas (por considerá-las femininas) e
buscar caminhos para essa desconstrução;
3-Criar novos espaços onde os homens possam evitar a
reprodução de uma masculinidade alienada e tóxica, para poder
revisá-la e discuti-la (grupos interdisciplinares de profissionais
homens, etc...);
4- Fazer um exame crítico das investigações sobre gênero.

AULA 3
A igualdade de gêneros requer a definição de
novos paradigmas que diferentemente dos
modelos atuais de masculinidade e
feminilidade, não estejam predispostos em
desigualdades e contribuam para eliminar a
masculinidade predominante como algo
inquestionável , ao redor do qual gira a vida.

AULA 3
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
A violência contra a mulher tem outra feição, na maioria das
vezes o episódio agudo e mais grave da violência é o fim de linha
de uma situação crônica, insidiosa, que aos poucos foi
desmontando as defesas das vítimas até deixá-la completamente
à mercê do agressor, sem condições até de pedir ajuda.

A violência nas relações de casal, nas


relações afetivas, íntimas, no interior
das famílias, expressa dinâmicas de
afeto/poder, nas quais estão presentes
relações de subordinação e dominação.
E no contexto atual, na maioria das
vezes, a mulher ainda está em posição
desfavorável.

AULA 3
VIOLÊNCIA BASEADA NA DESIGUALDADE
DAS RELAÇÕES DE GÊNERO E
CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE DA
MULHER

AULA 3
CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE FÍSICA:

· Doenças sexualmente transmissíveis;


· Ferimentos, escoriações, hematomas, ferimentos, fraturas
recorrentes;
· Problemas ginecológicos, corrimentos, infecções, dor
pélvica crônica;
· Doença Inflamatória pélvica;
· Gravidez indesejada, abortamento espontâneo;
· Maior exposição a comportamentos danosos á saúde: sexo
inseguro, abuso de álcool e drogas, prostituição, fumo;
· Incapacidade física parcial ou permanente.

AULA 3
CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE MENTAL:

· Estresse pós-traumático
· Depressão; Ansiedade
· Disfunção sexual
· Desordens alimentares
· Comportamentos obsessivo-compulsivos

CONSEQUÊNCIAS FATAIS:

.Suicídio - Homicídios

AULA 3
Para os efeitos da Lei 11.340/06, segundo o seu artigo 5º:
configura
violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:
(I) –no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço
de convívio permanente de pessoas,com ou sem vínculo familiar,
inclusive as esporadicamente agregadas;
(II) – no âmbito da família,compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados,unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa;
(III) – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
de coabitação.
AULA 3
“ É exatamente a motivação do sujeito ativo que qualifica a
violência doméstica contra mulher como violência de gênero.
Por exemplo, o marido que mata a esposa porque não admite
a separação – ela lhe pertence. Ou quando ele lhe aplica
uma surra para que aprenda a lhe respeitar ou obedecer. Ou
quando ele a ameaça ou lhe rasga as roupas para mostrar
quem é que manda. Em todas essas condutas fica claro que
o homem agiu como se tivesse direitos sobre a mulher – esse
é o dado de fato que caracteriza a conduta baseada no
gênero para os efeitos da Lei 11.340/06. “ (SILVA JR., Edson
Miguel)

AULA 3
TIPOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER :
VIOLÊNCIA FÍSICA – qualquer conduta que ofenda a
integridade ou saúde corporal.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA – qualquer conduta que cause
dano emocional e diminuição da auto-estima ou que
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento.

VIOLÊNCIA SEXUAL – qualquer


conduta que constranja a presenciar , a
manter ou participar de relação sexual
não desejada, mediante intimidação,
ameaça , coação ou uso da força.
AULA 3
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL – qualquer conduta que
configure a retenção, subtração , destruição total ou
parcial de seus objetos, instrumentos de trabalho, bens,
valores e recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer as suas necessidades.

VIOLÊNCIA MORAL – qualquer conduta que configure


calúnia, difamação e injúria.

AULA 3
VÍDEO:
http://www.youtube.com/watch?v=a9qzhX7NO6E&feature=related

AULA 3

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