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Evolução da Escrita

• A criança é um produtor de textos desde tenra idade. Numa criança de


classe média, habituada desde pequena a fazer uso do lápis e papéis que
encontra na sua casa, podem-se registrar tentativas de desenhar desde a
época das primeiras garatujas ou antes ainda ( 2 anos e meio ou 3 anos).
• Estas primeiras tentativas de escrita são de dois tipos: traços ondulados
contínuos ou de linhas verticais. Desde esse momento, já existe escrita
na criança: é a maneira de escrever aos 2 anos e meio ou 3 e, ainda que a
semelhança do traçado em relação à do adulto não passa de ser global,
os dois tipos básicos de escrita aparecem: os traços ondulados contínuos
(com a continuidade da escrita cursiva); os círculos e riscos verticais
descontínuos (com a descontinuidade da escrita de imprensa).
Nível 1
• A criança espera que a escrita dos nomes de pessoas seja proporcional
ao tamanho (ou idade) dessa pessoa, e não ao comprimento do nome
correspondente. Faz a leitura de uma maneira global.
• Nível 2
• Para poder ler coisas diferentes (insto é, atribuir significados
diferentes) deve haver uma diferença objetiva nas escritas. O
progresso gráfico mais evidente é que a forma dos grafismos é mais
definida, mais próxima à das letras.
• Porém o fato conceitual mais interessante é o seguinte: segue-se
trabalhando com a hipótese de que faz, falta uma certa quantidade
mínima de grafismos.
• Cada letra vale como parte de um todo e não tem valor em si mesma.
Nível 3
• Este nível está caracterizado pela tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das
letras que compõem uma escrita. Nesta tentativa, a criança passa por um período da
maior importância evolutiva: cada letra vale por uma sílaba. É o surgimento do que
chamaremos a hipótese silábica. Com está hipótese, a criança da um salto qualitativo
com respeito aos níveis precedentes. Pela primeira vez a criança trabalha claramente
com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala.
• A hipótese silábica pode aparecer com grafias ainda distantes das formas das letras,
tanto como com grafias bem diferenciadas. Neste último caso, as letras podem ou não
ser utilizadas com um valor sonoro estável.
• No que diz respeito ao conflito entre a quantidade mínima de caracteres e a hipótese
silábica, o problema é ainda mais interessante, em virtude de suas consequências
Trabalhando com a hipótese silábica, a criança está obrigada a escrever somente duas
grafias para as palavras dissílabas ( O que, em muitos casos, está abaixo da
quantidade mínima que lhe parece necessária) , e o problema é ainda mais grave
quando se trata de substantivos monossílabos ( pouco frequente em espanhol, ainda
que “sol” e “sal” constituam conhecidos exemplos das palavras iniciais na
aprendizagem tradicional).
Nível 4
• Passagem para a hipótese silábica para a alfabética. A criança
abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer uma
análise que vá “ mais além” da sílaba pelo conflito entre a hipótese
silábica e a exigências de quantidade mínima de grafias (ambas
exigências puramente internas, no sentido de serem hipóteses
originais da criança) e o conflito entre as formas gráficas que o meio
lhe propõe e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica
(conflito entre uma exigência interna e uma realidade exterior ao
próprio sujeito).
Nível 5
• A escrita alfabética constitui o final desta evolução. Ao chegar a este
nível, a criança já franqueou a “barreira do código”, compreendeu que
cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros
menores que a sílaba, e realiza sistematicamente uma análise sonora
dos fonemas das palavras que vai receber.
• A partir desse momento a criança se defrontará com as dificuldades
próprias das ortografias, mas não terá problemas de escrita, no
sentido estrito.
Vídeo: Formação da Cidade
• Alfabetização : https://youtu.be/DifCyN-BN80

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