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A psicogênese da língua escrita

Objetivo:
Levantar os conhecimentos
prévios dos professores acerca da
psicogênese da língua escrita,
destacando as principais
características de cada hipótese.
Atividade 1
Leitura de fruição

Texto: Fábula “A frigideira”


(autor desconhecido)
Atividade 2
Classificação de escritas
Observe as escritas infantis a seguir e, a partir
de seus conhecimentos, ordene-as em uma
lista, considerando como número 01 a produção
da criança que menos sabe sobre a língua
escrita e, como número 10, aquela que mais
sabe. (As escritas já trazem uma numeração,
apenas com a finalidade de serem identificadas.
Essa numeração não tem relação alguma com a
ordem de conhecimento proposta).
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Atividade 2
Classificação de escritas
Neste momento, não é necessário
classificar as escritas em nenhum tipo de
categoria, apenas ordená-las, começando
da menos para a mais avançada.

Obs.: Esse tipo de ordenamento não é


desejável em sala de aula e será utilizado
aqui apenas com fins didáticos. 2/3
Atividade 2
Classificação de escritas

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Atividade 3
Psicogênese da língua escrita
Vamos conversar sobre o que sabemos a
respeito da psicogênese da língua escrita?
Divididos em grupos, vocês deverão trazer
as informações de que se lembram sobre
as hipóteses de escrita, conforme divisão a
seguir:

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Atividade 3
Psicogênese da língua escrita
Grupo 1: Hipótese pré-silábica
Grupo 2: Hipótese silábica
Grupo 3: Hipótese silábico-alfabética
Grupo 4: Hipótese alfabética

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Atividade 3
Gabarito – Hipótese pré-silábica

Escritas nº 6 e 4.
Principais características:

Pode conter desde garatujas ou pseudoletras (escrita nº 6)


até um amplo repertório de letras do alfabeto (escrita nº 4).
Por vezes, aparece atrelada ao “realismo nominal”, quando
a criança relaciona o tamanho da palavra ao tamanho do
objeto por ela representado (por exemplo, na escrita 4,
poucas letras para escrever brigadeiro, que é pequeno, e
muitas letras para escrever bolo, que é grande).
Por ser anterior à fonetização da escrita, está sempre ligada
a uma “leitura global”, que não relaciona partes do falado a
partes do escrito (a leitura global é representada pela seta
que indica o sentido de leitura adotado pelo estudante).
Em geral, não admite escritas com menos de 3 letras.
Atividade 3
Gabarito – Hipótese silábica

Escritas nº 1, 3 e 5.
Principais características:

Como é a primeira etapa de fonetização da escrita, é marcada pela


relação biunívoca entre as menores emissões orais (sílabas) e os
menores registros escritos (letras). Em outras palavras, as crianças,
nessa hipótese, atribuem uma letra para cada sílaba.
Divide-se entre hipótese silábica sem valor sonoro convencional (escrita
nº 1) e com valor sonoro convencional (escritas nº 3 e 5). No primeiro
caso, a criança utiliza as letras que conhece para representar as
sílabas, independente delas terem ou não alguma relação com ela. No
segundo caso, são escolhidas letras que compõem partes daquela
sílaba, ou seja, cujo valor sonoro convencional esteja presente na
sílaba. Alerte os professores e professoras para que utilizem sempre a
nomenclatura completa, evitando falar em “silábicos com valor” e “sem
valor”, pois essa terminologia, ouvida por leigos, pode dar margem à
interpretação de que a criança ou sua produção não têm valor algum.
Principais características:

Nos casos de hipótese silábica com valor sonoro convencional, há


crianças que se apoiam exclusivamente nas vogais (escrita º 5),
enquanto outras já conseguem ampliar o repertório, utilizando
alternadamente vogais e consoantes (escrita nº 3). Essa é a razão,
inclusive, pela qual a escrita nº 3 é considerada mais avançada que a nº
5, apesar de ambas representarem a mesma hipótese.
Em alguns casos, o valor sonoro convencional atribuído pela criança
pode não corresponder à escrita ortográfica da palavra, mas deve ser
considerado (por exemplo, uma criança que atribui a letra X a uma sílaba
escrita com CH está considerando o valor sonoro convencional). É o
caso da escrita nº 3, quando o(a) estudante utiliza a letra H para
representar a sílaba “GA”, procedimento muito comum nessa fase, já
que as crianças são influenciadas pelo nome da letra, que se assemelha
à sonoridade da sílaba.
Principais características:

Na hipótese silábica, a criança geralmente ainda mantém a hipótese do


número mínimo de letras, o que faz com que a correspondência de uma
letra por sílaba se rompa em palavras dissílabas e monossílabas (como
elas geralmente não admitem escritas com menos de 3 letras, acabam
atribuindo mais letras do que sílabas, nesses casos, apenas para
atender a essa exigência interna).
Atividade 3
Gabarito – Hipótese silábico-alfabético

Escrita nº 8
Principais características:

Essa hipótese marca um período de transição entre a hipótese


silábica e a escrita alfabética. Por isso, na mesma palavra, é
comum que haja sílabas representadas por apenas uma letra,
enquanto outras apresentam uma letra por fonema. É o caso, por
exemplo, da escrita de brigadeiro, quando as sílabas “ga” e “dei”
são representadas por uma letra só e, em “bri” e “ro” já
aparecem duas letras. A mesma característica se repete nas
outras palavras.
Eventualmente, a criança pode apresentar palavras inteiras
escritas silabicamente ou alfabeticamente, justamente por estar
em um período de transição. Por isso, a análise nunca pode ser
feita com base em uma palavra isolada, mas sempre no conjunto.
Principais características:

Durante muito tempo, crianças com escritas silábico-


alfabéticas eram consideradas crianças que “comiam letras”.
Essa visão não procede, pois o que ocorre nessa hipótese
não é omissão, e sim acréscimo: a criança, vinda de uma
hipótese silábica, passa a acrescentar mais letras em algumas
sílabas. A análise tem que ser do ponto de vista do
desenvolvimento do estudante, e não tomando-se por base a
escrita alfabética.
Atividade 3
Gabarito – Hipótese alfabética

Escritas nº 2 e 7.
Principais características:

Nessa fase, a criança em geral já é considerada “alfabetizada”,


pois sua escrita já pode ser entendida por outras pessoas, ou
seja, ela consegue estabelecer interação utilizando a escrita.
A criança utiliza uma letra para cada fonema da palavra. Não
respeita, necessariamente, normas ortográficas.
Alguns erros ortográficos podem comprometer a correta
utilização do valor sonoro convencional. Por exemplo, na escrita
nº 2, o uso da letra “C” no lugar de “G” representa outro valor
sonoro, mas é uma troca comum, por serem consoantes com o
mesmo ponto articulatório, tendo como único traço de distinção
o fato de uma ser surda e a outra, sonora.
Principais características:

Há autores que dividem a escrita alfabética em “alfabética não-


ortográfica” e “alfabética ortográfica”. Embora reconheçamos
que é um avanço a escrita que passa a respeitar normas de
ortografia, não consideramos aqui essa distinção, por dois
motivos: primeiro, porque ela não foi proposta em momento
algum pelas autoras da psicogênese da língua escrita; segundo,
porque entendemos que não há um momento em que a pessoa
possa assegurar o domínio de todas as normas ortográficas de
sua língua, esse é um processo contínuo.

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