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DISCIPLINA

História dos Surdos


Até a IDADE MÉDIA
HEBREUS - Levítico 19:14 – “Não amaldiçoarás ao surdo, nem
porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus...”;
EGITO – adorados como deuses, serviam de mediadores entre
deuses e os Faraós...temidos e respeitados pela população;
ANTIGUIDADE CHINESA – lançados no mar;
ESPARTA – lançados no alto dos rochedos;
GRÉCIA – encarados como seres incompetentes;
→ Platão e Aristóteles: “Não sabes falar, não sabes ouvir, és louco” ;
ROMANOS – influenciados pelos gregos, os consideravam seres
imperfeitos
→ Imperador Justiniano 529 a.C. criou lei que impossibilitava os
surdos de:
• celebrar contrato;
• elaborar testamentos;
• possuir propriedades ou reclamar heranças.
CONSTANTINOPLA – realizavam algumas tarefas como:
• pajens das mulheres;
• bobos de entretenimento do sultão.
SANTO AGOSTINHO – pais dos surdos estava a pagar por algum
pecado.
IGREJA CATÓLICA – não possuíam alma imortal, uma vez que
eram incapazes de proferir os sacramentos

Fim da Idade Média e início do Renascimento, que saímos da


perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a
deficiência passa a ser analisada sob a ótica médica e científica
Até a IDADE MODERNA
Surge os primeiros educadores interessados na educação dos
surdos, os quais admitiam que eles podiam aprender

PEDRO PONCE DE LEÓN – (1520-1584)


• espanhol monge beneditino;
• considerado primeiro professor dos surdos;
• estabeleceu uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvador
em Onã Burgos - Madri;
• alunos filhos de aristocratas ricos;
• educação individual;
• trabalho com a escrita e alfabeto bimanual;
• garantir os filhos surdos dos nobres a terem privilégio perante a lei.
JUAN PABLO BONET (1579-1633)
• padre espanhol, estudioso dos surdos e educador;
• publicou 1º livro sobre educação dos surdos em 1620, em Madri – “Redução das Letras e Arte de
Ensinar a Falar os Mudos”;
• trabalho: ensinar surdos a falar e a ler, por meio do alfabeto manual;
• proibia o uso da língua gestual, optando pela oral

JOHN BULWER (1606–1656)


• médico inglês, primeiro inglês a desenvolver
um método de comunicação entre ouvintes e surdos;
• acreditava que a L.S. deveria possuir um lugar
de destaque na educação dos surdos;
• publicou vários livros, que realçam o uso dos gestos.
JOHN WALLIS (1616-1703)
• estudioso da surdez e educador de surdos;
• tentou ensinar os surdos a falar, desistiu deste
método de ensino, dedicando-se ao ensino da escrita;
• usava gestos no seu ensino.

KONRAH AMMAN
• médico suíço, defensor da leitura labial, para ele a
fala fazia com que a pessoa fosse humana;
• cria que a língua gestual atrofiava a mente,
no que refere ao desenvolvimento da fala e do pensamento, embora a
usasse como método de ensino para atingir a oralidade.
CHARLES-MICHEL DE L´EPÉE (1712-1789)

• educador francês, ficou conhecido como “Pai dos Surdos”;


• estudou para ser padre, mas foi lhe negada a ordenação;
• estudou direito, e pouco tempo depois foi designado abade;
• dedicou-se a salvação dos surdos;
• meados na década de 1750, fundou um abrigo, que ele próprio sustentava (nível
particular e privado);
• acreditava que os surdos eram capazes de possuir linguagem, receber sacramentos e
evitar ir para o inferno;
• 1º anos da década de 1760, o abrigo tornou-se a primeira escola de surdos a nível
mundial, aberta ao público;
• seu método se espalhou pelo mundo (centrava-se no uso dos gestos);
• baseou-se no princípio:
“ ao surdo-mudo deve ser ensinado através da visão aquilo que às outras pessoas
é ensinado através da audição”
reconhecia que ensinar o surdo falar seria perda de tempo, antes devia ensinar-lhe a
língua gestual
Após a morte de L´Epée, o quadro da educação dos surdos, que havia
sido revolucionado através de suas influências e método com resultados
positivos até então, começa a tomar outro rumo, e a onda do oralismo
volta com força total

JEAN MARC ITARD (1774-1838)


• médico-cirurgião (1º médico a se interessar pelo estudo da surdez e
das deficiências auditivas)
• foi residente do Instituto de Paris;
• a surdez, que após muita luta começava a ser vista como uma
diferença, passa a ser vista como uma doença, por influência deste
médico;
• como doença, torna-se passível de tratamento para sua diminuição e
erradicação.
Procurando descobrir as causas e a cura para
a surdez, ITARD:
• dissecou cadáveres de surdos;
• aplicou cargas elétricas nos ouvidos de surdos;
• usou sanguessugas para provocar sangramentos;
• furou as membranas timpânicas de alunos (um aluno morreu por este
motivo);
• fez várias experiências e publicou vários artigos sobre uma técnica
especial para colocar cateteres no ouvido de pessoas com
problemas auditivos, tornando-se famoso e dando nome a sonda de
Itard;
• fraturou o crânio de alguns alunos;
• infeccionou pontos atrás das orelhas deles.
Itard ainda:

• realizou trabalho com alguns alunos surdos, sempre com um único


objetivo, o de desenvolver a fala;
• resultado de seu trabalho – conseguiu com que alguns alunos
falassem, mas percebeu que não era natural e fluente como nos
ouvintes;
• proposta inicial: transformar o surdo em um ouvinte, pelo fracasso
culpou a L.S.

“Após 16 anos de experiências e tentativas de oralização e correção


da surdez, o próprio Itard se frusta com seus resultados não
satisfatórios, sem conseguir atingir seu objetivo desejado, ele
mesmo se rende, concluindo que os surdos realmnete precisam ser
educados através da L.S. (MOURA, 2000, p. 27)”
CONGRESSO DE MILÃO - 1880
→ Oralismo X Gestualismo;
→ evento preparado pela maioria ouvinte oralista;
→ reunira-se profissionais da educação de diversos países, para
discutir métodos utilizados na educação dos surdos;
→ Edward Gallaudet, principal representante gestualista;
→ dos congressistas, somente três eram surdo;
→ foi apresentado alunos surdos que falavam bem (dando impressão
que todos os surdos que passavam pelo oralismo obtinham
eficiência na fala).
→ Oralismo saiu vencedor e o uso da L.S. nas escolas foi oficialmente
abolido;

“Hoje, 86% dos surdos dos EUA não falam bem (ARRIENS, 2002)
CONSEQUÊNCIAS DO CONGRESSO
→ L.S. totalmente proibida e estigmatizada;
→ a figura do professor surdo começa a desaparecer, pois aos poucos
foram sendo demitidos;
Proporção de professores surdos:
- 1850, cerca de 50%
- diminuiu para 25% na virada do século;
- e 12% em 1960
→ domínio da língua oral passou a ser uma condição indispensável
para a sua aceitação dentro da comunidade majoritária;
→ 100 anos após o Congresso de Milão encontramos os primeiros
relatos do fracasso do oralismo puro;
→ grande parte dos surdos profundos não desenvolveu uma fala
socialmente satisfatória;
→ nível de aprendizagem da leitura e escrita dos surdos após anos de
escolaridade era muito ruim;
Segundo CAPOVILLA (2001)
Pesquisas realizadas na Inglaterra

→ apenas 25% dos surdos que passavam pela educação oralista, na


faixa etária entre 15-16 anos conseguiam falar de uma forma
inteligível, pelo menos por seus professores.
→ Em relação a leitura e escrita, a mesma pesquisa relatou que 30%
dos surdos eram analfabetos e um número inferior a 10% tinham
um nível de leitura coerente a sua idade.
→ As habilidades de leitura labial apresentadas por esses surdos eram
tidas também como insatisfatória
EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO
BRASIL
→ iniciou na época do imperador D. Pedro II;
→ genro de D. Pedro II , conde D'Eu era surdo (marido da princesa Isabel )
→ no ano de 1855 D. Pedro II trouxe para o Brasil, diretamente do Instituto de
Paris, Hernest Huet, um professor surdo;
→ Huet nasceu em Paris em 1822, ficou surdo aos 12 anos de idade;
→ antes de adquirir a surdez falava francês, alemão e português, e após ficar
surdo aprendeu espanhol;
→ em 1857 foi fundada no Brasil a primeira escola de surdos no Brasil, hoje
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES);
→ Brasil, como todo mundo sofre influência do Congresso de 1880;

“Mas é somente na década de 1960 que a L.S. volta a ser considerada como
língua, por meio das observações feitas pelo linguísta americano Willian
Stokoe...”(SACKS, 1998, p. 28)
1951 é fundada a Federação Mundial dos
Surdos (WFD) em Roma.
→ década de 70 chega ao Brasil a Comunicação Total, após visita de
uma professora de surdos a Universidade Gallaudet;
→ década de 80 inicia-se as discussões acerca do Bilinguismo no
Brasil;
→ a partir das pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira Brito
sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas,
seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de
Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB
(Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros
→ a partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda
para designar a LSCB;
Foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 que
reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio
legal de comunicação e expressão.
“A deficiência auditiva na infância é mais do
que um diagnóstico médico, envolve
questões educacionais, lingüísticas,
sociais e emocionais decorrentes das
limitações de comunicação existente com
a sociedade”.
CURIOSIDADES
Os problemas auditivos não são raros e podem
acontecer com pessoas de qualquer idade, raça ou
classe social. Estima-se que quase 10% da
população mundial possua algum problema
auditivo e que 1,5% da população brasileira (2,25
milhões) é portadora de deficiência auditiva.
Gritos não fazem com que o surdo entenda melhor
a palavra. Ao contrário: os sons muito altos podem
afetar ainda mais seus ouvidos.
CURIOSIDADES

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