Você está na página 1de 72

Sumário

Introdução
Contexto e Motivo do Curso
Desenvolvimento
Considerações finais
Exercícios
Referências
Introdução
introduçao
Contexto e motivo do curso

Conhecer a história dos surdos não nos proporciona


apenas adicionarmos conhecimentos, mas também
refletir e questionar diversos acontecimentos
relacionados com a educação em várias épocas.
Contextualizando

Aprender;
Estudar;
Pesquisar sobre a vida dos surdos e a comunidade surda.

Quem são esses sujeitos?


De onde vieram?
Como a comunidade surda começou a existir?
Quais as transformações pelas quais passaram para chegar ao que é hoje?
IDADE ANTIGA
Idade antiga

ESCRITA 4000 A.C. – 476 D.C.


Roma: Não perdoavam os surdos porque achavam que eram pessoas
castigadas ou enfeitiçadas, a questão era resolvida por abandono ou com a
eliminação física – jogavam os surdos em rio Tiger. Só se salvavam aqueles
que do rio conseguiam sobreviver ou aqueles cujos pais os escondiam, mas
era muito raro – e também faziam os surdos de escravos obrigando-os a
passar toda a vida dentro do moinho de trigo empurrando a manivela.
Grécia

Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças


públicas e nos campos.
No Egito e na Pérsia: Surdos eram adorados como deuses, pois
acreditavam que eles se comunicavam em segredo com os
deuses, sendo temidos e respeitados pela população.

Palestina: Na Lei Hebraica, aparece pela primeira vez, referências


aos surdos (Talmud).
CHINA
china
Os surdos eram lançados no mar, devido o pensamento
de estes não serem capazes ou estarem amaldiçoados.
ATENAS E ESPARTA

Jogados nos rochedos, por serem considerados


amaldiçoados.
Rejeitados e abandonados.
TURQUIA
Turquia

Constantinopla: Realizavam alguma tarefas como pajens de


mulheres (pessoas que abanavam) ou como bobos de
entretenimento do sultão (palhaços).
GÁLIA

Sacrificavam-nos aos deuses Teutates (Deus celta culturado


na Gália antiga. Era um protetor tribal).
IDADE MÉDIA
Idade media

ESCRITA 476 D.C. – 1453 D.C.


Não davam tratamento digno aos surdos, colocava-os em
imensa fogueira. Os surdos eram sujeitos estranhos e
objetos de curiosidades da sociedade.
Aos surdos eram proibido receberem a comunhão porque
eram incapazes de confessar seus pecados, também
haviam decretos bíblicos contra o casamento de duas
pessoas surdas só sendo permitido aqueles que recebiam
favor do Papa.
Também existiam leis que proibiam os surdos de
receberem heranças, de votar e enfim, de todos os
direitos como cidadãos.
IDADE MODERNA
Idade moderna

ESCRITA 1453 D.C. – 1789 D.C.


John Beverley

Foi o primeiro a ensinar uma pessoa surda a falar (em que há registro). Por
essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de
surdos. Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de
mudez. A expressão “surdo-mudo” deixou de ser a designação do Surdo.
Girolamo Cardano

Médico e filósofo que reconhecida a habilidade do surdo para a


razão, afirmava que “...a surdez e mudez não é o impedimento para
desenvolver a aprendizagem e o meio melhor dos surdos de aprender
é através da escrita... E que era um crime não instruir um surdo-
mudo.” Ele utilizava a língua de sinais e escrita com os surdos.
Pedro Ponce de Leon

Monge beneditino, na Espanha, estabeleceu a


primeira escola do mundo para surdos em um
monastério de Valladolid.
Foi considerado 1º professor de surdos.
Ensinava-os a falar, ler, escrever, calcular e
rezar.
Ensino aos filhos de nobres e de famílias de
grande fortuna.
Ensinou 2 surdos de uma família em Velasco, na Espanha, Francisco e
Pedro Velasco.

Francisco conquistou o direito de receber a herança como marquês


de Berlanger.

Pedro tornou-se padre com a permissão do Papa.

Usava como metodologia a datilologia, escrita e oralização.

Se não falassem não recebiam herança.

Não publicou nada em vida.


Juan Pablo Bonet

Educou surdos da mesma família nobre em 1620 e publicou


primeiro livro de sinais. A implicação do som e a forma de ensinar o
surdo a falar. Acreditava que era imprescindível ensinar o surdo um
alfabeto manual.
John Bulwer
(1614-1684) publicou “Chirologia e Natural Language of
the Hand”, onde preconiza a utilização de alfabeto manual,
língua de sinais e leitura labial, ideia defendida pelo
George Dalgarno anos mais tarde.

John Bulwer acreditava que a língua de sinais era


universal e seus elementos constituídos icônicos.

Publicou “Philocopus”, onde afirmava que a língua de


sinais era capaz de expressar os mesmos conceitos que a
língua oral.
Jacob Rodrigues Pereire

Jacob Rodrigues Pereire (1715-1780),foi


provavelmente o primeiro professor de surdos na
França, oralizou a sua irmã surda e utilizou o
ensino de fala e de exercícios auditivos com os
surdos. A Academia Francesa de Ciências
reconheceu o grande progresso alcançado por
Pereire: “Não tem nenhuma dificuldade em
admitir que a arte de leitura labial com suas
reconhecidas limitações, (...) será de grande
utilidade para os outros surdosmudos da mesma
classe (...)
Samuel Heinicke

(1729-1790) o “Pai do Método Alemão” –


Oralismo puro – iniciou as bases da filosofia
oralista, onde um grande valor era atribuído
somente à fala, na Alemanha.
Samuel Heinicke publicou uma obra
“Observações sobre os Mudos e sobre a
Palavra”. Em ano de 1778 fundou a primeira
escola de oralismo puro em Leipzig,
inicialmente a sua escola tinha 9 alunos
surdos.
Abade Michel L’Epée (1712-1789)

Abade Michel L’Epée. Conheceu duas irmãs gêmeas surdas


que se comunicavam através de gestos, iniciou e manteve
contato com surdos carentes e humildes que perambulavam
pela cidade de Paris. Procurou instruir os surdos em sua
própria casa, com as combinações de língua de sinais e
gramática francesa sinalizada denominado de “Sinais
Metódicos.” Fundou a primeira escola pública para os surdos
“INSTITUTO para JOVENS SURDOS E MUDOS de Paris” e
treinou inúmeros professores para surdos.
L’Epée morre. Na ocasião de sua morte, ele já tinha
fundado 21 escolas para surdos na França e na Europa.
Thomas Braidwood

Abre a primeira escola para surdos na Inglaterra, ele ensinava aos


surdos os significados das palavras e sua pronúncia, valorizando a
leitura orofacial.
IDADE CONTEMPORÂNEA
Idade CONTEMPORANEA

1789 D.C. ATÉ OS DIAS ATUAIS


Cardano

Médico italiano ao estudar o caso do seu filho surdo, Cardano


encontrou por casualidade o livro do alemão Rudolphus Agrícola
(1528). Defendeu que o emprego de palavras faladas não era
indispensável para se compreender as ideias, mas defendeu que era
necessário aprender a ler e a escrever.
John Walles

Educador de surdos e estudioso da surdez, depois de tentar


ensinar vários surdos a falar, desistiu desse método de
ensino, dedicando-se mais ao ensino da escrita. Usava
gestos, no seu ensino.
Jean Marc Itard

Defendia que só diminuindo o grau da surdez é que o surdo teria


acesso ao conhecimento. Trouxe morte e sofrimento nas
experiências aos surdos como cobaias. Ele foi o responsável pelo
clássico trabalho com Victor, o “garoto selvagem” (o menino que foi
encontrado vivendo junto com os lobos na floresta de Aveyron, no
sul da França), considerando o comportamento semelhante à um
animal por falta de socialização e educação.
Abade Sicard
Em 1789 morre L’Epée e o abade Sicard é nomeado o novo diretor do
Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris (sucessor do L’Epée).
Abade Francês e instrutor de surdos.
Publicou dois livros, um deles relata a história do surdo Jean Massieu neste
livro conta com detalhes como educou com êxito este surdo.
“Porque a pessoa surda permanece estúpida enquanto nos tornamos
inteligentes”.

Jean Massieu (1772-1846)


Até 14 anos de idade não tinha conhecimento de nenhuma língua;
Famoso professor fluente tanto na L.S. quanto no francês escrito.
Escreve uma autobiografia.
Gallaudet

Thomas Hopkins Gallaudet em 1814. Em Hartford, nos Eua, o


reverendo Thomas (1787-1851) percebeu que Alice Gogswell, não
interagia, por ser surda e era rejeitada.
Em contato com o pai de Alice, pensou de criar uma escola para
surdos.
O americano Thomas Hopkins Gallaudet parte à Europa para
buscar métodos de ensino aos surdos. Na Inglaterra, o
Gallaudet foi conhecer o trabalho realizado por Braidwood,
em escola “Watson’s Asylum” (uma escola onde os métodos
eram secretos, caros e ciumentamente guardados) que usava
a língua oral na educação dos surdos, porém foi impedido e
recusaram-lhe a expor a metodologia, não tendo outra opção
o Gallaudet partiu para a França onde foi bem acolhido e
impressionou-se com o método de língua de sinais usado
pelo abade Sicard.
Thomas Hopkins Gallaudet volta à América trazendo o
professor surdo Laurent Clerc, melhor aluno do “Instituto
Nacional para Surdos Mudos”, de Paris. Durante a travessia
de 52 dias na viagem de volta ao Estados Unidos, Clerc
ensinou a língua de sinais para Gallaudet que por sua vez lhe
ensinou o inglês.
Primeiros aparelhos auditivos, a cadeira de Curtis
foi equipada com uma trombeta grande ao lado
da cadeira para transmitir o som à orelha do
usuário.
Ernest Huet

Eduardo ou Ernest Huet, como professor surdo, com experiência de


mestrado e curso em Paris, 1855 chega ao Brasil sob beneplácito do
imperador Dom Pedro ll, com a intenção de abrir uma escola para
pessoas surdas.

Foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de Janeiro – Brasil,


o “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos” no dia 26 de setembro
1857.
1861 Ernest Huet foi embora do Brasil devido aos seus
problemas pessoais, para lecionar aos surdos no
México. Neste período o INES foi dirigido por Frei do
Carmo que logo abandonou o cargo alegando: “Não
aguento as confusões” e com isto foi substituído por
Ernesto do Prado Seixa.
Universidade de Gallaudet

Edward Gallaudet foi um famoso educador surdos, filho de


Thomas Gallaudet. Foi diretor do Instituto de Columbia para
surdos e cegos que mais tarde, elevou o estatuto do mesmo,
tornando o Instituto na Universidade de Gallaudet. (1837 – 1917)
1872
O escocês Alexander Graham Bell abriu
sua própria escola para treinar os
professores de surdos em Boston,
publicou livreto com método “O
pioneiro da fala visível”, a continuação
do trabalho do pai.

1873
Alexander Graham Bell deu aulas de
fisiologia da voz para surdos na
Universidader de Boston. Lá ele
conheceu a surda Mabel Gardiner
Hulbard com quem se casou no ano
1877.
INES 1875

Um ex-aluno do INES, Flausino José da Gama, aos 18 anos,


reproduziu “Iconografia dos Surdos-Mudos”, o primeiro
dicionário de língua de sinais no Brasil.
CONGRESSO INTERNACIONAL DE SURDO-MUDEZ

Realizou-se Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão. Foi


o momento mais obscuro da história dos surdos.
Nesse congresso, um grupo de ouvintes, educadores de surdos,
decidiu excluir a língua de sinais do ensino de surdos e impôs, como
principal objetivos dos escolas de surdos, o ensino da fala.
O método oral foi votado o mais adequado a ser adotado
pelas escolas de surdos e a língua de sinais foi proibida
oficialmente alegando que a mesma destruía a
capacidade da fala dos surdos, argumentando que os
surdos são “preguiçosos” para falar, preferindo a usar a
língua de sinais.
Alexander Graham Bell teve grande influência neste
congresso. Este congresso foi organizado, patrocinado e
conduzido por muitos especialistas ouvintes na área de
surdez, todos defensores do oralismo puro (a maioria já
havia empenhado muito antes do congresso em fazer
prevalecer o método oral puro no ensino dos surdos).
Helen Keller
Helen Adams Keller foi a primeira pessoa
surdocega da história a conquistar um
bacharelado. Ficou conhecida por suas obras na
literatura e no cinema. Ela era escritora,
conferencista e ativista social.
Nascida em 27 de junho de 1880, nos Estados
Unidos, filha de Kate Adams Keller e do Coronel
Arthur Keller, capitão do Exército dos Estados
Confederados da América, Helen ficou cega e
surda aos 18 meses de idade devido a uma
doença diagnosticada então como “febre
cerebral”, que hoje acredita-se que tenha sido
escarlatina ou meningite.
Segunda Guerra Mundial

Na segunda guerra (1945) mundial a surdez foi considerada uma


doença genética transmissível portanto escolas de surdos foram
fechados e os mesmo foram para o hospital militar com uma
marca G no ombro para serem identificadas.

Holocausto
Imperial Instituto dos Surdos-Mudos 1857

Por decreto imperial, Lei nº 3.198, de julho, o “Imperial


Instituto dos Surdos-Mudos” passou a chamar-se “Instituto
Nacional de Educação dos Surdos”- INES.
1960

Willian Stokoe publicou “Linguage Structure:


na Outline of the Visual Communication
System of the American Deaf” afirmando
que ASL é uma língua com todas as
características da língua oral. Esta
publicação foi uma semente de todas as
pesquisas que floresceram em Estados
Unidos e na Europa.
INES 1969

O padre americano Eugênio Oates publicou no Brasil


“Linguagem das Mãos”, que contém 1258 sinais
fotografados.
Após 100 anos de oralismo, a Língua de
sinais volta a ser valorizada.
FENEIS

Em 1977 funda no Brasil a FENEIDA (Federação Nacional de


Educação e Integração dos Deficientes Auditivos). Em1987
passa a ser chamada de FENEIS (Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos) no Rio de Janeiro-
BRASIL.
Foi desenvolvida uma
metodologia para ensino da
Libras e esse trabalho
estava sendo utilizado no
FENEIS, na primeira edição
desse material, o nome
para esse material didático
ficou sendo Libras em
Contexto.
Implante Coclear

Primeiro Adulto surdo Implantado foi na Suécia (1950).


A Suécia, primeiro país a dar status de língua a uma língua
de sinais, assim como o “modelo sueco” de educação
bilíngue, desperta um grande interesse.
Comunicação Total ou Total Comunicação

Roy Holcomb introduz a expressão Total Comunicação como


filosofia de comunicação, não propriamente um método. A TC
envolve diferentes modalidades comunicativas, oral, gestual,
língua de sinais, escrita, desenho e mímica.
Legendas

O Closed Caption ou Legenda oculta é


um sistema de transmissão de legenda
via sinal de televisão. Criado nos
Estados Unidos na década de 70.

Closed Caption (acesso à exibição de


legenda na televisão) foi iniciado pela
primeira vez no Brasil, na emissora Rede
Globo, o Jornal Nacional, no mês de
setembro.
Libras (Língua Brasileira de Sinais)

Lei Federal nº 10.436 (24/04/2002) Brasil.


Essa lei reconheceu a Libras no Brasil.

Em 2002 houve a Formação de agentes multiplicadores de


Libras em Contexto com o MEC/FENEIS.
DECRETO 5.626 – 22/12/2005

A Inclusão da Libras como disciplina curricular;


A formação de professores de Libras e instrutores de
Libras;
O uso e a difusão da L.S e da L.P para acesso das
pessoas surdas à educação;
A formação do tradutor intérprete de Libras/ Língua
portuguesa;
A garantia e o direito à educação das pessoas surdas.
Letras Libras 2006

Curso de Graduação em Letras/ Libras à distância, com a


coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina e
com a participação de 09 (nove) pólos, situados em
diferentes estados brasileiros.
PROLIBRAS 2006

PROLIBRAS – Exame nacional para Certificação de


Proficiência no uso e no ensino de Libras e para
Certificação de Proficiência na tradução e interpretação de
Libras/Português.
Letras Libras 2009

Inicia o Curso de Graduação de Letras/Libras presencial na


UFSC.
Ameaça do INES em fevereiro de 2011
2011
2015
Ana Regina Campelo é um membro efetivo da Federação
Mundial dos Surdos, tornando-se membro em mandato de
2015 à 2019. Esta instituição luta pelos direitos humanos dos
surdos em escala mundial, sendo a Ana Regina a única
representante brasileira na federação.
2019

Primeira surda a ocupar um cargo no


segundo escalão do Governo Federal,
Priscilla Roberta Gaspar de Oliveira foi
nomeada como secretária nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, do
Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos (MMFDH).
2019
Atua em Gestão Pública há mais de 10 anos, tendo
durante esse período ocupado funções como
Coordenadora e Professora do curso de Letras-Libras
da UFSC.
Fora do serviço público, durante quase 25 anos
trabalhou como professora de surdos em três escolas
de surdos em Curitiba, e por 10 anos fez parte de
equipe pedagógica da Secretaria de Educação do
Paraná.
Participou do processo de transição do Governo
Federal atual e em fevereiro de 2019 assumiu o cargo
de Diretora de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos
da Secretaria de Modalidades Especializadas de
Educação (SEMESP/MEC).
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor
sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos.

Você também pode gostar